segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Pela 1ª vez desde fundação, PT não elege nenhum prefeito no ABCD; PSDB elege 11 na Grande SP

Divulgação

Os candidatos Carlos Grana (PT) e Paulo Serra (PSDB), durante campanha em Santo André

Os candidatos Carlos Grana (PT) e Paulo Serra (PSDB), durante campanha em Santo André

 

PAULA REVERBEL
RENATA AGOSTINI
CAROLINA LINHARES
ANGELA BOLDRINI
RODRIGO MENEGAT
DE SÃO PAULO

 

Pela primeira vez desde sua estreia nas eleições municipais, em 1982, o PT ficou sem nenhuma cidade do ABCD paulista. No balanço da eleição, O PSDB ficou com três prefeituras do conjunto e o PV ficou com Diadema.

Santo André foi o único município do grupo que levou um candidato petista ao segundo turno, mas o atual prefeito, Carlos Grana (PT), foi derrotado por Paulo Serra (PSDB), que teve 78,2%. O tucano já foi secretário de Mobilidade de Grana antes de migrar ao partido atual.

São Bernardo elegeu o deputado estadual Orlando Morando (PSDB), que teve 59,8% dos votos contra o deputado Alex Manente (PPS).

Diadema reelegeu Lauro Michels (PV), que obteve 57,7% na disputa contra Vaguinho (PRB). O tucano José Auricchio Jr. havia sido eleito em São Caetano do Sul ainda no primeiro turno.

Desde a gestão de Gilson Menezes, que iniciou seu mandato em 1983 em Diadema, o PT sempre deteve a gestão de ao menos uma cidade.

Em São Bernardo do Campo, berço do sindicalismo , o PT sofreu dupla derrota. Após ficar fora do segundo turno, apoiou Manente. A ação acabou se tornando uma espécie de "apoio maldito" ao candidato do PPS. São Bernardo é administrada há oito anos pelo petista Luiz Marinho.

"Houve resgate do legado do presidente Fernando Henrique. Um contraste entre quem consertou o país e quem estragou", afirmou Morando à Folha. Tucanos avaliam que o apoio de João Doria, eleito na capital, ajudou.

De todos os 39 municípios da região metropolitana de São Paulo, o PT teve uma única vitória. Em Franco da Rocha, Kiko Celeguim se reelegeu com 73,4%.

Em Mauá, única cidade da Grande São Paulo, além de Santo André, em que o PT foi ao segundo turno, o atual prefeito Donisete Braga (PT) foi batido por Átila Jacomussi (PSB), que teve 64,5%. A derrota contraria o histórico do município, que escolheu o PT em quatro das sete eleições disputadas desde a redemocratização.

O PSDB foi o partido que se saiu melhor na região metropolitana –elegeu 11 prefeitos. Depois, estão o PR, com seis municípios; o PSB, com cinco; e o PRB, com quatro.

BANDEIRANTES

Alguns dos candidatos que pertencem a partidos da base do governador Geraldo Alckmin (PSDB) sustentaram, ao longo da campanha, que sua interlocução com o Palácio dos Bandeirantes poderia levar seu município a receber mais recursos do Estado.

Eleito em Guarulhos com 83,5% dos votos, Guti (PSB) afirmou à Folha no último dia 14 que seu convite de filiação veio do vice-governador Márcio França (PSB).

"Ele me convidou para ir ao Palácio conversar com ele e mostrou o plano de ação do PSB", afirmou. Guti prometeu que, com sua eleição, Guarulhos – governada pelo PT nos últimos 16 anos–, passaria a ter "portas abertas para o Governo do Estado".

Ele derrotou o deputado Eli Corrêa Filho (DEM), que perdeu 40 mil votos entre o primeiro e o segundo turno.

Em Osasco, Rogério Lins (PTN), outro aliado de Alckmin, venceu com 61,2% dos votos o prefeito pedetista Jorge Lapas prometendo "reestabelecer" relação da cidade –governada pelo PT durante 12 anos, até a saída de Lapas do partido em março– com o Estado. Lins disse que Alckmin prometeu aumentar investimentos no município.

O resultado do segundo turno foi comemorado no entorno do governador como a confirmação da força dele, assinalada com a vitória de João Doria.

Um interlocutor de Alckmin afirma que ele, ao contrário do que colegas de partido pensavam, é capaz de "conduzir" e deixa para trás a imagem de "picolé de chuchu".

Quem se elegeu na Grande São Paulo

  • Arujá - O candidato José Luiz Monteiro (PMDB) foi eleito no 1º turno
  • Barueri - O ex-prefeito Rubens Furlan (PSDB) foi eleito no 1º turno
  • Biritiba Mirim - O candidato professor Jarbas (PV) foi eleito no 1º turno
  • Caieiras - O candidato Gersinho Romero (PSD) foi eleito no 1º turno
  • Cajamar - A prefeita Paula Ribas (PSB) foi reeleita no 1º turno
  • Carapicuíba - O candidato Marcos Neves (PV) foi eleito no 1º turno
  • Cotia - O candidato Rogerio Franco (PSD) foi eleito no 1º turno
  • Diadema - O prefeito Lauro Michels (PV) foi reeleito no 2º turno
  • Embu das Artes - O candidato Ney Santos (PRB) foi eleito no 1º turno
  • Embu-Guaçu - A candidata Maria Lucia (PSB) foi eleita no 1º turno
  • Ferraz de Vasconcelos - O candidato Zé Biruta (PRB) foi eleito no 1º turno
  • Francisco Morato - A candidata Renata Sene (PRB) foi eleito no 1º turno
  • Franco da Rocha - O prefeito Kiko Celeguim (PT) roi reeleito no 1º turno
  • Guararema - O canditado Adriano Toledo Leite (PR) foi eleito no 1º turno
  • Guarulhos - O ex-vereador Guti (PSB) foi eleito no 2º turno
  • Itapecerica da Serra - O candidato Jorge Costa (PTB) foi eleito no 1º turno
  • Itapevi - O candidato Igor Soares (PTN) foi eleito no 1º turno
  • Itaquaquecetuba - O prefeito Mamoru Nakashima (PSDB) foi reeleito no 1º turno
  • Jandira - O candidato Paulo Barufi (PTB) foi eleito no 1º turno
  • Juquitiba - O candidato Ayres Scorsatto (PR) foi eleito no 1º turno
  • Mairiporã - O tucano Aiacyda (PSDB) foi eleito no 1º turno
  • Mauá - O deputado estadual Atila Jacomussi (PSB) foi eleito no 2º turno
  • Mogi das Cruzes - O tucano Marcus Melo foi eleito no 1º turno
  • Osasco - O candidato Rogério Lins (PTN) foi eleito no 2º turno
  • Pirapora do Bom Jesus - O candidato Raul Bueno (PTB) foi eleito no 1º turno
  • Poá - O candidato Gian Lopes (PR) foi eleito no 1º turno
  • Ribeirão Pires - O ex-prefeito de Rio Grande da Serra Kiko Teixeira (PSB) foi eleito no 1º turno
  • Rio Grande da Serra - O prefeito Gabriel Maranhão (PSDB) foi reeleito no 1º turno
  • Salesópolis - O candidato Vanderlon Oliveira Gomes (PR) foi eleito no 1º turno
  • Santa Isabel - A candidata Fábia Porto (PRB) foi eleita no 1º turno
  • Santana de Parnaíba - O candidato Elvis Cezar (PSDB) foi eleito no 1º turno
  • Santo André - O tucano Paulo Serra foi eleito no 2º turno
  • São Bernardo do Campo - O deputado estadual Orlando Morando (PSDB) foi eleito no 2º turno
  • São Caetano do Sul - O tucano José Auricchio Jr. foi eleito no 1º turno
  • São Lourenço da Serra - O candidato Arizinho (SD) foi eleito no 1º turno
  • São Paulo - O tucano João Doria foi eleito no 1º turno
  • Suzano - O candidato Rodrigo Ashiuchi (PR) foi eleito no 2º turno
  • Taboão da Serra - O prefeito Fernando Fernandes (PSDB) foi reeleito no 1º turno
  • Vargem Grande Paulista - O candidato Josué Ramos (PR) foi eleito no 1º turno

 

Folha de S. Paulo

PSDB vai governar 24% da população brasileira, índice recorde desde 2000

 

ANDRÉ MONTEIRO
FELIPE BÄCHTOLD
DE SÃO PAULO

 

A eleição de 2016 transformou o PSDB no partido com a maior população governada no país neste século.

Com vitória em 28 das 92 cidades do país com mais de 200 mil eleitores, prefeitos tucanos vão administrar municípios que somam 23,7% da população brasileira —o cálculo não inclui o Distrito Federal, onde não há eleição para prefeito.

É o maior índice para um partido em eleições municipais desde 2000.

Além de São Paulo, onde elegeu João Doria no primeiro turno, os tucanos venceram também em outras 2 das 10 cidades mais populosas do país: Manaus e Porto Alegre.

O PSDB terá no total 803 prefeitos. Em números absolutos de prefeituras, no entanto, permanece atrás do PMDB, que venceu em mais de mil municípios.

Com maior população governada, o partido obtém uma área de influência maior, o que pode facilitar o caminho para a campanha à Presidência de 2018. Os tucanos Aécio Neves e Geraldo Alckmin ambicionam a indicação do partido.

O PSDB vai ainda administrar as maiores receitas do país: serão R$ 158,5 bilhões anuais, somando as prefeituras conquistadas.

Na eleição municipal de 2012, impulsionado pela vitória conquistada por Fernando Haddad em São Paulo, o PT havia sido o partido com a maior população governada, com 19,9%.

NAS CAPITAIS

O PSDB também será o partido que mais vai governar capitais a partir de 2017. Candidatos tucanos venceram em 7 das 26 capitais.

Candidatos tucanos foram derrotados neste domingo em Cuiabá, Campo Grande e Belo Horizonte.

Partido do presidente Michel Temer, o PMDB será o segundo partido com mais dessas cidades: governará quatro. PSB e PDT, que eram os partidos com mais prefeitos nessas cidades, perderam espaço nesta eleição.

Hoje, governam cinco desses municípios. Agora, pedetistas governarão três cidades e o PSB caiu para duas.

A eleição também marcou as primeiras vitórias em capitais de pequenos partidos, como Rede, PMN e PHS.

As 26 capitais serão governadas por 13 partidos diferentes, uma fragmentação recorde. Atualmente, esses municípios são administrados por dez siglas.

Com a confirmação da derrota em Recife, o PT ficou com apenas uma capital (Rio Branco) —é a primeira vez desde a eleição de 1985 que o partido fica com apenas uma dessas cidades.

O segundo turno também foi de êxito total para os candidatos à reeleição.

Os oito prefeitos que tentavam renovar seus mandatos venceram nas capitais neste domingo. Vinte prefeitos dessas cidades concorreram neste ano e 5 acabaram derrotados já na primeira votação. Sete se reelegeram já no primeiro turno.

Ex-prefeitos que tentavam voltar ao cargo tiveram desempenho muito pior: 7 concorriam no segundo turno e 3 se elegeram, em Aracaju, Curitiba e Goiânia.

Quatro prefeitos eleitos são do mesmo partido que os governadores: São Paulo, Belém, Recife e Rio Branco.

Folha de S. Paulo

Com 50,26% dos votos, Gean Loureiro (PMDB) é eleito prefeito de Florianópolis

Gean Loureiro (PMDB)

Gean Loureiro (PMDB) é eleito para a Prefeitura de Florianópolis com uma diferença de 1.153 votosDivulgação/Gean Loureiro

Com uma diferença de 1.153 votos, Gean Loureiro (PMDB) venceu a disputa à prefeitura de Florianópolis, capital de Santa Catarina. O peemedebista, que já havia vencido o primeiro turno, obteve 50,26% dos votos válidos (111.943), enquanto Ângela Amin (PP) recebeu 49,74% votos válidos (110.790).

Gean Loureiro tem 44 anos e nasceu em Florianópolis. O peemedebista é formado em direito e administração e também mestre em engenharia de produção e doutorando em engenharia do conhecimento. Essa é a segunda vez que ele disputa a prefeitura da capital catarinense.

A primeira vez foi em 2012, quando conquistou 27,37% dos votos e foi para o segundo turno com Cesar Souza Júnior (PSD). Na ocasião, obteve 47,36% dos votos, enquanto o adversário recebeu 52,64%.

Loureiro foi eleito vereador aos 19 anos, sendo o mais jovem eleito para o cargo na cidade. Foram cinco mandatos seguidos de vereador antes de se candidatar – e ser eleito – como deputado federal, em 2010. Em 2014, foi eleito deputado estadual. 

 

Agência Brasil

Rafael Greca é eleito prefeito de Curitiba

O candidato Rafael Greca (PMN) está matematicamente eleito prefeito de Curitiba (PR). Com 94% dos votos apurados, ele já registra 53,37% dos votos válidos. Seu adversário, Ney Leprevost (PSD), registra, até o momento, 46,63% dos votos válidos. Do total de votos apurados, 16% foram de brancos ou nulos.

Rafael Valdomiro Greca de Macedo é curitibano e tem 60 anos. Foi prefeito de Curitiba de 1993 a 1996. Greca é economista e engenheiro urbanista. Além disso, é escritor, poeta, editor e pesquisador de história e membro da Academia Paranaense de Letras.

Em 1999, foi ministro de Esporte e Turismo no início do segundo mandato presidencial de Fernando Henrique Cardoso. Ficou no cargo até maio de 2000. Quando aceitou um cargo no primeiro escalão do governo FHC, tinha sido eleito deputado federal, sendo o mais votado do Paraná

Em 2002, Greca foi eleito deputado estadual com 51.921 votos. Quatro anos depois, tentou a reeleição mas chegou apenas à suplência. Este ano, concorreu à prefeitura pelo PMN, mas já foi do PMDB, PFL (atual DEM), PDT e PDS (extinto em 1993).

 

Agência Brasil

TSE registra 309 ocorrências e 88 prisões durante votações no país

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registrou até o momento 309 ocorrências e 88 prisões durante o período de votação neste domingo (30). Na maioria dos casos, a Justiça Eleitoral flagrou cabos eleitorais fazendo propaganda para candidatos, a tradicional “boca de urna”. De acordo com os dados, nenhum candidato foi preso.

Em todo o país, foram registradas 224 ocorrências pelo crime de boca de urna. Somente no Rio de Janeiro foram registradas 24 prisões. Em seguida, aparecem os estados do Rio Grande do Sul (17) e Espírito Santo (10). No Ceará, houve 143 casos de propaganda irregular, mas as ocorrências não terminaram em prisão dos acusados e 15 registros por tentativa de compra de votos.

O segundo turno das eleições municipais ocorre neste domingo em municípios de 20 estados do país. Mais de 32 milhões de eleitores voltam às urnas para a escolha de prefeitos e vice-prefeitos. A votação terminou às 17h maioria das cidades. Por causa do horário de verão, nos municípios de Roraima, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia o pleito termina às 19h,  pelo horário de Brasília.

O balanço final de ocorrências será divulgado por volta das 20h30, após a conclusão da votação em todos os estados.

 

Agência Brasil