quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024
Trindade comenta debate sobre regulação da IA
Brasil suspende a importação de Tilápia do Vietnã, afirma ministro da Agricultura
Ministro Carlos Fávaro anunciou interrupção das importações durante o Show Rural Coopavel, em Cascavel/PR
Francisco Medeiros, presidente da Peixe BR, afirma que o Brasil não precisa da tilápia importada para atender à demanda interna | Foto: Wenderson Araujo / Divulgação CNA / CPO Brasil suspendeu as importações de tilápia vindas do Vietnã, anunciou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, nesta quarta-feira, 7, durante O Show Rural Coopavel, em Cascavel/PR. Em 30 de janeiro, a Associação Brasileira de Piscicultura (PeixeBR) se reuniu com o governo federal e cobrou explicações sobre a importação de um lote de 25 toneladas de tilápias congeladas do Vietnã em dezembro de 2023.
“Foi determinação ontem à noite antes de sair para cá: que seja suspensa imediatamente qualquer importação de tilápia vinda do Vietnã, para que os protocolos sanitários sejam todos revisados. Nós não podemos precarizar a sanidade dos nossos produtos, é isso que garantiu essas aberturas de mercados e é neste nível da régua que nós vamos manter a qualidade dos produtos brasileiros. Vamos conversar Vietnã, não queremos um potencioso, não queremos uma disputa e mercado fechados, mas em hipótese alguma, precariziremos a questão sanitária”, disse o ministro.
O que disse a PeixeBR
A Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), entidade que representa os produtores de tilápia de todo o Brasil, enviou nota oficial à imprensa, afirmando que o pronunciamento do ministro Fávaro atende aos pedidos da associação. Confira a nota na íntegra:
Os ministros Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária (MAPA), e André de Paulta, da Pesca e Aquicultura (MPA), anunciaram, hoje (07.02.2024), que estão suspensas as importações de tilápia do Vietnã até que sejam feitas todas as análises de risco sanitário dos produtos vindos daquele país.
“A decisão do MAPA e do MPA atende a insistentes pleitos da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR). Desde a confirmação da importação de um lote de tilápia do Vietnã, em dezembro, deixamos claro o receio de entrada no Brasil do vírus TILV, além do uso de polifostato no Vietnã para aumentar artificialmente o peso dos filés de tilápia e de pangasius”, ressalta Francisco Medeiros, presidente executivo da Peixe BR.
Em recente pronunciamento, Medeiros informou que o Brasil é um grande importador de pangasius do Vietnã e, como a análise dos peixes importados era feita por amostragem, “um volume não identificado de pangasius tratado com polifosfato está entrando no país. Isso também é preocupante, pois é uma fraude ao consumidor brasileiro”.
Francisco Medeiros reforça que o Brasil não precisa da tilápia de fora para atender à demanda interna. “Somos o 4º maior produtor mundial e nossa produção aumenta ano após devido ao investimento dos piscicultores e da indústria de genética, nutrição, sanidade e equipamentos”.
A Associação Brasileira da Piscicultura agradece a sensibilidade dos ministros Carlos Fávaro e André de Paula, que “entenderam a seriedade da questão e tomaram a decisão mais correta: suspender as importações de tilápia do Vietnã”.
Entenda o caso
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou no dia 31 de janeiro que revisaria os protocolos sanitários para a importação de tilápia. A decisão foi anunciada após reunião do Mapa com o Ministério da Pesca e Aquicultura e com representantes da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR). O encontro foi realizado, a pedido dos piscicultores, após o ingresso de alto volume de tilápia do Vietnã no Brasil, em dezembro do ano passado.
“Acompanhamos com muita preocupação os pesados prejuízos do TILV (vírus presente no Vietnã). A tilápia é o nosso mais importante peixe de cultivo e a entrada desse vírus no Brasil seria desastroso para a cadeia produtiva, que conta com mais 230 mil estabelecimentos rurais que criam peixes – expressiva maioria de pequeno porte – e 1 milhão de empregos”, argumentou o presidente da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), Francisco Medeiros.
Outro motivo de preocupação está num possível acordo comercial entre o Brasil e o Vietnã que, de acordo com a Peixe BR, está em construção. “Está agendada missão para aquele país, em março, com a presença de empresários de diversas cadeias do agronegócio, além dos ministros André de Paula (Pesca e Aquicultura) e Carlos Favaro (Mapa). Esperamos que isso não seja impeditivo para dar a atenção devida à importação de tilápia daquele país”, pontuou Medeiros. O líder garante que o país não precisa importar tilápia para atender à demanda interna, já que é o quarto maior produtor mundial do pescado.
Correio do Povo
Saiba quais remédios são contraindicados em caso de suspeita de dengue
Tratamento inclui analgésico, antitérmico e medicamento contra vômito
Tratamento básico inclui analgésico, antitérmico e, eventualmente, medicação para vômito | Foto: Marcos Santos / USP Imagens / CPA Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) alertou, nesta quarta-feira (7), para os remédios contraindicados em caso de suspeita da doença. Segundo o Ministério da Saúde, do início deste ano até a última segunda-feira (5), a doença provocou 36 mortes no país.
Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da SBI, Alberto Chebabo, citou o ácido acetilsalicílico, ou AAS, conhecido popularmente como aspirina, entre os não recomendáveis, por se tratar de medicação que age sobre plaquetas. "Como já tem uma queda de plaquetas na dengue, a gente não recomenda o uso de AAS”, disse o médico. Corticoides ambém são contraindicados na fase inicial da dengue.
Segundo Chebabo, como a dengue é uma doença viral, para a qual não existe antiviral, os sintomas é são tratados. O tratamento básico inclui analgésico, antitérmico e, eventualmente, medicação para vômito. Os principais sintomas relacionados são febre, vômito, dor de cabeça, dor no corpo e aparecimento de lesões avermelhadas na pele.
O infectologista advertiu que, se tiver qualquer um dos sintomas, a pessoa não deve se medicar sozinha, e sim ir a um posto médico para ser examinada. “A recomendação é procurar o médico logo no início, para ser avaliada, fazer exames clínicos, hemograma, para ver inclusive a gravidade [do quadro], receber orientação sobre os sinais de alarme, para que a pessoa possa voltar caso tais sinais apareçam na evolução da doença”.
Os casos devem ser encaminhados às unidades de pronto atendimento (UPAs) e às clínicas de família.
Sintomas graves
Entre os sinais de alarme, Chebabo destacou vômito incoercível, que não para, não melhora e prejudica a hidratação; dor abdominal de forte intensidade; tonteira; desidratação; cansaço; sonolência e alteração de comportamento, além de sinais de sangramento. “Qualquer sangramento ativo também deve levar à busca de atendimento médico”, alertou. No entanto, a maior preocupação dever ser com a hidratação e com sinais e sintomas de que a pessoa está evoluindo para uma forma grave da doença.
Quanto ao carnaval, o infectologista disse os festejos não agravam o problema da dengue, porque não se muda a forma de transmissão, que é o mosquito Aedes aegypti. “Talvez impacte mais a covid do que a dengue, mas é mais uma questão, porque, no carnaval, há doenças associadas, que acabam aumentando a demanda dos serviços de saúde. Esta é uma preocupação”.
Entre os problemas relacionados ao carnaval, Chebabo destacou traumas, doenças respiratórias e desidratação, que podem sobrecarregar ainda mais o sistema de saúde.
Agência Brasil e Correio do Povo
Governo do Estado lança programa para distribuir kits de enxoval para grávidas em vulnerabilidade social
Ao todo, serão distribuídos 24.793 kits, sendo 10 mil destes adquiridos com os recursos repassados pelo TJRS
Presidente do TJRS, Alberto Delgado Neto, assinando o ato de repasse de R$ 3,38 milhões para a efetivação do programa Mãe Gaúcha, do Governo do Estado | Foto: Eduardo Nichele/Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul/CPO governo do Estado lançou oficialmente na tarde desta quarta-feira o programa Mãe Gaúcha, destinada para atender mulheres gestantes em situação de vulnerabilidade social, pobreza ou extrema pobreza. A política pública terá um investimento total de R$ 8,38 milhões, sendo R$ 3,38 milhões repassados pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. O restante é oriundo do Fundo de Proteção e Amparo Social do Estado (Ampara-RS) e do Tesouro do Estado.
O programa distribuirá kits de enxoval para bebês a gestantes em vulnerabilidade, inscritas no Cadastro Único, a partir da 28ª semana de gravidez e que estejam com o pré-natal em dia. O conjunto é composto por um cobertor, toalha de banho com capuz, casaquinho de moletom, macacões longos e curtos, bodies, culotes, meias e uma bolsa maternidade. A expectativa é que a distribuição dos kits comece a partir da segunda quinzena de março.
O governador Eduardo Leite destacou a união dos poderes em prol da melhoria dos serviços para a população. “Este programa é muito importante, sendo voltado às crianças que estão chegando e serão sempre bem-vindas ao nosso mundo, porque o futuro pertence a elas também. É um programa que busca incentivar o cumprimento de agendas de pré-natal, fortalecer os vínculos das famílias em situação de vulnerabilidade com as nossas equipes de assistência social”, citou.
Os kits serão entregues inicialmente em 9 municípios de referência: Caxias do Sul, Frederico Westphalen, Lajeado, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Maria, Santo Ângelo e Uruguaiana. Porém, todas as cidades interessadas em participar do Mãe Gaúcha poderão se habilitar para o programa aderindo ao edital, até o dia 23 de fevereiro. Ao todo, serão distribuídos 24.793 kits, sendo 10 mil destes adquiridos com os recursos do TJRS.
O presidente do tribunal, o desembargador Alberto Delgado Neto, agradeceu pela oportunidade de novamente contribuir com políticas públicas importantes para a sociedade. “Nosso Judiciário segue a sua linha de atuação voltada para as pessoas, e trabalhamos intensamente por todas elas. As ações fazem parte do programa Judiciário Solidário, através do qual o TJ promove doações, dentro uma política de gestão financeira e orçamentária, para as áreas mais sensíveis da sociedade”, apontou o desembargador.
Além do governador e do presidente do TJRS, o lançamento do Programa Mãe Gaúcha no Palácio Piratini contou com a presença do presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Luciano Orsi, do vice-governador Gabriel Souza e do secretário estadual de Desenvolvimento Social, Beto Fantinel.
Correio do Povo
Governo cria comitê para discutir reclamações de passageiros contra aéreas
Governo e empresas aéreas negociam os termos para um acordo mais amplo para o setor
Planalto tenta colocar em pé um pacote de socorro às companhias | Foto: Alina Souza / CP MemóriaUm dos motivos apontados pelas companhias aéreas como responsáveis pela crise no setor, as reclamações dos consumidores que se transformam em processos judiciais vão ser discutidas em um comitê criado ontem pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). As ações na Justiça, dizem as companhias, custam cerca de R$ 1 bilhão por ano.
Governo e empresas aéreas negociam, porém, os termos para um acordo mais amplo para o setor. De um lado, o Planalto tenta colocar em pé um pacote de socorro às companhias, duramente afetadas pela pandemia e cercadas de desconfiança depois do pedido de recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, no final de janeiro.
De outro, aproveita o momento para pressionar o segmento por melhorias no atendimento aos passageiros, em meio ao elevado número de reclamações.
Surpreendidos
"Todo mundo tem uma experiência ruim com companhia aérea. De preço até qualidade da prestação do serviço", disse o titular da Senacon, Wadih Damous, que antes da conversa com os representantes das aéreas apresentou dados que mostram muitas reclamações, principalmente ocasionadas por atraso de voos. Segundo ele, o setor é "muito problemático".
De janeiro a dezembro de 2023, foram contabilizadas cerca de 73 mil reclamações contra as três maiores empresas aéreas brasileiras, Latam, Gol e Azul por meio do site consumidor.gov. Desde 2019, quando a plataforma passou a fazer os registros, chegam a 430 mil. Após o encontro, os representantes das empresas aéreas disseram ter sido surpreendidos pelo tema da reunião.
Sob a condição de anonimato, um deles disse que, até o momento, não há ideias a serem sugeridas e que soluções para os atrasos de voos, por exemplo, fogem do controle das companhias. No anúncio de convocação da reunião, a Senacon falava sobre a necessidade de melhorias para redução das reclamações feitas por passageiros e indicava o encaminhamento de um plano de ação.
Ao final ficou definida a criação de um comitê que iniciará os diálogos no próximo dia 29. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) divulgou nota dizendo que apoia a iniciativa da Senacon.
Outras frentes
Até ontem, as discussões entre governo e companhias aéreas vinham se dando em duas outras frentes. O governo, por meio do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, pressiona as aéreas a embarcar no Voa Brasil, plano que pretende anunciar depois do carnaval e que promete oferecer passagens a R$ 200 para aposentados e estudantes do Prouni. Ao mesmo tempo, ele tem prometido o anúncio de um plano de resgate para o setor, que poderia envolver R$ 6 bilhões.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, diz estar analisando com sua equipe a situação do setor, mas já descartou o uso de recursos do Tesouro ou qualquer subsídio. Já o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que não há possibilidade de o banco conceder empréstimos sem garantias às companhias.
Os R$ 6 bilhões de que falou Costa seriam utilizados justamente como garantia para renegociações de dívidas ou solicitação de empréstimos por parte das empresas aéreas.
Estadão Conteúdo e Correio do Povo