quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Se o carnaval gera riqueza, então por que a controvérsia sobre sua realização?

Em meio ao cenário de recessão que assola o Brasil desde que o “dique” que segurava a catástrofe financeira engendrada pelo PT em seus 13 anos de Planalto¹ (leia-se: logo após garantir a reeleição de Dilma), as prefeituras de mais de 70 cidades do Brasil já avisaram que não irão destinar dinheiro do pagador de impostos para a realização dos desfiles de carnaval. Não chega a parecer sandice: se eu estou passando por um período de vacas magras, natural é ficar um tempo sem frequentar festas, certo? A irresponsabilidade fiscal, ao fim e ao cabo, cobra seu preço, e supérfluos acabam entrando na lista de cortes a serem efetuados nas despesas.

carnaval-cnl

Não foi bem assim, todavia, que reagiu determinada parcela de nossa população. Em meio aos muxoxos produzidos aqui e acolá, foi possível captar três principais motivos para o azedume. Vejamos, pois, se procede a choradeira:

1) A festa pagã mais tradicional do país gera empregos:

Segundo consta dos arrazoados, o dinheiro proveniente dos cofres públicos investido na folia de momo retorna na forma de oportunidades para os envolvidos com os preparativos e a produção do evento. De fato, não há como negar o que se vê.

São criadas vagas diretas no mercado de trabalho quando a administração local repassa dinheiro para as escolas e blocos, e estas, então, compram material para a confecção de fantasias e demais adereços, adquirem instrumentos musicais e promovem gastos afins. A “indústria do carnaval”, ademais, pode ter a capacidade de gerar empregos de forma indireta, estimulando os setores hoteleiro e alimentício, por exemplo, fomentados pelos gastos dos foliões.

Mas o perrengue reside no que não se vê. Se este mesmo prefeito direcionar estes recursos para Educação e Saúde (e eu duvido que alguém de mente sana discorde deste remanejamento), outras atividades econômicas relacionadas a estes setores, da mesma forma, serão impulsionadas e poderão, então, contratar mais pessoal. E se os cidadãos não poderão gastar seus caraminguás durante os dias de apresentações – fazendo o “dinheiro circular”, o sonho dos Keynesianos² (e pesadelo de quem fica pra ver o resultado), fique tranquilo: eles acharão alguma outra coisa para gastar. E possivelmente seja mais útil, sinceramente.

Ah, mas e se a festa atrai pessoas de outros rincões? Passemos, então, ao item 2.

2) Se há demanda, então deve haver interesse publicitário:

Carnavais como o do Rio de Janeiro dispensam comentários: são espetáculos que trazem turistas de todas as partes do globo, empilhando dólares e euros nas caixas registradoras dos empreendedores locais, desde o vendedor de chá na praia até o proprietário do Copacabana Palace.

Mas é de se indagar: se este show possui um potencial de marketing tão notável, como ele não consegue se auto-sustentar? Por que as agremiações precisam de subvenção do Estado? Um evento transmitido para diversos países não tem como captar recursos por conta própria?

A resposta, ao que parece, pode ser encontrada no regulamento da liga das escolas de samba do RJ – e que costuma ser emulado, em grande parte, por outras associações do gênero Brasil afora:

regulamento

Ora, se as escolas de samba são tolhidas por suas próprias entidades representativas da ferramenta mais eficiente que poderiam utilizar para obter recursos – isto é, o merchandising – fica fácil entender porque todo ano seus diretores precisam ir com o pires na mão mendigar para o prefeito e o governador.

Não que seja o caso de fazer um carro alegórico em forma de garrafa de Coca-Cola, ou a porta-bandeira tremular um símbolo do Mcdonalds, mas ostentar marcas, de forma discreta, poderia representar a independência dos desfiles de carnaval que rendem Ibope em relação ao governo.

Eu também não gosto muito de ver anúncios na camisa do meu time, mas eu entendo que é necessário para a subsistência dele. Só fica esquisito quando há anunciantes demais. É a diferença entre aquele carro antigo colorido (de tantas marcas) da equipe March de F-1, e a eternizada em nossa memória McLaren de Ayrton Sena ostentando o Malboro no aerofólio.

Ou seja, sequer estamos diante de um caso similar aos financiamentos da Lei Rouanet, nos quais são contemplados certos artistas que jamais sobreviveriam no livre mercado – e outros muito ricos –, pelo simples fato de que os consumidores, cuja vontade é soberana, não os elegeram para brilhar nas telas ou palcos. Ao contrário: os organizadores do carnaval são capazes de gerar muita receita, mas eles não conseguem canalizá-la para seus cofres porque se recusam a fazer propaganda. Aí só resta resmungar mesmo.

3) Se não houver dinheiro público envolvido, não haverá desfiles nem nosso “sagrado” carnaval: será?

Este argumento lembra-me do início do governo Temer: “se não houver Ministério da Cultura, não haverá cultura”, diziam os incautos e os argutos. Quer dizer que as pessoas ficarão trancafiadas em casa na última semana de fevereiro, se não rolar patrocínio estatal? Não haverá samba nos morros e nas periferias? Não sairão às ruas os blocos e muambas? Não se reunirão às pessoas nas praias, nos botecos e até mesmo em suas casas para fazer uma bagunça?

Além disso, se fazem questão de desfilar, que tal um financiamento coletivo (crowdfunding), como bem ensinou o pessoal do “Libera Que Eu Conservo”³?

Conclusão: não procede a lamúria, meritíssimo. Segue o baile – seja de carnaval ou não.

¹ http://www.ilisp.org/artigos/13-graficos-que-mostram-como-dilma-rousseff-e-o-pt-destruiram-o-brasil/

²https://bordinburke.wordpress.com/2016/09/06/engracadinha-mas-ordinaria-dissecando-uma-piada-matreira/

³http://rodrigoconstantino.com/artigos/bloco-de-carnaval-libera-que-eu-conservo-mostra-que-direita-cai-finalmente-no-samba/

 

Por um Brasil sem Populismo!

Novos valores de taxas do Detran-RS começam a valer nesta quarta

Um exemplo do aumento será sentido nas renovações de CNH. Até 31 de janeiro, o custo da renovação, composto por taxa de serviço, taxa de exame médico e expedição da Carteira Nacional de Habilitação, era de R$ 196,51. Com a mudança, o total sai por R$209,44.
⬇️ Veja os novos valores ⬇️

Futuro dos cobradores de ônibus gera embate entre rodoviários e Marchezan

Sindicato da categoria deixou encontro com Marchezan antes mesmo de finalizar a conversa

Francine Silva
francine.silva@rdgaucha.com.br

Foto: Luciano Lanes /PMPA

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Tensão é a palavra que define a reunião desta terça-feira (31) entre o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr., e representantes dos trabalhadores rodoviários da Capital. Disposto a dialogar com a categoria, Marchezan ouviu as demandas do presidente do Sindicato dos Rodoviários da cidade, Adair da Silva.

A principal pauta do encontro, que durou cerca de 40 minutos, foi o reajuste da categoria, cuja data-base se encerra neste dia 31 de janeiro. “Não queremos trazer prejuízos à população, mas hoje esgota nossa negociação”, alertou Silva.

Porém, a reivindicação que mais agitou os ânimos da reunião foi a manutenção do cargo de cobrador. Para o prefeito, essa função não deve mais existir no futuro.

“Não estamos falando de demissão, mas de realidade. Essa, como outras profissões, vai deixar de existir com o avanço da tecnologia”, observou.

Sobre a negociação salarial da classe, Marchezan reiterou que a mesa de acordo não é na prefeitura, mas no sindicato patronal.

“Eu não vou entrar nessa negociação. Estou no primeiro mês de governo e não tenho como saber se as empresas têm condições de pagar mais ou em apenas uma parcela”, ponderou, lembrando que de um lado existe o trabalhador que busca aumento e, de outro, o usuário que não pode pagar mais pela passagem de ônibus.

Sem o apoio do prefeito, o Sindicato dos Rodoviários deixou o encontro antes mesmo de finalizar a conversa.

“Fomos falar com o prefeito porque estamos tentando reduzir os conflitos. Mas não podemos aceitar uma opinião que possa prejudicar os mais de 3,6 mil colegas cobradores”, defendeu Adair da Silva.

Reajuste e o valor da passagem

De acordo com o cálculo prévio apresentado pela Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP), em reunião na última sexta-feira, a tarifa técnica seria de R$ 4,30. O preço técnico calculado pelas empresas tem como base a licitação realizada em maio de 2015 que regulamenta o serviço.

Respeitando os itens determinados na licitação, o valor total da passagem tem atualmente a seguinte composição: 49% de despesa com pessoal; 22% de despesas variáveis (combustível, lubrificantes, pneus e recapagens); 9% de lucro; 6% de depreciação de capital (renovação da frota); 5% com a manutenção da frota; 5% em tributos; e 4% com despesas administrativas.

Já a EPTC apresentou três estudos: o primeiro cenário é sem reajuste dos rodoviários, ficando em R$ 3,95 a tarifa; caso haja reajuste de 5,15% parcelado em duas vezes (em fevereiro e agosto), o valor seria de R$ 4; e, em caso de reajuste de 5,15% pago de forma integral em fevereiro, o valor seria de R$ 4,05.

Ainda de acordo com a EPTC, o dissídio dos rodoviários foi estimado em 5,15% baseado na projeção do INPC de fevereiro de 2016 a janeiro de 2017.

 

Rádio Gaúcha

Privatização está na pauta da primeira viagem internacional do prefeito Doria

Doria irá atrás de interessados em seu pacote de desestatização. Saiba mais

Doria vai ‘vender’ São Paulo nos Emirados Árabes

Doria vai atrás de interessados em seu pacote de desestatização, que inclui a privatização dos complexos de Interlagos e do Anhembi

Por Estadão Conteúdo

 

João Doria

Doria: viagem para buscar investidores (Ricardo Dangelo)

O prefeito João Doria (PSDB) já marcou sua primeira viagem internacional. A partir de 12 de fevereiro, o tucano inicia um roteiro de quatro dias pelos Emirados Árabes e Catar. Serão visitados potenciais investidores em Dubai, Abu Dhabi e Doha. Doria vai atrás de interessados em seu pacote de desestatização, que inclui a privatização dos complexos de Interlagos e do Anhembi e a concessão do Estádio do Pacaembu.

Para evitar custos extras, a Prefeitura afirma que Doria será acompanhado apenas de seu secretário municipal de Relações Internacionais, Júlio Serson. Os dois viajarão sozinhos, sem assessores – segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, passagens e hospedagens serão custeadas pelos governos dos dois países.

“Vamos fazer contato com os fundos soberanos desses países com a intenção de atrair investimentos, recursos, e ajudar a gerar empregos aqui. A ideia é mostrar o potencial do Anhembi, do Autódromo de Interlagos e de outras propriedades da Prefeitura que podem ser alvo de privatização ou concessão. Acreditamos que São Paulo pode ser a alavanca para o Brasil sair da crise”, diz Serson.

Entre as propostas que serão apresentadas durante a viagem está a possibilidade de o Município vender o direito de nome (naming rights) do Pacaembu, por exemplo, ou mesmo de Interlagos, que poderia passar a chamar, por exemplo, Interlagos/Emirates, numa referência à principal companhia aérea dos Emirados Árabes Unidos.

 

Veja São Paulo