quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Subprime à brasileira

A permissão para que Estados lancem títulos próprios de dívidas, a fim de captar dinheiro sem depender da União, é positiva, mas deve ser feita com cuidado.

A avaliação é do secretário da Fazenda de Tocantins, que destaca a PEC que tramita no Congresso e permite que os papeis sejam garantidos pela dívida ativa dos Estados.

“Não podemos criar um subprime à brasileira”, afirmou a O Antagonista.

Traduzindo: é preciso ter certeza de que as dívidas que lastrearão os papeis são boas e que os compradores desses papeis receberão seu dinheiro de volta. Do contrário, não passarão de vento, como as hipotecas americanas que detonaram a crise de 2008.

 

O Antagonista

Consumo de energia cai 0,9% e atinge níveis de 2013

Queda é consequência da crise econômica que assola o país

© Reuters

 

O consumo de energia no Brasil caiu 0,9% em 2016 em comparação com 2017, de acordo com dados divulgados pela  Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A queda no consumo é mais uma das consequências da crise econômica que o país enfrenta.

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De acordo com a coluna do jornalista Lauro Jardim no O Globo, o setor que teve o consumo mais afetado foi o industrial, com queda de 2,9% em 2016 em relação com o ano anterior.

Em segundo lugar aparece o setor comercial, que reduziu o consumo em 2,5%.

Já os setores residencial e de serviços apresentaram um crescimento de 1,4% e 1,1%, respectivamente.

O consumo geral registrado no ano passado foi de 460.001 Megawatts, que corresponde a 0,8%, menos do que em 2013, que teve consumo de 463.740 MWs.

Leia também: Confiança da indústria avança 4,3 pontos em janeiro, revela FGV

 

Notícias ao Minuto

48 horas de tensão

Judiciário, Executivo e Legislativo, cada qual com sua agonia e indefinição

 

Eliane Cantanhêde

 

Se janeiro já foi assim, com massacres, morte do relator da Lava Jato, AVC de ex-primeira-dama, febre amarela e prisão do homem que já foi o mais rico do País, imagine como vai ficar com o fim do recesso do Judiciário apressando a Lava Jato, o fim do recesso do Legislativo aumentando o pavor da Lava Jato e o Executivo fazendo de tudo para trocar a pauta real pela ideal – a da reforma da Previdência.

Os três Poderes chegaram estressados ao fim de 2016, entraram perplexos em 2017 e vão se arrastando com os nervos à flor da pele. A presidente do Supremo, Cármen Lúcia, sofre para definir o novo relator da Lava Jato. O presidente Michel Temer sofre para nomear o novo ministro do Supremo. E a sucessão nas presidências da Câmara e do Senado, que parecia tão definida, ganhou pitadas de tensão nas últimas horas.

Ao homologar as 77 delações premiadas da Odebrecht ontem, conforme antecipara o Estado, Cármen Lúcia parecia ter desanuviado o clima para a escolha do sucessor de Teori Zavascki na relatoria da Lava Jato, mas, fazendo as contas, ela só ganhou 48 horas. O relator vai ter de ser escolhido de qualquer jeito entre quarta e quinta, na reabertura dos trabalhos. 

Prudente, a ministra consultou cada colega em busca de consenso para a indicação. Pensou-se em uma brecha para nomear o decano Celso de Mello, mas essa brecha não surgiu e, além disso, ele anda com fortes dores no quadril. Depois, trabalhou-se a ideia de transferir o mais novo, Edson Fachin, para a Segunda Turma e para o gabinete de Teori, onde ele herdaria tudo, dos processos em andamento – incluída a Lava Jato – aos três juízes auxiliares. Cármen Lúcia vetou: “Não tem precedente”.

É assim que, apesar de ministros (e pessoas de bom senso) torcerem o nariz para o sorteio, não vai ter jeito. Até ontem à noite, as tratativas continuavam freneticamente no Supremo, onde até o procurador Rodrigo Janot deu uma passadinha, mas tudo caminhava para um bingo entre os da Segunda Turma: além de Fachin, recém-chegado, Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli. Façam suas apostas!

Meio fora de tom, Temer elogiou Cármen Lúcia, que “fez o que deveria fazer e, nesse sentido, o fez corretamente”. Presidente de um poder elogiando decisão de presidente de outro?! Quem elogia acaba se sentindo no direito de também discordar, certo? E se Cármen Lúcia sair por aí elogiando o programa econômico do governo? Ou criticando a repactuação das dívidas dos Estados com a União?

O fato é que, quanto mais o Judiciário mantém o ritmo ou apressa os passos da Lava Jato, mais Temer, seus ministros e sua base aliada têm o que temer (sem trocadilho), enquanto ele sofre as dores e as pressões para a nomeação do 11.º ministro do STF. Como é do meio jurídico, Temer faz questão de nomear alguém que ele conheça, com quem tenha afinidade, que jamais tenha dado um pio contra a Lava Jato e que entenda a importância da reforma da Previdência e de mudanças na área trabalhista para ampliar a oferta de empregos.

Como cada nome lançado corresponde uma avalanche de críticas, o presidente passou a avisar, meio em tom de “ameaça”: “Se eu tiver de pagar um alto preço, pago com o Alexandre”. Traduzindo: se é para apanhar com fulano ou beltrano, então ele nomeia sua opção original, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.

Por fim, tudo parecia tranquilo para a eleição de Rodrigo Maia (DEM) na Câmara e de Eunício Oliveira (PMDB) no Senado amanhã, mas, para não ficar monótono, o deputado Júlio Delgado (PSB) liderou uma ação conjunta contra a reeleição de Maia. Mais emoção e perplexidade do que no Brasil, só mesmo nos EUA. E, lá, as decisões tresloucadas de Donald Trump estão apenas começando...

 

Estadão

Cármen Lúcia tomou decisão que a crise exigia

Josias de Souza

 

Franzina e baixinha, Cármen Lúcia tomou nesta segunda-feira uma decisão à altura da crise moral que o país atravessa. Educada em colégio de freiras, formada em universidade católica, a presidente do Supremo Tribunal Federal poderia ter confiado à providência divina o futuro da Lava Jato. Mas preferiu não dar sorte ao azar. Ao homologar as 77 delações da Odebrecht, a ministra manteve o ritmo da Lava Jato. Retirou do substituto de Teori Zavascki, ainda a ser sorteado, a chance de pisar no freio.

Cármen Lúcia contrariou interesses e opiniões dentro e fora do Supremo. No Planalto e no Congresso, políticos encrencados nas investigações apostavam que a morte do relator Teori lhes proporcionaria o refrigério de um atraso de pelo menos três meses na tramitação do processo. Na Suprema Corte, parte dos ministros era contra a urgência. Alegava-se que a homologação a toque de caixa era descecessária e até desrespeitosa com o futuro relator, posto sob suspeição antes mesmo de ser escolhido. Não restou aos contrariados senão dizer “amém” à homologação. A presidente do Supremo cercou-se de todos os cuidados técnicos.

De plantão no Supremo durante as férias dos colegas, cabe a Cármen Lúcia decidir sozinha as pendências urgentes. Ela conversou com os juízes que trabalhavam com Teori. Soube que o relator da Lava Jato havia se equipado para homologar no início de fevereiro os acordos de colaboração da Odebrecht. Só faltava ouvir os delatores, para saber se suaram o dedo espontaneamente. Convidou o procurador-geral Rodrigo Janot para uma conversa. Acertou com o chefe do Ministério Público Federal o envio de uma petição requerendo a urgência nas homologações.

Munida da requisição de Janot, Cármen Lúcia autorizou a equipe de Teori a tocar as inquirições dos delatores. O trabalho foi concluído na última sexta-feira. Simultaneamente, a ministra realizou consultas aos colegas. Avaliou que as opiniões contrárias à homologação eram minoritárias. E escorou-se no regimento do Supremo para deliberar sozinha sobre a matéria, tratando-a com a urgência que a conjuntura requer. Fez isso um dia antes do encerramento do recesso do Judiciário. As férias terminam nesta terça-feira (31). Tomou um cuidado adicional: manteve o sigilo das delações.

A preservação do segredo, recebida com alívio no Planalto e no Congresso, pode ser inócua. Logo começarão os vazamentos dos trechos que ainda não chegaram ao noticiário. Mas Cármen Lúcia livrou-se de críticas, porque manteve o formato das decisões tomadas anteriormente pelo próprio Teori. O antigo relator só levantava o sigilo dos acordos de colaboração depois que a Procuradoria da República requisitava a abertura de inquéritos na Suprema Corte.

Com o aval de Cármen Lúcia, o Ministério Público pode dar sequência às investigações, equipando-se para processar e punir os envolvidos. Parte do material será enviada para Curitiba, onde são moídos os investigados que não dispõem do foro privilegiado do Supremo. A conjuntura intimava Cármen Lúcia a agir com destemor. E a ministra preferiu não trasnferir a tarefa para Deus.

 

Blog do Josias

SE UM TERRORISTA FOR MESMO SIMPATIZANTE DE TRUMP, ISSO É SINAL DE QUE TODOS SÃO TERRORISTAS?

blog

O atentado terrorista ocorrido numa mesquita canadense logo suscitou um forte comichão na esquerda global, que imediatamente farejou uma excelente oportunidade para atacar Trump e todos os seus simpatizantes. Segundos após a notícia do atentado já tinha jornalista insinuando que era fruto do clima de ódio gerado pelo novo presidente.

Não importa que o caso tenha sido no Canadá, terra “liberal” com um primeiro-ministro de esquerda. Não importa que muçulmanos sejam alvos há anos dos terroristas islâmicos, que nunca pouparam os “hereges” da própria seita religiosa. Era bom demais para deixar passar.

E a busca por associações entre o terrorista e Trump logo começou. Mas havia um detalhe, um empecilho: testemunhas relataram ter escutado “Alá é grande” em árabe quando o rapaz matou suas vítimas. Imediatamente a imprensa perdeu interesse pelo caso, dando prioridade a outros assuntos. Até que aparecesse finalmente alguma coisa para reacender o interesse desses “jornalistas imparciais”.

Seria o terrorista, afinal, um simpatizante de Trump? E se for, o que exatamente isso diz sobre todos os demais simpatizantes? Guilherme Macalossi questionou:

Se um eventual “fã” de Trump que disparou contra uma Mesquita pode ser utilizado para qualificar todos os eventuais eleitores de Trump e o Trump em si, por que um radical islâmico que, em nome de Alá, sai atropelando pessoas pela rua com uma caminhão não pode ser utilizado para qualificar todos os islâmicos e o Maomé em si?

E, como sabemos, não se tratava de um caso isolado, de um “lobo solitário”, mas de uma alcatéia, já que inúmeros atentados terroristas pelo mundo todo seguem o mesmo padrão: jihadistas matando em nome de Alá. Nesses casos todos, portanto, não seria possível fazer qualquer ligação com o Islã em si ou Maomé, mas bastaria um maluco qualquer matar e “curtir” Trump para detonar todos os eleitores do republicano? Nesse caso, e somente nesse caso, uma andorinha só faria verão? Filipe Altamir comentou:

Os detratores de Donald Trump são tão honestos que afirmam que um dos suspeitos a um atentado numa mesquita, no Canadá, é fã de Donald Trump. A principal evidência que eles têm é uma curtida na página oficial do candidato. E é claro, ignoraram e ocultaram o outro suspeito que se tratava de um imigrante marroquino chamado Mohamed Khadir. Vale salientar que testemunhas alegaram ouvir “Allahu Akbar” antes do atentado. Isso está parecendo aquele caso nos EUA em que agressores que recebiam grana da folha de pagamento do Partido Democrata iam para manifestações fingindo serem apoiadores do Trump e saiam batendo em todo mundo.*

Pergunto ao leitor: diante de tamanha seletividade hipócrita da esquerda e da mídia em geral, como ainda confiar nessa gente? Os mesmos que repetem ad nauseam que não importa a quantidade de terroristas matando em nome do Islã, pois isso jamais irá provar que há um elo entre terrorismo e islamismo, saem imediatamente da toca para usar um caso isolado, com pouquíssima evidência de ligação com o “trumpismo”, para detonar todos os milhões de eleitores e simpatizantes do atual presidente. Como levar essa turma a sério?

PS: Aos que forçam a associação entre terrorismo e Trump, peço que mostrem um só comentário do presidente incitando a agressão e a violência contra minorias. Por outro lado, aos que negam a ligação direta entre terrorismo e Islã, peço que vejam esse excelente vídeo de uma muçulmana jurada de morte, justamente por mostrar a realidade como ela é:

 

 

A esquerda cansa…

* O que tem nome árabe não é mais considerado suspeito, e sim testemunha do caso, o que enfraquece bastante essa tese.

Rodrigo Constantino