terça-feira, 1 de outubro de 2019

Doença similar à leishmaniose, porém mais grave, é descoberta no Brasil

Duas pessoas morreram por causa da enfermidade, que já acometeu 150 pessoas em Sergipe

Por Da Redação

Leishmaniose visceral / mosquito palha

Mosquito palha (Latinstock/VEJA/VEJA)

Uma nova doença, com sintomas semelhantes à leishmaniose visceral, mas mais grave e resistente ao tratamento, foi descoberta em Sergipe. Duas pessoas morreram por causa da enfermidade, que já acometeu 150 pessoas em Aracaju. O parasita ainda é desconhecido, mas os pesquisadores já identificaram que ele é diferente da Leishmania, responsável pela leishmaniose.

A doença está sendo investigada por um grupo de pesquisadores brasileiros, que publicaram um artigo na Emerging Infectious Diseases, a revista do Centro de Controle de Doenças Infecciosas (CDC) dos Estados Unidos. A pesquisa é realizada no Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID), com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Liderada pela professora Sandra Regina Costa Maruyama, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), o estudo está sendo desenvolvido em colaboração com colegas da equipe do professor João Santana Silva, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (FMRP-USP).

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Diagnóstico, sintoma e tratamento

O diagnóstico e tratamento dos pacientes foi feito pelo médico Roque Pacheco de Almeida, professor do Departamento de Medicina da Universidade Federal de Sergipe, pesquisador e médico do Hospital Universitário/EBSERH de Aracaju. Em entrevista à Agência Brasil, Almeida contou que a doença vem infectando pessoas desde 2011 na capital sergipana, quando ele diagnosticou e tratou o primeiro caso. Esse paciente morreu em 2012, em consequência da doença.

Os sintomas, segundo ele, são muito parecidos aos do calazar (nome mais popular da Leishmaniose visceral), mas evoluem com mais gravidade. “A gente trata muitos pacientes com calazar aqui. São vários por ano. Um desses pacientes não respondeu ao tratamento. Ele recidivou [a doença reapareceu], tratamos novamente, recidivou de novo. E, na terceira recidiva, apareceram lesões na pele. Em pacientes sem HIV não vemos isso. Ele não tinha HIV e apareceram lesões na pele, pelo corpo inteiro, tipo botões, que chamamos de papulas”, contou o médico.

“Quando fizemos a biópsia, eram células repletas de parasitas. E aí o paciente evoluiu gravemente ao que chamamos de Leishmaniose visceral grave, com sangramento. O baço dele era gigante e a gente tentou formas de tratamento, mas ele não sobreviveu”, contou.

Almeida coletou amostras de tecidos desse paciente e os enviou a João Santana Silva, especialista em imunologia da FMRP-USP, que não conseguiu identificar o parasita pelos métodos tradicionais, comparando-o às espécies já conhecidas de Leishmania. Em 2014, a identificação do parasita ficou a cargo da bióloga e imunologista Sandra Regina Costa Maruyama, que começou a desconfiar que se tratava, na verdade, de um novo parasita que ainda não havia sido descrito pela ciência.

“A gente estava diante de um caso grave. Como não conhecíamos outras doenças, a gente achou que era um calazar grave. Mas quando fomos ver, o parasita isolado da medula óssea, da pele e do baço [desse paciente] se comportava também de maneira diferente em um camundongo [de laboratório]. O parasita [retirado] da pele dava lesão na pele do camundongo, mas não dava nos órgãos. E o parasita que veio da medula óssea dava lesão parecida com o calazar, no baço e no fígado [do camundongo]. Temos então dois parasitas diferentes no mesmo paciente”, falou Almeida.

Eles então fizeram um sequenciamento do DNA do parasita, que foi comparado ao de outros protozoários. Os pesquisadores perceberam, então, que não se tratava do Leishmania. O novo parasita se assemelha ao Crithidia fasciculata, que infecta apenas insetos e que é incapaz de infectar mamíferos. No entanto, essa nova espécie de parasita foi capaz de infectar humanos e camundongos – e de forma grave.

Segundo Almeida, os 150 pacientes isolados também estão sendo testados para se avaliar se também foram infectados por esse novo parasita. “Boa parte desses pacientes também pertence a esse novo grupo. Ou seja, o problema pode ser ainda maior do que estamos imaginando”, disse.

Os pesquisadores esperam, em breve, conseguir descrever o novo parasita e nomear a nova doença. “Identificamos um parasita novo, uma doença nova, que causa uma doença grave e com resposta terapêutica não totalmente suficiente ou eficaz. Queremos entender a extensão disso e de onde apareceu esse parasita, se foi uma mutação. Tem uma linha grande de pesquisa para a gente investigar. Também queremos ver, geograficamente, para onde está se expandindo o parasita”, disse Almeida.

Leishmaniose

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 50 mil e 90 mil pessoas adoecem todos os anos com leishmaniose visceral. Dos casos registrados na América Latina, 90% ocorrem no Brasil. Também conhecida como calazar, ela é transmitida ao homem pela picada de fêmeas do inseto infectado, conhecido popularmente como mosquito palha ou birigui. A transmissão aos insetos ocorre quando fêmeas do mosquito picam cães ou outros animais infectados e depois picam o homem, transmitindo o protozoário Leishmania chagasi, causador da Leishmaniose Visceral.

Segundo o Ministério da Saúde, esses insetos são pequenos e têm como características a coloração amarelada ou de cor palha e, em posição de repouso, suas asas permanecem eretas e semiabertas. Eles se desenvolvem em locais úmidos, sombreados e ricos em matéria orgânica (folhas, frutos, fezes de animais e outros entulhos que favoreçam a umidade do solo). No ambiente urbano, o cão é a principal fonte de infecção para o vetor, podendo desenvolver os sintomas da doença, que são: emagrecimento, queda de pêlos, crescimento e deformação das unhas, paralisia de membros posteriores e desnutrição, entre outros.

Nos humanos, os sintomas da doença são febre de longa duração, aumento do fígado e do baço, perda de peso, fraqueza, redução da força muscular e anemia. Se não tratada, pode ser fatal.

Em 2017, segundo o Ministério da Saúde, 4.103 casos de leishamiose visceral foram notificados no Brasil, sendo que 1.824 deles registrados na Região Nordeste. Em média, cerca de 3,5 mil casos são registrados anualmente. Nos últimos anos, a letalidade vem aumentando gradativamente. Em 2017, 327 pessoas morreram no Brasil por causa dessa doença.


Veja

Quando o sonho de emigrar para Portugal vira pesadelo

Brasileiros que partiram para o país nos últimos anos relatam suas desilusões, dificuldades e dramas na busca frustrada por uma vida melhor

Por Hérica Marmo, de Lisboa

MALAS PRONTAS - Marina Lamar, na Praça do Comércio, em Lisboa: “Vamos voltar, chegamos ao limite” (Daryan Dornelles/.)

No seu mais recente disco, Bandeira da Fé, Martinho da Vila gravou uma música em homenagem aos novos imigrantes brasileiros em Portugal. Em Fado das Perguntas, o sambista conta a história de um sujeito que disfarça o sofrimento com as baixas temperaturas do inverno e com a solidão dentro de uma tasca. “Tudo bom, nada mal”, diz a letra. Na realidade de parte dos mais de 100 000 brasileiros que hoje vivem do outro lado do Atlântico, não está nada bom. Em vez de pastel de bacalhau, queijo da Serra ou amêijoas, o que essas pessoas andam experimentando no país-­irmão é o gosto da desilusão. A gerente comercial Marina Lamar, de 28 anos, integra esse grupo. “Mudamos para tentar melhorar de vida”, conta ela, que chegou a Lisboa em setembro de 2018, com o marido, os filhos de 1 e 9 anos e grávida do terceiro. “Hoje vivemos pior que no Brasil.”

A família de Marina tinha uma rotina simples em Vitória, no Espírito Santo, mas conseguia viajar (“parcelando mil vezes no boleto”), ter carro, animais de estimação, vida social. A decisão de deixar o Brasil foi motivada pelo medo da violência e pelo desejo de proporcionar um ensino gratuito de qualidade aos filhos. Após um tempo vivendo na casa de amigos, o casal resolveu batalhar por um endereço só da família. Como o preço dos aluguéis na capital é muito alto (não se consegue nada por menos de 4 600 reais nos melhores bairros), os dois começaram a procurar lugares mais afastados. Depois de morarem em um quarto de hostel e em uma quitinete infestada de percevejos, conseguiram alugar um apartamento de dois quartos numa cidade a 20 quilômetros do bairro de Lisboa onde o marido trabalha como garçom. “Passados seis meses, a senhoria pediu o imóvel. Fiquei sem chão”, lembra Marina, que hoje mora de favor no apartamento de uma amiga, enquanto espera sair o passaporte do filho que nasceu em Portugal para retornar a Vitória. “Chegamos ao limite”, desabafa. Para cruzar o Atlântico de volta, Marina conta com a ajuda de parentes do casal que estão se cotizando para pagar as cinco passagens de avião.

NO PREJUÍZO – Nathalia: dificuldades para pagar o aluguel da loja no Porto

NO PREJUÍZO – Nathalia: dificuldades para pagar o aluguel da loja no Porto (Daryan Dornelles/.)

A onda de desencanto representa a ressaca pós-inundação migratória. Depois do êxodo em direção a Miami a partir dos anos 90, Portugal virou o eldorado para muitos que buscam uma fuga de problemas como a violência e o desemprego. Em 2018, a comunidade de brasileiros no país europeu chegou ao número de 105 000, 23,4% superior ao total registrado em 2017. Novamente, o Brasil liderou o número de títulos de residência emitidos, 28 210, e representa o país natal de 21% dos imigrantes que vivem por lá. Para os mais endinheirados, o governo local oferece vantagens até mesmo para conseguir a nacionalidade, e o mercado imobiliário constrói condomínios sob medida, com casas a partir de 2 milhões de reais e adaptações como cômodos para empregadas, espaços que não existem nas residências das famílias portuguesas. Para quem não tem o mesmo colchão financeiro e arrisca tudo na mudança, há o grande perigo de trombar com a barreira da tímida economia portuguesa. O PIB, equivalente a 900 bilhões de reais, é menos que a metade da economia do Estado de São Paulo (2,2 trilhões) e deve crescer 1,9% em 2019, segundo estimativas oficiais. “Nem sempre o processo migratório é bem-sucedido, às vezes por falta de informação antes da viagem, expectativas não condizentes com a realidade ou dificuldades de integração”, afirma Luís Carrasquinho, responsável em Portugal pelo Programa de Apoio ao Retorno Voluntário e à Reintegração (ARVoRe).

A iniciativa, da Organização Internacional para as Migrações (OIM), não só banca a volta de expatriados sem condições de arcar com o custo das passagens como dá um incentivo financeiro para a reintegração no mercado de trabalho do país de origem. Desde 2007, o Brasil é a na­ciona­lidade mais representativa no ARVoRe — e, nos últimos anos, o número de pedidos de ajuda de brasileiros vem aumentando. Em 2017 foram 335 solicitações e em 2018 elas chegaram a 616. Em 2019, até agosto, o ARVoRe já havia recebido 418 candidaturas.

CONSELHEIRO – Marinho: consultoria para quem quer empreender no país

CONSELHEIRO – Marinho: consultoria para quem quer empreender no país (Daryan Dornelles/.)

A goiana Claudine Alves, de 40 anos, foi uma das pessoas que se beneficiaram do programa. Ela desembarcou em Lisboa em dezembro de 2017 com os dois filhos, então com 7 e 16 anos, para encontrar o marido, que vinha de Londres. Claudine vendeu o carro e os móveis antes de sair do Brasil e levou as economias para ajudar no recomeço. Na chegada, o primeiro choque foi térmico. Dos 39 graus de Goiânia, eles foram para 4 graus. O marido, que havia conseguido emprego na construção civil, acabou sendo dispensado com a diminuição de obras no inverno. Enquanto o casal penava para encontrar trabalho, as economias trazidas do Brasil eram queimadas no aluguel e nas despesas da casa. Nas vésperas do Natal, os dois deram duro numa confeitaria fazendo bolo-­rei, doce típico das festas de fim de ano portuguesas. Na hora do pagamento, tomaram um calote. “Uma brasileira que contratava os funcionários sabia que não tínhamos documentos e disse: ‘Não vou pagar nada, não. Se quiserem, reclamem na polícia’.” Nos meses seguintes, Claudine conseguiu bicos num café e numa empresa de limpeza. Mas o que ganhava era muito abaixo das despesas. “Em cinco meses, a gente se viu numa situação desesperadora, à beira do despejo, com a proprietária dizendo que ia arrombar a porta e nos expulsar. Era muita humilhação”, conta. A família acabou salva pelo ARVoRe. Um mês depois de se candidatar ao programa, estava voltando para casa.

Embora tenha uma taxa de desemprego baixa (6,7%) em comparação com a trágica realidade brasileira (12,5%), Portugal está longe de ser um oásis para quem procura trabalho — e os estrangeiros sofrem mais ainda com essa dificuldade. A relações-­públicas carioca Ana Duarte, de 43 anos, chegou a Lisboa em 2016 e guarda no notebook os mais de 300 e-mails que enviou com seu currículo desde então. Apenas sete empresas retornaram, das quais só uma era em sua área de atuação — e ela não ficou com a vaga. “Quando terminar meu mestrado, vou tentar uma bolsa em outro país europeu”, conta. Na falta de encontrar um emprego qualificado, a administradora Nathalia de Lima, de 32 anos, investiu cerca de 50 000 reais para montar com o marido, engenheiro de produção, uma loja de frutos secos caramelizados e doces em uma das estações de metrô mais movimentadas da cidade do Porto. As vendas iam bem, porém não o suficiente para pagar o caro aluguel do imóvel. “Tentamos negociar o valor da locação, mas o administrador foi irredutível”, diz Nathalia, que atualmente tenta recuperar o investimento vendendo o estoque pela internet. No momento, há vagas sobrando para setores específicos, como o de tecnologia de informação. Portugal criou um visto especial para atrair talentos da área das mais diferentes partes do mundo. Neste ano, até julho, 284 brasileiros obtiveram o documento, de um total de 338 autorizações. Muitos que têm qualificação acabam trabalhando no país como motorista de Uber ou motoboy para sobreviver.

DE VOLTA – A goiana Claudine com a família: retorno ao Brasil depois de calote no trabalho e ameaça de despejo

DE VOLTA – A goiana Claudine com a família: retorno ao Brasil depois de calote no trabalho e ameaça de despejo (Cristiano Mariz/.)

Em busca de uma saída, alguns brasileiros começaram a ganhar dinheiro oferecendo serviços à grande comunidade de conterrâneos expatriados, como o de bufê de festa infantil caprichada, um negócio estranho às famílias portuguesas. O empresário paulista Marinho Ponci, de 52 anos, por sua vez, criou uma consultoria no Porto para brasileiros interessados em montar negócios por lá. Para quem pensa em empreender, ele dá duas dicas: paciência e reserva financeira de pelo menos dois anos. “O primeiro ano é terrível; no segundo, entende-se o mercado; e no terceiro o negócio pode deslanchar”, afirma. Para quem desembarca com urgência em ganhar a vida em euros, alerta o consultor, é grande o risco de o sonho português virar um pesadelo.

Publicado em VEJA de 2 de outubro de 2019, edição nº 2654


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Desavenças com o secretário Especial de Assuntos Fundiários, o ex-presidente da UDR Nabhan Garcia, motivaram sua demissão.


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Vacina de sarampo deve ficar mais cara para SUS por alta demanda global, diz Mandetta

Ministro da Saúde deve levar pauta para Organização Mundial da Saúde

Ministro da Saúde deve levar pauta para Organização Mundial da Saúde

Ministro da Saúde deve levar pauta para Organização Mundial da Saúde | Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil / CP

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O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou nesta segunda-feira, que o custo da vacina de sarampo deve aumentar por causa da alta procura mundial. O imunizante é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ele, há falta de fornecedor global de vacinas para a quantidade comprada pelo País. "Ontem (domingo), o Brasil propôs uma reunião estendida, com mais de dez países, onde pautamos a questão da vacina e a crise de vacina, que é global, já que o sarampo voltou em praticamente todos os continentes. Os Estados Unidos estão numa luta enorme contra o sarampo, México com dificuldade de abastecer, e o Brasil com São Paulo concentrando os casos, e pouquíssimos produtores mundiais de vacina. Imaginamos que o preço da vacina deve ter tendência de alta, porque vai acabar prevalecendo a lei de mercado", disse Mandetta, a jornalistas, em Washington.

O ministro participa de reunião de ministros da Saúde das Américas, na Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), na capital americana. O ministro afirmou que o País foi apoiado a levar a pauta para a Organização Mundial da Saúde, para que as metas de 2020 e 2030 sobre vacinação considerem o tema como um bem imaterial da humanidade. "O Brasil percebe uma falha de mercado na produção de vacinas global", afirmou Mandetta. Ainda sobre sarampo, o ministro voltou a dizer que há dificuldade em lidar com "uma geração inteira que só tomou uma dose" da vacina. "O Brasil tem uma boa cobertura para primeira dose, que é feita aos 12 meses, mas não tem uma boa cobertura para a segunda dose do sarampo", afirmou.

Ele também disse que "um movimento anti-vacina baseado em 'fake news'" atrapalha a imunização. "E você tem um outro fenômeno, que são as mães atuais que não viram essa doença. As avós viram, mas uma geração mais jovem acha que isso não existe, minimiza, não viveu o estresse que foi controlar essas doenças", afirmou Mandetta. Em Nova Iorque, a matrícula nas escolas fica condicionada à apresentação do atestado de vacinação contra Sarampo e as famílias devem prestar contas, mesmo se alegarem motivos religiosos para não vacinarem as crianças. Um surto de sarampo na cidade acarretou na nova legislação. A prefeitura de Nova Iorque ordenou a vacinação em áreas da cidade e chegou a estabelecer inclusive multas aos que não se vacinarem.

Questionado sobre o tema, Mandetta disse ter dúvida se a política punitiva é o caminho correto. "No caso, é mais a construção de consciência mesmo", afirmou. Ele mencionou ter ido ao Congresso solicitando que as consequências da não vacinação sejam colocadas em "um patamar um pouco mais importante". O ministro quer que as escolas solicitem a carteira de vacinação na matrícula, não para impedir a inscrição da criança, mas para comunicar ao Ministério Público e ao Conselho Tutelar em caso de ausência de imunização básica.

O ministro também mencionou que quer que 100% dos homens que, aos 18 anos, se apresentam ao Exército sejam vacinados. Segundo ele, o Bolsa Família é o único programa social no Brasil que condiciona o pagamento do benefício à apresentação da carteira de vacinação em dia.


Agência Estado e Correio do Povo


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