domingo, 30 de outubro de 2022

Contas de luz podem ter redução de até 4,5% com rescisão de contrato com usinas térmicas

 Proposta do Ministério de Minas e Energia, que vai evitar custo de R$ 39 bilhões nos próximos três anos, está em consulta pública

Contas de luz podem ter redução de até 4,5% com rescisão de contrato com usinas térmicas 

As 17 usinas térmicas que assinaram os CER (Contratos de Energia de Reserva) com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) em outubro de 2021 devem ter os acordos cancelados, devido ao descumprimento de prazos.

O MME (Ministério de Minas e Energia) se posicionou oficialmente sobre o assunto na quinta-feira (27), quando propôs a rescisão amigável dos CER, em uma consulta pública que vai até 28 de novembro.

A anulação dos contratos evitará um custo de até R$ 39 bilhões, que seria bancado pelo consumidor de energia, segundo cálculos do MME. Essa economia representa uma redução de até 4,5% as contas de luz em todo o país, nos próximos três anos.

As usinas térmicas assinaram contratos bilionários após o Procedimento Competitivo Simplificado, um "leilão emergencial", que foi realizado pelo governo com o objetivo de afastar riscos de desabastecimento de energia neste ano, mas elas tiveram atraso generalizado.

Pelas regras do leilão, todas as térmicas tinham de estar em operação plena no dia 1º de maio deste ano, mas os contratos previam a possibilidade de prorrogação por 90 dias, até 1º de agosto. Se este segundo prazo não fosse respeitado, poderia haver rescisão unilateral.

Em maio, apenas uma usina, a térmica Fênix, em Alto Araguaia (MT), entrou em operação comercial. Todos os outros 16 empreendimentos atrasaram, e a Aneel convocou os responsáveis para prestar esclarecimentos.

A agência já havia sinalizado que pretendia rescindir os contratos, mas várias empresas entraram com processos, pedindo para que fossem analisadas, antes da decisão, as causas dos atrasos nos projetos. Em linhas gerais, elas culparam fatores externos pelo descumprimento do cronograma.

Hoje, das 17 usinas contratadas, nove estão concluídas e em operação; duas se encontram operando em parte, e também realizam testes; uma está em fase de teste, com uma etapa em construção; uma está paralisada; três estão em construção; e uma não foi implantada.

A proposta do MME autoriza a Aneel a desfazer todos os acordos, sem custos para as usinas que entraram em funcionamento dentro do prazo. As empresas que concordarem com a rescisão amigável terão 30 dias para dizer se aceitam ou não.

No caso das usinas que não entraram em operação no período combinado, os contratos serão rescindidos por inadimplência, com cobrança das penalidades e multas.

Procurados, apenas os donos de duas usinas falaram sobre a decisão do ministério. A usina Paulínia disse que "encontra-se operacional e cumprindo integralmente o contrato assinado". Já a Tradener, proprietária da usina Barra Bonita, declarou que aguarda os resultados da consulta pública proposta pelo governo para uma "avaliação aprofundada" da questão. As outras empresas não se manifestaram.

Conta de luz

A decisão do governo, de pedir a rescisão dos contratos emergenciais de energia, tenta dar fim a um erro bilionário, que afetaria todos os consumidores de energia do país, e teria impacto direto na conta de luz e na inflação nos próximos anos. Quando o leilão foi realizado, em outubro passado, o objetivo era muito claro: afastar qualquer possibilidade de haver um apagão em pleno ano eleitoral.

O leilão "simplificado" queimou etapas de licenciamento ambiental, para pôr em operação, em menos de um ano, 17 usinas de geração térmica de energia, das quais 14 são movidas a gás, duas a painéis solares, e uma a biomassa. Com essa estrutura, o governo pretendia fazer frente a uma possível estiagem, que comprometesse o nível dos reservatórios das hidrelétricas, reduzindo a geração de energia dessas usinas.

O megawatt-hora das térmicas foi contratado por R$ 1.563, custo mais de sete vezes superior ao de outros leilões. Além de exigir geração ininterrupta das usinas, com operação em 100% do tempo depois de ligadas, pelo acordo, elas teriam de operar até dezembro de 2025.

Nada do que se imaginava há um ano se confirmou: as usinas não ficaram prontas no prazo determinado, e a forte estiagem não se concretizou. Dessa forma, o governo se viu com contratos bilionários nas mãos, usinas atrasadas e nenhum risco de desabastecimento.

Para o presidente da Abrace (Associação Brasileira dos Consumidores de Energia Elétrica), Paulo Pedrosa, a decisão de anular os contratos é acertada: "O peso de R$ 40 bilhões aos consumidores parece estar sendo bem encaminhado pelo MME e pela Aneel. A agência vem reconhecendo o descumprimento dos contratos e rejeitando as excludentes [justificativas dos atrasos das usinas], o que já está resolvendo a maior parte dos casos", diz. Segundo Pedrosa, a decisão do ministério é encaminhar, em paralelo, o desfecho com as empresas que já não teriam interesse em manter seus contratos.

Correção de rota

O coordenador do Gesel/UFRJ (Grupo de Estudos do Setor Elétrico, da Universidade Federal do Rio de Janeiro), Nivalde Castro, diz que a anulação dos contratos vai permitir que o governo corrija a rota e evite um dano maior. "No ano passado, o MME recebeu a ordem de prover risco zero de falta de energia neste ano eleitoral. Esses contratos emergenciais foram realizados a partir disso. Acontece que tudo o que se faz de forma apressada no setor elétrico é malfeito. Logo vimos que a maioria dos projetos não ficou de pé", avalia. "A decisão de rescindir os contratos, portanto, é muito positiva para o setor e o consumidor", afirma.

Para as empresas, o momento é de fazer contas. A KPS (Karpowership), dona de quatro navios-usinas ancorados no litoral do Rio de Janeiro, chegou a estimar que pode ser alvo de punições no valor de R$ 3,7 bilhões. A companhia turca, que não quis comentar a decisão do ministério, já trava batalha jurídica na Aneel.

Ao lado da KPS, a Âmbar Energia é responsável pela maior parte da energia negociada no Procedimento Competitivo Simplificado de 2021, e juntas, têm mais de 80% da potência contratada. As duas empresas tiveram problemas na implantação de oito usinas térmicas, e estão com processos punitivos tramitando na Aneel e na CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).

Consulta pública

A Portaria Normativa publicada no dia 27, com as condições da consulta pública para a resolução dos CER firmados em de 25 de outubro de 2021, estabelece prazo de 30 dias para que as empresas apresentem à Aneel o Termo de Aceitação de Resolução Amigável. A ele só poderão aderir os geradores que não tenham descumprido as cláusulas dos contratos por quantidade e por disponibilidade.

Também estão previstos os pagamentos e recebimentos de tudo o que está no contrato e na liquidação financeira relativa à contratação de energia de reserva. Isso é válido para as penalidades referentes à não entrega de energia, apuradas até a data do distrato. Além disso, a resolução amigável, de “caráter irrevogável e irretratável”, desobriga as partes do pagamento da multa por resolução contratual.

R7, Agência Estado e Correio do Povo

Lula e a criação do Foro de São Paulo

 


O novo Mao Tsé-tung

 Xi Jinping emplaca seu terceiro mandato seguido no comando da República Popular da China

Jurandir Soares


Ao término, no domingo último, do Congresso do Partido Comunista Chinês, Xi Jinping foi referendado no cargo de presidente por mais cinco anos, em seu terceiro mandato. O que não se constitui em novidade. Isto já era esperado pelo absolutismo com que ele vem dirigindo o país. Assim, Xi, 69 anos, mina as normas de transição ordenada de liderança postas em prática após a Revolução Cultural, para evitar a repetição das lutas de Mao para manter o poder indefinidamente. Desde Deng Chiao-ping na década de 70, os dirigentes chineses têm se alternado no poder e cumprido a norma de não empossar ninguém com mais de 68 anos.

O atual dirigente manobrou para afastar do Comitê Central do PC o primeiro ministro Li Keqiang, de 67 anos. Ao mesmo tempo, fez com que Zhang Youxia, de 72 anos, continuasse como vice-líder da Comissão Militar Central, órgão responsável pela supervisão das Forças Armadas. Ou seja, Xi Jinping é hoje tão poderoso quanto Mao Tsé-tung, o fundador da República Popular da China.

Chamou a atenção do mundo um fato ocorrido na cerimônia de encerramento do congresso. A retirada da mesa das autoridades do ex-presidente, antecessor de Xi, Hu Jintao. Ele estava sentado ao lado de Xi e, de repente, vieram dois assessores ou seguranças e o pegaram pelo braço, fazendo-o levantar, embora sua resistência. Ao ser arrastado Hu ainda se dirigiu a Xi, o qual apenas fez um sinal com a cabeça, mostrando que estava concordando com o que estava sendo feito. Todos os demais integrantes da mesa se mantiveram impassíveis. O episódio foi visto pelo mundo, menos pelos chineses, devido ao controle da mídia. A cena ridícula foi justificada sob a alegação de que Hu estava doente e precisava ser tratado. Doente, mas estava sentado tranquilamente até ser retirado, numa cena que mostra bem o que é o regime. Demonstração pública para o mundo sobre quem manda e quem está sendo execrado. Curiosamente, os dois dirigentes de outros países que cumprimentaram Xi por seu terceiro mandato foram, o russo Vladimir Putin, há 22 anos no poder, e o norte-coreano Kim Jong Un, que já está há 11 no cargo, onde permanecerá enquanto sua saúde e sua segurança suportar. Ou seja, dois ditadores como ele.

Resta dizer que em seu terceiro mandato Xi vai ter que lidar com uma economia em queda livre. O país que experimentou uma média de crescimento do PIB em 10% ao longo de uma década, está na iminência de entrar em recessão. Covid e lockdown ainda são presenças marcantes no país, que experimenta uma substancial redução na produção e no consumo. O detalhe é que uma recessão nessa que é a segunda economia mundial, significa um problemão para a maior parte dos países, inclusive o Brasil.


Correio do Povo

Tempestade tropical Nalgae atinge Filipinas e deixa pelo menos 45 mortos

 Ciclone atingiu Luzon, a principal ilha do arquipélago, com ventos máximos de 95 km/h



A tempestade tropical Nalgae atingiu as Filipinas neste sábado (29) depois de causar inundações e deslizamentos de terra que deixaram pelo menos 45 mortos, segundo balanço das autoridades. O ciclone atingiu Luzon, a principal ilha do arquipélago, com ventos máximos de 95 km por hora, uma hora depois de atingir a ilha pouco povoada de Catanduanes antes do amanhecer.

A destruição começou muito antes, com fortes chuvas inundando principalmente áreas rurais na ilha de Mindanao, no sul, na quinta-feira, seguidas por deslizamentos de terra e inundações mortais na sexta. As autoridades de Defesa Civil reduziram consideravelmente o número de mortos neste sábado - de 72 para 45 - e relataram 40 mortes em Mindanao, enquanto outras cinco pessoas morreram em outras partes do país.

As fortes chuvas provocaram deslizamentos de terra e enchentes carregadas de escombros que varreram famílias inteiras em algumas áreas. As equipes de resgate se concentraram na cidade de Kusiong, no sul. Escavadeiras removiam grandes faixas de uma espessa camada de calcário cinza e lama marrom, enquanto parentes ansiosos esperavam por notícias.

Partes de uma montanha próxima desmoronaram na cidade na sexta-feira e 14 corpos já foram retirados. Há várias pessoas desaparecidas. "Pode ser mais de cem", disse à AFP Lester Sinsuat, prefeito da cidade de Datu Odin Sinsuat, quando perguntado sobre a estimativa de mortos. "Esta já é uma operação de recuperação porque a cidade está enterrada sob rocha e lama há mais de um dia", disse à AFP o chefe regional da Defesa Civil Naguib Sinarimbo, preferindo não estimar o número de mortes. Inundações também foram relatadas na região central das Filipinas, embora nenhuma morte tenha sido relatada na área.

"Por que tantas vítimas?"

Imagens divulgadas pela Guarda Costeira mostraram equipes de resgate usando uma geladeira como barco improvisado para retirar crianças de uma comunidade inundada na ilha central de Leyte. O serviço meteorológico alertou que Nalgae ainda pode atingir a capital Manila, uma metrópole de mais de 13 milhões de pessoas, com "chuvas fortes e às vezes torrenciais".

"Extensas inundações e deslizamentos de terra causados pela chuva são esperados", embora haja riscos mínimos de grandes ondas nas áreas costeiras, acrescentou. "Com base em nossas projeções, este ciclone é muito forte, então temos que estar bem preparados", afirmou Rafaelito Alejandro, diretor nacional de Defesa Civil.

O funcionário também pediu aos moradores no caminho da tempestade que fiquem em casa. "Se não for necessário ou importante, devemos evitar sair hoje (sábado) porque é perigoso", alertou. O presidente filipino Ferdinand Marcos Jr. repreendeu a Defesa Civil e as autoridades locais em uma reunião televisionada neste sábado sobre o alto número de vítimas em Mindanao. "Será importante olharmos para trás e ver por que isso aconteceu. Por que não os retiramos de lá? Por que temos um número tão alto de mortes?", perguntou o presidente.

Mais de 7 mil pessoas foram retiradas antes que o ciclone tocasse o solo, de acordo com a Defesa Civil. O escritório de aviação civil afirmou que até agora cancelou mais de 100 voos. O ciclone atingiu o início de um fim de semana prolongado para o dia dos mortos no país, quando milhões visitam os túmulos de seus entes queridos.

As Filipinas sofrem uma média de 20 grandes tempestades por ano, deixando centenas de mortos e mantendo grandes regiões em pobreza perpétua. Os cientistas alertam que essas tempestades ficaram mais fortes com o aumento do aquecimento global.

AFP e Correio do Povo

Canadá amplia sanções a russos e anuncia emissão de títulos para apoiar Ucrânia

 Grupo sancionado inclui líderes da estatal russa de energia Gazprom



O governo canadense anunciou na sexta-feira, 28, que está impondo sanções a mais 35 russos em resposta à invasão da Ucrânia e emitindo títulos que podem ser adquiridos para apoiar o governo ucraniano.

O primeiro-ministro canadense Justin Trudeau afirmou que o grupo sancionado inclui líderes da estatal russa de energia Gazprom e de seis entidades do setor de energia. "Enquanto a Rússia continua sua agressão ilegal e injustificável contra a Ucrânia, o Canadá continuará apoiando o governo e o povo ucraniano", disse em comunicado.

Em relação aos títulos de Soberania da Ucrânia, informou que serão de cinco anos e oferecidos aos investidores por meio de bancos canadenses. O dinheiro será destinado à Ucrânia por meio do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Trudeau estava em Winnipeg, para uma reunião de três dias em um congresso de canadenses ucranianos.

Agência Estado e Correio do Povo

Erros da História - 13 Não!

 


Trajetória política: Onyx Lorenzoni

 Candidato disputa o governo do RS no segundo turno contra Eduardo Leite

Flavia Bemfica

Onyx Lorenzoni é deputado federal há 20 anos e concorre pela primeira vez ao governo do RS 

Aos 68 anos, o deputado federal Onyx Lorenzoni (PL) disputa pela primeira vez o governo do Rio Grande do Sul. O parlamentar, contudo, exerce mandatos eletivos desde 1995, após ter sido eleito deputado estadual em 1994, também pelo PL. Na Assembleia Legislativa, Onyx cumpriu dois mandatos consecutivos. Ainda durante o primeiro, em 1997, trocou o PL pelo antigo PFL. Como representante da legenda, concorreu cinco vezes a uma cadeira na Câmara dos Deputados, a partir de 2002, obtendo sucesso em todas. Na última, em 2018, fez mais de 183 mil votos, sendo o segundo mais votado pelo Estado.

Já deputado federal, em 2004 e em 2008 disputou a prefeitura de Porto Alegre, mas não ganhou, ficando na terceira e na quinta colocações, respectivamente. Em 2007, quando o PFL mudou de nome, passando a se chamar Dem, seguiu no partido, tornando-se uma das principais lideranças da sigla no Rio Grande do Sul. Em 2022, após a fusão do Dem com o PSL, que resultou no União Brasil, permaneceu por um curto período na nova sigla, e dela migrou novamente para o PL, seguindo o mesmo caminho de Jair Bolsonaro.

Na Câmara dos Deputados, votou a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, da proposta de emenda à Constituição (PEC) do teto dos gastos, no mesmo ano, e da reforma trabalhista, em 2017. Ainda em 2016, foi o relator do projeto que ficou conhecido como o das 10 Medidas contra a Corrupção, capitaneado por setores do Judiciário e do Ministério Público Federal alinhados à Operação Lava Jato. O original tinha mais de uma centena de propostas e previa mudanças em vários outros itens que não os crimes de corrupção, com alterações em diferentes leis, no Código Penal e no Código do Processo Penal. O substitutivo do relator trazia mais pontos polêmicos. E o Congresso Nacional acabou por aprovar uma terceira versão do texto.

Apoiador de primeira hora da candidatura de Jair Bolsonaro à presidência em 2018, Onyx foi o principal articulador da campanha no RS naquele ano. Com Bolsonaro eleito, foi nomeado ministro extraordinário da coordenação da transição. Em janeiro de 2019, quando o presidente assumiu, foi designado para comandar a Casa Civil, pasta apontada como o centro político das administrações. Um ano depois, foi transferido para o comando do Ministério da Cidadania. No início de 2021, saiu da Cidadania para assumir a Secretaria-Geral da Presidência da República. Menos de seis meses depois, em julho, foi transferido para o Ministério do Trabalho e Previdência, que foi recriado, onde ficou até março deste ano, quando voltou para a Câmara, de forma a poder disputar o governo gaúcho.

Nas articulações para o pleito no RS, tanto o ex-ministro como o senador Luis Carlos Heinze (PP) se colocaram como candidatos representantes do bolsonarismo, e Onyx levou a melhor, conseguindo colar a identificação e passando ao segundo turno em primeiro lugar, após obter 37,5% dos votos, sendo o primeiro colocado. Desde o início, a associação com Bolsonaro e com as pautas defendidas pelo presidente foi uma das diretrizes da campanha do parlamentar, tendo como lema “Deus, Família, Pátria e Liberdade!”. Ele também adotou, pela primeira vez, um discurso no qual a religiosidade adquiriu papel central.

Correio do Povo

Trajetória política: Eduardo Leite

 Candidato disputa o governo do RS no segundo turno contra Onyx Lorenzoni



Com 37 anos, o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) tenta a reeleição após ter deixado o cargo em março deste ano. Ele se elegeu governador pela primeira vez em 2018, e não estava obrigado a renunciar para concorrer a um segundo mandato consecutivo, mas se afastou em função da expectativa inicial de conseguir ingressar na disputa presidencial, o que acabou não acontecendo.

Leite exerce mandatos eletivos desde 2008, quando, depois de ficar na primeira suplência nas eleições de 2004, assumiu uma vaga na Câmara de Vereadores de Pelotas devido à cassação do vereador Claudio Roberto Inssauriaga, o Cururu. No mesmo ano, se elegeu vereador. Em 2010, disputou uma cadeira na Assembleia Legislativa e ficou na sexta suplência. Dois anos depois, concorreu à prefeitura de Pelotas. No segundo turno, venceu o então deputado federal Fernando Marroni (PT).

Em 2016 anunciou que não disputaria um novo mandato para a prefeitura, sob a justificativa de que era contrário à reeleição, e apoiou sua então vice. Em novembro de 2017 foi escolhido presidente estadual do PSDB. À época, já existia um movimento de lideranças políticas e empresariais no sentido de que se apresentasse para a disputa ao Piratini em 2018. Outra corrente de aliados preferia que tentasse uma cadeira na Câmara dos Deputados. E uma terceira ala trabalhava para emplacar seu nome como vice da tentativa de reeleição do então governador José Ivo Sartori (MDB).

Em agosto de 2018 os tucanos confirmaram a candidatura de Leite ao governo. O ex-prefeito se classificou para o segundo turno da eleição com 286 mil votos à frente de Sartori. Na campanha da segunda etapa, tanto ele quanto o emedebista declararam voto em Jair Bolsonaro na disputa nacional. Ao final, Leite venceu Sartori.

Ainda no período de transição de governo, o tucano conseguiu atrair outras siglas para sua base, obtendo maioria no Legislativo, e garantindo, ao longo de sua administração, a aprovação de projetos polêmicos, como a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), a privatização de estatais do setor energético, a mudança no Código Ambiental e as reformas na administração e na previdência. Em relação à pandemia do coronavírus, adotou diferentes e as vezes antagônicas estratégias de enfrentamento.

No final de 2021, disputou com o então governador de São Paulo, João Doria, as prévias internas do PSDB para indicar o candidato do partido à presidência da República. Doria saiu vencedor e, nos primeiros meses de 2022, Leite ensaiou migrar ao PSD para tentar ser candidato à presidência. Acabou desistindo da troca de partido e adiando as pretensões nacionais para 2026. Doria, sem apoio do próprio PSDB, abandonou a corrida ao Planalto e recentemente deixou a legenda.

Em junho deste ano, dois meses e meio após deixar o cargo, Leite anunciou que disputaria o governo mais uma vez. Teve início novo embate com o MDB, que acabou indicando seu vice, mas se manteve dividido. Apontado inicialmente como favorito na eleição estadual, o tucano enfrentou uma disputa apertada com o petista Edegar Pretto para a vaga no segundo turno, e venceu por uma diferença de 2.441 votos. Na segunda etapa, manteve-se neutro em relação à eleição nacional, sem declarar apoio nem a Bolsonaro nem a Lula e adotou como estratégia a desvinculação da polarização nacional.

Correio do Povo

Eleições 2022: Segundo turno ocorre em 12 estados

 Disputas podem ampliar forças políticas e reproduzem, em determinados locais, a polarização nacional

Mauren Xavier

Doze estados elegem neste domingo seus próximos governantes. Além do Rio Grande do Sul, terá segundo turno em Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. 

Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, os eleitores vão escolher entre Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT). Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem foi ministro, Tarcísio saiu na frente do candidato petista com 42,32% dos votos. Enquanto isso, Haddad, apoiado pelo ex-presidente Lula (PT), somou 35,70% dos votos no primeiro turno. Reproduzindo a polarização da disputa nacional, o atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), ficou em terceiro, fazendo com que os tucanos perdessem, após mais de duas décadas, o comando de São Paulo.

No Espírito Santo, o governador Renato Casagrande (PSB) e o ex-deputado federal Carlos Manato (PL) disputam o segundo turno. Renato Casagrande, que tenta a reeleição, venceu o primeiro turno com 46,94%, enquanto Manato somou 38,48% dos votos.

Assim como em São Paulo, em Santa Catarina a polarização nacional também se reflete, e o segundo turno é disputado entre o senador Jorginho Mello (PL), que fez 38,61% dos votos, e o ex-deputado federal Décio Lima (PT), com 17,42%, deixando de fora o atual governador, Carlos Moisés (Republicanos), que buscava a reeleição. 

O deputado estadual Renan Contar (PRTB) e Eduardo Riedel (PSDB) disputam o segundo turno no Mato Grosso do Sul. O candidato do PRTB venceu o primeiro turno com 26,71% dos votos, ante 25,16% do seu adversário. André Puccinelli (MDB), que aparecia como favorito, ficou em terceiro.

No Amazonas, o candidato governador e candidato à reeleição, Wilson Lima (União Brasil) e o senador Eduardo Braga (MDB) concorrem no segundo turno. Lima saiu à frente do seu adversário com 42,82% dos votos. Eduardo Braga fez 20,99%. Em Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), que busca reeleição, e o senador Marcos Rogério (PL) estão na disputa. O atual governador fez 38,88%, Marcos atingiu 37,05%.

João Azevedo (PSB) e Pedro Cunha Lima (PSDB) competem no segundo turno na Paraíba. Azevedo, que é governador e tenta a reeleição, saiu à frente, com 39,65%. Já Pedro Cunha, que é deputado federal, ficou com 23,90%. Duas mulheres concorrem pelo governo de Pernambuco: a deputada federal Marília Arraes (Solidariedade) e a ex-prefeita Raquel Lyra (PSDB). No primeiro turno, a candidata do Solidariedade saiu vitoriosa da disputa, com 23,97% dos votos ante 20,58% da sua concorrente tucana.

Em Alagoas, o segundo turno é disputado pelo governador Paulo Dantas (MDB) e pelo senador Rodrigo Cunha (União Brasil). O atual governador emedebista, que tenta a reeleição, saiu vitorioso do primeiro turno, com 46,64% dos votos. Seu adversário fez 26,49%. Em 2022, o senador Rogério Carvalho (PT) e o deputado federal Fábio Mitidieri (PSD) pleiteiam o segundo turno no Sergipe. O petista venceu o primeiro turno com 44,70% dos votos, ante 38,91% do seu adversário. Na Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT) e  o ex-prefeito ACM Neto (União Brasil) se enfrentam pelo comando do governo estadual. No primeiro turno, Jerônimo venceu ACM Neto com 49,45% dos votos, ante 40,80% do candidato do União. 

Partidos podem ampliar forças

As disputas no segundo turno podem ampliar a força de alguns partidos no cenário nacional. Por exemplo, o PT elegeu no primeiro turno três governadores e está disputando outros quatro estados. O PL e o União Brasil elegeram apenas um governador cada um na primeira etapa e, agora, estão disputando outros quatro estados cada um. O MDB fez dois e pode dobrar o número. Republicanos, Solidariedade e PSD conquistaram um governo estadual e agora disputam mais um cada. PSB elegeu um governador e ainda pode conquistar mais dois.

Fora esses, chama a atenção a situação do PSDB, que não elegeu nenhum governador no primeiro turno, porém, tem candidatos em quatro estados neste segundo turno. O PRTB, que não elegeu nenhum governador, ainda está na disputa em um estado. Já o PP, que tem dois governadores eleitos, e o Novo, que tem um representante estadual, não têm candidatos de cabeça de chapa no segundo turno. 


Correio do Povo

Entregue mais quatro dessalinizadores do Programa Água Doce em Minas Gerais

 



Fonte: https://www.facebook.com/watch/?v=437190615034495