1. As análises sobre a campanha presidencial de 2018 -neste momento- sinalizam dúvidas sobre o fôlego de Ciro Gomes, não garantem que Bolsonaro sustente-se no atual patamar, avaliam o impacto do Blocão no crescimento de Alckmin, e especulam sobre o patamar do candidato do PT -digamos Haddad- com apoio e transferência de votos de Lula.
2. A transferência de votos de um líder político a um candidato que apoie não é direta nem garantida. Depende da taxa de rejeição/aprovação do líder, do "efeito esponja" (capacidade de absorção do candidato), do campo de seus adversários, etc.
3. No auge de sua popularidade, Lula abraçou Dilma -sua ministra e portanto colada fisicamente a ele no Palácio do Planalto- e saiu pelo Brasil afora com ela no colo, apresentando-a como sua candidata. Entre fim de 2009 e início das convenções, Dilma cresceu 10 pontos -de um pouco menos de 30% a um pouco menos de 40%. No final do primeiro turno, Dilma teve 35% dos votos sobre o total do eleitorado -que é o que se pode comparar com dados das pesquisas de intenção de voto. No segundo turno, Dilma teve 41% sobre o total do eleitorado.
4. As pesquisas eleitorais atuais com o nome de Haddad dão a ele algo como uns 3% ou 4%. Quando se diz que ele é candidato de Lula, Haddad passa a uns 10% a 12%. Em campanha, com ampla exposição do apoio de Lula, Haddad deve ter este patamar de votos ampliado. A especulação é de quanto será esta agregação.
5. Pesquisas dizem que Lula teria 30% das intenções de voto, hoje. Mas dizem também que tem quase 50% de rejeição. Portanto, seu apoio aberto a Haddad carregará os dois impulsos: para cima e para baixo. O vetor resultante não é fácil de projetar, hoje. Se for impulsionado para perto dos 20%, a probabilidade de ir ao segundo turno é grande. Abaixo disso, ao contrário.
6. Em 30 de janeiro de 2018, o Ex-Blog postou uma nota a respeito dos estudos do professor David Samuel da Universidade de Minnesota com base a dados de uma série até 2002. Este trabalho foi publicado no Brasil pela revista Opinião Pública Vol. X, outubro de 2004 paginas 221 a 241 e procurava responder a pergunta "o que levaria um eleitor a votar no PT”.
7. (Ex-Blog, 31/01/2018) "A partir das regressões sobre diversos temas que poderiam estar relacionados com o voto no PT, Samuels chega a conclusões, na época, surpreendentes. Hoje se pode afirmar que a precisão de suas conclusões é impressionante. Segue uma lista de situações que não levam ao petismo. "A classe socioeconômica não está diretamente relacionada ao petismo. Categorias sociais como – raça, gênero, religião e idade – não apresentam relação com o petismo. Não é verdade que os católicos sejam mais petistas e que os evangélicos menos. A variável raça também não mostra relação significativa."
8. "O atrativo do PT de reduzir a desigualdade socioeconômica não se reflete nos resultados de regressão. O desejo de maior influência do governo na economia e maior regulamentação desta, bem como o apoio ao nacionalismo econômico não estão associados ao petismo. Brasileiros que se opõem às práticas clientelistas e ao rouba-mas-faz não apresentam maior probabilidade de serem petistas. Os brasileiros que apoiam a liberdade de expressão política e que têm ideias menos hierárquicas da sociedade também não mostram maior probabilidade de serem petistas."
9. "A variável mais importante que surge em termos do impacto sobre ser petista é a opinião sobre Lula. O resultado aqui mostrado indica que a predição aumenta quase 65% para um brasileiro que dá nota 10 a Lula numa escala de 0 a 10, em comparação com quem dá nota 5 na mesma escala". "A importância para o petismo da popularidade de Lula tem implicações substanciais para o futuro do PT. Ele continua a ser o único líder petista que pode atrair um número de adeptos bem maior do que o partido.". "O partido não está inteiramente livre de sua conexão a um único líder político. Os resultados deste estudo têm implicações adicionais para o futuro do petismo."
10. O quadro atual -com Lula preso- e o PT se amesquinhando partidariamente, ao concentrar sua política e especialmente sua política eleitoral, apenas não situação de Lula, comprova o estudo de David Samuel - 15 anos depois. Não há PT: há Lula. A campanha tenta criar a Ilusão de que Lula poderá ser solto e candidato. Isso ajuda muito a impulsão de Haddad ou qualquer outro candidato do PT.
11. Mas no momento em que ficar evidenciado que Lula não será candidato, o impacto sobre a candidatura do PT será inevitável. Em campanha, o eleitor não votará num fantasma. Portanto, a curva de crescimento de Haddad como candidato de Lula tenderá a ser estancada ou mesmo invertida no momento da decisão final do TSE/STF/STJ, estimado para início de setembro.
12. Esse cenário projetado deve ser levado em conta pelos demais candidatos -e seus assessores- que perderão tempo ao fazer -hoje- uma regra de três simples, projetando o potencial de votos de Haddad, ou outro. Quem viver, verá.
Ex-Blog do Cesar Maia
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