quarta-feira, 30 de novembro de 2022
Discussão do Orçamento fica travada por falta de definição sobre a PEC do estouro
O relator do Orçamento, senador Marcelo Castro, admite inclusive a possibilidade de aprovar a proposta orçamentária em 2023
Senador Marcelo Castro, relator do Orçamento, em entrevista ao R7
CAMILA COSTA/R7 - 18.11.2022A indefinição acerca da proposta de emenda à Constituição (PEC) do estouro tem comprometido o debate do Orçamento de 2023. O relator do projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA), senador Marcelo Castro (MDB-PI), pressiona para a rápida aprovação da PEC, e fala, inclusive, da possibilidade de arrastar a definição do Orçamento para o início do ano que vem.
"Tudo pode acontecer", admitiu Castro. "Mas nós vamos fazer o máximo esforço para que isso não aconteça e para que a gente aprove a PEC e em seguida o Orçamento até o fim dessa sessão legislativa", ponderou.
Seguindo os trâmites legislativos e como uma forma de adiantar a discussão, mesmo sem definição, Castro apresentou o relatório preliminar, que serve como base para que as comissões debatam o texto. Nesta quarta-feira (30), a Comissão Mista de Orçamento deve votar o parecer e encaminhá-lo para as comissões temáticas. No entanto, as aprovações dependem do que for incluído na PEC do estouro e de quanto espaço orçamentário será aberto.
"Estamos esperando que a PEC seja aprovada no Senado, e estamos certos que será. Os termos em que será aprovada é que temos que discutir. Só conseguiremos fazer um relatório de um orçamento razoável que não paralise o país com a aprovação da PEC", disse o relator.
R7
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Senado pode votar PEC com "prioridade" na semana que vem, diz Pacheco
Presidente do Senado garantiu que o tema terá urgência para os senadores
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta terça-feira, que a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Transição, que prevê uma "licença"para gastos extras em 2023 pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, vai ser analisada com "urgência e prioridade" pelos senadores na próxima semana.
Pelo texto protocolado, a PEC exclui do teto de gastos - por um período de 4 anos - todo o custo do Auxílio Brasil (que vai voltar a se chamar Bolsa Família) de R$ 600 mais a parcela de R$ 150 por filho menor de 6 anos, o que representa R$ 175 bilhões. Além disso, a proposta retira do teto R$ 23 bilhões para investimentos, valor que será bancado pelo excesso de arrecadação no ano anterior. Também ficam de fora da norma gastos com projetos socioambientais e de universidades públicas bancados por receitas próprias, doações ou convênios.
"Não necessariamente o texto final será idêntico ao início. Então, poderá haver alterações que serão amadurecidas na CCJ e no plenário, especialmente em relação ao prazo de excepcionalização do programa social em relação ao teto de gastos. Então, acredito que nós possamos sim, com esse senso de urgência, ter na semana que vem essa apreciação", disse Pacheco.
De acordo com ele, agora que a PEC recebeu as 27 assinaturas para tramitar no Senado, o texto será enviado "imediatamente" para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ele disse acreditar que a votação no Senado seja concluída já na próxima semana, ou seja, aprovação da proposta na CCJ e no plenário em dois turnos (são necessários pelo menos 49 votos para aprovação). Em seguida, a PEC segue para a Câmara dos Deputados.
"Esta semana nós não teremos reunião da CCJ porque tem que compatibilizar com a Câmara dos Deputados. Uma emenda constitucional não se trata separadamente com um prazo tão curto", afirmou o senador Davi Alcolumbre (União-AP), que preside a CCJ. A relatoria do texto deve ficar com o próprio Alcolumbre ou com Alexandre Silveira (PSD-MG), aliado de Pacheco.
O futuro governo corre contra o tempo nas negociações porque quer que as regras previstas no texto sejam incluídas no Orçamento de 2023 - que, se não houver atrasos, deve ser votado até o dia 16 de dezembro. Mas o texto protocolado enfrenta resistências no Congresso, principalmente em relação ao tamanho da licença de gastos extras e ao período em que vai vigorar. O tempo do Bolsa Família fora da regra do teto de gastos é um dos pontos que pode ser revisto de quatro para dois anos.
Questionado, o presidente do Senado ainda afirmou que a definição de um nome para comandar o Ministério da Fazenda é importante, "mas não é imprescindível" para o andamento das discussões em torno da proposta.
Agência Estado e Correio do Povo