Escola do Chimarrão, há 20 anos estabelecida na Expointer, no Parque de Exposições Assis Brasil, ensina mais de 30 formas de preparar a bebida e a manter viva uma das mais caras tradições do Rio Grande do Sul
Escola ensina 36 tipos de preparo de chimarrão na 47ª Expointer | Foto: Pedro Piegas
Quando pensamos em elementos que definem a cultura do gaúcho, o chimarrão está entre os mais lembrados. Desde 2003, esta é a bebida símbolo do Rio Grande do Sul, conforme a Lei nº 11.929. Tradicional, meia lua, mate amargo, furo alto, primavera, formigueiro, 11 segundos e outros mais de 30 tipos de preparo da bebida são ensinados para o público que visita a Expointer 2024 e comparece à Escola do Chimarrão.
A relação da escola com a feira começou há muito tempo, segundo o diretor executivo Luis Fernando Rodrigues. Já são cerca de 20 anos do estande, sempre com apoio de ervateiras que percebem nas aulas uma oportunidade de incentivar o consumo da erva-mate para as novas gerações e também para pessoas de fora do Estado. Nas primeiras edições, Rodrigues conta que a estrutura era menor, com barraca de lona. Atualmente, a escola conta com um piquete amplo, logo na entrada do parque.
Fundada em Venâncio Aires, a Capital Nacional do Chimarrão, a escola tem por objetivo incentivar o consumo da bebida. “A partir daí, surgiu a ideia de criar e expor várias formas de fazer chimarrão para chamar a atenção. Nós fomos agregando uma série de informações e enriquecendo o tema”, explicou Rodrigues.
Nas aulas, que são gratuitas, os visitantes são ensinados desde os diferentes tipos de erva, como curar a cuia, higienizar a bomba, a temperatura ideal da água para o mate e outros detalhes importantes para o preparo da bebida. Além do estande na Expointer, a escola também realiza outras atividades, como palestras e cursos, durante o ano em todo o Rio Grande do Sul.
“O importante é que a pessoa saia daqui sabendo fazer um chimarrão normalmente, de acordo com a cuia que ela tem. Se ela esquecer o seu kit, nós temos aqui para ela aprender. É uma forma da gente agregar um aspecto cultural à feira, mantendo tradição e conquistando novos admiradores. Nós já demos curso para cariocas, paulistas e até paraenses. Para nós, o chimarrão é um símbolo de amizade e da força do gaúcho”, citou.
Ao todo, são 36 tipos de preparos diferentes ensinados nas aulas da Escola do Chimarrão na Expointer 2024. Alguns decorados, alguns mais simples. Quem entra no piquete da escola já percebe a variedade de preparos possíveis ensinados ali, com todos montados em uma mesa ao centro da casa. De acordo com o Rodrigues, os mais procurados são o “Meia Lua” e o “Formigueiro”.
“A ideia das 30 e tantas opções são para chamar a atenção e conquistar novos públicos. Poderia até ter mais de 36 modelos, pois cada um pode fazer o seu diferente. Mas aqui a gente não usa nada de diferente além das habilidades do mateador. Os que chamam mais a atenção são o Meia Lua, o Invertido e o Formigueiro. Esse último é o campeão de solicitações por conta do volume. Mas vai bastante erva e, por isso, é necessário ter uma cuia apropriada e habilidade para fazer”, comentou.
A grande variedade de preparos criou também a possibilidade de personalização, com a implementação de elementos decorativos no mate. Apesar disso, Rodrigues reforça que, na escola, os tipos de preparo ensinados levam apenas a erva-mate, a cuia, a bomba, a habilidade do mateador e talheres para preparar as formas diferenciadas do chimarrão. O único dos tipos que leva um elemento decorativo é o “Primavera”, com o uso de flores no final do preparo.
“Não existe este chimarrão errado. O errado é não fazer. A gente observou que a escola já influenciou várias pessoas a criar o seu próprio estilo de chimarrão decorado. E isso é visível principalmente em redes sociais. Alguns são mais rebuscados, mas o objetivo de todos nós é incentivar o consumo da erva-mate. Ao incentivarmos isso, estamos incentivando a saúde”, completou.
Passo a passo do chimarrão de 11 segundos
Tanto para quem está começando, como para quem tem pressa ou, mesmo para quem gosta de praticidade, um dos preparos ensinados na escola é o “Chimarrão dos 11 Segundos”. O diretor executivo Rodrigues ensinou um passo a passo de como preparar este tipo de mate.
A primeira etapa é colocar uma colher de sopa de erva-mate no fundo da cuia. Depois, é necessário preencher com água quente na temperatura ideal (cerca de 70ºC) na quantidade desejada ou até o pescoço da cuia.
Passo a Passo de como preparar chimarrão na 47ª Expointer | Foto: Pedro Piegas
Segunda etapa: Após, é preciso colocar o restante da erva-mate, cobrindo a abertura da cuia e empurrando levemente o produto com a bomba para abrir um espaço na lateral.
Passo a Passo de como preparar chimarrão na 47ª Expointer | Foto: Pedro Piegas
Terceira etapa: Por fim, deve-se preencher o espaço com água e introduzir com movimentos leves a bomba na cuia e saborear o chimarrão.
Passo a Passo de como preparar chimarrão na 47ª Expointer | Foto: Pedro Piegas
Todo este preparo, conforme Rodrigues, pode ser feito em 11 segundos. Entretanto, recomenda-se que o passo a passo seja feito de forma segura e calma, principalmente para quem está começando a saborear a bebida típica do RS. Além disso, esse é um dos tipos mais simples de chimarrão, que se adequa com bombas e cuias de tamanho médio e com pescoço.
Correio do Povo