sábado, 3 de dezembro de 2022
Vereadoras do RS relatam violências sofridas na política
Depoimentos ocorreram durante lançamento de cartilha pela Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa
Deboches, interrupções e a exclusões das decisões políticas. Essas são algumas das situações vivenciadas por mulheres na política e que foram relatadas nesta sexta-feira, durante ato promovido pela Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa, no qual foi lançada a cartilha “Violência Política de Gênero: a maior vítima é a democracia”.
Durante o evento de lançamento, que reuniu lideranças políticas, autoridades e ativistas dos direitos das mulheres de todo o Estado, as convidadas trouxeram relatos pessoais sobre os constrangimentos sofridos enquanto parlamentares e ressaltaram a importância das redes de apoio e luta pela inserção de mais mulheres dentro dos espaços de poder.
Quando a violência vira rotina
Segundo a vereadora Estela Balardim (PT), de Caxias do Sul, virou rotina os deboches, interrupções e a exclusões de decisões partindo de seus colegas no Legislativo. Em determinada ocasião, uma parte dos vereadores tentou aprovar a redução do percentual obrigatório de candidaturas de mulheres de 30% para 15%, com a justificativa de que as mulheres "não concorrem porque não querem".
Em outra, ela foi chamada de burra por um colega e, quando o lhe acusou de machista, ele decidiu pedir a cassação do seu mandato. "O reflexo da nossa sociedade também está nos nossos espaços institucionais", desabafou.
O dia a dia também tem sido de enfrentamento para Caren Castêncio (PT), vereadora de Bagé. Desde que assumiu seu mandado – e até antes, na luta por melhores condições para disputar –, desde que decidiu, como presidente da Comissão de Educação na Câmara da sua cidade, pedir vistas (adiamento da discussão) ao projeto que altera regras na implantação de escolas cívico-militares na cidade, ela "virou alvo dos colegas".
Além do relato de, por pouco, quase ter sido agredida fisicamente, Caren disse que adjetivos como "desequilibrada", "histérica" e "raivosa" integram o plantel com que é xingada nas sessões. Quando reclama, é acusada de “sempre tentar se vitimizar”.
Rita Della Justina (PT), vereadora de Sapiranga, contou que que a escalada de violência contra ela e seus familiares foi aumentando a cada eleição, atingindo seu ápice em 2018, quando cogitou deixar de concorrer. Apesar disso, em 2020, foi eleita a vereadora mais votada no município.
“Violência patrimonial, psicológica, ataque à imagem, distorções, mentiras e fake news fazem parte do arsenal contra nós, que temos sido vítimas da maldade nua e crua na política”, ressaltou. Em denúncia, Rita contou que vem tentando criar a Procuradoria da Mulher em Sapiranga desde que foi eleita, mas a proposta não é aceita.
“Precisamos dar visibilidade à violência política de gênero, pois a democracia só existe de fato com a mulher ocupando espaços na política. O machismo, por outro lado, é super-representado na política”, afirmou a deputada e procuradora especial da Mulher na Casa, Sofia Cavedon (PT).
A deputada denunciou ainda a ausência de recursos suficientes para a luta das mulheres no orçamento estadual previsto para o próximo ano, mas reiterou: "não é por isso que nós vamos deixar de brigar".
A cartilha tem como base a lei 14.192, que estabelece normas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher e torna crime esse tipo de prática e informando sobre os possíveis enquadramentos da norma. O material elenca ainda uma série de canais de onde denunciar situações sofridas.
Correio do Povo
Saiba os tipos mais comuns de ciberataques e como se proteger na internet
Criminosos criam cada vez mais formas de atacar empresas e público em geral
Brasil é o segundo país no mundo com mais registro de ciberataques | Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil / CPA tecnologia não para de avançar, e os criminosos também vão apostando em novas formas de ciberataques contra empresas, instituições públicas e público em geral. Segundo a Netscout, o Brasil é o segundo país no mundo com mais ataques cibernéticos registrados, atrás somente dos Estados Unidos. Para falar melhor sobre quais são os tipos mais comuns das ofensivas lançadas pelos hackers e como se proteger na internet, o Direto ao Ponto entrevista os executivos de contas da Cirion Technologies Daniel Marques e Thiago Sanches. A apresentação é de Lucas Eliel. Ouça:
Correio do Povo
Festas de fim de ano devem ter aves com custo 10% mais alto no mercado
Produtores mostram otimismo com maior demanda por carnes de aves e suínos
Custo da ração animal é justificativa para alta | Foto: Patrick Fallon / AFP / CPNa reta final de um ano fortemente associado pelo agronegócio à disparada dos custos de produção, o cardápio natalino traz um leve alívio aos balanços das indústrias frigoríficas. Para representantes dos dois segmentos, as tradicionais confraternizações do período deverão aumentar a demanda por carnes de aves e suínos, que ao longo de 2022 ganharam mais espaço na mesa do consumidor brasileiro como alternativas econômicas em relação à proteína bovina. Para o consumidor, contudo, a notícia não é favorável. Em razão de repasses de custos maiores com nutrição animal, as aves festivas devem chegar ao mercado com preço em torno de R$ 21 o quilo, 10% superior ao do Natal de 2021. “O milho (usado nas rações) subiu 70% na comparação com mesma época do ano passado”, explica o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos.
A Asgav projeta a produção de cerca 59 milhões de aves especiais destinadas à venda no mercado gaúcho e em outros estados neste fim de ano, o que deve gerar R$ 1,067 bilhão em receitas para o setor – um crescimento de 15% na comparação com o faturamento atingido no mesmo período de 2022. “As aves natalinas são um leque que vem aumentando a cada ano. Em torno de 60% dos nossos associados de frigoríficos já produzem essas aves”, diz Santos.
No caso do peru, símbolo da ceia de Natal, a estimativa da Asgav é de abates de 4,6 milhões de aves no Rio Grande do Sul para as festividades de fim de ano, um avanço de 2,5% sobre o total do final de 2021. “É um crescimento tímido por causa do custo de produção, da situação do país e da descapitalização da população”, avalia Santos. Por envolver práticas de manejo diferenciadas, a produção no Estado é concentrada em apenas dois frigoríficos – o peso de abate do animal pode variar de 4 a 15 quilos, ante a média de 2,5 a 3 quilos de um frango comum, segundo Santos.
No segmento de carne suína, a oferta de cortes diferenciados é a aposta das indústrias para atrair os consumidores neste fim de ano. Segundo o presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, as empresas vêm investindo na oferta de alternativas que aumentem a vida útil do produto e proporcionem praticidade, e a resposta do brasileiro tem sido positiva. “Estão vindo para o mercado novidades como carnes temperadas, mais práticas, e em porções menores, de 500 e 600 gramas”, exemplifica.
Com o aumento no ritmo de exportações verificado desde agosto, o empresário diz que a suinocultura gaúcha projeta um crescimento de 5% na produção em 2022 ante os totais do ano passado. O consumo de carne suína no mercado interno também está em alta e deve ficar na média de 20 quilos per capita neste ano, frente a cerca de 18 quilos per capita de 2021. O produtor, no entanto, deve fechar o ano no vermelho, segundo o presidente da Acsurs. “A injeção do 13o salário na economia ajuda a girar (o mercado). Acredito que isso possa, no último mês do ano, aquecer o preço do suíno pago ao produtor e ele feche os dois últimos meses do ano no zero a zero”, destaca Folador.
Correio do Povo