Chefe do Executivo de Minas Gerais descreveu articulação com governadores de Sul e Sudeste e se demonstrou confiante em relação ao projeto da dívida dos estados
Em agenda no RS, mineiro fez campanha para Felipe Camozzato na Capital | Foto: Ricardo Giusti
O governador mineiro Romeu Zema (Novo) começou, nesta segunda-feira, visita ao Rio Grande do Sul, que segue na terça, com pauta dividida entre economia e política. Ao ter encontros com empresários e Santa Maria e Porto Alegre, aproveitou para fazer atos de campanha junto às candidaturas majoritárias do seu partido em ambas cidades: Giuseppe Riesgo e Felipe Camozzato, respectivamente.
Na Capital, Zema participou de gravações de vídeos para fins eleitorais com os candidatos a prefeito e a vereadores. Após, fez uma caminhada no Mercado Público de Porto Alegre acompanhado dos mesmos.
O chefe do Executivo de Minas Gerais falou sobre as perspectivas de futuro da direita brasileira: “Temos trabalhado para que todo esse grupo, basicamente todo Sul e Sudeste, menos ES, venha apoiar um único nome para presidente em 2026. Já disse que independente de qual nome vier a ser o mais viável, estarei apoiando. Tenho trabalhando para que a direita fique unida”, disse, citando nominalmente o governador Eduardo Leite (PSDB) e demais de Sul e Sudeste.
“Fico frustrado quando vejo alguém tentando ganhar mercado dentro da direita. Tínhamos que somar forças, não dividir”, declarou ainda, ao ser perguntado sobre Pablo Marçal (PRTB), candidato à prefeitura de São Paulo.
Ele também lamentou a ausência de Camozzato no último debate antes da eleição, após não ter sido convidado. “Há seis anos, em 2018, quando fui candidato, foi de extrema relevância eu ter participado dos debates. Caso contrário, não teria tido a oportunidade de levar adiante minhas propostas”.
Governador do estado mais cafeeiro do país, elogiou o café que tomou no Mercado Público, mas sobrou uma alfinetada bem-humorada aos gaúchos: “Nota 10. O pó era mineiro, eu perguntei lá”, fez questão de destacar.
Projeto torna pagável serviço da dívida, avalia mineiro
Em Porto Alegre, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), defendeu que a Câmara dos Deputados aprove o projeto de lei complementar que cria um novo programa federal para que estados e Distrito Federal possam renegociar dívidas com a União. A proposta prevê que os entes federativos possam pagar os débitos em até 30 anos e com juros menores.
Na prática, haveria redução dos juros sobre o estoque da dívida do valor corrente do IPCA + 4% para IPCA + até 1%. “Para um estado como Minas Gerais, que tem uma dívida de, aproximadamente, R$ 165 bilhões, esses 3 pontos percentuais representam uma economia anual de quase R$ 5 bilhões no serviço da dívida. Não vai melhorar muito a situação do estado, mas pelo menos vai tornar pagável o serviço da dívida.”
Ele se mostrou otimista em relação à votação entre os deputados. O projeto já foi aprovado pelo Senado. “Estou confiante que a Câmara Federal aprove e que tenhamos uma solução definitiva. Caso não seja aprovado, o problema continua. Depois de 30 anos com esse juros, RS, não conseguiu pagar, nem RJ, nem Minas. A solução definitiva passa por isso”, afirmou.
Durante a coletiva concedida na Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande Sul (Federasul), Zema se declarou amigo de Eduardo Leite (PSDB), governador gaúcho que afirmou que a proposta “não faz sentido” para o RS. O projeto foi articulado por Rodrigo Pacheco, (PSD), mineiro que preside o Senado.
“Nós governador em Regime de Recuperação Fiscal (RRF) tivemos duas reuniões com o Pacheco e definimos aquilo que amenizaria esse pagamento de juros, que tem feito com que vários estados não consigam estar pagando. Foi algo construído por mim e os demais governadores. Essa medida atenderia a todos. Talvez alguns vão conseguir melhor redução dessa taxa, outros nem tanto” respondeu o governador mineiro.
Correio do Povo