domingo, 6 de novembro de 2016

Eleições nos Estados Unidos ocorrem por meio de delegados; entenda

O eleitor norte-americano escolherá entre Donald Trump e Hillary Clinton o 45 presidente dos EUA

O eleitor norte-americano escolherá entre Donald Trump e Hillary Clinton o 45º presidente dos EUA Agência Lusa

Cerca de 120 milhões de norte-americanos vão às urnas na próxima terça-feira, 8 de novembro - para decidir quem será o 45º presidente dos Estados Unidos. Somente dois candidatos - Donald Trump, do Partido Republicano, e Hillary Clinton, do Partido Democrata - têm reais chances de ganhar o pleito e assumir o posto em 20 de janeiro de 2017.

Assim como no Brasil, a duração do mandato para presidente é de quatro anos, com direito a uma disputa para a reeleição. Também é similar a rotina de votação: no dia das eleições, os eleitores vão às urnas e votam no candidato de sua escolha, de modo secreto. No entanto, o voto não é creditado diretamente ao candidato.

Eleições indiretas

Isso ocorre porque, nos Estados Unidos, a eleição é indireta, ou seja, os candidatos não são eleitos diretamente pelo povo, como no Brasil, e sim por um colégio eleitoral. Os votos dos eleitores de cada estado (ainda que dados para candidatos específicos) servem para eleger delegados no Colégio Eleitoral. São estes os responsáveis pela escolha final do futuro presidente.

Os 50 estados norte-americanos e mais a capital Washington têm um número definido de delegados no colégio eleitoral, que é proporcional ao tamanho de cada unidade territorial. A Califórnia, por exemplo, o estado mais populoso do país com mais de 37 milhões de habitantes, tem 55 votos no colégio eleitoral. O estado de Wyoming, pouco povoado, e a capital Washington, têm três delegados cada. Como há 538 delegados, para que um candidato ganhe as eleições presidenciais é preciso alcançar metade do total mais um. Ou seja, precisa ter 270 votos.

Voto antecipado e facultativo

Ao contrário do que ocorre no Brasil, nos Estados Unidos vários estados permitem o voto antecipado, um mecanismo criado para evitar longas filas e tumulto no dia das eleições. Pelo processo antecipado, o eleitor pode mandar seu voto pelo correio, até mesmo do exterior, ou depositá-lo em locais predeterminados.

O voto antecipado é uma das grandes preocupações das campanhas políticas de cada candidato. Por meio dele, as campanhas tentam assegurar o maior número de eleitores e garantir uma tendência favorável para seu candidato antes mesmo da data do pleito.

Outra diferença entre o processo eleitoral brasileiro e norte-americano é que nos Estados Unidos o voto é facultativo. Se não comparecer às urnas, o eleitor não precisa apresentar justificativa, nem pagar multa.

Por isso, durante a campanha eleitoral, os candidatos passam boa parte do tempo tentando mobilizar os eleitores para que compareçam aos locais de votação. Para votar é necessário fazer o cadastramento eleitoral.

Vencedor leva tudo

Todos os estados, menos Maine e Nebraska, usam o sistema de eleição de delegados conhecido como the winner takes all (o vencedor leva tudo, em tradução livre). Isso significa que, se ganhar a maioria dos votos dos eleitores em determinado estado, o candidato leva todos os delegados daquele estado.

O número de delegados de cada unidade territorial corresponde à soma do número de assentos do estado na Câmara dos Deputados (Casa dos Representantes) e no Senado, mais três delegados da capital, Washington – que não tem senadores nem deputados.

O fato de cada Estado ter uma quantidade própria de representantes, determinada proporcionalmente pelo tamanho de sua população, cria algumas peculiaridades nas eleições dos Estados Unidos. Por exemplo, o sistema permite que, no final das eleições, um determinado candidato hipoteticamente obtenha mais votos totais do que outro candidato e, ainda assim, acabe derrotado no Colégio Eleitoral por ter perdido a disputa nos estados mais populosos.

Na prática, isso ocorreu pela última vez em 2000. O candidato republicano George W. Bush derrotou o democrata Al Gore no colégio eleitoral por 271 votos a 266, embora tenha perdido na soma geral da preferência dos eleitores (47,87% contra 48,38%, ou 500 mil votos a mais para o democrata). Foi a quarta vez que esse fenômeno ocorreu em toda a história da democracia americana.

Anúncio dos resultados

Estas características, aliadas ao alto grau de autonomia das leis eleitorais de cada Estado, fazem também com que o tempo em que o resultado das eleições é anunciado varie de ano a ano. Em 2000, devido a polêmicas na Flórida, o processo de contagem dos votos demorou mais de um mês. Já em 2008, devido à boa vantagem de Barack Obama em muitos estados, o democrata já era o presidente eleito no final do dia da votação.

A escolha nos partidos

A decisão sobre os candidatos nos partidos norte-americanos é feita por meio de uma programação complexa e demorada denominada prévias eleitorais. Em um período nunca inferior a sete meses, dezenas de candidatos dos principais partidos, além dos independentes, disputam o voto popular.

Como se trata de uma organização cara, e que exige dos partidos o funcionamento de máquina operacional em todos os estados norte-americanos, só os democratas e os republicanos conseguem concluir o processo com possibilidades reais de chegar à Presidência dos Estados Unidos.

As prévias têm modelos diferentes em cada estado: em alguns, qualquer eleitor pode votar em qualquer eleição primária. Outros estados exigem que o eleitor mostre a filiação partidária para votar nas primárias da área em que estão registrados.

Mas não basta que os candidatos sejam escolhidos pelas prévias. É preciso também que eles tenham suas candidaturas oficializadas em convenções partidárias. As convenções duram em média quatro dias e nunca ocorrem na capital norte-americana.

No processo eleitoral em andamento, Donald Trump foi oficializado candidato em uma convenção em Cleveland, no estado de Ohio, iniciada em 18 de julho. Hillary Clinton foi oficializada candidata democrata na cidade de Filadélfia, estado da Pensilvânia, em convenção inciada em 25 de julho.

Modelo de votação

Nos Estados Unidos, em 40 dos 50 estados, o eleitor vota usando cédulas perfuradas. Em dez estados, a votação é feita por meio do cáucus, que é uma espécie de assembleia em que as pessoas favoráveis a determinado candidato se juntam em um local, que pode ser uma igreja, um cinema, uma praça ou um ginásio e indicam seus votos.

As eleições nos Estados Unidos servem também para escolher deputados da Câmara de Representantes e senadores. Juízes, delegados de polícia, oficiais de Justiça e outras funções do serviço público também são eleitos na mesma votação, que acontece na próxima terça-feira. Alguns estados também escolhem seus deputados estaduais no mesmo dia.

Estados decisivos

Os chamados swing states (estados decisivos) têm total atenção das campanhas porque elegem ora o candidato de um partido, ora do outro, muitas vezes por pequena diferença. Estados enquadrados como não decisivos, ou que já tenham garantido os votos suficientes para determinado candidato, não recebem tanta atenção nas campanhas eleitorais pois representam perda de energia e esforços partidários.

Nas eleições de 2016, os candidatos estão concentrando total atenção para os seguintes estados, considerados decisivos: Flórida, Ohio e Pensilvânia. As últimas eleições foram decididas pelas disputas em Ohio e na Flórida, por isso eles recebem tanta atenção.

Outros estados também merecem atenção das campanhas eleitorais norte-americanas: Wisconsin, New Hampshire, Minnesota, Iowa, Michigan, Nevada, Colorado e Carolina do Norte. Esses estados podem surpreender com votos determinantes para democratas ou para republicanos.

 

Agência Brasil

 

Prime Cia. Imobiliária - Imobiliária em Porto Alegre / RS

Resultado de imagem para prime cia imobiliária

http://www.primeciaimobiliaria.com.br/

 

MP-MG quer impedir licenciamento de barragens como a que se rompeu em Mariana

 

Léo Rodrigues - Correspondente da Agência Brasil

Mariana/MG - Barragem de Santarém também foi atingida pela lama (Léo Rodrigues/Agência Brasil)

Mariana/MG - Barragem de Santarém também foi atingida pela lama Léo Rodrigues/Agência Brasil

O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) entrou com uma ação civil pública para contestar um decreto do governo do estado e impedir que projetos de barragens que usem a técnica de alteamento a montante obtenham licenciamento ambiental.

Neste sábado (5), a maior tragédia ambiental do país, o rompimento da barragem da mineradora Samarco, na região de Mariana (MG), completa um ano. A lama da barragem devastou vegetação nativa, poluiu a bacia do Rio Doce e destruiu comunidades inteiras. A estrutura utilizava exatamente a técnica questionada pelo MP-MG.

O Decreto 46.993/2016, assinado pelo governador Fernando Pimentel, suspende em território mineiro novos processos de licenciamento ambiental para barragens que pretendam utilizar o método de alteamento a montante do rio. A suspensão tem validade até que o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) defina critérios e procedimentos a serem adotados pelos empreendimentos minerários.

Saiba Mais

No entanto, de acordo com o promotor Marcos Paulo, o problema está no artigo 8º do decreto, que estabelece que os processos formalizados anteriormente à publicação do decreto poderão seguir o trâmite normal. “Primeiramente o decreto suspende e não proíbe. É uma suspensão temporária que pode ser revogada a qualquer momento. E, além disso, permitiu que todas as empresas que já tivessem licenciamento ambiental solicitado para esta metodologia seguissem seu processo para implantar os empreendimentos. O estado continua a dar autorização a essas técnicas”, criticou. Na ação, o MPMG pede a nulidade do artigo.

>> Leia aqui o especial da Agência Brasil sobre um ano da tragédia em Mariana

Segundo o promotor, há pedidos de licenciamento ambiental em curso em 17 municípios do estado. “Minas Gerais vem cometendo o erro de adotar tecnologias ultrapassadas para a atividade minerária, que matam pessoas há mais de dois séculos. A mina de Morro Velho, em Nova Lima, registra desastres de grandes proporções já no século 19. Nos últimos anos tivemos rompimentos na Barragem Rio Verde, também em Nova Lima, e na mina de Herculano, em Itabirito. Todas essas estruturas utilizavam essa técnica assassina. O Chile proibiu em 1965. Infelizmente, 43% das barragens de Minas Gerais são construídas com essa metodologia antiquada”, disse Marcos Paulo.

Normas

O promotor destacou que, em 1993, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) editou a norma NBR 13028 excluindo o método de alteamento a montante das tenologias para construção de barragens. Em 2006, porém, uma reedição da norma técnica voltou atrás na exclusão.

O MPMG defende na ação que sejam permitidas apenas tecnologias sustentáveis, seguras e adequadas para o tratamento e a disposição final dos rejeitos de mineração. Em julho, Ministério Público Federal (MPF) também recomendou ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) que não fosse mais autorizada a construção de barragens com o método de alteamento a montante.

 

Agência Brasil

 

Um ano após tragédia de Mariana, Samarco planeja reconstruir distritos em 2018

 

Léo Rodrigues - Repórter da Agência Brasil

Bento Rodrigues foi um dos distritos devastados pela lama de rejeitos da mineração

Bento Rodrigues foi um dos distritos devastados pela lama de rejeitos da mineração Léo Rodrigues/ Agência Brasil 

Passado um ano do rompimento da barragem de Fundão, a reconstrução dos distritos de Mariana (MG) devastados pelo acidente ainda está no papel. As obras deverão ter início apenas em 2018 e as comunidades deverão ser entregues entre 2018 e 2019. Considerada a maior tragédia ambiental do país, o desastre de Mariana completa um ano nesta semana. Na tarde de 5 de novembro de 2015, a estrutura da mineradora Samarco desabou e a lama de rejeitos proveniente da mineração se espalhou, destruindo os distritos de Gesteira, Bento Rodrigues e Paracatu. A onda de lama também devastou a vegetação nativa, poluiu a bacia do Rio Doce e deixou 19 mortos.

Para gerir os projetos de reparação dos danos causados pela tragédia, a mineradora Samarco criou a Fundação Renova. Ela é a responsável por todas etapas de reconstrução dos distritos, que incluem os estudos topográficos e ambientais, a elaboração do projeto urbano e da planta das casas, a contratação da construtora e a realização das obras.

Enquanto os novos distritos da zona rural não são entregues, seus futuros moradores seguirão alojados em casas alugadas pela Samarco em diversos bairros da zona urbana de Mariana. Cerca de 350 famílias perderam seus imóveis após a tragédia. O engenheiro Álvaro Pereira, líder de programas da Fundação Renova, explica que o desdobramento do processo leva em conta muitas consultas aos atingidos.

"Meu desejo é liderar uma construção que me permita olhar no olho das pessoas e ver elas seguras de que é exatamente o que elas querem". Para ele, o planejamento da reconstrução, embora seja uma etapa não visível, é a mais importante.

Os atingidos vão apontar, por exemplo, detalhes como a disposição das casas, definindo quem vai ser vizinho de quem. Eles também foram os responsáveis por escolher os terrenos onde as comunidades serão reerguidas. A Samarco já adquiriu as áreas. Bento Rodrigues, o maior dos três distritos, é previsto para ser entregue em março de 2019. O terreno escolhido foi aprovado por 206 das 236 famílias. Apenas 3 delas não compareceram à votação. Segundo Álvaro Pereira, é possível que no fim de 2018 algumas pessoas já possam se mudar, mesmo as obras não estando 100% concluídas.

"Mesmo depois de realojarmos todas as pessoas, haverá um período de acompanhamento", acrescenta o engenheiro.

mariana mapa

Projeto de reconstrução

Bento Rodrigues foi um dos distritos devastados pela lama de rejeitos da mineração

Bento Rodrigues foi um dos distritos devastados pela lama de rejeitos da mineraçãoLéo Rodrigues/ Agência Brasil 

Saiba Mais

Há duas semanas, a Fundação Renova apresentou a primeira versão do projeto urbano do distrito à imprensa. Ele foi desenvolvido após diversas reuniões com pequenos grupos de moradores. Foi feita uma dinâmica em torno de três questões: o que os moradores tinham em Bento Rodrigues e querem continuar tendo, o que eles tinham e não querem mais ter, e o que eles não tinham e agora querem ter.

O processo é idêntico para os outros dois distritos. Paracatu deve ser entregue em fevereiro de 2019. O novo terreno foi escolhido em votação que contou com a presença de 103 das 108 famílias. O local aprovado recebeu 67 votos. Já Gesteira, por ser um distrito menor, deve ser concluído em meados de 2018. Lá moravam apenas 8 famílias, além de 11 terrenos sem nenhuma edificação, o que também está incluído no projeto urbano.

O pedreiro Tcharle do Carmo Batista, de 23 anos, lamenta que talvez alguns idosos não estejam vivos em 2019 para ver o novo Paracatu. No entanto, ele está de acordo com o cronograma apresentado pela Samarco. "Como pedreiro, eu entendo de obra. E sei que para ser uma obra boa tem que ser demorada. A gente não quer que coloque lá uma empreiteira para fazer várias casas padronizadas em um dia. Em Paracatu, cada um tinha a casa do seu jeito e queremos que seja assim", diz.

Tcharle integra o Comitê dos Atingidos, que se reúne semanalmente e participa ativamente das etapas do cronograma de reconstrução. O Comitê foi o responsável por organizar o processo de votação em que as famílias escolheram os terrenos. O pedreiro acredita na importância de sua participação para ter influência nas decisões. "Como eu tenho conhecimento, acho que vou poder ajudar. Conferir se a massa está boa, se tudo está sendo feito da maneira correta. Eu não sou engenheiro, mas o que eu sei é o bastante para notar se houver algum problema", garante.

Para auxiliar o Comitê a acompanhar as diversas etapas do cronograma, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) obteve da Samarco um acordo para que a mineradora pagasse uma assessoria técnica de confiança dos atingidos. "Assim como a Samarco possui os profissionais de confiança dela, nós também precisamos de suporte. Então foi contratada e entidade Cáritas, e ela realizou uma seleção de especialistas para nos prestar consultoria, como arquiteto, advogado, agrônomo e historiador", conta o motorista Antonio Pereira Gonçalves, de 47 anos, conhecido como Da Lua. Ele era morador de Bento Rodrigues.

A Fundação Renova está justamente aguardando a contratação dessa assessoria técnica para apresentar aos futuros moradores o projeto urbano preliminar de cada distrito. "É nosso interesse que eles estejam bem assessorados para fazerem críticas e comentários. Obviamente essa primeira versão ainda será modificada até chegarmos ao que querem as pessoas que irão morar no local", diz Álvaro Pereira.

Memória apagada

O pedreiro Tcharle do Carmo Batista teve sua casa destruída pela lama dos dejetos da mineração

O pedreiro Tcharle do Carmo Batista teve sua casa destruída pela lama dos dejetos da mineraçãoLéo Rodrigues/ Agência Brasil 

Apesar da reconstrução do distrito e daprevisão de que todos os moradores sejam indeizados pela Samarco, Tcharle lamenta aquilo que dinheiro nenhum permitirá que ele tenha de volta.

"Casa você constrói outra. O que não se constrói são lembranças. A lama levou. Passou o Dia das Crianças, procurei uma foto da minha infância e não achei. Não tenho mais fotos, não tenho lembranças", se emociona. Ele lembra em detalhes o dia da tragédia. Apesar de avisado com antecedência pelo irmão, que é funcionário da Samarco, ele não tinha ideia sobre a proporção que a tragédia alcançaria.

"Nós apenas ficamos um pouco alertas, mas bem tranquilos. De repente um helicóptero dos bombeiros voou baixo e pousou no campo. Ali eu entendi que tinha sido grave, porque isso nunca aconteceu".

Segundo o pedreiro, o helicóptero atraiu as pessoas e um bombeiro avisou que as pessoas tinham cinco minutos pra chegar na parte mais alta do distrito, onde fica o cemitério. "Nós tínhamos vários cachorros. E rapidamente prendemos eles numa parte mais alta, acreditando que iam se salvar. Quando a lama chegou em Paracatu, já era noite. Nós ouvíamos os sons desesperados dos cachorros, dos porcos e das galinhas sendo arrastados. Foi uma pena. Talvez se tivéssemos deixado os cachorros soltos, eles teriam conseguido fugir", lamenta.

Legislação

Os novos distritos estarão totalmente adequados à legislação vigente. Álvaro Pereira destaca que nas comunidades antigas havia, por exemplo, edificações que não respeitavam a distância mínima legal para o vizinho. "O Plano Diretor Municipal de Mariana estabelece que o menor lote é de 250 metros quadrados. Nós encontramos famílias que possuíam lote de 90 metros quadrados. Neste caso, estas famílias receberão um lote de 250 metros quadrados", diz o engenheiro.

Circulando em Mariana, não é incomum ouvir diversos moradores opinarem que os atingidos estariam satisfeitos em morar na zona urbana e que muitos certamente não voltarão à zona rural quando o novo distrito for entregue. Tcharle discorda. Ele diz que não tem a menor pretensão de se fixar em Mariana e relata dificuldades financeiras, uma vez que o auxílio da Samarco é inferior à sua antiga renda .

"Na zona urbana de Mariana tudo é comprado. Aqui você tem que comprar uma folha de couve, sendo que lá em Paracatu você ia na sua horta e pegava. Você tem que comprar um ovo, que lá você tinha no galinheiro. Você tinha porco e agora tem que ir no açougue. Nós tínhamos forno a lenha e minha mãe fazia merenda, mas aqui temos que ir na padaria. Aqui tudo é no dinheiro", compara.

 

Agência Brasil

 

 

Atingidos em Mariana ainda não sabem quando serão indenizados pela Samarco

 

Léo Rodrigues - Repórter da Agência Brasil

Um ano depois da tragédia, atingidos pela lama ainda não sabem quando serão indenizados

Um ano depois da tragédia, atingidos pela lama ainda não sabem quando serão indenizados. Casa em Bento Rodrigues foi destruída após rompimento da barragemLéo Rodrigues/ Agência Brasil 

Moradores de Bento Rodrigues, Paracatu e Gesteira, distritos de Mariana (MG) devastados pela lama de rejeitos que se espalhou quando se rompeu a barragem de Fundão, ainda não sabem quando serão indenizados pelas perdas. A tragédia ambiental considerada a maior do país completa um ano neste sábado (5). Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), os valores indenizatórios serão decididos na Justiça.

Para garantir um amparo mínimo aos atingidos, o MPMG acionou judicialmente a mineradora Samarco, responsável pelo acidente, e conseguiu celebrar um acordo para o pagamento de um adiantamento. Quem perdeu casa recebeu R$20 mil e quem perdeu moradia de fim de semana R$10 mil. "Quando uma pessoa sofre um dano, o caminho natural para a reparação é entrar com ação judicial e aguardar o julgamento. A indenização é paga após o trânsito em julgado. Para que as pessoas não esperassem tanto, nós negociamos o adiantamento. Mas é um valor parcial. E no final, quando for decidido o valor total, esses adiantamentos serão descontados", explica o promotor Guilherme de Sá Meneguin. As famílias das 19 pessoas que morreram tiveram um adiantamento de R$100 mil.

As casas que serão construídas pela Samarco nos novos distritos também fazem parte da indenização. A previsão de entrega é a partir de 2018. "Mesmo com a reconstrução das comunidades nas novas áreas escolhidas, os atingidos não perdem o título de posse nos terrenos antigos", acrescenta Meneguin.

Além do adiantamento das indenizações, a Samarco garantiu aos moradores o pagamento de aluguel em casas de Mariana e criou um cartão para concessão de um auxílio a todos os que perderam renda. O cálculo do total pago a cada beneficiado inclui um salário mínimo mais 20% para cada dependente, além do valor de uma cesta básica. Este auxílio se trata de um direito assistencial dos atingidos e não configura indenização.

Pichações em muros de antigas casas de Bento Rodrigues trazem mensagens de moradores

Pichações em muros de antigas casas de Bento Rodrigues trazem mensagens de moradores Léo Rodrigues/ Agência Brasil 

Dificuldades

Não bastasse o sofrimento de perder a casa e ter que se mudar às pressas, houve moradores que demoraram a ser amparados pela Samarco. É o caso do pedreiro Tcharle do Carmo Batista, de 23 anos, que morava em Paracatu. Apesar de lhe garantir o aluguel de uma nova casa, a mineradora levou três meses para reconhecer que ele perdeu sua renda e o incluísse entre os beneficiados do cartão de auxílio.

Sem recursos,  ele conta que conseguiu ajuda financeira do pai, mas mesmo assim passou aperto. Ele guarda documentos que comprovam o atraso na concessão do auxílio e pretende cobrar indenização por danos morais. "O que eu passei ninguém merece. Menos por mim e mais pelo meu filho que na época tinha 6 meses de via. Eu almoçava na casa do meu pai. Mas e meu filho? Minha esposa já não estava dando leite e eu tinha que comprar muito leite em pó", relembra.

Saiba Mais

Doações

Além dos auxílios de responsabilidade da empresa, os atingidos contaram com a solidariedade. A prefeitura de Mariana recebeu R$ 1,3 milhão por meio de doações em uma conta criada após a tragédia. Em acordo com o MPMG, cada família recebeu R$ 2,3 mil.

A Arquidiocese de Mariana também recolheu R$ 900 mil para apoio a projetos coletivos dos atingidos. Um desses projetos foi o jornal A Sirene, que é editado mensalmente desde fevereiro deste ano e traz informações de interesse dos moradores dos distritos devastados. Uma nova iniciativa também já vem sendo elaborada e deve concretizar-se em novembro: um feira noturna, para que os atingidos possam vender produtos rurais e gerar  renda.

Ações coletivas

Guilherme de Sá Meneguin destaca que o trabalho do MPMG vem sendo bem sucedido graças aos processos coletivos. "Nós ajuizamos apenas nove ações civis públicas que foram suficiente para resolver diversas situações que atingiam mais de mil pessoas. Em outras comarcas, há milhares de ações na Justiça que praticamente emperraram os trabalhos. Os juízes não conseguem dar celeridade aos processos", avalia.

O promotor conta que a confiança dos atingidos no MPMG foi fundamental para este sucesso. Com exceção de quem perdeu parente, ninguém entrou com ação individual. "Isso é histórico, pois temos uma tragédia em que as vítimas estão acreditando no processo coletivo. Temos pessoas pobres e ricas e todas elas beneficiadas pela mesma ação. Isso garantiu a união da comunidade".

O pedreiro Tcharle do Carmo Batista, de 23 anos, aprova a atuação do MPMG. "Tudo que conseguimos até agora devemos muito aos promotores. A Samarco não faz nada de boazinha. Ela faz porque é o dever dela, e ela é obrigada. E os promotores sabem como cobrar".

Benefício incerto

Apesar dos avanços nas negociações, a incerteza sobre a continuidade do benefício pago pela mineradora Samarco desde dezembro de 2015 está deixando angustiados os moradores das áreas atingidas. O acordo para que fosse pago um auxílio aos atingidos tinha duração de um ano, prazo que termina em dezembro.

"Antes do dia 23 de dezembro nós teremos uma nova audiência para debater a prorrogação do prazo do cartão de auxílio. Isso é uma tratativa processual que precisa ocorrer dentro de uma audiência judicial", diz o promotor Meneghin. Por sua vez, o engenheiro Álvaro Pereira, líder de programas da Fundação Renova, garantiu que o benefício será prorrogado. A Fundação foi criada pela Samarco para gerir as ações de reparação dos danos causados pela tragédia.

Segundo o Comitê Interfederativo criado para fiscalizar a reparação dos danos, atualmente há 7.811 titulares do cartão. Isso inclui não apenas as famílias que viviam nos distritos devastados, bem como outros trabalhadores que tiveram a renda impactada, como pescadores ao longo da bacia do Rio Doce.

Morador de Paracatu, o pedreiro Tcharle do Carmo Batista, de 23 anos, está apreensivo. Ele conta que a Samarco já está renovando os contratos dos alugueis das casas. Mas sobre o cartão do auxílio, ainda não receberam nenhuma garantia oficial.

Segundo Tcharle, o auxílio não lhe garante um padrão de vida igual ao que possuía em Paracatu.  No distrito, ele trabalhava como autônomo. "Minha diária de pedreiro era R$130. Nesses distritos pequenos há pouca mão de obra qualificada. E eu tinha moto, então também atendia os distritos vizinhos. Fazia muito serviço. Aqui é muito difícil conseguir trabalho, porque envolve confiança. Como uma pessoa vai te dar uma obra para fazer se ela não te conhece?", questiona.

 

Agência Brasil

 

Estratégia já forçou interrupção de votações e sessõeshttp://glo.bo/2ecCujn #G1 #política

Oposição a Temer usa 'kit obstrução' para confrontar Planalto no Congresso

G1.GLOBO.COM

 

Primeiro dia foi considerado difícil pelos estudantes. E hoje tem redação!http://glo.bo/2ecASGl #G1 #Enem2016 #G1Enem

Enem 2016 aplica neste domingo o último dia de provas

G1.GLOBO.COM

 

Inep diz que exame foi adiado para dezembro em 405 de 16.476 locais de prova; segundo professores, física e química foram as matérias mais difíceis http://bit.ly/2eq40VX #G1 #Enem2016

Enem 2016: veja como foi o 1º dia de provas

ESPECIAIS.G1.GLOBO.COM|POR G1

 

 

Diretor pedagógico de cursinho considerou prova 'sofisticada'http://glo.bo/2f5yTml #G1 #Enem2016

1º dia de Enem tem provas difíceis de física e química e ênfase em filosofia

G1.GLOBO.COM

 

 

#DicasDoEnem, #ShowDeAtrasados, #AprendiNoEnem dominaram a webhttp://glo.bo/2fGNtCI #G1 #Enem2016

Veja a zoeira do início ao fim do 1º dia do Enem 2016

G1.GLOBO.COM

 

 

Coordenadora do exame autorizou entrada; Inep diz estar averiguandoglo.bo/2fnA3rH #G1 #Enem2016

Candidato consegue entrar na prova 30 minutos após início do Enem

G1.GLOBO.COM

 

 

 

Confira a resolução comentada das 90 questões do 1º diahttp://bit.ly/2ezYXFI #G1 #Enem #Enem2016

Veja a correção das provas do Enem 2016

ESPECIAIS.G1.GLOBO.COM|POR G1

 

 

Mariana: chuvas de verão serão teste para novas estruturas de contenção da lama

 

Léo Rodrigues – Correspondente da Agência Brasil

Obras do dique S4, que está sedo construído na região em que localizava-se o município de Bento Rodrigues

Obras do dique S4, que está sedo construído na região em que localizava-se o município de Bento RodriguesLéo Rodrigues/ Agência Brasil 

Quatrocentos e vinte e um equipamentos e 2.990 trabalhadores da mineradora Samarco realizam um trabalho ininterrupto, 24 horas por dia, nas obras das estruturas consideradas fundamentais para evitar que as chuvas levem mais lama ao curso do Rio Doce. Na tragédia de 5 de novembro de 2015, a barragem de Fundão, no município de Mariana (MG), rompeu-se espalhando 12,8 milhões de metros cúbicos de rejeitos. A lama ultrapassou a Usina de Candonga, em Santa Cruz do Escalvado (MG), e seguiu pelo leito do rio até a foz, no Espírito Santo. Ainda estão dispersos, entre a barragem e a Usina, outros 43,5 milhões de metros cúbicos de lama.

Entre as estruturas que estão sendo construídas para conter os rejeitos estão a barragem de Nova Santarém e o dique S4, que tem sido contestado por moradores de Bento Rodrigues, pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico de Mariana e pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Eles se somarão aos diques S1, S2 e S3, completando o sistema principal de retenção de sedimentos. Além deles, outras estruturas menores também estão sendo erguidas. "A ideia é termos uma sequência de barramentos para garantir a contenção dessa massa remanescente", explica o engenheiro civil e coordenador das construções da Samarco, Eduardo Moreira.

Moreira explica que dique e barragem são a mesma coisa. "O dique é uma estrutura construída de solo, pedra ou de bloco, na medida da definição da engenharia, que divide e que dá suporte. Dique e barragem são o mesmo conceito, embora usualmente falamos em dique para estruturas mais simples", explica.

Saiba Mais

O objetivo do dique S4, previsto para ser concluído em janeiro de 2017, é reter e armazenar 1,05 milhão de metros cúbicos de rejeitos. O S1 e o S2, construídos em janeiro às pressas para dar conta do período chuvoso anterior, tem capacidade para 15 mil e 45 mil metros cúbicos respectivamente. Já o S3 está agora passando por uma obra de alteamento para ampliar em 800 mil metros cúbicos a capacidade. Ao todo ele pode armazenar 2,1 milhão de metros cúbicos.

Quantidade de lama em cada dique ou barragem

Perigo com as chuvas

Obras da Barragem de Nova Santarém

Obras da Barragem de Nova Santarém Léo Rodrigues/ Agência Brasil 

A Samarco avalia que o próximo período de chuva será o grande teste para as intervenções e está confiante no resultado. O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) também acompanha as obras e considera que elas estão atrasadas. O órgão entende que as estruturas previstas são suficientes para conter o carreamento dos rejeitos que estão dispersos pela região.

Segundo a presidente do Ibama, Suely Araújo, os próximos meses serão o período mais crítico. A partir de janeiro, com todas as obras já concluídas, a situação será mais confortável. "Não está bem, mas está monitorado". No cenário mais pessimista traçado pelo Ibama, com uma chuva acima da média histórica na região, cerca de 2 milhões de metros cúbicos de lama poderiam novamente ultrapassa a Usina de Candonga e escoar ao longo do Rio Doce.

O órgão não acredita que exista risco de rompimento na Usina de Candonga. Após a tragédia, a hidrelétrica funcionou como dique para contenção de lama. "No cenário realista, devem chegar 2,3 milhões de metros cúbicos em Candonga. Neste caso, as obras de contenção e a dragagem na usina serão suficientes para conter a lama. No cenário pessimista, chegam 4,3 milhões de metros cúbicos e haverá uma sobra de rejeitos que pode comprometer a estabilidade de Candonga. Mas não esperamos que isto vá ocorrer. E mesmo nesse cenário, é mais provável que os sedimentos ultrapassem Candonga e sigam o curso do Rio Doce, sem haver rompimento", disse o superintendente do Ibama, Marcelo Belisário.

 

Agência Brasil

 

Acordo entre Samarco e governos para reparação de danos ainda aguarda Justiça

 

Léo Rodrigues - Repórter da Agência Brasil

Bento Rodrigues foi um dos distritos devastados pela lama de rejeitos da mineração

Bento Rodrigues foi um dos distritos devastados pela lama de rejeitos da mineração Léo Rodrigues/ Agência Brasil 

Mesmo sem homologação judicial, a Samarco, suas acionistas Vale e BHP Billiton, o governo federal e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo estão cumprindo o acordo celebrado para reparação dos danos causados pela tragédia de Mariana (MG). Neste sábado (5), o rompimento da barragem de Fundão completa um ano. O episódio destruiu comunidades, devastou vegetação nativa e levou poluição à bacia do Rio Doce, além de ter provocado 19 mortes.

O acordo, celebrado em março, previa que a Samarco investisse cerca de R$20 bilhões ao longo de 15 anos. Ele chegou a ser homologado em maio, no entanto, após contestação do Ministério Público Federal (MPF), a homologação foi suspensa em agosto. A validade do acordo ainda será avaliada novamente pela Justiça Federal. Paralelamente, tramita uma ação do MPF que estima em R$155 bilhões os prejuízos.

Conforme os termos do acordo, a Samarco deveria criar uma fundação privada responsável por gerir 39 projetos. Também seria criado o Comitê Interfederativo, composto por representantes do Poder Público, que teria a função de fiscalizar os trabalhos. As duas estruturas estão funcionando. A mineradora criou a Fundação Renova.

Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que compõe Comitê Interfederativo, o acordo está sendo aplicado. "As partes estão cumprindo o que foi negociado independente da homologação judicial. Tem uma estrutura governamental envolvida. O Comitê Interfederativo possui 10 câmaras temáticas", disse a presidente do Ibama, Suely Araújo. Ela acrescenta que já foram aprovadas 28 deliberações do órgão colegiado, orientando a Samarco e a Fundação Renova sobre como devem proceder para reparar os danos.

Saiba Mais

A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) também integra o Comitê Interfederativo. "Os governos assumiram que não dá para esperar o trâmite de uma ação judicial que vai levar anos para termos uma efetiva reparação do dano. O acordo, portanto, tem o objetvo de iniciarmos a recuperação desde já. Estamos respondendo uma demanda que veio da sociedade", diz o secretário-adjunto, Germano Luiz Gomes Vieira.

Os órgãos também mantêm sua atuação paralela aos trabalhos do Comitê. Em outubro, a Samarco foi condenada a pagar R$112 milhões conforme o auto de infração da Semad, que penaliza a mineradora pelo rompimento. A decisão se deu em última instância e não cabe mais recurso.

Ações

Mariana (MG) - barragem pertencente à mineradora Samarco se rompeu no distrito de Bento Rodrigues, zona rural a 23 quilômetros de Mariana, em Minas Gerais (Corpo de Bombeiros/MG - Divulgação)

Imagem da barragem que se rompeu há um ano e devastou a vegetação, além de contaminar o Rio DoceCorpo de Bombeiros/MG - Divulgação

Segundo o Ibama, a recuperação ambiental da área atingida é um processo de longo prazo: são 40 mil hectares. A Câmara de Restauração Florestal do comitê acompanha os trabalhos. Na área de Bento Rodrigues foi feita uma revegetação inicial de 800 hectares com gramíneas e leguminosas para combater a erosão.

Já a Câmara de Segurança Hídrica e Qualidade da Água definiu 39 municípios que receberão ainda este ano os primeiros R$50 milhões de um total de R$500 milhões que a Samarco destinará à obras de saneamento. Futuramente, outras cidades também serão beneficiadas. Essa não é uma medida de reparação de danos e sim de compensação, que também está previsa no acordo.

Governador Valadares (MG) é exceção. De acordo com o comitê, ali se trata de uma medida de reparação, pois o sistema de abastecimento da cidade capta água diretamente do Rio Doce. Com a turbidez gerada pela lama, o sistema de tratamento é mais complexo. "A população tem dificuldade de aceitar essa água. Mas com investimentos, a situação foi contornada. A água distribuída na cidade está dentro dos padrões de potabilidade", diz Suely Araújo.

Se por um lado a água tratada é confiável, por outro é preciso tomar cuidado com a água no rio. Segundo o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), o limite máximo de alumínio dissolvido é de 0,1 mg/l. Em Governador Valadares, o índice está em 0,132 mg/l. O órgão diz que, apesar de estar acima do limite, a oscilação está dentro da variação histórica e é considerada previsível.

"Na passagem da lama, o rio é revirado e faz ressurgir metais que estavam depositados no fundo. Esse fenômeno ainda é instável e influenciado por qualquer nova movimentação no Rio Doce: chuvas, obras nas margens, lançamento de afluentes", diz Regina Pimenta, analista ambiental do Igam. Ela pede que as pessoas tenham prudência e não recomenda beber água e nadar no rio.

 

 

Agência Brasil

Celulares do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná ganham nono dígito a partir deste domingo

Medida passa a valer para estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná

Celulares ganham nono dígito a partir deste domingo  | Foto: Mauro Schaefer

Celulares ganham nono dígito a partir deste domingo | Foto: Mauro Schaefer

 

Telefones celulares de todas as operadoras no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná passam a ter nove dígitos a partir deste domingo. Isto é, será necessário acrescentar o dígito 9 na frente do número do telefone para a ligação se completar. A medida é apenas para a telefonia móvel. Os telefones fixos permanecem com seus oito dígitos, sem alteração.

Há prazos para a implantação da nova regra. Quem fizer ligação entre celulares usando os oito dígitos atuais não terá problema nos próximos 10 dias a contar do domingo, chamado pela Anatel, de “Dia D”. Ao longo das próximas semanas, no entanto, a ligação será interceptada e o usuário receberá aviso da operadora para a inclusão do nono dígito.

Essa situação será mantida até a primeira quinzena de fevereiro de 2017, quando as ligações não serão mais finalizadas se forem realizadas com os oito números, ou sem o acréscimo do “9”. Dessa forma o usuário será obrigado a incluir o nono dígito ou não se comunicará.

Atualmente há no Rio Grande do Sul, conforme a gerência regional da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) 14.650.250 terminais ativos. Nos três estados da Região Sul o saldo de telefones celulares sobe para 36.884.754 terminais ativos.

Nos demais estados do Brasil o nono dígito já foi incluído. A mudança é decorrência da resolução 553 da Anatel, editada em 14 dezembro de 2010, com a meta de ampliar a oferta de números à telefonia celular e padronizar o sistema de telefonia com o dígito 9.

Não haverá problema aos usuários da telefonia celular para a inclusão do nono dígito na agenda dos aparelhos smarthphones. Todas as operadoras oferecem aplicativos (Apps) aos seus clientes. Os sites das companhias também orientam sobre a mudança.

Não há custo ao consumidor

Para explicar a inclusão do dígito 9 e os efeitos da nova regra aos usuários da telefonia móvel, o Correio do Povo ouviu o gerente regional substituto da Anatel/RS, Sidney Ochman. Além de esclarecer sobre a questão, ele também dá orientações sobre o novo procedimento.

Por quê, tecnicamente, é necessário o novo dígito?

Para atender à crescente demanda de novos usuários no país (inclusive novas aplicações como monitoramento remoto). O nono dígito é necessário para ampliação das faixas de códigos de acesso (números de telefones) disponíveis para a oferta do Serviço Móvel. A ampliação da Capacidade do Plano de Numeração será de 30 para 100 milhões de acessos por área de Código Nacional.

Qual é a ação recomendada para acrescentar o nove?

A atualização das agendas telefônicas é de responsabilidade dos próprios usuários. Para smartphones há aplicativos que realizam a inclusão automaticamente. Em celulares mais antigos a correção terá que ser manual.

Até quando ligações com oito dígitos podem ser feitas e completadas?

As chamadas feitas com 8 dígitos e com 9 dígitos serão completadas normalmente de 6 de novembro de 2016 a 15 de novembro de 2016, é o chamado duplo convívio. E as chamadas com 8 dígitos receberão mensagem orientativa sobre a mudança de 16 de novembro até 13 de fevereiro de 2017.

Qual é o prazo para as operadoras comunicarem clientes da mudança e a partir de quanto deixarão de avisar sobre a necessidade de colocar o 9 na frente do número?

A comunicação já está ocorrendo e será intensificada. Após 13 de fevereiro as ligações com oito dígitos não serão mais completadas e os clientes não receberão mais mensagem de suas operadoras.

Há operadoras ou situações em que não será obrigatório o dígito 9?

O nono dígito é exclusivo do Serviço Móvel Pessoal. Não será incluso no telefone fixo ou nos rádios.

A mudança implicará despesa na conta do titular da conta de celular?

Não há qualquer custo ao consumidor ou queima de créditos. As mensagens orientativas são gratuitas.

Quando a mudança começou no Brasil?

O processo de inclusão do nono dígito iniciou na área 11 (São Paulo) no final de julho de 2012. A região Sul é a última a ser migrada.

Os primeiros celulares tinham quantos dígitos?

A telefonia móvel chegou ao Brasil no início dos anos 90, com sete dígitos mas logo após já teve a inclusão do oitavo.

Essa é a segunda ou terceira mudança de número?

A inserção do nono dígito em todo o Brasil ocorreu em oito etapas.

Agora, independentemente da operadora, todos os celulares começam com 9?

Primeiramente o nono dígito será o nove, mas no futuro podem ser utilizados outros números, conforme padronização internacional.

Aplicativos

Acrescentar o nono dígito em cada um dos números de celular da agenda do telefone não trará nenhum aborrecimento ou dor de cabeça aos donos de aparelhos smartphones. As operadoras lançaram aplicativos (Apps) próprios, gratuitos, para ajudar na execução da tarefa. Eles promovem a inserção automática do novo número na agenda do aparelho e, simultaneamente, na lista do WhatsApp e Telegram.

Vivo 9º Digito

DDD 51, 53, 54 e 55 (RS). Basta baixar o aplicativo Vivo 9º Dígito. O App verifica toda a agenda e adiciona o dígito 9 automaticamente.

9º Digito Tim

Ajusta os números celulares dos estados que já possuem nove dígitos para o novo formato e grava os números alterados na agenda do usuário. Além disso, disponibiliza a função de incluir o Código de Seleção de Prestadora (CSP) 41 aos contatos, facilitando a realização de chamadas de longa distância.

Embratel 9º Digito

O aplicativo Embratel 9º Dígito acrescentará automaticamente o nono dígito aos contatos com DDDs dos estados mencionados. A extensão está disponível para download no iTunes e no Google Play.

9º Digito Oi

Os usuários de celular no RS (51, 53, 54 e 55), SC (47, 48 e 49) e PR (41, 42, 43, 44, 45 e 46) têm a ajuda de aplicativo criado pela Oi para formatar os contatos e inserir o código do estado, facilitando as chamadas quando estiverem fora de sua cidade. Também é possível programar a inclusão do código do país 55 na agenda para efetuar chamadas do exterior em períodos de viagem.

Claro

Marca do Grupo América Móvil Brasil, a Claro indica aos seus clientes baixarem o aplicativo da Embratel (acima), outra marca do Grupo.

 

 

Correio do Povo

 

Prime Cia. Imobiliária - Imobiliária em Porto Alegre / RS

Resultado de imagem para prime cia imobiliária

http://www.primeciaimobiliaria.com.br/

 

 

Apesar de ocupações, MEC considera tranquilo primeiro dia do Enem

 

Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil

Brasília - A presidente do Inep, Maria Inês Fini, acompanhada da diretora de Gestão e Planejamento do órgão, Eunice de Oliveira e da secretária executiva do MEC, Maria Helena Guimaãres de Castro, divulga balanço

Brasília - A presidente do Inep, Maria Inês Fini (no centro), divulga balanço do primeiro dia de provas do EnemFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O primero dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) transcorreu com tranquilidade na avaliação do Ministério da Educação (MEC) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep). As provas foram realizadas em 96,86% dos locais de prova. O Inep ainda não tem um balanço das abstenções nem dos candidatos desclassificados por postagens em redes sociais durante a prova ou outro motivo constante no edital.

"Foi bastante tranquilo, mesmo nos locais onde os alunos foram impedidos de comparecer por motivo de invasões e ocupações de escolas", disse a secretária-executiva do MEC, Maria Helena Guimarães de Castro. Em coletiva de imprensa, o Inep confirmou o número divulgado no início da tarde de hoje (5) de que o exame foi cancelado em 405 locais, e 271.033 inscritos tiveram as provas adiadas para 3 e 4 de dezembro.

Em dois locais que constavam na lista de cancelamento, a prova foi realizada: no Campus Amazonas da Universidade Federal do Oeste do Pará, em Santarém, e o Centro de Ensino Médio Ave Branca (Cemab), em Taguatinga, no Distrito Federal. O Inep admitiu o erro. "Foi uma instabilidade muito grande esse processo de ocupação e um desafio para o Inep conseguir encaminhar e-mails e SMS até hoje de manhã", justificou a diretora de Gestão e Planejamento do Inep, Eunice Santos.

O MEC ainda não tem uma previsão de quanto custará o adiamento de algumas das provas para dezembro. Ontem (4), a pasta tinha informado que custará mais que a previsão inicial de cerca de R$ 12 milhões.

Com os cancelamentos, o número total de inscritos aptos a fazer o Enem neste final de semana caiu de 8,6 milhões para aproximadamente 8,4 milhões. Os candidatos fizeram hoje as provas de ciências humanas e de ciências da natureza.

Saiba Mais

Quem pode fazer o Enem no domingo?

Os estudantes que fizeram a prova hoje no Campus Amazonas da Universidade Federal do Oeste do Pará e no Centro de Ensino Médio Ave Branca (Cemab) devem fazer também a prova amanhã. Por terem feito o exame nesse sábado, eles não poderão fazer as provas em dezembro.

Já os estudantes com provas agendadas para esses locais que não compareceram pela notificação de cancelamento farão as provas nos dias 3 e 4 de dezembro.

No caso de novas ocupações que impeçam estudantes que fizeram a prova hoje de prosseguir com o exame amanhã, eles farão o exame nos dias 3 e 4. Hoje, o Inep corrigiu a informação dada ontem de que esses estudantes fariam a prova de dezembro apenas no segundo dia. "O exame é pensado como um todo em termos de dificuldade", explicou a presidente do Inep, Maria Inês Fini.

Os estudantes que chegaram atrasados não poderão aproveitar o adiamento e fazer as provas em dezembro.

Segundo dia

Amanhã, os portões serão abertos às 12h e fechados às 13h, no horário de Brasília. Os estudantes devem ficar atentos ao horário de verão e verificar o horário exato do exame na localidade onde moram. As provas começam a ser aplicadas às 13h30 pelo horário de Brasília.

Os participantes terão cinco horas e meia para resolver questões de linguagens e códigos, redação e matemática.

 

Agência Brasil

 

 

Enem aborda questões de gênero, refugiados, escravidão e ditaduras latinas

 

Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil

O primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não surpreendeu os candidatos e professores quanto à estratégia de usar temas atuais para abordar conceitos das diferentes disciplinas. Assuntos como a crise dos refugiados na Europa, a manutenção de comportamentos machistas na sociedade atual e as recentes discussões sobre a democratização de espaços urbanos, por exemplo, poderiam ser mais facilmente respondidos por quem dedicou parte do estudo ao noticiário recente.

Questões de filosofia sobre Platão e as ditaduras em países da América Latina no século 20 voltaram a ser objeto de avaliação do exame. Na história, a abordagem de questões sociais como a discriminação racial e a política brasileira foi elogiada por quem fez ou teve acesso ao caderno após as provas.

O professor de história Tiago Diana, coordenador pedagógico do Colégio Projeção, considera importante trazer à tona questões relativas ao ensino de africanidades, muitas vezes deixado de lado pelas escolas.

Saiba Mais

“O Enem sempre tem mostrado a importância desses temas. A prova, até pela quantidade de informações, é a chance de o candidato ter um pouco mais de conhecimento. Com certeza ele sai da prova melhor do que chegou, em termos de informação. É [a oportunidade de o estudante] olhar para o país, refletir, pensar no presente e no passado, ver que esses resquícios da história continuam presentes”, afirma.

Considerada a mais difícil por muitos estudantes, a prova de química chamou a atenção do professor Jônatas Gonçalves, que dá aulas nos colégios Pódion e Sigma, por trazer expressões de difícil compreensão e aprofundar-se em tópicos distantes do aprendizado médio dos estudantes. De acordo com ele, o conteúdo repassado ao longo dos três anos de ensino médio é "muito amplo" e "pouco explorado no Enem".

Jônatas reconhece a importância de lidar com temas espinhosos por meio de fatos do cotidiano, mas alerta para a possibilidade de o texto “assustar” o estudante e impedi-lo de resolver com tranquilidade a questão. “Acredito que o exame aprofundou este ano na característica conteudista. A prova de química está fora da realidade da população brasileira. Certamente está muito acima do nível para qualquer aluno responder. Seja de escola pública ou privada, sem duvida os estudantes tiveram dificuldade”, critica.

Logo mais, às 21h30, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) transmite pela web, pelo rádio e pela TV o programa Caiu no Enem. Professores convidados vão comentar a prova e destacar quais foram os principais temas cobrados, as surpresas e expectativas da edição 2016 do exame.

O programa será transmitido ao vivo pelo Portal EBC, pela Rádio Nacional, Rádio MEC e TV Brasil. Para acompanhar a transmissão e enviar dúvidas aos especialistas, basta acessar as redes sociais da EBC. Amanhã (6), o programa para comentar o segundo dia de provas começa mais cedo, às 20h.

 

Agência Brasil

 

 

Mesmo com aviso de adiamento, Enem é aplicado no Distrito Federal e no Pará

 

Victor Ribeiro – Repórter do Radiojornalismo*

Um dos locais onde o Enem foi cancelado de última hora, o colégio Cemab, em Taguatinga (DF), teve provas aplicadas no primeiro dia do exame

Um dos locais onde o Enem foi cancelado de última hora, o colégio Cemab, em Taguatinga (DF), teve provas aplicadas no primeiro dia do exameVictor Ribeiro/Radiojornalismo EBC

O adiamento de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na última hora causou confusão no Distrito Federal e no Pará. Uma hora antes da abertura dos portões, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação do exame, divulgou uma nova lista de locais onde as provas só seriam aplicadas em dezembro.

Entre os locais, estavam o Campus Amazonas da Universidade Federal do Oeste do Pará, Santarém, e o Centro de Ensino Médio Ave Branca (Cemab), em Taguatinga, no DF. O vendedor Rodrigo Pereira, 22, recebeu uma mensagem no celular, comunicando o adiamento do Enem. Desconfiado, ele decidiu ir ao Cemab.

“Vai prejudicar muitas pessoas hoje. Eu vim conferir. [O Inep] mandou mensagem no celular dizendo que não ia ter prova hoje. Vai ter muita gente que não vai vir por causa dessa mensagem. Os fiscais confirmaram que vai ter prova. O certo pra mim era todo mundo fazer junto a prova, na mesma data”, disse.

De acordo com o Ministério da Educação, o adiamento da prova em cima da hora, afetaria 159 candidatos no Cemab e 520 em Santarém. Segundo a pasta, mesmo desocupado, o colégio não oferecia as condições adequadas para a aplicação do exame. Mesmo assim, os cerca de 40 estudantes que chegaram ao colégio de Taguatinga conseguiram entrar e fazer o Enem.

O único atrasado foi o estudante Cláudio José, de 27 anos. A sala dele era uma das que teriam a prova adiada, mas Cláudio não tinha recebido nenhum aviso do Inep. “Foram adiadas? Eu não recebi no meu aparelho não. De nenhuma forma. Não me avisaram”, relatou.

Quando os jornalistas informaram sobre a possibilidade do adiamento, Cláudio José foi cauteloso. “Esperar, né? Para ver se vai realmente adiar ou não”, disse, antes de deixar o local. Ao todo, o Inep adiou as provas do Enem que ocorreriam em 405 locais de aplicação para mais de 270 mil pessoas. Os candidatos inscritos nesses locais vão fazer o exame em 3 e 4 de dezembro.

Questionado sobre a confusão, o Inep informou que houve uma falha de comunicação entre o órgão e os consórcios aplicadores da prova. Segundo a assessoria de comunicação do órgão, os estudantes foram avisados sobre o adiamento. Mas os fiscais de prova não receberam o mesmo aviso e, por isso, aplicaram normalmente o exame para os poucos que compareceram.

Quem fez o Enem nessas duas instituições de ensino terá a nota computada e deve voltar neste domingo (6) para completar as provas. Já os que não fizeram o Enem terão garantido o direito em 3 e 4 de dezembro.

 

Agência Brasil

 

 

No primeiro dia do Enem, mais de oito milhões de pessoas enfrentaram a maratona de provas em todo o Brasil: http://glo.bo/2fcNtWX

Inep reconhece erro ao incluir escolas por engano na relação de locais ocupados

G1.GLOBO.COM

 

Você já pensou em trocar um restaurante por um jantar na casa de estranhos em outro país? http://glo.bo/2fl1UJ0 #ContaCorrente

Plataforma digital reúne chefs do mundo todo que oferecem refeições a preços mais em conta

G1.GLOBO.COM

 

Especialista em gerenciamento de risco analisa os desdobramentos do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG):http://glo.bo/2ewNW83 #GloboNews

“Desmoralizou, de uma certa forma, a lei de crime ambiental", avalia Moacyr Duarte

G1.GLOBO.COM

 

 

Multa é de R$ 500 mil por dia: http://glo.bo/2eIiDEH #GloboNews

Ibama multa Samarco por descumprir notificações sobre tratamento de rejeitos

G1.GLOBO.COM

 

 

Conferência mundial do clima reunirá 20 mil pessoas em Marrakesh na COP da ação

 

Da Agência Lusa

Testes feitos em carros da Volkswagen para avaliar emissões de gases

A estagnação e redução das emissões de gases com efeito de estufa implicam mudança profunda em direção às energias verdes e o abandono dos combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás)EPA/Patrick Pleul/Agência Lusa/Direitos Reservados

Quase 20 mil pessoas de todo o mundo reúnem-se a partir desta segunda-feira (7), em Marrakesh , Marrocos, na 22.ª conferência da ONU sobre alterações climáticas (COP22), que a organização pretende que seja "a COP da ação". 

Menos de um ano após a adoção em Paris por 195 países, o primeiro acordo mundial para combater as alterações climáticas entrou hoje (5) simbolicamente em vigor, três dias antes da COP22, onde os participantes deverão debater sua aplicação.

"Esta rápida entrada em vigor é um sinal político claro de que todos os países do mundo estão empenhados numa ação global decisiva contra as alterações climáticas", declararam, em comunicado, a responsável do Clima na ONU, Patricia Espinosa, e o ministro marroquino dos Negócios Estrangeiros, Salaheddine Mezouar, que presidirá à COP22.

Acordo

A presidência marroquina da conferência já manifestou a esperança de que esta seja "a COP da ação", que concretizará "os importantes avanços" registados no ano passado em Paris.

Em Marrakesh, os negociadores ainda têm muitas matérias sobre as quais é preciso chegar a acordo, de forma a tornar o pacto operacional, principalmente a definição de regras de transparência, apresentação das estratégias nacionais até 2050 e ajuda financeira aos países em desenvolvimento.

"O maior desafio em Marrakech é chegar a acordo sobre uma data limite para decidir as regras de aplicação do acordo, sobretudo as de transparência", informou à AFP a negociadora francesa Laurence Tubiana. "Se 2017 não é realista, 2018 é exequível", afirmou.

Aquecimento

As regras de transparência dizem respeito às informações que os países deverão fornecer sobre seus esforços para limitar suas emissões, assim como os progressos das ajudas financeiras públicas. Paralelamente a uma maior transparência, o acordo prevê um reforço dos planos de ação de cada país, com vista a limitar o aquecimento global a +2°C acima dos níveis pré-industriais.

Além do objetivo de limitar o aquecimento a +2ºC, o acordo de Paris prevê que os países realizem "todos os esforços necessários" para que não se ultrapassem os 1,5 graus Celcius, evitando assim "os impactos mais catastróficos das alterações climáticas".

No entanto, os compromissos atuais colocam o planeta numa trajetória de +3°C, ou até mesmo 3,4°, segundo relatório divulgado pela ONU na quinta-feira (10), alertando para a subida ininterrupta das emissões mundiais de gases com efeito de estufa.

refugiados

Especialistas admitem que medidas urgentes podem evitar uma tragédia humanaOrestis Panagiotou/Agência Lusa/Direitos reservados

Refugiados

"Se não começarmos a tomar medidas suplementares desde já, acabaremos por chorar perante uma tragédia humana evitável", alertou Erik Solheim, diretor do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA).

"O número crescente de refugiados climáticos atingidos pela fome, pobreza, doenças e conflitos lembrar-nos-á de forma incessante da nossa falha. A ciência mostra-nos que devemos agir muito mais depressa", aacrescentou. Para conseguir manter o aquecimento abaixo dos +2ºC, as emissões de gases com efeito de estufa têm de parar de aumentar e depois têm de ser reduzidas entre 40 e 70% entre 2010 e 2050, segundo os especialistas.

"Agora que o mundo se reúne em Marrakesh, devemos reencontrar o sentimento de urgência que tínhamos há um ano", pediu em comunicado Jim Yong Kim, presidente do Banco Mundial, alertando que "cada dia que passa o desafio do clima cresce".

Mudanças

A estagnação e posteriormente a redução das emissões de gases com efeito de estufa implicam uma mudança profunda em direção às energias verdes e o abandono dos combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás).

Serão precisos grandes investimentos para tornar os setores da habitação, dos transportes e da indústria menos dependentes de energia, assim como novas políticas agrícolas e alimentares. "A curto prazo - certamente nos próximos 15 anos - temos de ver reduções sem precedentes das emissões e esforços sem igual para construir sociedades que possam resistir às alterações climáticas", disseram Patricia Espinosa e Salaheddine Mezouar.

Isto significa que os países terão de fazer mais do que os compromissos assumidos no acordo de Paris.

A questão da ambição coletiva e de cada país será necessariamente abordada em Marrakesh, mesmo que seja cedo para esperar novos compromissos. O tema do financiamento estará também no coração do debate, tanto em relação a ajuda pública de US$ 100 bilhões prometidos até 2020 aos países em desenvolvimento quanto ao objetivo de tornar "mais verdes" as finanças mundiais.

Apenas uma reorientação dos fluxos financeiros mundiais em direção a atividades de baixo carbono (com poucas ou nenhumas emissões de CO2) poderá assegurar um desenvolvimento sustentável dos países, o que exigirá, segundo a ONU, de US$ 5 a US$ 7 biliões por ano.

 

Agência Brasil

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Atletas elogiam integração em jogos universitários com competição paradesportiva

 

Vinicius Lisboa - Repórter da Agência Brasil

Jessica recebe medalha de ouro

Jéssica Domingos, da UFPR, recebe medalha de ouro no JUBSVMarcelo Zambrana/Fotojump/CBDU

Amanda Vanessa Gomes, 19 anos, saiu de Macapá para representar a Universidade Estadual do Amapá (UEAP) na primeira competição paradesportiva da história dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs), realizada nessa sexta-feira (4). Na mesma prova, nadou Jéssica Domingos, 22 anos, que foi de Curitiba para Cuiabá escrever seu nome e o da Universidade Federal do Paraná nessa história.

Apesar de nadarem lado a lado, as duas ganharam medalha de ouro, porque representavam classes diferentes do paradesporto: Amanda era S9, e Jéssica, S8, em uma escala em que, quanto mais próximo de 10, menos limitante é a deficiência.

"Eu sinto um prazer enorme de poder participar e mostrar o quanto o Brasil é diverso", comemorou Amanda, que nasceu com uma má formação no pé esquerdo e treina de segunda a sábado em uma piscina usada em um projeto social da Polícia Militar do Estado do Amapá. "No meu estado, a dificuldade é muito grande em relação ao esporte, seja paralímpico ou outro. Foi uma oportunidade muito grande estar aqui".

Maurício (esq) e Vinicius (meio) recebem medalha do nadador olímpico Henrique Martin

Maurício (esq) e Vinicius (centro) recebem medalha do nadador olímpico Henrique MartinMarcelo Zambrana/Fotojump/CBDU

Aluna de engenharia ambiental, ela disse que vai disputar mais duas provas e dedicar as medalhas que conquistar ao irmão de três meses. "Minha maior alegria vai ser entregar a medalha pra ele".

Em sua 64ª edição, os jogos incluíram pela primeira vez a natação e o tênis de mesa paradesportivos entre suas competições. A prova de 50 metros nado de costas feminino foi só a primeira das dez finais que serão disputadas até o amanhã (6) na natação.

Inclusão

Além de festejarem a possibilidade de competir em mais um evento nacional, os atletas elogiaram a possibilidade de competir nos mesmos locais e dias que o esporte convencional. As provas paradesportivas foram marcadas para antecederem suas equivalentes na programação convencional, o que faz com que atletas convivam, aprendam e torçam uns com os outros. Acompanhada pelos colegas da UFPR, Jéssica Domingos defendeu a ideia.

"Tem de haver essa união. As competições paralímpicas são muito isoladas. É natação como um todo e não podemos separar", afirmou. "Mesclar com o convencional [é bom] para que um conheça o outro. Conheço muitos atletas convencionais que nunca viram uma competição paralímpica", informou a curitibana, que cursa educação física e já participou de competições nacionais e internacionais, mas sempre voltadas para o paradesporto.

Presidente da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU), Luciano Cabral destacou que a demanda pela inclusão desses atletas é antiga e que a preparação para os Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro enfatizou que era o momento de atendê-la. "Esperamos passar a Paralimpíada no Brasil não para fazer uma competição para eles, mas para incluí-los no nosso programa. É um processo de inclusão", disse Cabral.

Leonardo Alenski, da PUC-PR, recebe medalha no JUBs

Leonardo Alenski, da PUC-PR, recebe medalha no JUBsMarcelo Zambrana/Fotojump/CBDU

Depois de Jéssica e Amanda caírem na água e serem aplaudidas, elas torceram e assistiram de perto a final dos 50 metros feminino nado de costa. Em seguida, foi a vez de Leonardo, Vinicius e Maurício serem os primeiros do paradesporto masculino do JUBs, também na prova de 50 metros costa.

"Não há nada igual a isso. Já participei de brasileiros paralímpicos e competições internacionais e nunca vi uma integração como essa. Sou totalmente a favor", elogiou Vinicius Bernardi, 21 anos, que estuda direito na Universidade Federal do Paraná.

Com má formação congênita no fêmur esquerdo, ele começou a nadar por recomendação médica e já pratica o esporte há 16 anos. "Quando você começa a fazer as competições, não para mais. Fica ansioso por superar seus limites e barreiras, independentemente de ter deficiência ou não no corpo."

Prazer

Aluno da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Leonardo Alenski, 20 anos, faz parte de uma equipe que inclui atletas do paradesporto e do esporte convencional e atribui à natação seu modo de encarar a vida. "Foi ela que me deu perspectiva e objetivo não só nas piscinas, mas no ensino superior e tudo mais."

Maurício Scota, também 20 anos, tem uma visão parecida e acredita que a troca de experiências com outros atletas o estimula e também faz com que eles se espelhem em sua força de vontade.

"É muito boa essa integração. As pessoas conversam. Trocamos experiências. Achei que não conseguiria nada disso que tenho hoje, mas superei tudo e digo que sou um vencedor", acrescentou o estudante de Educação física da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).

Maurício sonhava ser jogador de futebol, mas sofreu um acidente de moto aos 17 anos e teve uma perna amputada. "Pensei que não ia ter mais nada para fazer na vida. Hoje faço um esporte que me dá prazer", concluiu o atleta.

 

 

Agência Brasil