terça-feira, 4 de agosto de 2020

Marchezan confirma liberação de Porto Alegre para clássico Gre-Nal

Decisão está marcada para a próxima quarta-feira, às 21h30min, na Arena do Grêmio

Jogo será na Arena do Grêmio

O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, decidiu por manter a liberação para realização de partidas de futebol na cidade. Com isso, o clássico Gre-Nal, válido pela final do returno do Gauchão, nesta quarta-feira, às 21h30min, será na Arena do Grêmio.
Segundo Marchezan, a decisão, que foi anunciada nesta segunda-feira, foi tomada no "clima" do compromisso selado entre a Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Inter e Grêmio em manter a campanha e seguir conscientizando a população da Capital no combate à Covid-19.

Prefeitura e Empresários não chegam a acordo sobre flexibilização

A reunião da Prefeitura de Porto Alegre com as entidades empresariais, realizada na tarde desta segunda-feira, terminou sem nenhuma definição. A proposta da Prefeitura é definir um calendário com a retomada inicial pela construção civil e indústria, setores que geram menor impacto direto na circulação de pessoas. 
Após, outras atividades poderiam reabrir de forma escalonada semanalmente. A cada duas semanas de liberações, uma ficaria com todos os setores fechados. A semana parada serviria para evitar aumento de contaminação e um novo fechamento no futuro.
“Se a mensagem continuar sendo negativa e a gente continuar estimulando desobediência, qualquer que seja, acho que há uma questão que não é o governo Municipal, mas que é autoridade pública, autoridade sanitária, de tentar manter a nossa cidade em um caminho único. Se estivermos cada um seguindo o seu caminho, é evidente que teremos muitas dificuldades”, afirmou o prefeito Nelson Marchezan Júnior. Segundo ele, não se trata de uma tentativa de “entrar em crenças de ninguém”. “Mas acho que um consenso a gente tem que ter”, reiterou.



Correio do Povo

Fux se declara suspeito em ação do Supremo sobre impeachment de Witzel

Em despacho, ministro do STF encaminhou matéria para redistribuição após afirmar incompatibilidade

Ministro do STF alegou incompatibilidade diante do caso

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, se declarou suspeito para julgar a ação que questiona o rito de impeachment adotado pela Assembleia do Rio de Janeiro (Alerj) contra o governador fluminense Wilson Witzel (PSC). Em despacho, Fux encaminha o processo para redistribuição entre colegas após afirmar "incompatibilidade".
Fux cita o regulamento interno da Corte, que prevê a suspeição de ministros, mas não detalha os motivos que o levaram a se considerar impedido neste caso. Segundo o Estadão apurou, ao se declarar suspeito, Fux quer evitar interferir em um processo político grave em seu Estado de origem. O ministro é do Rio de Janeiro.
A reclamação foi movida pela defesa de Witzel durante o recesso do Judiciário. O governador alega que a Alerj constituiu uma comissão sem observância à proporcionalidade dos partidos da Assembleia e sem votação.
Na semana passada, o ministro Dias Toffoli concedeu liminar para dissolver a comissão especial da Assembleia Legislativa que conduzia o processo de impeachment e instaurar um novo colegiado, seguindo regras definidas pela jurisprudência do Supremo.
Segundo Toffoli, impeachment é uma "experiência gravíssima" e por essa razão a condução do processo"‘precisa guardar a higidez constitucional e legal em relação ao seu procedimento".
A Alerj recorreu da decisão, na expectativa que fosse revista por Fux ao fim do recesso. A Assembleia pediu ao ministro que revogasse integralmente a liminar ajuizada por Toffoli e reinstaurasse a comissão especial original que conduzia o impeachment de Witzel.
O presidente da Assembleia, André Ceciliano (PT-RJ) acatou as denúncias contra o governador no dia 10 de junho, na esteira das operações que miram desvios da saúde no Estado e que atingiram Witzel. O petista determinou aos líderes partidários que indicassem nomes para a comissão, eleita com 25 membros, para conduzir o processo de impeachment.

Agência Estado e Correio do Povo

Artigo: Os desafios para um Rio Grande próspero

"O estado precisa encontrar uma saída coordenada entre a melhoria das finanças públicas e o desenvolvimento econômico e social"



Por
Junico Antunes

Junico Antunes, CEO da Produttare Consultoria

Junico Antunes, CEO da Produttare Consultoria | Foto: Luciano Giacomazzi / Divulgação / CP


* Junico Antunes, CEO da Produttare Consultoria

Chegamos ao atual estágio de desenvolvimento a partir da convergência, nas últimas décadas, de esforços de distintos governos, empresas, universidades e centros de pesquisa tecnológicos. Avançamos na exportação, com soja em grão (26,05%), fumo em folhas (8,74%), carne de frango (6,14%), polímeros (5,82%) e automóveis de passageiros (3,80%), além de celulose e papel e calçados. Mas também deixamos de investir no inexplorado potencial energético do RS, em particular eólico e carvão.
Entre as notícias relevantes, temos que o RS será provavelmente o primeiro Estado brasileiro a registrar um decréscimo absoluto em sua população, isto a partir do ano de 2028. Neste ano, não só a população poderá diminuir, como estará mais velha e a população economicamente ativa já se encontrará em processo de redução. Também um mercado interno reduzido comparado ao de outros Estados com expressão econômica no cenário nacional, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, desafia os gaúchos. Assim como estar geograficamente longe dos principais centros consumidores do Brasil, embora no centro do Mercosul.
A repetição anual de déficits públicos, agravada recentemente em face da recessão que se abateu sobre a economia brasileira a partir de 2015, contrasta com uma base produtiva diversificada e rica, construída ao longo do século XX e legada ao século XXI, com significativa capacidade de exportação, como forma de fugir às limitações de tamanho do seu mercado interno.
A resposta a tamanho desafio recusa narrativas tradicionais - seja o ataque ao déficit público e a austeridade daí derivada – o que faria ressurgir, mais cedo ou mais tarde, o desenvolvimento. O estado precisa encontrar uma saída coordenada entre a melhoria das finanças públicas e o desenvolvimento econômico e social. Para isto, o ponto básico é criar e manter um ambiente propício ao investimento produtivo, levando em conta as dificuldades estruturais e conjunturais que enfrenta o Brasil. Para voltar a crescer e se desenvolver é necessário um mínimo de iniciativas. Continuar investindo na economia da cooperação – redes de cooperação, arranjos produtivos locais (APLs) e sistema de cooperativas. Fortalecer o papel da exportação, do desenvolvimento local e desenvolvimento regional, da infraestrutura (porto, aeroportos, banda larga, 5G, infovias), dos 2,1 mil km de linhas de transmissão necessários para o escoamento energético do RS, do carvão mineral e da irrigação. Temas que devem estar na agenda das lideranças responsáveis do Estado.
O desenvolvimento tecnológico e da inovação merece tratamento especial em face de sua importância estratégica e deve estar subordinado à política de desenvolvimento, inclusive quanto à estrutura de governança, concentrando os programas setoriais das políticas públicas. Esse é o caminho. Duro, árduo, mas inescapável se quisermos a prosperidade para o conjunto da população do RS.




Correio do Povo

Microsoft confirma negociação com TikTok, acirrando guerra Trump vs. China

As ameaças dos EUA contra o app TikTok, que já passa de 1 bilhão de usuários, devem seguir sendo tema nos próximos dias, acentuando as desavenças sino-americanas na guerra comercial. A Desperta destaca ainda a volta do recesso do Judiciário e a nova aposta do Google na frente de celulares. Boa leitura.
TikTok: mais uma empresa chinesa no centro da guerra comercial | Florence Lo/Illustration/Reuters
1 - TIKTOK NA GUERRA COMERCIAL

Após semanas de especulação, uma potencial ação do governo dos Estados Unidos contra o aplicativo de vídeos TikTok pode estar mais perto nesta semana. O conselheiro de comércio americano, Peter Navarro, disse no fim de semana que o presidente Donald Trump poderia agir contra o app ainda nesta segunda-feira, 3. Uma potencial ação americana contra o TikTok pode desencadear novos conflitos na guerra comercial com a China. Enquanto isso, a Microsof confirmou que está em conversas para comprar o TikTok e pode fechar um acordo em 15 de setembro. Por fim, outro movimento da ByteDance para acalmar os governos ocidentais pode ser anunciado hoje: o jornal britânico The Sun disse que o TikTok fez um acordo com o governo do Reino Unido uma mudança de seu escritório de Pequim para Londres.


2 - VOLTA DO JUDICIÁRIO

O Supremo Tribunal Federal retorna do recesso judiciário com uma pauta delicada. Nesta segunda-feira, 3, fará uma sessão virtual extraordinária que deve julgar uma ação que questiona as medidas adotadas pelo governo de Jair Bolsonaro para conter o avanço da pandemia nas aldeias indígenas. O processo foi movido pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e por seis partidos, como PSB, PDT e PT. O Plenário irá decidir se confirma a decisão do ministro Luís Roberto Barroso que determinou no dia 8 de julho que o governo federal adote uma série de medidas para frear o avanço de casos de covid-19 entre os indígenas.


3 - PÉ NO ACELERADOR

A Ferrari, uma das marcas mais conhecidas (e valiosas) do mundo por causa dos carros de luxo e da equipe de Fórmula 1, divulga os resultados financeiros do segundo trimestre nesta segunda-feira. Ao que tudo indica, a pandemia não conseguiu frear completamente as ambições da famosa escuderia italiana. Em maio, época em que boa parte do mundo já havia fechado fronteiras e encerrado boa parte das atividades econômicas na tentativa de conter o avanço do vírus, a empresa anunciou a investidores a intenção de lucrar 1 bilhão de dólares em 2020. O anúncio foi uma exceção notável em meio aos desafios de montadoras diante da queda na demanda. No primeiro trimestre, os resultados já haviam sido positivos. Entre os motivos para o otimismo na Ferrari, estão os consumidores de luxo, sobretudo na China.


4 - PIXEL "BARATINHO"

O Google apresenta nesta segunda-feira o Pixel 4A, seu novo smartphone de entrada. O aparelho substituirá o Pixel 3A e será uma versão mais barata do Pixel 4, custando 349 dólares nos Estados Unidos, menos da metade da versão mais sofisticada. O dispositivo chega para competir com o iPhone SE, a versão mais em conta do celular da Apple, vendido a 399 dólares. O Google busca também ampliar sua presença no mercado americano de smartphones. Segundo dados da consultoria chinesa Counterpoint Research, a empresa aparece na categoria “Outros”, junto a fabricantes de menor expressão de vendas. A Apple liderou no primeiro trimestre com 46%, ante 32% da Samsung. Veja mais informações sobre o novo Pixel.
 
O Brasil registrou 514 mortes e mais de 24.700 novos casos de coronavírus no boletim deste domingo. O total é de 94.130 óbitos e 2,7 milhões de casos. A média móvel de sete dias foi de 1.011 mortes diárias. Veja os números.

O presidente Jair Bolsonaro deu aval para que o ministro da Economia, Paulo Guedes, discuta com o Congresso a criação de uma nova CPMF, nos moldes do antigo imposto sobre transações financeiras.

A carteira digital PicPay vai mudar o comando. O novo presidente será José Antônio Batista da Costa, neto de Zé Mineiro, patriarca da JBS (que controla o PicPay). O PicPay vem ganhando usuários na pandemia, mas é desafiado pela concorrência das fintechs e pela potencial chegada do WhatsApp.

Ainda em meio à guerra comercial, a empresa de videoconferência Zoom anunciou que não venderá mais produtos diretamente à China, atuando só por meio de parcerias. Com sede nos EUA, a empresa fundada pelo sino-americano Eric Yuan vem sendo pressionada por ter parte do time na China.
Uma das maiores traders de soja do mundo diz não ao desmatamento. A chinesa Cofco, em parceria com o Banco Mundial, fará triagem de fornecedores em uma região que compreende quatro estados brasileiros. Leia a reportagem completa.

Após conflitos com a emissora Televisa, o programa "Chaves" saiu do ar em toda a América Latina a partir deste fim de semana.

Tem netos e está fazendo faculdade? O Grupo Cataratas, de ecoturismo, abriu vagas de estágio no programa "Vovô Estagiário", focado em estudantes idosos. Veja os detalhes.

Com a aproximação do Dia dos Pais, a EXAME preparou uma lista com dicas de bares e restaurantes que entregam drinques engarrafados. Confira.

Entre cursos e palestras, confira 32 eventos online para empreendedores que acontecem nesta semana. 

Podcast
 
Como se manter relevante no mercado de trabalho? Essa é a questão que guiou a jornada de Fabio Coelho, presidente do Google Brasil, desde seu primeiro estágio. Leia nesta reportagem três lições do executivo e confira a entrevista completa no episódio de estreia do "Como Cheguei Aqui", novo podcast de carreira da EXAME. Ouça aqui
Bolsa
HOJE | Xangai / +1,75%
Tóquio / +2,24%
Londres / +0,07% (às 7h)
Petróleo Brent / 43,16 dólares (-0,83%)

SEXTA | Ibovespa / -2,00%
S&P 500 / +0,77%
Dólar / 5,22 reais (+1,15%)
Quão diferente pode ser o mesmo pôr do Sol em planetas diferentes? Uma imagem tirada pela Nasa (abaixo) mostrou como o fenômeno é visto da França e de Marte. Os cientistas chamaram atenção ao fato de, em Marte, a vista ser mais azul. Veja a foto ampliada e as explicações da Nasa
"Dois mundos, um sol": foto da Nasa mostra Sol visto da França (à dir.) e de Marte (Nasa/Divulgação)

Artigo: Onde está a saída?

"As empresas privadas brasileiras, de todos os tamanhos e segmentos, acompanham com atenção a busca do antivírus para a crise econômica"


Por
Marcello Vernet de Beltrand

Marcello Vernet de Beltrand, Jornalista e coordenador técnico do Fala RS

Marcello Vernet de Beltrand, Jornalista e coordenador técnico do Fala RS | Foto: Solange Sala / divulgação / CP


* Marcello Vernet de Beltrand, jornalista, mestre em administração, autor e editor de nove livros e coordenador técnico do Fala RS

A crise que o Brasil enfrenta já é considerada pior que a dos anos 30 do século XX. Além do coronavírus, que infectou mais de 2,5 milhões de brasileiros, provocou pane nos fluxos de caixa, aumentou concordatas, derrubou o consumo e, o pior dos sintomas, trouxe a dor do desemprego em massa.
As empresas privadas brasileiras, de todos os tamanhos e segmentos, acompanham com atenção a busca do antivírus para a crise econômica. E o que veem são duas correntes de pensamento esgrimindo teses. De um lado, os seguidores de John Maynard Keynes, autor da Teoria Geral do Emprego do Lucro e do Juro. Por décadas, o keynesianismo influenciou o modo de pensar de muitos economistas brasileiros. Segundo o modelo, o Estado deve intervir na economia sempre que for necessário, a fim de coibir o retardo das atividades e garantir a manutenção do emprego.
Na outra ponta da mesa, os monetaristas da Escola de Chicago sublinham: o governo não deve intervir. A teoria dos Chicago Boys aposta na liberdade econômica e no rigor do mercado, que terá sabedoria, dizem, para sair dessa situação porque tem experiência acumulada por décadas nesse contexto. Paulo Guedes é um homem dessa estirpe e foi um aluno com ótimas notas naquela universidade que tem altíssima concentração de prêmios Nobel no mundo. 
O professor Voltaire Schilling, um dos principais historiadores do Brasil, vê essas visões sendo confrontadas. Segundo ele, os keynesianos olham para o cenário de desemprego e não aceitam presenciar a quebradeira geral das empresas. Ao contrário, propõem que o Estado seja chamado a intervir. Com alto poder de inversão, o Estado pode bancar infraestrutura, estradas e grandes obras, onde há grande absorção de emprego, induzindo o ciclo do consumo, por exemplo, de roupas, automóvel e eletrodomésticos, destaca Schilling. De outro lado, o professor lembra que o ministro Paulo Guedes, que leu Lord Keynes em inglês, revelou que deve estar ruminando sobre o que e como fazer aquilo que tem de ser feito. Guedes será rigoroso na aplicação dos cânones liberais ou revisará os conceitos fundadores da liberdade econômica? Deixará o laissez faire flanando no salão, permitindo que o mercado responda sem interferência da mão pesada do Estado? Qual lente usará Guedes para enxergar a saída: a social ou a liberal, questiona-se Voltaire Schilling. E emenda, Paulo Guedes está numa posição onde um liberal jamais esteve no Brasil.
Enquanto isso, longe de Brasília, brasileiros se angustiam, incluso os gaúchos, que, valentes, optaram por não esperar o vaticínio. Ao contrário, se atiraram ao trabalho, inovando, desenvolvendo e aplicando conhecimento para mitigar a crise e a reinventar o futuro. O Fala RS publica hoje nova edição do caderno especial, que tem o propósito de iluminar a saída encontrada por importantes empresas em meio aos desafios atuais do Estado. Tal como os empreendedores, o Fala RS também está em busca da saída. Independentemente do que pensam Keynes, Guedes e os garotos de Chicago.

Correio do Povo