terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Trump e Biden fazem campanha na Geórgia na véspera de eleições decisivas para o Senado

 Pleito tem impacto no governo do futuro presidente democrata



Donald Trump e Joe Biden viajaram para o estado da Geórgia nesta segunda-feira (4), a fim de prestar apoio a seus candidatos, na véspera de uma eleição crucial para o Senado e que terá um impacto decisivo no governo do futuro presidente democrata.

Passados dois meses da eleição presidencial, Trump continua sem reconhecer sua derrota para o democrata Biden, apesar de auditorias, recontagens e várias decisões judiciais apontarem o contrário.

Em uma ligação surpreendente, o presidente republicano pediu, no sábado (2), ao encarregado das eleições na Geórgia que "encontrasse" as cédulas necessárias para anular sua derrota neste estado-chave.

Há 20 anos a Geórgia não elege um democrata para o Senado. Se Raphael Warnock, pastor de 51 anos, e Jon Ossoff, produtor audiovisual de 33, conseguirem essa façanha, darão ao partido o controle da câmara alta, além da Câmara dos Representantes, de maioria democrata. Se isso acontecer, o Senado ficaria com 50 cadeiras para cada força, motivo pelo qual a futura vice-presidente, Kamala Harris, teria o voto decisivo, fazendo com que a balança pendesse para o seu lado nessa câmara, de maioria republicana.

Cartazes eleitorais, ônibus de candidatos e reuniões: dois meses após as eleições presidenciais, a Geórgia recuperou o clima de campanha nacional. "O poder está nas suas mãos. Um só estado pode mudar o rumo não apenas nos próximos quatro anos, mas também para a próxima geração", declarou Biden em Atlanta, capital do estado.

O presidente eleito criticou a falta de ação de Trump ao citar o começo caótico da campanha de vacinação contra a Covid-19. "Não entendo por que ele quer tanto manter o cargo, quando já não quer trabalhar."

Donald Trump fará, no início da noite, o que deve ser seu último grande comício antes de deixar a Casa Branca em 20 de janeiro. A expectativa é de que o republicano seja recebido como um herói em Dalton, uma circunscrição rural e conservadora no noroeste da Geórgia.

Durante a campanha na Geórgia, os cartazes "Trump 2020" continuam sendo numerosos. Estão mais presentes do que os dos senadores que o presidente irá apoiar: os ex-empresários Kelly Loeffler, 50, e David Perdue, 71.

Randy Stelly, 68 anos, diz que viajou do Texas para Dalton para mostrar que a luta em favor de Trump "não para" e que deve "nunca, nunca admitir a derrota". "Se você não acredita que essas eleições foram marcadas por uma fraude, você não é honesto", disse.

Mal-estar no campo republicano

"Tudo está em jogo" na eleição de terça-feira, "o futuro do nosso país", disse Kamala Harris durante um comício em Savannah, uma grande cidade colonial onde fez campanha ao lado dos dois candidatos democratas.

"Somos a barreira para evitar que o socialismo chegue à América", disse Kelly Loeffler a seus seguidores reunidos em Cartersville, uma pequena cidade na Geórgia. As pesquisas mostram que os candidatos estão bem próximos: Jon Ossoff enfrentará David Perdue, enquanto Raphael Warnock disputa a vaga com Kelly Loeffler.

Os republicanos partem como favoritos no estado conservador. Os democratas contam, porém, com a vitória de Biden em 3 de novembro, a primeira de um democrata na Geórgia desde 1992. Todos esses elementos contribuem para uma situação "realmente muito apertada para fazer uma previsão", comentou Trey Hood, professor da Universidade da Geórgia. Especialmente porque o impacto de Donald Trump e das últimas revelações sobre sua conversa com uma autoridade é muito difícil de medir.

Se sua base eleitoral permanecer fiel a ele, sua cruzada contra eleições supostamente irregulares pode desmobilizar os eleitores. Repetindo suas acusações de fraude, sem provas, Trump disse a Brad Raffensperger que a eleição havia-lhe sido roubada. Apesar das ameaças veladas, o responsável, um republicano, não cedeu. "Achamos que nossos números são bons", respondeu Raffensperger ao presidente em final de mandato.

Kamala Harris, que fazia campanha na Geórgia, classificou o episódio no domingo como um "flagrante abuso de poder". Muitos congressistas do Partido Republicano preferiram não comentar o caso na véspera de uma votação de alto risco.

Após as eleições parciais de amanhã, o Congresso irá se reunir na quarta-feira para certificar formalmente a votação do Colégio Eleitoral em favor de Biden. O resultado dessa obrigação constitucional, que costuma ser uma mera formalidade, não está em dúvida, mas a resistência de Trump, que se nega de forma obstinada a aceitar o resultado das urnas, dará a esse dia um tom especial.

Muitos congressistas prometeram expressar suas objeções e fazer ecoar as acusações de fraude. Dezenas de executivos americanos, por sua vez, pediram em carta endereçada ao Congresso hoje que certifique Biden como novo presidente: "É hora de o país avançar."


AFP e Correio do Povo

TJ-RJ vai apreciar recurso de Witzel sobre julgamento e período de afastamento

 A data de votação, no entanto, não foi definida



A defesa de Wilson Witzel (PSC), governador afastado do Rio de Janeiro, entrou com recurso contra a decisão do desembargador Claudio de Mello Tavares de interromper o prazo de conclusão do processo de impeachment, que deveria ser concluído em abril de 2021. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) informou que o pedido será analisado e que Mello Tavares vai preparar a sua decisão, que será apreciada pelos dez integrantes do Tribunal Especial Misto, composto por cinco desembargadores e cinco deputados estaduais.

A data de votação, no entanto, não foi definida. O Tribunal Especial Misto pretende aproveitar a ocasião para ouvir as duas últimas testemunhas do processo que não haviam sido localizadas e que por isso ainda não foram ouvidas. O TJRJ informou ainda que a definição do dia para a votação do recurso, portanto, será feita após a intimação das testemunhas.

A decisão de Mello Tavares ocorreu após o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes ter aceito o pedido de adiamento do interrogatório de Witzel, que estava agendado para a última segunda. Moraes justificou que a defesa do governador afastado poderia ser prejudicada e concedeu a suspensão do interrogatório até que todas as testemunhas fossem ouvidas e que a defesa tivesse acesso aos documentos encaminhados pelo Superior Tribunal de Justiça ao TEM.

Desde agosto Wilson Witzel foi afastado do Governo do Estado do Rio. Pesam contra ele três denúncias de corrupção. Ele é acusado de ter lavado R$ 554 mil, utilizando-se do escritório de advogacia da primeira-dama, Helena Witzel; de integrar o núcleo político de uma organização criminosa; e de ter recebido R$ 53 milhões em propina em um esquema de corrupção envolvendo organizações sociais (OS) da área da saúde.

Agência Estado e Correio do Povo


"Fico" de Abel pode terminar em ruído


Fifa escolhe Edina Alves para apitar Mundial de Clubes no Qatar



Peru reforça vigilância para evitar a entrada da cepa britânica do coronavírus



CNJ recebe pedido para investigar juíza por apologia à aglomeração

 Ela postou registros de uma viagem a Búzios, afirmando que a "cidade que não se entregou docilmente ao medo, histeria ou depressão"



Em meio a uma nova escalada da pandemia de Covid-19, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) recebeu uma representação pedindo a abertura de um processo administrativo contra a juíza Ludmila Lins Grilo, da Vara Criminal e da Infância e da Juventude de Unaí, no noroeste de Minas Gerais, por publicações nas redes sociais em defesa da aglomeração de pessoas.

No documento enviado do sábado (2), o advogado José Belga Assis Trad afirma que a magistrada cometeu infração ético-disciplinar ao se manifestar contra as recomendações das autoridades sanitárias. "As pessoas que nela confiam por ser uma autoridade integrante do Poder Judiciário certamente serão influenciadas por sua irresponsável e inconsequente manifestação, que, de tão absurda, pode estar a configurar crime de apologia à infração de medida sanitária preventiva", diz o pedido.

Ludmila usou o perfil no Twitter para publicar registros de uma viagem a Búzios, no litoral fluminense, durante das comemorações de Ano-Novo. Nas postagens, afirma que a "cidade que não se entregou docilmente ao medo, histeria ou depressão" e inclui a hashtag #AglomeraBrasil.

Em dezembro, a Justiça do Rio chegou a proibir a entrada de turistas, o acesso às praias e a circulação de táxis, carros de aplicativo e ônibus intermunicipais em Búzios na tentativa de evitar a disseminação do novo coronavírus no período de festas de fim de ano, quando o fluxo de viajantes na região é mais intenso. A liminar acabou derrubada pelo presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Cláudio de Mello Tavares.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com a juíza através do seu perfil na rede social, com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais e com a Vara Criminal e da Infância e da Juventude de Unaí, mas não recebeu uma resposta até a publicação desta matéria. O espaço permanece aberto a manifestações.


Agência Estado e Correio do Povo

Rede privada deve ter vacina?; Lockdown no Reino Unido; O "sumiço" de Jack Ma

 

A discussão sobre a vacinação na rede privada deve seguir nesta terça-feira. Nos mercados, o começo do terceiro lockdown no Reino Unido e as más notícias do avanço da covid-19 movimentam as bolsas nesta manhã, assim como a definição da maioria no Senado americano com a eleição na Geórgia. Boa leitura.

Cartaz com Warnock e Ossoff, candidatos na Geórgia: definição sobre a maioria no Senado dos EUA é um dos temas nos mercados nesta terça-feira | Brandon Bell/Getty Images
 
1 - LOCKDOWN BRITÂNICO

A terça-feira começa com a repercussão nos mercados do novo lockdown no Reino Unido em meio à nova variante do coronavírus. A medida começa a valer a partir de hoje. Com a notícia, as bolsas europeias operam majoritariamente em queda ou estabilidade, com alguma exceção para o londrino FTSE 100, que subia às 7h (após ter o melhor desempenho entre os europeus ontem com o começo da vacinação da AstraZeneca). O Ibovespa e as bolsas americanas também tiveram queda ontem em seu primeiro pregão de 2021 com as notícias do avanço da covid-19 - no Brasil, a média móvel supera 700 mortes, e os próximos dias são considerados decisivos. Outra das notícias que movimenta a bolsa nesta manhã é a decisão da NYSE por não mais excluir três grandes empresas de telecomunicação chinesas. A deslistagem vinha sendo demanda pelo governo de Donald Trump. Leia mais.


2 - GEÓRGIA DECIDE

O estado americano da Geórgia vota oficialmente nesta terça-feira no segundo turno das eleições para o Senado, com duas vagas em disputa que definirão a maioria na Casa e a governabilidade na gestão de Joe Biden. As vagas estão atualmente com os republicanos, que têm maiores chances de seguir com a maioria. Já caso os dois candidatos democratas ganhem as cadeiras em disputa hoje, o partido empata em número de senadores com os republicanos (50 para cada lado), mas o voto decisivo em caso de empate nas futuras votações ficaria com a vice-presidente eleita, Kamala Harris. A Geórgia já havia sido decisiva na eleição presidencial, com Biden vencendo por margem apertada. A eleição também acontece em meio aos áudios do presidente Trump pressionando para a revisão dos resultados no estado. Leia mais


3 - VACINA NA REDE PRIVADA

Com a repercussão dos planos da iniciativa privada em comprar 5 milhões de doses da vacina indiana Covaxin, o debate de acesso privilegiado a imunizantes deve continuar quente nesta terça-feira. Representantes da Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) tinham previsão de embarcar ontem rumo à fábrica da Bharat Biotech na Índia, para conhecer a produção antes de pedir registro junto à Anvisa. Geraldo Barbosa, presidente da ABCVAC, disse à EXAME que as clínicas associadas devem no futuro firmar acordos com empresas que queiram vacinar seus funcionários. Já o Ministério da Saúde divulgou comunicado informando que as empresas deverão seguir o Plano Nacional de Imunização. O tema é motivo de debate, com temor de que uma vacina no setor privado crie uma "fila paralela"Leia mais


4 - POLÍTICA PARA INOVAÇÃO

É esperado que o governo federal sancione nesta semana o PL 135, que impede a retenção de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o FNDCT. A legislação é vista como essencial para o fomento à inovação: o fundo sofre bloqueios historicamente, e mais de 80% do arrecado em 2020 está retido nos cofres do governo federal. Criado em 1969, o FNDCT arrecada recursos da indústria e distribui o dinheiro a institutos de pesquisa e empresas com programas do tipo. Entre seus projetos estão o acelerador de partículas Sirius, em Campinas, e tecnologias da Embraer com o ITA. Em um ano em que se apontou como nunca a importância do fomento à ciência, a discussão sobre recursos para essa frente acontece também nos estados: em dezembro, a Alesp em São Paulo aprovou um corte de 30% na receita da Fapesp, um dos principais órgãos de fomento do Brasil. Leia mais.

O México aprovou o uso emergencial da vacina de AstraZeneca/Oxford, imunizante que já havia sido aprovado no Reino Unido. No Brasil, dados das fabricantes à Anvisa devem ser apresentados na semana que vem

A Tailândia encomendou 2 milhões de doses da Coronavac, vacina da chinesa Sinovac e testada no Brasil. Ainda sobre a Coronavac, o governo paulista disse que mantém sua previsão de começar a vacinação em 25 de janeiro.

Uma nova Medida Provisória elevou o salário mínimo para 1.100 reais a partir de 1º de janeiro. Em relação ao valor anterior (1.045 reais), o reajuste é de 5,26%. Veja os detalhes.

Seguindo outros partidos à esquerda, PT decidiu apoiar Baleia Rossi, o candidato de Rodrigo Maia na disputa pela presidência da Câmara. Em tempo: veja os desafios do Congresso em 2021.

Uma queda rápida e acentuada no preço do bitcoin na manhã de segunda-feira fez com que quase 200 milhões de dólares em contratos futuros fossem liquidados automaticamente na Binance. Entenda os "10 minutos de caos"

A indústria automotiva começa 2021 com uma nova marca: a Stellantis, resultado da fusão de Fiat Chrysler e de PSA, das marcas Peugeot e Citroën. Juntas, as duas companhias serão a quinta maior montadora do mundo

O sumiço por mais de dois meses do fundador da Alibaba e da Ant, Jack Ma, virou assunto nesta semana (e foi parar até nos trending topics do Twitter no Brasil). O bilionário chinês não aparece em público desde o IPO cancelado da Ant e a queda de braço com o governo de Pequim. 

Um grupo de funcionários da Alphabet, companhia-mãe do Google, anunciou a formação de um sindicato - o Alphabet Workers Union. A sindicalização chamou atenção por ser pouco comum no Vale do Silício

Estas são as ações mais recomendadas para janeiro, segundo 18 corretoras. Veja também as com maior potencial de dividendos.

Cris Junqueira, do Nubank, explica como ter metas claras para o ano

Oito pontos de atenção para o empreendedor em 2021.

A nova startup do fundador da Netshoes

Massachusetts é o terceiro estado a banir carros com gasolina nos EUA

O WhatsApp vai deixar de funcionar em alguns celulares (e pela primeira vez em um iPhone)

E McDonald's, Mercedes e mais 29 empresas têm vagas de estágio e trainee

HOJE | Xangai / +0,73%
Tóquio / -0,37%
Londres / +0,57% (às 7h)


ONTEM | Ibovespa / -0,14%
S&P 500 / -1,48%
Dólar / 5,27 reais (+1,53%)

A era das máquinas ainda não chegou, mas um novo vídeo da fabricante de robôs Boston Dynamics mostra o quão longe elas já foram. Na gravação, os icônicos Atlas e Spot (o famoso "robô-cachorro") apareceram fazendo passos complexos de dança e viraram sucesso na internet. Criados como protótipos, eles hoje estão à venda por mais de 70.000 dólares. Assista aqui

Robôs da Boston Dynamics: dancinha fez sucesso na internet | Foto: Reprodução

Clínicas particulares devem seguir plano de imunização do governo, diz Saúde

 Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas informou que o setor negocia a compra de 5 milhões de doses da Covaxin



Após clínicas particulares abrirem negociação com um laboratório indiano de vacinas, o Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira que a rede privada também deve seguir a ordem de vacinação de grupos prioritários prevista no plano nacional de imunização. Desta forma, mesmo que possa vender o produto, as clínicas deverão oferecer primeiro a idosos e profissionais específicos.

"Os grupos prioritários, propostos pelo Ministério da Saúde em parceria com Conass e Conasems, devem, a princípio, ser obedecidos mesmo que haja integração de clínicas particulares de vacinação ao processo de imunização", disse o ministério em nota.

A declaração da pasta ocorre após a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) informar que o setor negocia a compra de 5 milhões de doses da Covaxin, imunizante contra a covid-19 fabricado pela farmacêutica indiana Bharat Biotech.

A Covaxin obteve no sábado, dia 2, recomendação de uso emergencial na Índia, mas os dados sobre a sua eficácia ainda são desconhecidos. A ABCVAC pretende enviar nesta semana uma delegação ao país para negociar a compra da vacina. A entidade espera que as doses cheguem ao Brasil em março, mas este calendário depende de aprovações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Em nota, o ministério também afirma que a vacinação no Brasil começará pela rede pública do Sistema Único de Saúde (SUS). No cenário mais otimista, o governo federal quer começar a campanha em 20 de janeiro. A ideia é vacinar no primeiro semestre de 2021 grupos prioritários, que somam 49,6 milhões de pessoas, como profissionais de saúde e idosos. Essa etapa deve durar quatro meses. O restante da população, segundo o plano nacional de imunização, será imunizado nos 12 meses seguintes.

A Saúde ainda declara que as clínicas terão de garantir o registro de dados sobre quais doses foram aplicadas na população. "É preciso observar que o registro da aplicação do imunizante precisaria ser feito junto à Rede Nacional de Dados de Saúde e à caderneta digital de vacinação. Esta rastreabilidade possibilita identificar quem tomou a vacina e em qual data, além de precisar o laboratório e o lote do imunizante, possibilitando a aplicação de uma segunda dose no prazo correto", diz o ministério.

Para ser aplicada, a Covaxin deve ser registrada ou receber aval para uso emergencial no Brasil. A fabricante da vacina precisa pedir essas permissões à Anvisa.

Em nota, a Bharat Biotech disse que iniciou procedimentos junto à Anvisa para "submissão contínua" dos resultados. Não há nada acertado ainda com a agência. Por este caminho, a empresa deve apresentar os dados das pesquisas em etapas, mesmo antes de finalizar todos os estudos. A Bharat Biotech precisa também trazer estudos clínicos ao Brasil para usar a submissão contínua, o que não foi ainda sinalizado para a Anvisa. Só quatro laboratórios (AstraZeneca, Butantan, Janssen e Pfizer/BioNtech) aderiram a este modelo de entrega de documentos.

"A vacina, administrada em duas doses com intervalo de duas semanas entre elas, induziu um anticorpo neutralizante, provocando uma resposta imune e levando a resultados eficazes em todos os grupos de controle, sem eventos adversos graves relacionados à vacina. Na última fase antes da liberação para uso emergencial, ela foi aplicada em 26 mil voluntários em 22 localidades da Índia", afirma a ABCVAC. Os dados sobre os estudos finais da vacina ainda não foram publicados.

A ABCVAC afirma que representa 70% do mercado brasileiro de clínicas de vacinação, com 200 associadas. O caminho para aprovação do registro ou uso emergencial da Bharat Biotech exige uma série de análises da Anvisa.

A aposta do governo é a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford com a farmacêutica AstraZeneca, que deve ser fabricada e distribuída no Brasil pela Fiocruz. Mas o governo Jair Bolsonaro assinou memorandos, que não obrigam a compra de doses, com a Pfizer/BioNTech, Janssen, Instituto Butantan (que produz a Coronavac, da chinesa Sinovac), Moderna e Instituto Gamaleya (que produz a Sputnik V). O ministério tem sido cobrado para fechar acordos com as fabricantes, mas afirma que esses negócios só serão concretizados depois que a Anvisa conceder registro aos imunizantes.

Agência Estado e Correio do Povo