quarta-feira, 8 de março de 2017
Arrastão nas proximidades do túnel da Conceição, em Porto Alegre
O SANTO DA MANGUEIRA E A CONFUSÃO ENTRE CENSURA E CRÍTICA
Por Lucas Berlanza, publicado pelo Instituto Liberal
Com um enredo sobre o sincretismo religioso popular do Brasil, a tradicional Estação Primeira de Mangueira levou para a Sapucaí um tripé mostrando uma imagem típica de Jesus Cristo – outras escolas recentemente levaram imagens do Cristo Redentor – com uma imagem representando Oxalá por trás, simbolizando a mistura entre santo e orixá construída por algumas religiões afro-brasileiras. Classificada para o Desfile das Campeãs, a Mangueira não levou o tripé novamente para a Sapucaí. O motivo? Segundo os noticiários, a pressão da Arquidiciocese do Rio junto à Liga das Escolas de Samba e à escola teria determinado a decisão.
Pronto. As mais diversas reações surgiram. Indignação com a “censura”, críticas ao que supostamente seria uma afronta ao Estado laico, agressão contra a cultura popular; do outro lado, aqui e acolá, algumas vozes celebrando a “justiça” feita em nome da Igreja contra a sua profanação. Onde a razão nisso tudo?
Dividamos o tema por partes. Em primeiro lugar, mesmo sendo folião e sambista, jamais deixei de reconhecer que o desfile das escolas de samba tem um “vício de origem”: ainda que não majoritariamente, a presença de recursos públicos na festa, sob a forma de subvenções oferecidas pela Prefeitura diretamente às escolas. “Ah, mas esse investimento é comparativamente pequeno e a cidade tem um enorme retorno”. Sim; mas isso não muda o fato de que ele tem origem em pessoas que podem não gostar do evento, e talvez não gostariam de ver o seu dinheiro investido nele. Sustento ainda – contra grande parte dos formadores de opinião no Carnaval – que seria perfeitamente possível manter a festa com recursos privados, e que o fato de a origem dos recursos ser privada, com bom planejamento, não faria com que o acontecimento fosse menos “cultural”. Estado e cultura não são sinônimos imperativos, e por vezes o primeiro atrapalha e limita a segunda.
No meu antigo texto Parada gay ou micareta cristofóbica?, comentei que os cristãos tinham decuplicadas as propriedades para criticar a encenação de uma transexual crucificada na Parada Gay (como se fosse o Cristianismo a grande fonte de hostilidade aos homossexuais nos dias de hoje), uma vez se sentindo ofendidos, porque o dinheiro público era usado para financiar aquele evento. Só porque, desta vez, se trata de um evento de que eu gosto, não posso ser incoerente de negar o mesmo direito.
Se concordo com a crítica? Pessoalmente, não. É claro que não sou católico e para mim tanto a imagem de um santo quanto a imagem de um orixá não passam de obras de arte com significado cultural, sem qualquer sacralidade para a minha fé particular; acredito, porém, posta de lado essa ressalva, que a escola tão-somente reproduziu um fato cultural e social, sem qualquer caráter ofensivo. Não vejo no tripé nenhuma agressão ao Catolicismo ou à comunidade católica e considero o incômodo exagerado.
Ainda não é esse, porém, o ponto principal, concordemos ou não com o que disse a Igreja, e houvesse ou não verba pública no desfile. O fato é que, em notícia posterior, a própria Igreja disse que não “exigiu” coisa alguma; não houve, o que é ainda mais evidente, nenhuma imposição judicial para que a LIESA e a Mangueira tomassem a decisão que tomaram. Quem bateu o martelo para não levar o tripé foram a entidade representativa e a escola de samba, não a Igreja Católica ou a Justiça. Caras pálidas, se você diz que não gostou de alguma coisa, e a outra parte resolve acatar a sua reclamação – supondo que ela efetivamente aconteceu -, essa outra parte acatou a contestação por sua livre vontade. Em que dicionário isso poderia ser chamado de “censura”, se não houve imposição? O que houve, se houve, foi uma crítica, e duas entidades teriam resolvido então fazer uma política de boa vizinhança e levá-la em consideração.
“Ah, mas Lucas, a Igreja é poderosa. Você não pode ignorar o poder que ela tem para pressionar”. Bla, bla, bla. Acho isso um tremendo de um exagero; contudo, se a Igreja conquistou, pelo próprio desenvolvimento histórico da sociedade, alguma posição social e cultural, se ela tem muitos adeptos, se ela tem muita influência, se há que considerá-la como representante de uma corrente de pensamento popular relevante, qual é a sugestão dos que veem nisso motivo para temer pelo “Estado laico”? Impor a força do Estado sobre a Igreja para conter essa suposta “influência” natural? Não é isto sim o cúmulo do autoritarismo?
Quando entidades do agronegócio se manifestaram contra uma ala da Imperatriz Leopoldinense que julgaram ofensiva ao seu ofício, ouvi coisa semelhante: “precisamos nos mobilizar contra a censura dessas elites”. Uma estranha mentalidade vitimista e coitadista parece ter alterado a concepção dos termos, a ponto de a crítica, a manifestação livre de posicionamentos e opiniões, se ter transformado em uma censura.
Amo o samba. Adoro a Mangueira. Ocorre que as pessoas, instituições religiosas, entidades representativas de grupos organizados, têm o direito de dizer o que pensam e sentem, de expressar seus incômodos, assim como eu tenho o direito de dizer que discordo e os sambistas têm o direito de levar o que quiserem para a avenida. Uma sociedade em que a discordância e o desagrado ainda são vistos como sinônimo de censura, me desculpem, não é uma sociedade madura.
O LEGADO DO PT: PIB CAI 3,6% EM 2016 E PAÍS TEM A PIOR RECESSÃO DA HISTÓRIA!
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu pelo segundo ano seguido em 2016 e confirmou a pior recessão da história, segundo dados divulgados nesta terça-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A retração foi de 3,6% em relação ao ano anterior. Em 2015, a economia já havia recuado 3,8%. Essa sequência, de dois anos seguidos de baixa, só foi verificada no Brasil nos anos de 1930 e 1931, quando os recuos foram de 2,1% e 3,3%, respectivamente.
Como a retração nos anos de 2015 e 2016 superou a dos anos 30, essa é a pior crise já registrada na economia brasileira. O IBGE e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) dispõem de dados sobre o PIB desde 1901.
“Se a gente olhar o biênio, a retração foi de 7,2%. A gente nunca teve um biênio com uma queda acumulada destas”, disse Rebeca de La Rocque Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE. A série histórica do IBGE vai até 1948.
O que comentar? Não foi por falta de aviso. Os economistas sérios alertaram sem parar que o modelo petista iria dar nisso. A Nova Matriz Macroeconômica, o nacional-desenvolvimentismo, a expansão fiscal e monetária, com um Banco Central subserviente ao Planalto, as estatais fomentando investimentos com critérios políticos, os bancos públicos estimulando empréstimos sem lastro, o BNDES fazendo a escolha dos “campeões nacionais”, tudo isso foi o marco da gestão esquerdista do PT nos últimos anos.
Eis aí o resultado: A PIOR RECESSÃO DA HISTÓRIA! Não é pouca coisa. Não é para qualquer um. É obra de muito esforço, estupidez, corrupção e atraso ideológico. Algo que só mesmo o PT seria capaz de realizar. Parabéns a todos os envolvidos!
PS: Diante desse quadro trágico, eis que alguns “intelectuais” querem a volta de Lula, o maior causador dessa desgraça toda. É caso de hospício, ou de cadeia…
Rodrigo Constantino
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TRUMP ESTÁ CERTO EM QUERER REDUZIR REGULAÇÃO BANCÁRIA: NÃO FOI FALTA, MAS EXCESSO DE REGULAÇÃO QUE CAUSOU A CRISE DE 2008
Photo by OwenDB/Black Star***
O Dodd–Frank Wall Street Reform and Consumer Protection Act, nome pomposo para um calhamaço de milhares de páginas de regulação bancária criada após a crise de 2008, é defendido por muita gente, normalmente leigos em economia ou banqueiros grandes de Wall Street. E quando os próprios banqueiros aplaudem mais controle estatal, o sinal de alerta logo se acende.
No fundo, sempre que há excessiva regulação numa determinada indústria, quem se beneficia disso são os grandes grupos já estabelecidos naquele setor. Não é difícil compreender o motivo: quem pode arcar com o pesado custo regulatório senão quem já é gigante? Regulação excessiva representa enorme barreira à entrada de novos players, ou seja, de competidores. E isso é música para o ouvido dos grandões.
De fato, os efeitos da Dodd-Frank foram justamente aqueles previstos pelos liberais, e podemos dizer que o resultado foi um fracasso. As críticas são várias, e mostram como o peso regulatório custou caro ao setor, dificultando sua recuperação, e também colocou em xeque o “império das leis”, pelo teor arbitrário da lei.
Por isso a típica simbiose entre partidos de esquerda e grandes empresas. Trata-se de um conluio que visa a proteger não o consumidor, mas os que dominam o setor em questão. E Trump quer acabar com isso, declarou guerra a essa regulação absurda produzida pela gestão Obama. Merece o apoio de todos os liberais nessa batalha. Expliquei melhor o motivo aqui. Agora, resgato um texto antigo mostrando como a crise de 2008, pretexto para essa regulação bizarra, no fundo não foi causada por falta de regulação, mas por excesso.
A Crise Vista por um Prisma Liberal
Virou “lugar-comum” culpar o livre mercado pela atual crise que assola o mundo. Em todo lugar se escuta que a ausência de regulação e a ganância dos capitalistas estão na raiz dos problemas. Pretendo mostrar abaixo uma análise diferente das causas desta crise financeira. Meu objetivo será demonstrar que as impressões digitais do governo americano estão em todas as cenas do crime.
Em primeiro lugar, os Estados Unidos não experimentam mercados verdadeiramente livres há quase um século. O governo intervém ativamente usando tanto a política fiscal como a monetária, além de inúmeras regras regulatórias. Um dos principais preços de mercado é justamente a taxa de juros, e ela vem sendo sistematicamente manipulada pelo governo, através do Banco Central. A emissão de papel-moeda e as operações no open market são instrumentos à disposição do banco central para a criação de mais oferta monetária. Historicamente, todo governo abusou deste mecanismo, usando a inflação para financiar seus gastos. O resultado é o estímulo de mais crédito na economia, com taxas de juros artificialmente mais baixas. Investimentos que não seriam realizados numa economia realmente livre acabam se tornando atraentes, e muitos recursos são desviados para destinos indesejados.
Esses excessos estimulados pelo governo necessitam de um tempo para ajuste, sempre doloroso. Uma analogia com um bêbado pode ilustrar melhor a situação: após o consumo excessivo de álcool, uma ressaca se faz necessária para o organismo limpar as impurezas acumuladas. No entanto, o banco central americano atua como alguém que oferece novas rodadas “grátis” de bebida, postergando a ressaca, mas também aumentando os riscos. Se muita liquidez for injetada para evitar freqüentemente a ressaca, o resultado pode até ser uma cirrose. O Banco Central atua como emprestador de última instância, o que é análogo a uma rede de segurança para trapezistas. Sabendo-se a priori que esta rede de segurança estará lá para proteger no caso de uma queda eventual, os trapezistas naturalmente irão ousar mais nas manobras. É o que os economistas chamam de moral hazard.
A bolha da Internet estourou em 2000, uma fase de ajustes dolorosos era necessária, mas o governo considera tais ajustes sempre impopulares. As intervenções, como a manutenção da taxa de juros em 1% ao ano por longo período, aliviaram as seqüelas da crise, mas ajudaram a criar uma nova bolha ainda maior. Não deixa de ser curioso o fato de que era Alan Greenspan o mentor desta política, já que ele foi um ferrenho defensor do padrão-ouro no passado, objetivando justamente proteger a economia de políticas inflacionárias como esta. Durante sua gestão no comando do Fed, o mercado financeiro criou a expressão “Greenspan Put”, exatamente para se referir a esta rede de segurança garantida pelo Banco Central no caso de alguma catástrofe.
Mas a intervenção do governo não se restringiu à área monetária. O setor imobiliário sempre foi foco de muita atenção por parte dos políticos, pois a demanda pela casa própria costuma ser uma prioridade para muitos cidadãos. Em 1977 foi criado o Comunity Reinvestment Act (CRA), com o objetivo de obrigar bancos a emprestar uma parte dos seus ativos às comunidades carentes. Em 1994, o governo estendeu as metas do CRA, e em 2005, após um escândalo contábil envolvendo a Freddie Mac, o governo resolveu punir a empresa demandando mais crédito hipotecário para as classes de baixa-renda. Em outras palavras, o governo exerceu enorme pressão para que o crédito imobiliário chegasse às classes mais baixas, com menor condição de pagamento. Foi justamente este setor subprime do crédito imobiliário que experimentou o maior crescimento nos últimos anos, caracterizando uma verdadeira bolha que depois estourou.
Muito se fala sobre ausência de regulação como causa da crise também, mas alguns dados colocam esta análise em xeque. Os setores no epicentro da crise atual não eram os menos regulados, mas sim setores bastante controlados como os de seguro, bancos e financiamento imobiliário. A Fannie Mae e a Freddie Mac contavam com um órgão regulador especial, a OFHEO, cuja missão era cuidar da saúde financeira dessas empresas. Isso não impediu que o grau de alavancagem delas chegasse a cinqüenta vezes seu capital. Já o setor de hedge funds, normalmente alvo preferido como bode expiatório, perdeu com a crise, mas não tanto quanto esses outros setores mais regulados. A acusação de que o mercado americano não tem regulação é simplesmente falsa. Existem diversos órgãos reguladores, como a própriaSecurities and Exchange Commission (SEC) e o Federal Reserve System (Fed), que controlam os mercados minuciosamente. Os reguladores podem até ser acusados de negligência, mas não faz sentido falar em ausência de regulação.
Como espero ter deixado mais claro no resumo acima, as intervenções do governo americano estão no epicentro da crise atual. Evidentemente, isso não exime de culpa os agentes do setor privado, principalmente no mercado financeiro. De fato, houve claros excessos fruto de irresponsabilidade de muitos desses agentes. Mas quando todos erram ao mesmo tempo, deve-se procurar a causa em algum fator exógeno. As manipulações que o governo vem fazendo no mercado, principalmente no que diz respeito à oferta monetária, explicam melhor estes erros coletivos num mesmo momento.
Acertar o diagnóstico é fundamental para acertar o remédio. Enquanto a visão predominante for a de que o mercado falhou, a solução proposta será mais governo, mais intervenção e mais regulação. Pode-se acabar dando mais veneno em vez de adotar as medidas necessárias para a cura definitiva. Ocorreu uma bolha de crédito, mas o governo tem estimulado justamente mais crédito como solução. Os americanos foram acusados de consumismo desenfreado, mas o governo tenta estimular mais consumo e menos poupança. Tenta-se, como sempre foi o caso, evitar o impopular ajuste necessário. Salva-se empresas que deveriam falir, obrigando os pagadores de impostos a sustentar companhias ineficientes. Enfim, aplicam-se os mesmos instrumentos causadores do mal como se fossem parte da cura agora. É como tentar curar a leucemia usando sanguessugas.
É compreensível que os americanos não queiram pagar a conta dos excessos cometidos, e que os políticos tentem jogar para frente esta conta. Mas hipotecar o futuro das próximas gerações não vai resolver o problema. Os déficits criados pelo aumento dos gastos públicos terão que ser pagos eventualmente, e a emissão acelerada de moeda não passa de um imposto inflacionário disfarçado. O governo tenta uma vez mais evitar os ajustes necessários na economia, para limpar os excessos da bonança artificial. Insanidade, como lembrou Einstein, é fazer tudo igual novamente e esperar resultados diferentes.