quinta-feira, 6 de agosto de 2020
O que se sabe sobre as explosões em Beirute
Destruição, milhares de feridos, e mais de 100 mortes: lideranças mundiais comentam o desastre que ocorreu no Líbano
O que aconteceu?
AFP e Correio do Povo
Mais de 100 mortos, milhares de feridos, destruição e incontáveis danos materiais: isso é o que sabe das explosões que devastaram muitos bairros da capital libanesa na terça-feira (4) após a explosão de toneladas de nitrato de amônio, segundo o governo.
Uma primeira forte explosão na região portuária de Beirute ocorreu por volta das 18h00 (12h00 de Brasília) de terça-feira, seguida por um incêndio e algumas detonações antes de uma segunda explosão, ainda mais poderosa, que causou uma enorme nuvem de fumaça em forma de cogumelo e que arrasou o porto e os edifícios vizinhos.
As explosões, sentidas até no Chipre, a mais de 200 quilômetros de distância, foram captadas por sensores do Instituto Americano de Geofísica (USGS) como um terremoto de magnitude 3,3.
Por que essa explosão?
Quase 2.750 toneladas de nitrato de amônio estavam armazenadas no porto de Beirute, explicou o primeiro-ministro libanês Hassan Diab, referindo-se a "um desastre em todos os sentidos do termo".
Segundo o diretor de Segurança Geral, Abbas Ibrahim, o nitrato de amônio, fertilizante químico e também componente de explosivos, era guardado há anos no depósito, localizado muito próximo de bairros residenciais.
O nitrato de amônio é um sal branco, inodoro, usado como base para inúmeros fertilizantes nitrogenados granulares e já causou inúmeros acidentes industriais, incluindo a explosão em 2001 da fábrica AZF em Toulouse (sudoeste da França), onde cerca de 300 toneladas desse produto químico explodiram subitamente, causando 31 mortes.
Muitos países europeus pedem a adição de carbonato de cálcio ao nitrato de amônio para criar um nitrato de cálcio e amônio mais seguro.
Nos Estados Unidos, o regulamento sobre nitrato de amônio foi reforçado após o ataque à cidade de Oklahoma em 1995, onde foram usadas duas toneladas desse produto químico, deixando 168 mortos.
Ato voluntário?
Não há indícios de que as explosões tenham sido deliberadamente desencadeadas, de acordo com as autoridades libanesas.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na terça-feira que generais americanos disseram a ele que as explosões pareciam ter sido causadas por "algum tipo de bomba". "Parecem um terrível atentado", acrescentou.
Já o Pentágono declarou à AFP "não ter nada" a acrescentar, recomendando "entrar em contato com a Casa Branca para maiores esclarecimentos".
Por sua parte, Hassan Diab declarou que "era inadmissível que um carregamento de nitrato de amônio, estimado em 2.750 toneladas, estivesse em um armazém por seis anos, sem medidas preventivas".
"Isso é inaceitável e não podemos permanecer calados sobre esse assunto", acrescentou, de acordo com comentários relatados por um porta-voz em uma entrevista coletiva.
Quantas vítimas?
As explosões mataram mais de 100 pessoas e feriram outras 4.000, segundo dados divulgados pela Cruz Vermelha Libanesa nesta quarta-feira.
As buscas ainda estão em andamento nos bairros ao redor do porto, onde as ruas estão cheias de escombros de prédios desabados.
Segundo o governador de Beirute, Marwan Aboud, até 300.000 pessoas estão desabrigadas devido aos danos causados, que se estendem a quase metade da cidade e estima-se em mais de 3 bilhões de dólares.
E agora?
O Conselho de Defesa Nacional do Líbano declarou Beirute como uma zona de "desastre", e Diab pediu aos aliados do Líbano que "apoiassem" o país.
O presidente libanês Michel Aoun anunciou um desembolso de 100 bilhões de libras libanesas (cerca de US$ 65 milhões) em fundos de emergência, pois o país está em meio a uma crise econômica sem precedentes e os hospitais já entraram em colapso devido à pandemia de Covid-19. Estados Unidos, França, Catar, Irã e até seu inimigo declarado Israel ofereceram ajuda.
AFP e Correio do Povo
Explosão destruiu quase metade de Beirute e deixou 300 mil desabrigados
Oficialmente, detonações deixaram 135 mortos e 5 mil pessoas ficaram feridas, mas ainda há dezenas de desaparecidos
Nesta terça-feira, a capital do Líbano acordou em estado de choque, um dia após a explosão que devastou a cidade. "Quase metade de Beirute está destruída ou danificada", disse o governador, Marwan Abbud. Enquanto equipes de resgate reviravam escombros a procura de corpos, os números da tragédia cresciam. Oficialmente, foram 135 mortos, mas ainda há dezenas de desaparecidos. Autoridades disseram que 5 mil pessoas ficaram feridas e 300 mil, desabrigadas.
"Dei uma volta por Beirute. Os prejuízos podem chegar a US$ 5 bilhões", disse Abbud. Na região portuária, epicentro da tragédia, o panorama é apocalíptico: lixeiras retorcidas e carros incinerados. Com a ajuda de policiais, socorristas da Cruz Vermelha e bombeiros passaram a noite em busca de sobreviventes e cadáveres.
Ontem, as forças de segurança isolaram a região portuária. O acesso foi autorizado apenas para a Defesa Civil, ambulâncias e bombeiros. Várias horas após a explosão, helicópteros ainda seguiam despejando água para tentar conter as chamas. "É uma catástrofe. Há corpos espalhados pelo chão", disse um soldado perto do porto. "Foi como uma bomba atômica", contou Makruhie Yerganian, professor aposentado que vive há mais de 60 anos na região portuária.
O governo do Líbano decretou estado de emergência de duas semanas e abriu uma investigação para apontar os responsáveis. "Não há palavras para descrever a catástrofe de ontem (terça-feira)", disse o presidente libanês, Michel Aoun.
Autoridades colocaram todos os funcionários do porto de Beirute responsáveis pelo armazenamento e pela segurança em prisão domiciliar. A principal hipótese para a explosão é a negligência. Autoridades sabiam há muito tempo dos riscos de estocar 2,7 mil toneladas de nitrato de amônio, material usado em bombas e fertilizantes, de maneira improvisada em um hangar no porto.
"É inadmissível que um carregamento de nitrato de amônio de 2,7 mil toneladas esteja há seis anos em um armazém, sem medidas preventivas. Isso é inaceitável e não podemos permanecer em silêncio sobre o tema", declarou o primeiro-ministro, Hassan Diab.
A explosão de terça-feira foi tão poderosa que foi sentida no Chipre, a 240 quilômetros de distância. Os sensores do Instituto Geológico dos EUA (USGS) registraram o abalo como um terremoto de magnitude 3,3. Em alguns edifícios próximos à região portuária de Beirute, todas as janelas foram estilhaçadas. Bares, boates e restaurantes da orla ficaram arrasados.
Com a falta de eletricidade na maior parte da cidade, o trabalho de resgate do bombeiros ficou limitado ao que podiam fazer durante o dia. Ontem, começaram a chegar as primeiras equipes de especialistas franceses, checos, russos e alemães para ajudar nas buscas. O Irã também enviou toneladas de ajuda humanitária.
Antes mesmo da tragédia, o Líbano era um país em convulsão social. Lutando contra o colapso econômico, a crise política e a pandemia de coronavírus, a raiva nas ruas apenas aumentou de intensidade. A população agora exige respostas e culpados. Para analistas, a explosão coloca ainda mais pressão sobre o governo e pode agravar um quadro de fome.
"É o cenário de um país que vem se esfacelando, perdendo seus alicerces básicos", afirma Arlene Clemesha, professora de história árabe da Universidade de São Paulo (USP). "Na última década, o Líbano chegou ao ponto de não produzir nem conseguir fazer circular os bens necessários para a alimentação de sua população. Cerca de 80% dos insumos são importados. A explosão atinge o principal meio de entrada de suprimentos e agrava a instabilidade alimentar."
Agência Estado e Correio do PovoCoudet admite desagrado com atuação do Inter: "Pode ganhar ou perder, mas a forma é importante"
Técnico respondeu provocação de gremistas: "Quando perder, eles terão que aguentar"
Correio do Povo
A segunda derrota seguida em Gre-Nal frustrou o técnico do Inter, Eduardo Coudet, nesta quarta-feira. "No futebol, pode ganhar ou perder, mas a forma, a organização são importantes" ponderou.
"A verdade é que não me agradou, creio que só podemos pedir desculpas aos torcedores por essa imagem que, pessoalmente, não serviu para nada", acrescentou o treinador. "Não atuamos da forma que tínhamos preparado e que acreditávamos que poderia incomodar o time deles" analisou o comandante colorado.
Coudet salientou que o Inter terá de ter uma postura diferente para buscar alguma conquista no Brasileirão. "Eu acredito que temos que ser conscientes de nossas limitações como grupo e equipe. Saber que precisamos dar 100% em cada jogo, sermos competitivos" frisou. "O clube é organizado, quer fazer as coisas bem e seguir uma forma correta para evoluir."
O técnico do Inter também respondeu à provocação do capitão gremista, Maicon, após a partida. Questionado sobre a afirmação do volante, que ironizou a posse de bola colorada, Coudet alertou que a situação pode se inverter no futuro. "No futebol precisa estar preparado para ganhar, mas quando perder, eles terão que aguentar. Cada um será responsável pelo que disse."
Correio do Povo
Abre e fecha da quarentena; CoronaVac em novembro?; Macron no Líbano
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