segunda-feira, 6 de maio de 2019

Mindset da riqueza e prosperidade: como construir um novo Brasil

Fomos estimulados desde a infância, pelo modelo educacional social, a olhar o que falta.

Na escola, precisávamos focar nas disciplinas que não íamos bem, com aulas de reforço, recuperação e carregar o peso do julgamento de não ser inteligentes por simplesmente não ir bem em todas as matérias. Este modelo afasta a pessoa de desenvolver seus talentos e aptidões naturais, visando encaixar todos na mediocridade, afinal o importante é estar na média e passar em tudo.

Pela não personificação educacional, de não focar na força e no dom que cada ser humano recebe da natureza, formatamos os futuros adultos para a incompreensão de si mesmos e por consequência para uma vida frustrada, ausente de sentido, buscando as respostas fora. E um dos efeitos é uma humanidade viciada em medicamentos para tentar solucionar apenas o fenômeno, e não a causa.

Este mindset individual, micro acaba refletindo no social, macro. Afinal uma sociedade é composta por pessoas e é apenas o reflexo destas. Assim como o corpo é o conjunto de suas células e órgãos, que quando não estão bem refletem no todo.

O mito da caverna de Platão retrata o que seria o ser humano que poderia conduzir a sociedade para além da escuridão: aquele que busca a sabedoria. Sair da caverna é ir em busca da verdade, ancorada nas leis da natureza, para depois poder conduzir e liderar os demais. E esta busca da verdade não é externa, e sim interna.

Neste processo, é necessário o mindset da prosperidade, de olhar o que se tem, e não apenas focar no problema, no que falta.

E percebo que aqueles que conduzem o país estão a olhar apenas a sombra, e não a oportunidade, o que pode realmente nos levar à um novo caminho de crescimento, riqueza, desenvolvimento humano e liderança global.

Evidente que problemas complexos não podem ser solucionados com apenas um projeto, mas atacar apenas o fenômeno não nos levará para o patamar que podemos, merecemos e queremos chegar. Precisamos de um novo propósito, de um ideal de nação que nos conduza ao novo Brasil.

Ao invés de olharmos o nível de desemprego, precisamos olhar para um dos setores que mais emprega e mais tem falta de mão de obra: o de inovação e tecnologia.

Estamos pensando e agindo no velho mundo, enquanto a nova economia entra sem pedir licença. Até 2024 faltarão 600 mil profissionais, qualificados para o setor de tecnologia e inovação.

Se tivermos um projeto de país de desenvolver pessoas para esta área em 5 anos estaríamos injetando, apenas considerando os salários, no mínimo 1 trilhão e 200 bilhões na economia brasileira por mês, sem contar o volume de projetos, negócios e impostos que se gerariam.

Ao focar na oportunidade, geraríamos soluções para o desemprego, competitividade global, previdência, entre outros fatores que impactam diretamente ou indiretamente a vida de milhões de brasileiros.

Podemos formar jovens de periferias, do interior, das áreas rurais, pessoas acima de 60 anos desempregadas, gerando novas oportunidades de emprego. Os benefícios? Podemos vender para o mundo, com valor agregado (o que tanto falta para as commodities), os novos profissionais poderão trabalhar de suas cidades, afinal o setor de tecnologia permite trabalhar a distância, além de ser uma indústria limpa.

Competir com o setor industrial tradicional após o fenômeno China é complexo, mas competir na indústria da tecnologia e inovação ainda é possível e para isso precisamos ter um projeto de país para nos diferenciar na qualificação humana deste setor. Nesta missão precisamos da união de todos os setores – público, privado, universidades, sociedade civil.

Em 10 anos podemos ter um novo Brasil, mas para isso precisamos parar de olhar a escassez, para o que falta, e o olhar a oportunidade que pode realmente transformar nossa economia e sociedade.

Dynamic Mindset

Procuradores creem que Bolsonaro, apesar de falas, seguirá lista para PGR

Pedro Ladeira/Folhapress

Bolsonaro escolherá substituto para Raquel Dodge, cujo mandato à frente da PGR se encerra em setembroImagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Eduardo Militão

Do UOL, em Brasília

Erramos: este conteúdo foi alterado

Apesar das declarações de Jair Bolsonaro (PSL) sobre a escolha do novo chefe da Procuradoria Geral da República (PGR), membros do Ministério Público Federal (MPF) acreditam que o presidente manterá a prática iniciada em 2003 e escolherá um dos três nomes indicados pela classe.

A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) faz eleição interna entre mais de 1.100 procuradores de todo o país e, desde o governo Lula, um dos três mais votados tem sido indicado pelo presidente da República para o cargo - hoje ocupado pela procuradora-geral Raquel Dodge, cujo mandato se encerra em setembro.

Sobre a escolha de substituto para a vaga, Bolsonaro disse que só vai "acolher se incluírem um nome nosso". "Não tem sentido colocar um inimigo." Após a indicação do presidente, o nome ainda é submetido ao Senado.

Por que procuradores creem que Bolsonaro respeitará lista

Alguns argumentos foram elencados por procuradores de alto escalão ouvidos pelo UOL para justificar por que eles acreditam que Bolsonaro seguirá a lista tríplice:

Razões que podem levar Bolsonaro a não observar a lista

A lista tríplice oferecida pela ANPR é uma espécie de sugestão técnica da categoria:

  • Por lei, o presidente não é obrigado a escolher nome sugerido pelo MPF.
  • Há precedente: Fernando Henrique Cardoso (PSDB) não considerou a lista, quando ela foi criada pela primeira vez. Ele reconduziu várias vezes Geraldo Brindeiro ao cargo, que tem dois anos de duração e o poder de denunciar criminalmente o próprio presidente da República durante seu mandato. Isso ocorreu na Operação Lava Jato três vezes, durante os mandatos de Rodrigo Janot e Raquel Dodge, os últimos comandantes da PGR, que ofereceram denúncia contra Michel Temer.
  • Nomes ligados à direita, como o dos subprocuradores Bonifácio Andrada, conservador e católico, e o de Paulo Gonet, membro da Opus Dei e ex-sócio de Gilmar Mendes no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), devem ter poucos votos entre os colegas do MPF e podem não estar na lista oferecida a Bolsonaro.

Reportagem da Folha de S.Paulo afirma que assessores do presidente o orientaram a escolher um nome sênior. Isso excluiria, por exemplo, o procurador de primeira instância Ailton Benedito, que defende posições como o uso de armas pelos cidadãos.

Ailton Benedito

@AiltonBenedito

Psicopatas, usando armas ilegais, invadem escola, matam crianças, adolescentes e outras pessoas indefesas. Imediatamente, DESARMAMENTISTAS de plantão apresentam sua mágica solução: proibir armas legais para que as vítimas nunca tenham chance de se defender de psicopatas armados.

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23:19 - 13 de mar de 2019

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'Candidaturas light'

Dentre os pré-candidatos conhecidos até o momento, têm grandes chances entre os colegas por estarem no topo da carreira: Mário Bonsaglia, que já compôs a lista duas vezes, mas não foi escolhido por Dilma, nem Temer; Luiza Frischeisen e Nívio Freitas.

Eles não teriam ligações com a direita, mas também não com a esquerda, lembra um procurador das primeiras fileiras. Ainda assim, todos atuaram em áreas que costumam desagradar o presidente Jair Bolsonaro: controle externo da atividade policial, meio ambiente e controle de armas. Luiza é coordenadora da câmara criminal e tem bom trânsito com a Lava Jato. Mas um procurador acrescenta que, por ser ligada a Janot e a Dino, ela sofreria resistências do presidente da República.

Também anunciaram que querem se candidatar os procuradores regionais Vladimir Aras, Blal Dalloul e Lauro Cardoso. Aguarda-se saber se Raquel Dodge vai tentar a reeleição ou lançar seu vice, Luciano Mariz Maia.

Lava Jato

Outra opção ventilada entre os membros do MPF seria Bolsonaro nomear alguém da Operação Lava Jato para a PGR.

O coordenador da força-tarefa do caso no Paraná, Deltan Dallagnol, um desses nomes, entraria facilmente para a lista tríplice, aponta um colega. No entanto, Dallagnol já declarou que não tem interesse em tornar-se procurador-geral da República.

Deltan Dallagnol

@deltanmd

Corrupção pode ser mais importante que economia nas eleições, segundo avaliação de banco suíço http://bbc.in/2FkBoLj

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10:30 - 2 de fev de 2018

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Ilustração de corrupção

Corrupção pode ser mais importante que economia nas eleições, segundo avaliação de banco suíço

É o que mostra estudo do UBS enviado a investidores estrangeiros.

bbc.com

354 pessoas estão falando sobre isso

E apesar de não ser proibido, nomear alguém que não esteja no topo da carreira -- caso de Dallagnol e Ailton Benedito -- pode ferir brios dentro e fora da Procuradoria.

"Acha que um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) vai aceitar um procurador de primeira instância na bancada do plenário?", ironiza um procurador regional. Para ele, só os subprocuradores-gerais têm alguma viabilidade política.

Entenda a disputa no Ministério Público:

Os pré-candidatos até agora:

  1. Subprocurador Mário Bonsaglia
  2. Subprocuradora Luiza Frischeisen
  3. Subprocurador Nívio Freitas
  4. Procurador regional Vladimir Aras
  5. Procurador regional Blal Dalloul
  6. Procurador regional Lauro Cardoso

O subprocurador Augusto Aras anunciou que concorre à indicação do presidente da República, mas não vai disputar as eleições para compor a lista tríplice

Prazo para inscrição de candidaturas: De 6 a 15 de maio

Campanha e debates: 16 de maio a 17 de junho

Eleição: Junho

A formação da lista: Os três candidatos mais votados formam uma lista tríplice de procuradores que podem assumir a PGR

O que acontece depois?
1- A ANPR entrega a lista ao presidente da República, para que ele a avalie, independentemente da quantidade de votos que receberam.
2- O presidente indica um nome, de dentro ou de fora da lista, para ser nomeado procurador-geral da República
3- O indicado é sabatinado pelo Senado. Lá, é avaliado em duas votações pelos senadores, em comissão e no plenário. Se for aprovado, ele é nomeado o novo procurador-geral

Início do mandato: 17 de setembro de 2019, para dois anos

Errata: o texto foi atualizado

Lula, Dilma e Temer escolheram para a PGR um integrante da lista tríplice oferecida pela ANPR, mas não necessariamente o mais votado. A informação foi corrigida no texto.


UOL Notícias

"O combinado era envelhecermos juntos", diz viúva de PM da Rota morto em SP

Gabriel Sabóia

Do UOL, no Rio

Pouco mais de 24 horas depois do assassinato do policial militar da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) Fernando Flávio Flores, na porta de casa, a mulher dele, Alecsandra Flores, se manifestou nas redes sociais.

"O combinado era envelhecermos juntos, mas tiraram você de mim. Sei que vou ser forte pelos nossos filhos, mas vai doer para o resto da minha vida. Te amo", disse em postagem compartilhada na manhã de hoje. Amigos e familiares se solidarizaram com a viúva e os três filhos do casal.

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Em seu perfil no Facebook, Flores exibia fotos orgulhoso por trabalhar na Rota e pelas vitórias do seu time do coração, o São Paulo. No último dia 30, ele compartilhou uma publicação na qual se dizia "de luto por um amigo". Nos comentários, outros policiais lamentam a morte de um colega.

Flores foi executado na porta de casa na manhã de ontem (4) no bairro de Interlagos, na Zona Sul de São Paulo. Imagens de segurança da região mostram que a ação aconteceu rapidamente, no momento em que o policial saía da garagem de casa. Os criminosos emparelharam o veículo branco no sentido oposto, efetuaram os disparos, desceram do carro para se aproximar do policial e fugiram.

O corpo do policial foi enterrado na manhã de hoje no Cemitério Campo Grande, na zona sul de São Paulo. Estiveram presentes senador Major Olimpio (PSL), o deputado estadual Delegado Olim (PP) e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

Colega relatou ameaça

Divulgação/Polícia Civil

Carro em que estava o policial da Rota foi atingido por tiros de fuzilImagem: Divulgação/Polícia CivilEm depoimento, um policial que trabalhava com Flores informou que a vítima já havia sido ameaçada de morte há cerca de seis meses. As ameaças teriam partido de um presidiário conhecido como "Zé Bedéu". Apesar de relatar a existência de ameaça prévia, o policial não explicou o porquê das ameaças.

Horas depois do assassinato, ontem, um veículo semelhante ao usado pelos assassinos foi encontrado parcialmente queimado e com cartuchos de fuzil. O caso é investigado pelo DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa).

No último dia 25, outro policial da Rota foi assassinado no estado. O cabo Daniel Gonçalves Correa foi atingido por cinco tiros nas costas na zona noroeste de Santos, litoral paulista. O policial estava sem farda em um evento de divulgação de um empreendimento imobiliário.

MP analisa se morte está ligada à ação contra PCC

O assassinato do policial ocorreu um dia depois de o MP (Ministério Público) ter realizado uma operação em cinco cidades do estado contra o PCC. Os alvos da operação eram integrantes da facção que estariam estudando endereços de autoridades policiais e de investigação para matá-los.

A reportagem apurou com membros da Promotoria que o MP recebeu a notícia do assassinato do policial "com apreensão" e que analisa uma possível relação entre a ação de ontem e o crime de hoje.

MP também avalia se os ataques contra os dois policiais da Rota ocorreram em represália à ação que envolveu a corporação e que terminou com 11 ladrões de banco mortos em confronto, em Guararema, no interior do estado, há um mês.


UOL Notícias

Romildo Bolzan Jr. se declara “envaidecido”, mas nega concorrer a cargo político

Presidente nacional do PDT, Carlos Lupi sugeriu o nome do mandatário gremista para disputar as eleições de 2022

Publicado por

Gustavo Chagas

Presidente garantiu não disputar eleições enquanto permanecer no comando do Grêmio | Foto: Lucas Uebel / Grêmio / Divulgação CP

O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Jr., negou o interesse de disputar cargo público enquanto estiver no comando do clube. O dirigente falou em entrevista ao repórter Geison Lisboa, minutos antes da partida entre o tricolor gaúcho e o Fluminense, neste domingo. Ex-prefeito de Osório pelo PDT, Bolzan se disse “envaidecido” pela lembrança, mas ponderou que não se utiliza do mandato no Grêmio para alimentar aspirações políticas. “Eu não gosto disso”, respondeu.

Ouça a resposta de Romildo Bolzan Jr.


Na quinta-feira (02), o presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, disse que o PDT está trabalhando para que Romildo seja candidato. “É um dos melhores quadros e mais preparados do Brasil, ele tem sido um baita dirigente e olha que o futebol é pior que partido político”, afirmou Lupi. “Ele consegue ser respeitado até pelo torcedor colorado”, brincou o líder pedetista em entrevista ao programa Esfera Pública.

Nesse sábado, sócios tricolores autorizaram uma reforma no estatuto do clube, permitindo ao atual Conselho de Administração participar da disputa pela presidência do Grêmio no fim do ano. Desta forma, Romildo Bolzan Jr. pode concorrer pela terceira vez e, se vencer, permanece no cargo até 2022, ano das próximas eleições nas esferas federal e estadual.


Rádio Guaíba


Incêndio em avião deixa 41 mortos na Rússia; vídeos

Como as redes sociais podem fazer você gastar mais e prejudicar suas finanças pessoais

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As redes sociais estão repletas de imagens que ostentam felicidade – e podem levar usuários a economizarem menos.

Poucas semanas antes de viajar para a Irlanda com o marido, Visage Vijay, de 37 anos, precisa decidir se vai fazer uma aquisição importante durante as férias. Ela está refletindo se está disposta a pagar US$ 3 mil em sua primeira bolsa Chanel, após ter visto amigos e celebridades usando o acessório em fotos no Instagram.

"Eu tenho essa ideia fixa de ter uma bolsa Chanel, é algo que eu provavelmente vou ter de fazer em breve", afirmou. "No Instagram, adoro ver bolsas".

Esta não seria a primeira vez que a gerente de segurança de medicamentos, que mora em Toronto, no Canadá, esbanja dinheiro inspirada em postagens no Instagram.

Ela gastou uma quantia semelhante em uma bolsa Prada durante uma viagem à Itália em 2017. Tudo o que ela faz - seja sair para jantar em restaurantes de alta gastronomia ou aulas de estilo para comprar roupas - está ligado de alguma forma com o que ela vê na plataforma de rede social.

"Mesmo que eu veja algo que me interesse em outro lugar, tenho o hábito de checar a hashtag no Instagram para ver o que outras pessoas postaram a respeito", conta Vijay. "Não é como um anúncio. São pessoas reais fazendo coisas reais. Eu sou influenciada apenas a ver e fazer o que eles estão fazendo, porque parece que elas estão curtindo."

Mas essa satisfação tem um custo. Um estudo recente da Universidade da Califórnia, nos EUA, e da Universidade de Toronto, no Canadá, mostra que as pessoas estão gastando mais e economizando menos porque só veem o que os outros estão consumindo, e não o que estão poupando – e as redes sociais exacerbaram essa concepção.

Isso gera uma percepção equivocada, chamada de viés de visibilidade, que os pesquisadores sugerem estar mudando nossos hábitos de consumo.

O que é o viés de visibilidade?

Um dos autores do estudo, David Hirshleifer, professor da Universidade da Califórnia em Irvine, explica que o viés de visibilidade surge a partir da maneira como interagimos em ambientes sociais. As pessoas tendem a falar sobre as coisas que estão fazendo, diz ele, o que significa que destacamos mais o consumo do que o não consumo.

"Se eu for até a casa de um amigo, eu posso ver ele tomando café em uma xícara barata ou usando roupas que não são caras", diz Hirshleifer. "Mas se eu der uma olhada [no perfil dele] na rede social, ele pode estar postando sobre um restaurante caro ou uma viagem incrível que fez."

Segundo ele, qualquer tipo de comunicação que não seja de pessoa para pessoa vai criar um viés de visibilidade maior. Esta concepção tem orientado cada vez mais as tendências de compra, à medida que os meios de comunicação se tornam mais baratos e variados.

"A queda nos custos de comunicação de longa distância, a ascensão da televisão a cabo e do videocassete e, posteriormente, a chegada da internet aumentaram muito a capacidade que os indivíduos têm de observar o consumo dos outros", diz o estudo.

O aumento da consciência sobre o que as outras pessoas estão fazendo não apenas nos faz gastar mais, dizem os especialistas, como também nos leva a suposições equivocadas sobre nossa própria situação financeira e perspectivas de ganhos futuros.

Amplificação

Bing Han, coautor do estudo e professor da Universidade de Toronto, afirma que quando se trata de poupar, as pessoas aceitam dicas de outros indivíduos em suas redes sociais porque consideram suas situações socioeconômicas semelhantes.

"Essa sinalização dos meus 'semelhantes' sobre o que eles pensam em relação ao futuro, aumento dos rendimentos, e as atitudes que eles tomam a respeito, meio que me oferecem algum tipo de pista sobre o meu futuro", diz ele.

Toda vez que você posta nas redes sociais sobre uma experiência ou algo que comprou, tem o potencial de influenciar seus seguidores.

"É o tipo de efeito dominó que leva outras pessoas a fazerem alguma coisa. Não é necessariamente que se sintam pressionadas, é como se elas aprendessem com sua atividade, com seu consumo ", explica. "Você tem essa crença e sua crença é relevante para elas. Elas meio que adaptam estratégias e comportamentos semelhantes."

Os autores do estudo afirmam que o viés de visibilidade foi ampliado pelas redes sociais, uma vez que a atividade de consumo fica bastante visível.

Stephane Couture, professor assistente de comunicação do Glendon College, da Univesidade de York, no Canadá, explica que a cultura promocional das redes sociais oferece aos usuários uma plataforma para exibir seus gastos.

"O padrão de consumo existia antes das redes sociais: essa ideia de que, se as pessoas ao nosso redor estão consumindo, tendemos a consumir mais. De uma maneira geral, as redes sociais estão apenas ampliando essas tendências", avalia.

Promoção x praticidade

Os autores da pesquisa destacam que o viés de visibilidade pode ajudar a entender por que as taxas de poupança pessoal nos EUA - a quantidade de renda disponível que as pessoas economizam - caíram a partir dos anos 1980. Naquela época, as taxas giravam em torno de 10%; bem acima dos cerca de 3% registrados em 2007.

Os pesquisadores apontam para uma tendência similar nos países desenvolvidos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O relatório mais recente do governo americano mostra que as taxas oscilaram entre 6% e 7% em 2018, embora o endividamento pessoal continue a crescer.

Vijay reconhece que, se não esbanjasse comprando uma bolsa de marca, provavelmente economizaria dinheiro ou usaria para algo mais prático, como reformar sua casa.

"O pensamento às vezes passa pela minha cabeça - que eu não estou sendo prática", diz ela. "Nossa casa está um pouco velha. Se algo precisar ser consertado, talvez tenhamos de usar nossas economias, em vez de ter o dinheiro disponível."

O gerente financeiro Parth Bhowmick, de 28 anos, que também vive em Toronto, acredita que o Instagram faz com que ele gaste pelo menos mais US$ 150 por mês em comida, porque acaba saindo para jantar de quatro a cinco vezes por semana. Um de seus amigos administra uma conta no Instagram que promove restaurantes.

"Às vezes, entro no feed dele e vejo que ele está em um restaurante chinês. Isso planta uma semente na minha mente de que eu não como comida chinesa há algum tempo. E penso que talvez eu deva comer (comida chinesa)", relata.

Bhowmick conta que o que começou como uma busca por ideias de restaurantes se transformou em um hábito de sair para jantar vários dias por semana com a namorada. Ele acredita que provavelmente comeria fora menos vezes se não estivesse no Instagram – por isso, tentou reduzir o número de perfis relacionados a restaurantes e comida que segue.

"Eu percebi que isso diminuiu a quantidade de vezes que eu tenho vontade de sair para ir a um restaurante ou experimentar algum prato que não conhecia."

Ainda assim, Bhowmick diz que ficou surpreso ao constatar quanto ele gasta por mês comendo fora. "Vai acumulando, quando você olha para trás no fim do mês e faz um cálculo do que você gastou..." "Isso me lembra que eu poderia estar cozinhando e não gastar tanto", avalia.

Vivemos em uma bolha?

Hirshleifer diz que um dos objetivos do estudo era tornar as pessoas mais conscientes sobre seus gastos. "Os psicólogos descobriram algumas vezes que, se alguém toma consciência de um viés psicológico, isso pode reduzir o viés", explica.

Couture alerta, por sua vez, que as pessoas precisam ter cuidado para não serem enganadas pela bolha da rede social. "A ideia da bolha é que, como selecionamos nossos amigos nas redes sociais, criamos uma bolha, de modo que só existe a realidade na qual nossos amigos confirmam aquilo em que já acreditamos", diz ele.

Mas quando se trata de gastar e economizar, as pessoas talvez precisem olhar além da "realidade" da rede social, acrescenta.

Fonte: BBC - Brasil - 03/05/2019 e SOS Consumidor