segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
Felipão pode ir para China e Renato vira opção para 2015
Andressa Urach está na UTI em estado grave
Inflação medida pelo IPC-S avança no fechamento de novembro
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) registrou variação de 0,65% na última apuração de novembro, aponta levantamento do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV). A taxa é 0,07 ponto percentual maior do que a observada na última divulgação. O indicador acumula alta de 6,07% no ano e 6,81% nos últimos 12 meses.
Cinco das oito classes de despesa que compõem o índice apresentaram acréscimo. O maior avanço foi registrado no item educação, leitura e recreação, que passou de 0,85% para 1,02%. O destaque nesse grupo foram os preços das passagens aéreas, cuja variação ficou em 23,41% ante 15,86% registrada na última divulgação.
Em seguida estão os preços relacionados a habitação (de 0,67% para 0,83%). O comportamento do item tarifa de eletricidade residencial chama a atenção, com alta de 3,73%. Na apuração anterior, a taxa estava em 2,49%.
Também apresentaram taxas mais elevadas as seguintes classes de despesa: transportes (de 0,52% para 0,62%), comunicação (de 0,21% para 0,31%) e vestuário (de 0,44% para 0,46%). Nesses grupos, os destaques foram os itens gasolina (de 1,05% para 1,9%), tarifa de telefone móvel (de 0,37% para 0,57%) e calçados masculinos (de 0,44% para 1,06%).
Houve desaceleração nos grupos saúde e cuidados pessoais (de 0,44% para 0,42%), despesas diversas (de 0,28% para 0,25%) e alimentação (de 0,66% para 0,65%). Os maiores recuos foram verificados nos itens artigos de higiene e cuidado pessoal (de 0,27% para -0,16%), clínica veterinária (de 0,64% para 0,23%) e laticínios (de -1,91% para -2,56%).
As versões que fazem parte do sistema de divulgação do IGP seguem um calendário previamente definido. As versões IPC-S, IPC-3i e IPC-C1 dispõem de calendário próprio. A primeira baseia-se em um sistema de coleta quadrissemanal, com encerramento em quatro datas pré-estabelecidas (07, 15, 22 e 31). Apesar de a coleta ser semanal, a apuração das taxas de variação leva em conta a média dos preços coletados nas quatro últimas semanas até a data de fechamento.
TVs têm prazo de um ano para informar o fim do sinal analógico
Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil Edição: Marcos Chagas
Portaria publicada hoje (1º), pelo Ministério das Comunicações, determina que emissoras, geradoras e retransmissoras de televisão comecem a informar os telespectadores sobre o desligamento do sinal analógico com um ano de antecedência. O cronograma de desligamento varia de acordo com a cidade e a região do país.
As informações terão de ser veiculadas nas emissoras de sinal aberto e suas repetidoras em canal fechado, por meio de uma logomarca com o símbolo da televisão analógica. Todas terão de informar a data do desligamento e o número do canal digital para o qual migrará a programação.
A portaria define, também, os números mínimos de inserções diárias na programação, começando com três e chegando a 187 no último mês que precede o desligamento. Está prevista, inclusive, a utilização de tarja ao pé da tela, por pelo menos 30 segundos, com texto fixo ou em movimento.
Na tarja deverão constar informações como data do desligamento, cidades afetadas e número do canal digital que passará a operar a programação, bem como a divulgação de site e telefone de uma central destinada a esclarecer eventuais dúvidas sobre o desligamento.
De acordo com o Ministério das Comunicações, as emissoras terão de fixar, no alto da tela, a contagem regressiva para o desligamento do sinal analógico. Com o novo padrão, as TVs passarão a ser interativas e com qualidade superior da imagem e do som. A expectativa é que o cronograma seja concluído ao final de 2018.
O Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre foi criado em 2006, pelo governo federal, com o intuito de estabelecer as diretrizes para a migração do sistema de transmissão analógico para o digital, que entram em vigor em abril de 2016, no Distrito Federal e nos municípios da Região do Entorno da capital federal. Em seguida, serão incluídas as capitais e cidades dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e do Rio de Janeiro.
Secretário-geral da ONU pede compromisso na luta para acabar com a aids até 2030
Da Agência Lusa Edição: Graça Adjuto
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu aos líderes mundiais que se comprometam a acabar com a aids até 2030 por meio da iniciativa Abordagem Rápida, lançada na última semana.
“Apelo aos líderes mundiais para se unirem nessa causa comum. Há uma luz no fim do túnel. Estabelecemos uma meta concreta. Vamos todos acabar com a aids até 2030”, disse Ban Ki-moon em mensagem divulgada no Dia Mundial de Luta contra a Aids, comemorado hoje (1º).
Ele disse estar "satisfeito e orgulhoso" pelo que considerou ser o "caminho certo” na luta contra a doença, cujo legado já é vísivel, comparado ao do vírus ebola na África Ocidental.
"Quase 14 milhões de pessoas em todo o mundo estão recebendo tratamentos contra a aids. Conseguimos reduzir novas infeções em 38%, desde 2001”, acrescentou o secretário na mensagem, em que agradece a dedicação dos parceiros que ajudam a combater a doença.
Depois de destacar que os sistemas médicos por si só não são suficientes para garantir "cuidados de saúde robustos”, Ban Ki-Moon pediu mais apoio para combater a doença porque, destacou, "existem 35 milhões de pessoas vivendo com o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV, na sigla em inglês) hoje em dia e cerca de 19 milhões delas não têm conhecimento de que contraíram o vírus".
"Existem lacunas importantes na nossa resposta a grupos-chave. Duas em cada três crianças necessitam de tratamento e não dispõem dele. As mulheres jovens são particularmente vulneráveis em muitos países com prevalência alta de HIV. A epidemia da aids está aumentando no Leste da Europa, na Ásia Central e no Oriente Médio, alimentada pelo estigma, a discriminação e as leis punitivas. Ainda assim, o trabalho essencial dos sistemas de comunidade e organizações de apoio muitas vezes não dispõe de apoio. Não podemos deixar ninguém para trás", frisou.
O Dia Mundial de Luta contra a Aids é comemorado em 1º de dezembro para alertar as populações quanto à necessidade de prevenção e de precaução contra o vírus, que ataca o sistema imunológico. A aids é a primeira causa de mortalidade na África e a quarta no mundo.
Agência Brasil e Agência Lusa
Mantega reduz tributação para enquadrar países com regime fiscal privilegiado
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, decidiu reduzir de 20% para 17% a alíquota máxima da tributação de renda de pessoas jurídicas no conceito de país com tributação favorecida e regime fiscal privilegiado, os chamados “paraísos fiscais”.
Na prática, a mudança poderá reduzir o número de países enquadrados nessa conceituação. Aportaria foi publica na edição de hoje (1º) do Diário Oficial da União, mas precisa de ato da Receita Federal, que usará padrões de transparência adotados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) , explicou o chefe substituto da Divisão de Tributação Internacional, Flávio Barbosa.
Se o país tem 17%, por exemplo, o Brasil avaliará se ele se enquadra nessa situação, com base nos padrões da Receita. A OCDE será referência, mas serão observadas outras práticas, entre elas a transparência, salientou Andréa Costa Chaves, auditora fiscal da Receita.
Segundo ela, os países terão de se dirigir às autoridades brasileiras para pedir novo enquadramento. Ela destaca a Suíça, que tem critérios que transformaram recentemente o país "parcialmente em paraíso fiscal”.
Flávio Barbosa explicou que, em 2003, a OCDE reduziu de 36% para 25,5%, em média, mas, mesmo assim, o teto para o Fisco brasileiro permaneceu elevado e muitas regiões, para atrair investidores, continuaram na lista do chamado “paraíso fiscal”.
Ele acrescentou que a Alemanha e países da Europa Ocidental também têm alterado, como o Brasil, a alíquota da tributação da renda para enquadrar melhor a lista de países.
De acordo com a Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, a OCDE é um órgão internacional e intergovernamental, que reúne os países mais industrializados e também alguns emergentes, como México, Chile e Turquia.
Jovens com HIV relatam avanços na qualidade de vida e destacam prevenção
Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto
Teste para detectar o vírus HIVArquivo/Agência Brasil
Ao 24 anos, Patrícia Vieira* já superou mais obstáculos do que muitas pessoas com o dobro de sua idade. Diagnosticada como soropositiva aos 2 anos, perdeu a mãe e o pai para a aids ainda pequena. Aos 8 anos, chegou a tomar 24 comprimidos antirretrovirais por dia na tentativa de conter a doença. Hoje, a recepcionista coleciona vitórias: “Consegui terminar o ensino médio, me casei, tive uma filha que, assim como meu marido, não é soropositiva e estou me formando em administração este ano”.
Patrícia nunca soube ao certo como o HIV chegou até sua família. O pai descobriu ser soropositivo em 1992 e morreu 30 dias após o diagnóstico. A mãe foi diagnosticada logo em seguida e morreu quatro anos depois. Criada pelos avós paternos, ela lembra que o retrato de quem vive com HIV hoje é bem diferente do de antigamente. Nos anos 90, a avó precisava manipular os comprimidos para que virassem xarope, mas o procedimento era caro.
“À medida que o tratamento antirretroviral foi melhorando, foi ficando mais fácil. Naquela época, minha avó esperava que nós duas, eu e minha irmã, fôssemos as próximas a morrer. Passamos a viver um ano de cada vez e chegamos até aqui”, contou.
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Apesar de ter uma vida normal, Patrícia não pode abrir mão dos remédios. Para outros jovens, ela recomenda que busquem informação de qualidade e procurem se prevenir por meio do uso da camisinha. Ela também alerta para a importância do teste rápido para detecção do HIV, uma vez que a doença não escolhe suas vítimas.
Eduardo Santos*, 24 anos, não acreditava que pudesse estar entre os novos casos de infecção por HIV no país. Em 2012, entretanto, recebeu o diagnóstico. “A gente sempre pensa que pode confiar no parceiro, que nunca vai pegar. Fiz o exame por acaso, porque tinha passado muito mal e o médico me pediu que fizesse. Não suspeitava de jeito nenhum. A primeira sensação que tive foi de medo. Achei que ia morrer”, lembra.
O jovem garante que fazia check-ups todos os anos e que praticava sexo seguro. “Mas, quando você está namorando, a camisinha vai começando a ficar de lado. Na década de 80, existia aquele medo da morte pela aids. As pessoas se preocupavam mais. Hoje em dia, não. As pessoas estão mais descuidadas. Agora sei que não dá pra abrir mão da camisinha.”
Dois anos após o diagnóstico, Eduardo ainda não voltou a namorar. A família do rapaz também não sabe que ele é soropositivo. “Querendo ou não, você conta pra um que conta pra outro e todos acabam sabendo. É uma questão delicada. E eu, por ser homossexual, acham que foi promiscuidade, que transo com todo mundo. E eu só transei com uma pessoa que tinha o vírus”.
Apesar da pouca idade, o estudante Bruno Rodrigues*, 20 anos, também tem muita história pra contar. Diagnosticado como soropositivo aos 5 anos, perdeu o contato com o pai pouco depois que a mãe descobriu ter sido infectada por ele. “Não tem como falar sobre isso para uma criança. Até os 12 anos, eu só sabia que a aids matava”, lembra. “Aos 16 anos, tive uma namorada e terminei o relacionamento por causa do HIV. Não contei a ela. Afinal, ela não ia querer namorar uma pessoa assim”.
Outro baque foi o alistamento para o Exército, barrado em razão do diagnóstico de soropositivo. “Um sargento me chamou e me disse que não podia. Fiquei chateado porque era um dos meus sonhos. Chorei muito. Tinha só 18 anos”. Com a ajuda de um psicólogo, as ideias foram clareando. Hoje, Bruno namora, sai com os amigos e vai se formar em farmácia no ano que vem.
“A impressão que tenho é que a maioria dos jovens não tem boca, não vai atrás dos seus direitos”, disse. “Outro problema é que, como a doença perdeu um pouco o foco, ocorreu um relaxamento. E não é só entre jovens que não têm HIV. Entre os que têm também. Conheço muita gente que diz que fez sexo sem camisinha e não contou pra pessoa. Não podemos baixar a guarda”, completou.
A orientação de Bruno é que os jovens com diagnóstico recente procurem organizações não governamentais em seus estados e municípios, como a Rede Nacional de Jovens Vivendo com HIV no Brasil. “Sei que o HIV fecha muitas portas, mas as portas que se fecham é a gente mesmo que acaba trancando e dá pra abrir de novo”, concluiu.
A diretora do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) no Brasil, Georgiana Braga-Orillard, reforçou a importância da prevenção à aids entre os jovens por meio de campanhas que aprofundem o tema e que trabalhem a discriminação. “As pessoas estão cada vez menos confortáveis em conversar sobre a sua sexualidade e isso pode gerar grande consequências”.
*Os nomes dos personagens são fictícios
'Os fatos são chocantes. Há uma cleptocracia instalada', diz Gilmar Mendes
Publicado em 1 de dez de 2014
O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes conversou exclusivamente com Joice Hasselmann sobre os sucessivos escândalos na maior empresa estatal do país. Avaliou as credenciais de possíveis novos indicados de Dilma Rousseff para a Corte e analisou que, ao final do mandato da presidente, ele será o único membro que não foi escolhido por um governo petista.
Sistema Cantareira continua em queda e registra 8,7%
Fernanda Cruz - Repórter da Agência Brasil Edição: Valéria Aguiar
Sistema Cantareira continua em queda e registra 8,7%Divulgação/Sabesp
A capacidade dos reservatórios do Sistema Cantareira segue em queda e chegou a 8,7%, segundo medição divulgada hoje (1º) pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo.
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A queda do nível do Cantareira ocorre mesmo com as chuvas que atingiram a região das cabeceiras do manancial. No mês passado, a pluviometria acumulada foi 135 milímetros, volume um pouco menor que a média histórica para o mês, de 161,2 milímetros. A média de chuvas esperada para dezembro chega a 220,9 milímetros.
Os outros mananciais que abastecem São Paulo também não elevaram a capacidade. O Alto Tietê, por exemplo, passou de 5,7% para 5,6% de ontem para hoje. Nesse manancial, choveu abaixo do esperado durante o mês passado. A pluviometria acumulada foi 108,02 milímetros, enquanto a média para novembro é 117,1 milímetros. A chuva esperada para dezembro é 192,8 milímetros.
O Sistema Guarapiranga foi outro a apresentar queda, reduzindo de 33,7% ontem para 33,4% hoje. No acumulado de mês, choveu 109,3 milímetros, volume inferior à média histórica de 124 milímetros. A precipitação esperada para dezembro é 175,2 milímetros.
Já o Sistema Alto Cotia manteve-se em 29,9% entre ontem e hoje. A média histórica de chuvas para novembro é 127,2 milímetros. As chuvas que atingiram a região, por sua vez, foram 106,2 milímetros. Para dezembro, o volume esperado é 172,2 milímetros.
Uruguaios elegem Tabaré Vázquez sucessor de Mujica
Monica Yanakiew - Correspondente da Agência Brasil/EBC Edição: Graça Adjuto
Os uruguaios elegeram nesse domingo (30) o sucessor do presidente José Pepe Mujica: no dia 1º de março, o médico socialista Tabaré Vázquez será reconduzido ao cargo, que ocupou de 2005 a 2010. Este vai ser o terceiro governo consecutivo da coligação de partidos de esquerda, Frente Ampla.
No discurso em que festejou a vitória, Tabaré convocou a oposição a um diálogo. “Convoco todos os uruguaios, não para que me sigam, mas para que me guiem e me acompanhem”, disse. Ao mesmo tempo prometeu que seu retorno ao poder não representará “mais do mesmo” porque o país que vai presidir nos próximos cinco anos “não é o mesmo de 2005 nem de 2010”.
Tabaré Vázquez disputou o segundo turno das eleições presidenciais com o candidato do tradicional Partido Nacional (ou Blanco), Luis Lacalle Pou. Ele obteve 53,6% dos votos, enquanto seu adversário ficou com 41,1%. A Frente Ampla ainda assegurou a maioria no Congresso, no primeiro turno das eleições, em outubro passado.
No Uruguai, o Congresso é totalmente renovado a cada troca de governo. E os eleitores são obrigados a escolher candidatos a presidente, à Câmara dos Deputados e ao Senado do mesmo partido. Todos têm mandatos de cinco anos e o presidente não pode ter dois mandatos consecutivos.
A legislação, no entanto, não impede que uma pessoa dispute o cargo de presidente e uma vaga no Congresso, em uma mesma eleição, ou que o presidente em exercício se candidate ao Senado. Por isso, no dia 1º de marco, Lacalle Pou (que foi derrotado na eleição presidencial, mas obteve votos suficientes na eleição legislativa) assumirá como senador do Partido Nacional. José Pepe Mujica vai liderar a bancada da Frente Ampla no Senado.
Em entrevista à Agência Brasil, Mujica disse que quer impulsionar uma reforma constitucional e criar mecanismos para evitar a corrupção politica. A primeira-dama, a senadora Lucia Topolanski, foi reeleita em outubro e vai integrar a bancada governista junto com o marido.
Segundo Victor Rossi, que foi ministro de Transporte e Obras Públicas na primeira gestão de Tabaré Vázquez, o novo governo vai manter a politica de redistribuição da riqueza dos últimos dez anos, que deu bons resultados: a redução da pobreza de 39% a 11% e a queda do desemprego. “Mas existem novos desafios porque os uruguaios hoje estão mais exigentes do que em 2005 e em 2010”, disse Rossi.
Responsável por conduzir a Frente Ampla ao poder, rompendo com a hegemonia dos partidos Nacional e Colorado (ambos com mais de 170 anos de historia), Tabaré Vázquez obteve votação histórica. Ele ganhou as eleições com a maior margem de diferença em relação ao segundo colocado desde 1996.
Apesar de Tabaré ser um político popular, foi seu sucessor – o ex-guerrilheiro José Pepe Mujica, preso durante 14 anos – que colocou o pequeno país no mapa, graças ao seu jeito simples de ser. Ele foi manchete da imprensa local e internacional porque continua vivendo na mesma chácara e dirigindo o mesmo fusca velho (que um xeque árabe quis comprar por US$ 1 milhão e que ele se recusou a vender).
Mujica também ganhou fama de ser o “presidente mais pobre do mundo” porque doa 90% de seu salario para financiar projetos sociais. Na gestão dele, o Uruguai legalizou o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a produção e venda da maconha.
Expectativa de vida do brasileiro sobe 12,4 anos entre 1980 e 2013, mostra IBGE
Em 1980, a expectativa de vida do brasileiro era 62,5 anos e passou para 74,9 anos em 2013 Arquivo/Agência Brasil
A expectativa de vida do brasileiro ao nascer aumentou 12,4 anos entre 1980 e 2013, segundo dados divulgados hoje (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se a perspectiva de vida era 62,5 anos em 1980, no ano passado, passou a ser 74,9 anos, de acordo com a Tábua Completa de Mortalidade para o Brasil – 2013.
Nesse período, a expectativa de vida das mulheres subiu mais do que a dos homens, passando de 65,7 anos em 1980 para 78,6 anos em 2013 (12,9 anos). A expectativa dos homens subiu 11,7 anos, de 59,6 para 71,3 anos.
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Segundo o pesquisador do IBGE Fernando Albuquerque, o aumento da longevidade do brasileiro pode ser explicada principalmente pela redução da mortalidade infantil e das mortes dos idosos com mais de 70 anos. Essas duas faixas etárias foram as que apresentaram mais ganhos nesses 33 anos.
A probabilidade de um bebê morrer antes de completar um ano de vida caiu de 69,1 por mil em 1980 para 15 por mil em 2013. A melhoria do indicador pode ser explicada por avanços no saneamento básico, aumento da cobertura vacinal, programas de atenção pré-natal e de aleitamento materno e iniciativas governamentais como o Programa Bolsa Família (de transferência de renda), segundo o IBGE.
A probabilidade de uma pessoa com 70 anos morrer nessa idade caiu de 47,5 por mil para 25,2 por mil. A explicação está nos avanços médicos e tecnológicos e em ações voltadas para os idosos, como a aposentadoria rural.
“A população está vivendo mais e envelhecendo de forma mais saudável. Agora, em relação à Previdência Social, o impacto não é muito bom porque a expectativa de vida aumentando influencia no cálculo do fator previdenciário”, afirma Albuquerque.
Por outro lado, a faixa etária dos 15 aos 19 anos foi a que teve menos redução da mortalidade nesses 33 anos. Nos homens de 17 e 18 anos, a taxa é exatamente a mesma de 1980. “Nesse grupo, a mortalidade não se alterou exclusivamente em função dos óbitos por causas violentas, principalmente os acidentes de trânsito e os homicídios”, disse.
Hemodiálise de Pelé é suspensa, mas ex-jogador continua na UTI
Fernanda Cruz - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso
A hemodiálise no ex-jogador de futebol Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, de 74 anos, foi suspensa hoje (1º), de acordo com boletim médico do Hospital Israelita Albert Einstein. Pelé apresenta boa evolução, mas permanece internado na unidade de terapia intensiva (UTI).
Os médicos anunciaram que suspenderiam o tratamento de hemodiálise no ex-jogador na manhã de ontem (30). A equipe do hospital reavaliou hoje o quadro de saúde de Pelé e decidiu mantê-lo sem o procedimento de suporte renal.
Pelé foi internado no dia 24, por causa de uma infecção urinária. No dia 13, ele passou por cirurgia para retirada de cálculos renais. No dia anterior ao da operação, o ex-atleta tinha sido internado após passar mal. Exames constataram que o problema era causado por cálculos no rim, na uretra e na vesícula, o que provoca obstrução do fluxo urinário.
Em 2012, Pelé esteve internado no mesmo hospital para cirurgia no quadril. No procedimento, foi retirada parte do osso e colocada uma prótese de titânio e cerâmica. Antes da operação, o ex-jogador relatava sentir dores constantes no quadril.
Autópsia para determinar causa da morte de Jango é inconclusiva
Ivan Richard – Repórter da Agência Brasil Edição: Denise Griesinger
O presidente Jango e o embaixador dos Estados Unidos, Lincoln GordonArquivo Nacional
A autópsia dos restos mortais do ex-presidente João Goulart, morto há 38 anos no Argentina, não identificou a presença de medicamentos tóxicos ou veneno que pudessem ter causado a morte de Jango, como era conhecido. O laudo final da perícia dos restos mortais concluiu que o ex-presidente, deposto pela ditadura miliar, realmente pode ter sido vítima de um enfarte, como foi informado à época por autoridades do regime militar, devido a histórico de cardiopatias.
A negativa da presença de medicamentos tóxicos ou veneno, no entanto, não significa que Jango não tenha sido assassinado. De acordo com peritos que participaram das investigações, as análises foram prejudicadas pela ação do tempo. “Do ponto de vista científico, as duas possibilidades [morte natural e envenenamento] se mantêm”, disse o perito cubano Jorge Perez, indicado pela família Goulart para participar das investigações. Foram investigadas 700 mil substâncias químicas, de um universo de mais de 5 milhões conhecidas.
“Os resultados podem concluir que as circunstâncias são compatíveis com morte natural. O enfarte pode ser compatível, mas a morte pode ter sido causada por outras cardiopatias”, diz trecho do relatório final das análises. “A negativa [da presença de veneno] não permite negar que a morte tenha sido causada por envenenamento” diz outro trecho.
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O filho de Jango, João Vicente Goulart, disse que a família já esperava que o resultado não fosse conclusivo. Ele reivindicou que o Estado brasileiro faça o compartilhamento de documentos com outros países e que cobre o depoimento de agentes americanos que contribuíram com o regime militar brasileiro.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, ressaltou que o laudo pericial não concluiu as investigações da causa da morte de Jango. “Um laudo pericial é parte de um processo de investigação e não uma conclusão em si. Há uma investigação que está em curso pelo Ministério Público. Já que a morte de Jango ocorreu na Argentina e como há a suspeita de que ela esteja relacionada à Operação Condor, o Ministério Público da Argentina também está analisando o caso”, disse.
João Goulart em comício na Central do BrasilArquivo Memorias Reveladas/MJ
Ideli ressaltou que, apesar de o laudo ser inconclusivo, o processo de análise por si só é um resgate à memória do ex-presidente. “Apenas em uma democracia poderemos realizar uma cerimônia como essa. E só com o compromisso político de resgatar a memória podemos concluir essa etapa de resgate da figura importante do presidente João Goulart para o país”, acrescentou a ministra.
A análise dos restos mortais de Jango teve início no dia 13 de novembro do ano passado e foi feita por laboratórios do Brasil, da Espanha e de Portugal. O trabalho também foi acompanhado por peritos da Argentina, do Uruguai e de Cuba, representantes da Cruz Vermelha, do Ministério Público Federal, além da família de Jango. O resultado será entregue à família do ex-presidente e posteriormente à Comissão Nacional da Verdade.
Deposto pelo regime militar (1964-1985), Jango morreu no exílio, em 6 de dezembro de 1976, na Argentina. O objetivo da exumação é descobrir se ele foi assassinado. Por imposição do regime militar brasileiro, o corpo de Goulart foi enterrado em sua cidade natal, São Borja, no Rio Grande do Sul, sem passar por autópsia. Desde então, existe a suspeita de que a morte tenha sido articulada por autoridades das ditaduras brasileira, argentina e uruguaia, em meio à Operação Condor.
'Deputados querem negociar cargos', diz Lauro Jardim
Publicado em 1 de dez de 2014
A semana começa com nova tentativa de votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que autoriza o governo a descumprir a meta fiscal desse ano. O colunista Lauro Jardim fala sobre o motivo da ausência de vários deputados na votação da semana passada: negociação de cargos. Ele diz que essa é a hora dos políticos colocarem a faca no pescoço do governo.
Papa Francisco pede a líderes muçulmanos que condenem terrorismo
Da Agência Lusa Edição: Graça Adjuto
O papa Francisco apelou hoje (1º) a todos os líderes muçulmanos para que condenem claramente o terrorismo islâmico, considerando que “não se pode dizer que todos os muçulmanos são terroristas”.
Depois de três dias na Turquia, na viagem de volta ao Vaticano, ele conversou com jornalistas sobre a ligação que é feita entre o Islã e o terrorismo e disse sentir-se revoltado com essa associação.
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“Muitos [muçulmanos] me dizem: não somos assim, o Alcorão é um livro de paz, é um livro profético de paz, isso não é o Islamismo”, lembrou.
“Ouço isso e sinceramente não posso dizer que todos os muçulmanos são terroristas […]. Em todas as religiões há esses pequenos grupos”, destacou, acrescentando que “todos os líderes muçulmanos, políticos e religiosos deviam claramente condenar isso porque ajudaria a maioria do povo muçulmano”.
Nas declarações aos jornalistas durante a viagem, o chefe da Igreja Católica reiterou o desejo de viajar ao Iraque.
“Quero ir ao Iraque. Falei com o patriarca Sako, enviei lá o cardeal Filoni, mas, no momento atual, não é possível. Se, neste momento, eu fosse lá, criaria um problema de segurança bastante sério às autoridades”, explicou.
Vaticano e Agência Brasil
Brasil e mais 12 países são reconhecidos pela FAO por combate à fome
Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil Edição: Juliana Andrade
O Brasil e mais 12 países foram premiados hoje (30) pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) pelo progressos obtidos na luta contra a fome, entre eles a redução da proporção de subnutridos e do número absoluto de pessoas com fome. A premiação foi entregue na sede da entidade, em Roma.
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, recebeu o prêmio em nome do Brasil. Também tiveram reconhecidos pela FAO seus esforços no combate à fome: Camarões, Etiópia, Gabão, Gâmbia, Irã, Kiribati, Malásia, Mauritânia, Ilhas Maurício, México, Filipinas e Uruguai.
O diretor da organização, José Graziano, elogiou as iniciativas que levaram os 13 países aos progressos recentes no combate à fome, mas lembrou que ainda há muito a fazer para erradicar o problema globalmente.
“Vocês superaram grandes desafios em condições econômicas globais e ambientes políticos difíceis. Vocês demonstraram vontade e mobilizaram os meios”, disse Graziano aos representantes dos países vencedores. “Vocês confirmaram que acabar com a fome e a desnutrição no nosso tempo é um desafio, mas também mostraram que é viável”, acrescentou, de acordo com informações da FAO.
Segundo Graziano, apesar dos avanços, 805 milhões de pessoas no mundo ainda sofrem de desnutrição crônica. “É necessário melhorar a qualidade e eficiência dos sistemas alimentares, promover o desenvolvimento rural, aumentar a produtividade, aumentar a renda rural, melhorar o acesso aos alimentos e reforçar a proteção social”, listou.
Entre os esforços reconhecidos pela FAO estão o cumprimento antecipado do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) 1, de reduzir pela metade a proporção de pessoas com fome até 2015, e a meta proposta durante a Cúpula Mundial da Alimentação (CMA), em 1996, de reduzir pela metade o número absoluto de pessoas com fome também até 2015. O Brasil, Camarões e o Uruguai alcançaram as duas metas antecipadamente este ano.
Ao todo, segundo a FAO, 63 países em desenvolvimento atingiram a Meta 1 dos ODM, e mais seis devem alcançá-la em 2015. Dos 63, 25 também alcançaram a meta da CMA.
O Brasil, de acordo com a organização da ONU, avançou por colocar o combate à desnutrição no centro da agenda política, desde a implantação o Programa Fome Zero, em 2003, combinado com programas de apoio à agricultura familiar. A ligação entre proteção e apoio produtivo contribuiu para a geração de empregos e aumento real dos salários, levando à redução da fome e das desigualdades.
Companhias latinas de dança contemporânea se apresentam em SP
Elaine Patricia Cruz - Repórter da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto
Treze companhias de dança da Colômbia, do México, da Costa Rica, Bolívia, do Paraguai, Uruguai e da Venezuela se apresentam em São Paulo no mês de dezembro na Dança à Deriva - 2ª Mostra Latino-Americana de Dança Contemporânea. O evento, gratuito, ocorre de hoje (1º) a 8 de dezembro no Centro de Referência da Dança, localizado nos Baixos do Viaduto do Chá, ao lado do Theatro Municipal, no centro da capital.
O festival vai receber 25 companhias, coletivos e artistas independentes de dança, sendo 12 deles grupos de São Paulo, da Bahia, do Ceará, de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul.
De acordo com Solange Borelli, diretora-geral do Dança à Deriva, o evento pretende “agregar inúmeras companhias, coletivos e artistas independentes da dança contemporânea da América Latina”.
Segundo ela , a mostra de dança parte do conceito de uma “imersão poética”. “ Essa ideia de agregar é a de provocar uma imersão. Eles [os grupos] não vêm apenas para apresentar e mostrar seus trabalhos: ficam imersos nessa partilha de experiências durante oito dias. Há atividades que ocorrem a partir das 10h30 e se estendem até as 22h30”, explicou a diretora àAgência Brasil.
Além dos 28 espetáculos de dança, o evento conta com intervenções, saraus, fóruns de debate e videodança. Diariamente haverá também workshops pela manhã e um espaço, chamado de Derivas Partilhadas, em que artistas, coreógrafos e diretores se reunirão para uma roda de conversa.
A mostra será aberta nesta segunda-feira com o espetáculo Albedo, da Companhia paulistana Maurício de Oliveira e Siameses, que apresenta o personagem Dom Quixote como uma espécie de fio condutor da história, trabalhando com o imaginário e o real. Amanhã (2), um dos destaques é o espetáculo Duo para Dois Perdidos, da paulistana Cia. Dual, baseada no texto teatral de Plínio Marcos Dois Perdidos Numa Noite Suja. A companhia colombiana La Perforadora apresenta o espetáculo Motación, uma composição cênica em que os bailarinos interagem com personagens projetados, recordando momentos clássicos de desenhos animados e videogames antigos. A mostra será encerrada segunda-feira (8) com o espetáculo Um Poema para Carmen, uma homenagem à artista Carmen Miranda apresentada pelo Núcleo de Dança e Performance Marcos Sobrinho.
Os espetáculos ocorrem sempre das 18h às 21h e os ingressos podem ser retirados no local com uma hora de antecedência. A programação e mais informações sobre o festival podem ser encontradas na página da mostra na internet.