domingo, 4 de agosto de 2024

“Nunca estivemos tão fortes”: líder opositora reaparece em manifestação na Venezuela

 Oposição se mobilizou, apesar do medo de repressão por parte das forças de ordem

Líder opositora María Corina Machado reapareceu e liderou neste sábado uma grande manifestação 

'Nunca estivemos tão fortes!': a líder opositora María Corina Machado reapareceu e liderou neste sábado uma grande manifestação contra a proclamação de Nicolás Maduro presidente reeleito da Venezuela, em um dia em que milhares de chavistas foram às ruas em apoio ao presidente esquerdista.

A oposição se mobilizou, apesar do medo de repressão por parte das forças de ordem. María Corina reapareceu dois dias depois de anunciar que ocultaria o seu paradeiro por motivo de segurança, após Maduro pedir a prisão da opositora e do representante dela na eleição, Edmundo González Urrutia.

'Liberdade, liberdade!', gritavam milhares de opositores no leste de Caracas, enquanto María Corina passava no alto de um caminhão. 'Estamos defendendo a soberania popular por meio do voto!', disse a opositora, 56, que vestia uma camiseta branca.

'Nunca o regime esteve tão fraco. Eles perderam toda a legitimidade. Não vamos sair das ruas', proclamou.

Após o ato, María Corina deixou o local em uma moto, que partiu em alta velocidade.

'Sinto esperança quando a vejo, apesar das ameaças, sinto que ela é uma luz para a Venezuela. Tenho muita fé que vamos sair desse governo. Não haverá mais miséria. Vamos prosperar', disse à AFP Adrian Pacheco, um comerciante de 26 anos.

A oposição organizou manifestações semelhantes em outras cidades. Venezuelanos também se manifestaram em Colômbia, Argentina, Estados Unidos, Espanha e França, entre outros lugares.

'Maduro é ilegítimo. Não somos terroristas, estamos lutando por nosso país, pela liberdade. Peço a Maduro que ouça a voz de nossos irmãos, de todos aqueles que morreram', disse Jezzy Ramos, uma chef de cozinha de 36 anos, casada e mãe de uma filha, na manifestação.

“Defender a vitória”

O chavismo iniciou uma passeata nesta tarde rumo ao centro de Caracas, onde fica o palácio presidencial. A manifestação reunia milhares de pessoas - a maioria vestida de vermelho -, que carregavam bandeiras e faixas.

'Temos que vir defender a vitória do nosso presidente legítimo, Nicolás Maduro', disse o ator Raúl Díaz, 35.

'Estamos no começo de uma nova era, a era da consolidação da Revolução, a era do bem-estar', afirmou o professor universitário Alí García, 69.

Maduro foi ratificado nesta sexta-feira pelo Conselho Nacional Eleitoral como presidente reeleito, e acusa os líderes da oposição de tentarem dar um golpe de Estado.

Com 11 civis mortos desde o início dos protestos espontâneos, na segunda-feira, em rejeição ao anúncio da reeleição de Maduro, e mais de mil presos, os líderes da oposição limitaram suas aparições públicas nos últimos dias.

Na sexta-feira, o líder da oposição e jornalista Roland Carreño, que já havia ficado preso entre 2020 e 2023 por acusações de 'terrorismo', foi detido novamente, conforme denunciado por seu partido Voluntad Popular, de Juan Guaidó e Leopoldo López.

De acordo com o Ministério Público, um militar também foi morto durante os protestos.

Provas de fraude

A oposição diz ter provas de fraude, e apresenta um site com cópias de mais de 80% das atas de votação em seu poder. O chavismo alega que os documentos são falsos. Segundo a oposição, González Urrutia recebeu 67% dos votos.

Ontem, em poucas horas, cinco países latino-americanos - Argentina, Uruguai, Equador, Costa Rica e Panamá - reconheceram a vitória de González Urrutia. O Peru havia sido o primeiro, na terça-feira.

Maduro agradeceu aos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; da Colômbia, Gustavo Petro; e do México, Andrés Manuel López Obrador, por seus esforços em prol de um acordo político na Venezuela. Entre os países que reconhecem Maduro estão Nicarágua, Rússia e Irã.

AFP e Correio do Povo

Mega-Sena/Concurso 2757 (03/08/24)

 



Fonte: https://www.google.com/search?q=mega+sena&oq=mega&gs_lcrp=EgZjaHJvbWUqDggBEEUYJxg7GIAEGIoFMgYIABBFGDwyDggBEEUYJxg7GIAEGIoFMhMIAhAuGIMBGMcBGLEDGNEDGIAEMggIAxBFGCcYOzIGCAQQRRg7Mg0IBRAAGIMBGLEDGIAEMg0IBhAAGIMBGLEDGIAEMg0IBxAAGIMBGLEDGIAEMhAICBAAGIMBGLEDGIAEGIoFMg0ICRAAGIMBGLEDGIAEMhAIChAAGIMBGLEDGIAEGIoFMg0ICxAAGIMBGLEDGIAEMgoIDBAuGLEDGIAEMgoIDRAuGLEDGIAEMhAIDhAAGIMBGLEDGIAEGIoF0gEINDcwN2owajSoAg6wAgE&client=ms-android-americamovil-br-revc&sourceid=chrome-mobile&ie=UTF-8

Carro abandonado com R$ 1 milhão no porta-malas afeta eleição em São Luís (MA)

 Caso ganhou contornos eleitorais e envolve pessoas próximas ao prefeito Eduardo Braide (PSD), que busca a reeleição neste ano

A Polícia Civil do Maranhão investiga a origem de mais de R$ 1 milhão, em dinheiro vivo, encontrado no porta-malas de um carro abandonado em São Luís, capital do Estado. O caso ganhou contornos eleitorais e envolve pessoas próximas ao prefeito Eduardo Braide (PSD), que busca a reeleição neste ano.

O veículo ficou parado por 15 dias em frente a um condomínio de classe média no bairro Renascença até que uma denúncia levou a polícia ao local, na última terça-feira.

O dinheiro estava dividido em notas de R$ 50, R$ 100 e R$ 200. Após a contagem feita com o auxílio de uma máquina, a polícia divulgou que o montante ficou em R$ 1.109.350,00.

A suspeita da polícia é a de que o dinheiro tenha relação com o período eleitoral, mas ainda não descarta outras origens ilícitas.

A relação com a política municipal ganhou destaque depois que foram identificados o motorista, o homem que se apresentou como dono do carro e uma antiga proprietária do veículo.

A polícia registrou que o motorista que levou o carro até o local em que permaneceu estacionado é Guilherme Ferreira Teixeira, um ex-assessor especial da Secretaria de Governo de São Luís. Ele ocupou o cargo até fevereiro de 2023.

Além disso, o homem que se apresentou aos policiais como dono do veículo é Carlos Augusto Diniz da Costa. Ele tinha um cargo comissionado na Secretaria Municipal de Informação e Tecnologia da prefeitura de São Luís. Costa foi exonerado depois da repercussão do caso, no dia 31.

Outro veículo

Depois que Guilherme estacionou o carro, um outro veículo parou ao lado para que ele embarcasse no banco do carona. Este outro automóvel está registrado, segundo a polícia, no nome da mãe do prefeito. Ela morreu em 2010.

A prefeitura evitou comentar o assunto. Procurada pela reportagem, a administração não havia se manifestado até a noite de ontem sobre o caso ou sobre a exoneração do servidor.

À imprensa maranhense, Eduardo Braide afirmou ter recebido as informações com surpresa. O prefeito disse que vai aguardar o desfecho das investigações.


Estadão Conteúdo e Correio do Povo

Eleições 2024: PDT oficializa candidatura de Juliana Brizola à prefeitura de Porto Alegre

 Convenção do partido aprovou também coligação com o União Brasil, que vai homologar o deputado Thiago ​​​​​​​Duarte vice na chapa

Pedetistas se reuniram neste sábado, na Câmara de Vereadores 

A ex-deputada estadual Juliana Brizola é, desde este sábado, 3, oficialmente candidata do PDT à prefeitura de Porto Alegre.

O nome de Juliana foi aprovado em convenção do PDT da Capital, realizada durante parte da tarde e início da noite, na Câmara de Vereadores. O evento, que teve a presença de 95% dos convencionais, aprovou também a coligação, em Porto Alegre, com o União Brasil, e a nominata completa, com 36 candidatos a vereador.

O União vai homologar, em convenção na segunda-feira, o nome do deputado estadual Thiago Duarte como o candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Juliana.

Em sua manifestação na convenção, a pedetista fez uma série de críticas à atual administração, com destaque para as áreas da saúde, segurança e mobilidade urbana. Lembrou dos desdobramentos das investigações sobre corrupção na educação. E das deficiências no enfrentamento à tragédia climática. “Porto Alegre tem um orçamento de quase R$ 11 bilhões. Dinheiro, tem. O que não tem é competência e transparência”, discursou.

A ex-deputada também reprovou a polarização protagonizada pelo prefeito Sebastião Melo (MDB), que tenta a reeleição, e a candidata petista, a deputada federal Maria do Rosário, na corrida pelo Paço. “Muitos me perguntam se sou a terceira via. Eu sou a única via”, afirmou. Ela fez ainda um agrado ao PSDB, que está prestes a formalizar seu ingresso na coligação neste domingo. Quando falava sobre ações para cuidar da população, ela repetiu uma máxima que costuma ser utilizada pelos tucanos: “Não queremos um estado inchado e inoperante. Queremos um estado que funcione para quem mais precisa.”

Na sequência, Juliana disse que só não senta à mesa com quem não quer conversar com ela. E assinalou a importância de compreender “o gesto” do PSDB. O presidente municipal tucano, vereador Moisés Barboza, fez uma breve participação no evento, mas discursou, destacando que sua legenda “não vai contribuir para a polarização em Porto Alegre”. Ele informou que “o PSDB manifestou o apoio à candidatura de Juliana Brizola.”

Em sua fala, o deputado Thiago Duarte foi na mesma linha da companheira de chapa, assinalando problemas enfrentados pela cidade na saúde, e considerando o caso da educação como “o maior escândalo de corrupção da história de Porto Alegre.” Sobre a polarização, classificou como “estéril”.

Ao final da convenção, o presidente nacional do PDT, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, comemorou a coligação fechada em Porto Alegre, lembrou da estrutura do União Brasil e disse que “o PSDB também já está junto”. “É uma coalizão inédita aqui, e que transforma a Juliana em uma opção muito viável.”

Participaram do evento, entre outras lideranças, os presidentes estaduais do PDT, Romildo Bolzan Júnior, e do União, deputado federal Luiz Carlos Busato, e as pedetistas Ana Paula Matos, vice-prefeita de Salvador (comandada pelo União Brasil) e Martha Rocha, deputada estadual do Rio de Janeiro.

Como a data da convenção foi a mesma do aniversário de Juliana, o evento teve bolo no final, com as cores e o número do PDT. Na sequência, os pedetistas seguiram para uma confraternização de comemoração.

Correio do Povo

Temor de conflito regional aumenta no Oriente Médio

 Consequências seriam imprevisíveis para a região, já tensionada pelos quase dez meses de conflito na Faixa de Gaza

Alertas se multiplicaram neste sábado no Oriente Médio 

Os alertas se multiplicaram neste sábado (3) devido ao risco de uma guerra total entre Israel e o movimento libanês pró-iraniano Hezbollah. As consequências seriam imprevisíveis para a região, já tensionada pelos quase dez meses de conflito na Faixa de Gaza.

Estados Unidos e Reino Unido instaram seus respectivos cidadãos para que deixem o Líbano o mais rápido possível.

'As tensões estão elevadas e a situação pode se deteriorar rapidamente', advertiu o chanceler britânico, David Lammy, acrescentando: 'Minha mensagem para os cidadãos britânicos que lá estão é clara: saiam já.

'Os chefes das diplomacias dos Estados Unidos e da França, Antony Blinken e Stéphane Séjourné, instaram todas as partes, em uma ligação telefônica, à 'moderação máxima, para evitar uma conflagração que teria consequências devastadoras para os países da região', indicou a chancelaria francesa.

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos revelou na sexta-feira (2) que ordenou 'ajustes' para 'melhorar a proteção' de suas forças e 'aumentar o apoio à defesa de Israel', devido à 'possibilidade de uma escalada regional por parte do Irã e de seus parceiros'.

A tensão regional se agravou com a morte na terça-feira, em um bombardeio israelense em um subúrbio de Beirute, de um alto dirigente do Hezbollah, e o assassinato no dia seguinte em Teerã do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em um ataque atribuído a Israel.

Haniyeh, cuja foi morte foi denunciada em protestos em vários países muçulmanos neste sábado, entre eles Marrocos e Turquia, foi sepultado na véspera em um cemitério perto de Doha, no Catar, onde vivia exilado, após um cortejo fúnebre que reuniu multidões.

O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, ameaçou Israel com um 'severo castigo' e o chefe do Hezbollah, Hasan Nasrallah, falou de uma 'resposta inevitável'.

A representação do Irã na ONU disse esperar que o Hezbollah ataque em 'profundidade' o território israelense e que não se limite a alvos militares.Israel e Hezbollah, aliado do Hamas, têm protagonizado confrontos quase que diários de artilharia desde o início da guerra em Gaza.

O Hezbollah anunciou neste sábado que lançou 'dezenas' de foguetes Katiusha contra o assentamento de Beit Hillel, no norte de Israel.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, assegurou na quinta-feira que Israel 'está em um alto nível de preparação para qualquer cenário, tanto defensivo quanto ofensivo'.

Sem dar explicações, a companhia áerea turca Turkish Airlines cancelou neste sábado, pela segunda noite consecutiva, seus voos noturnos com destino a Teerã.

Bombardeio deixa ao menos 17 mortos em Gaza

A Defesa Civil da Faixa de Gaza informou que um bombardeio israelense matou pelo menos 17 pessoas neste sábado em um complexo escolar da Cidade de Gaza.

'Há 17 mártires e vários feridos devido ao bombardeio israelense contra a escola de Hamama', declarou o órgão em um comunicado. O balanço anterior era de 10 mortos.

O porta-voz da Defesa Civil do território palestino, Mahmud Basal, havia confirmado à AFP que o complexo abrigava deslocados pela guerra. O Exército israelense confirmou o ataque e informou que foi direcionado contra 'terroristas que operavam em um centro de comando e controle do Hamas' instalado no local.

A guerra teve início em 7 de outubro, quando milicianos islamistas mataram 1.197 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, de acordo com um levantamento da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

Israel estima que 111 pessoas ainda estejam em cativeiro em Gaza, incluindo 39 que estariam mortas. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que já matou 39.550 pessoas em Gaza, também em sua maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo Hamas desde 2007.

AFP e Correio do Povo

Conjunto de soluções ajudam na adaptação de rodovias

 Reconstrução da malha viária do RS deverá ser planejada, incorporando novas ferramentas por causa da mudança climática


As ações de adaptação se dão não apenas nas estruturas físicas das rodovias, mas também incluem medidas como preparação de avaliações de risco e sistemas de alerta e monitoramento das estruturas. A partir de dados relativos ao vento, à umidade e à temperatura, por exemplo, é possível orientar os investimentos em pontos críticos e prioritários e também definir as técnicas e os materiais mais adequados para cada trecho. O coordenador do Laboratório de Pavimentação (Lapav) da Ufrgs e pesquisador do Centro de Pesquisa e Estudos sobre Desastres do RS (Ceped), Lélio Brito, ressalta que, a partir de estudos, soluções podem ser implementadas em conjunto, dependendo da necessidade. “Em um país em que temos dificuldades de recursos, precisamos que nossos investimentos sejam assertivos”, salienta.

Andrea Santos, coordenadora do AdaptaVias, acrescenta que esse tipo de acompanhamento também subsidia a manutenção preventiva e tem a capacidade de prever determinadas ocorrências. “Se você tem uma alerta de uma onda de calor intensa, por exemplo, pode acompanhar o pavimento, como está o asfalto naquele trecho, se precisa de manutenção ou de reparos.” Investimento em adaptação perpassa obras de engenharia, que são medidas estruturais, e também medidas não estruturais. “Em inglês a gente chama de medidas ‘soft’ e ‘hard’. A ‘soft’ é mais a governança, monitoramento usando inteligência, que pode vir com as tecnologias. A gente pode considerar um monitoramento em tempo real não só dos eventos extremos, como já existem parcerias com o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) em alguns estados para avaliar indicadores como temperatura e chuva, por exemplo, mas também o monitoramento da própria infraestrutura”, destaca a pesquisadora Andrea.

Medidas devem ser avaliadas dependendo do uso e da demanda da estradaAdaptação de rodovias para mudanças climáticas | Foto: Leandro Maciel

Camadas de pavimento resilientes

Para Brito, as estruturas devem ter diferentes níveis de resiliência de acordo com o uso e a demanda. Vias de acesso e corredores estratégicos precisam ter operacionalidade o mais rápido possível, após um evento climático. E são esses pontos que deveriam ter prioridade para receber tecnologias que permitam um restabelecimento em curto prazo.

Nesse sentido, recursos com alta capacidade de regeneração estão disponíveis. Os sistemas autocicatrizáveis, por exemplo, funcionam com fibras de aço dentro do pavimento que, quando aquecidas, restauram os elementos ligantes presentes no asfalto e ajudam as fissuras a fecharem. Outra tecnologia mais recente tem o mesmo princípio de restabelecer a estrutura, mas utilizando microcápsulas recheadas com pequenas quantidades de óleo, que explodem à medida que o tempo passa e se misturam com o conteúdo ao seu entorno, levando o material a ficar mais próximo da condição original.

O professor também ressalta a importância das camadas inferiores das rodovias estarem estabilizadas. Tradicionalmente, elas são compostas por britas de vários tamanhos, que, quando a água vem, “lava” a parte fina e deixa vazios no pavimento. “Quando passar a primeira carga em cima, a estrada colapsa.” Para minimizar isso, uma das alternativas é gerar camadas embaixo do pavimento, com mistura de materiais, para manter a capacidade de resistência ao longo do tempo. A Ufrgs já fez uma experiência com esse tipo de pavimento na BR 116, na região Sul do RS, em um trecho administrado pela Ecosul. “Os materiais estão se comportando brilhantemente bem. As camadas estabilizadas têm pouquíssimo nível de deformação, ou muito menos nível de deformação, na comparação com as granulares.”

Um dos grandes promotores da mudança climática é a quantidade de carbono que jogamos na atmosfera. Por isso, atualmente pesquisas têm buscado reduzir o calor utilizado nas obras em rodovias. Normalmente, o asfalto é trabalhado de 160ºC a 180°C durante o processo de construção das estradas. O resfriamento das camadas permite o transporte a frio, o que gera menos impacto.

“Com isso, é possível asfaltar mais camadas e gerar um pavimento muito mais robusto. Se eu gero um pavimento mais robusto, ele fica menos suscetível às ações da água que temos a curto prazo”, descreve Brito.

Ao mesmo tempo, também aparecem como possibilidades os materiais reciclados e de reuso. “Será que os materiais, após a inundação, podem ser reutilizados dentro da própria obra? Será que a gente consegue aumentar a resistência de algo que já passou por um ciclo de dano? Um ponto estudado é o uso de material local e a redução de transporte e redução de pegada de carbono.” Nesse caso, o tempo de obra seria menor, assim como o custo.

Quanto à porosidade do solo, Brito explica que uma rodovia não urbana tem seu trajeto em meio a vários pontos permeáveis, normalmente de vegetação. Em áreas urbanas, as vias estão cercadas de áreas impermeáveis, o que dificulta a rápida drenagem. Por isso, é interessante criar locais para a água penetrar.

Novos parâmetros para adaptar

A professora Andrea Santos também chama atenção para a vegetação e os recursos hídricos no entorno da infraestrutura. No caso do RS, o Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Ufrgs apresentou proposta de critérios para estimar variáveis hidrológicas como precipitações intensas, vazões máximas, cotas máximas, velocidade d’água e inundação máxima, que podem ser utilizadas em projetos de infraestrutura e no planejamento, com visão para prováveis efeitos das mudanças climáticas. Em resposta aos riscos associados aos eventos, estimativas atualizadas são fundamentais para o planejamento, a concepção de infraestruturas, a definição de áreas de risco, de prêmios de seguro e do planejamento de resposta a emergências.


Correio do Povo

A falsa direita

 



Vídeo de Mundo Polarizado

Fonte: https://youtube.com/shorts/J0HG2wvOYVM?si=7w242vOVov7oSPdX

PRTB lança Carlos Alan como candidato à prefeitura de Porto Alegre

 O candidato a vice-prefeito será o empresário João Morsch, do Democracia Cristã

Os empresários Carlos Alan e João Morsch lançaram a chapa para a prefeitura de Porto Alegre nesta sexta-feira 

O Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) terá candidato à prefeitura de Porto Alegre. Em convenção no final da manhã desta sexta-feira, no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o nome de Carlos Alan Rosa de Castro foi oficializado.

O posto de vice na chapa ficará com o empresário do ramo da construção civil João Alberto Morsch, do Democracia Cristã (DC). Os dois partidos que compõem a chapa não terão nominatas para a Câmara da Capital.

Carlos Alan tem 43 anos e é empresário do setor de tecnologia. “Quero ser prefeito de Porto Alegre porque acredito que a Porto Alegre do futuro não precisa de políticos, mas de gestores. Sou empresário da Capital, conheço as dificuldades da cidade, as falhas que os políticos têm em gerir a cidade”, disse o candidato.

Correio do Povo

Maduro: “Não se aceitará” que a oposição “pretenda usurpar” a Presidência

 Presidente da Venezuela é alvo de protestos e pedidos de transparência por parte da comunidade internacional

CNE confirmou na sexta-feira que Maduro foi o vencedor do pleito com 52% dos votos 

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou neste sábado (3) que 'não se aceitará' que a oposição 'pretenda usurpar' a Presidência do país, no momento em que sua reeleição é questionada e ele é alvo de protestos e pedidos de transparência por parte da comunidade internacional.

'Não se aceitará, com as leis nacionais, que se pretenda usurpar novamente a Presidência', disse Maduro durante um ato em Caracas, no qual fez um paralelo entre o opositor Edmundo González Urrutia, que reivindica a vitória nas eleições de 28 de julho, e Juan Guaidó, reconhecido internacionalmente como 'presidente interino' em 2019.

'Guaidó parte dois, González Urrutia, não vai!', exclamou o presidente socialista, diante de milhares de apoiadores. 'Querem impor novamente a triste história de Guaidó. Guaidó 2.0. Hoje ele teve medo', disse Maduro sobre a ausência de González Urrutia em uma manifestação liderada mais cedo em Caracas pela líder opositora María Corina Machado, que voltou a aparecer em público, após ter se declarado na clandestinidade na última quinta-feira.

Exilado nos Estados Unidos, Guaidó era o chefe do parlamento em 2019, quando foi reconhecido como 'presidente interino' por Washington e por cerca de 50 países da América Latina e da Europa que consideraram fraudulenta a reeleição de Maduro no ano anterior.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) confirmou nesta sexta-feira que Maduro foi o vencedor do pleito com 52% dos votos, acima dos 43% de González Urrutia, representante de Machado, inabilitada de ocupar cargos públicos pela justiça venezuelana.

A oposição denuncia fraude. O CNE ainda não publicou resultados detalhados e afirma ser vítima de um ataque hacker.

Os Estados Unidos disseram haver 'evidências esmagadoras' de uma vitória do candidato opositor, enquanto vários países da América Latina e da Europa pediram a divulgação das atas de votação.

Os protestos que ocorrem desde segunda-feira já deixaram ao menos 11 civis mortos, segundo organizações defensoras dos direitos humanos. Maduro mencionou que há cerca de 2.000 detidos que serão enviados a duas prisões de segurança máxima.

Além disso, o presidente advertiu que 'os patrulhamentos militares e policiais' continuarão 'em toda a Venezuela para proteger o povo'. O governante afirma que há uma tentativa de 'golpe de Estado' em curso e declarou nesta semana que Machado e González deveriam 'estar atrás das grades'.

AFP e Correio do Povo

Como a vida de Porto Alegre mudou três meses após o início da maior enchente de sua história

 Marcas da cheia permanecem visíveis em muitos pontos da Capital, enquanto moradores lutam para recomeçar em casas ou em abrigos

Roger, morador da Ilha das Flores, passou a morar na residência de amigo 

Há exato um trimestre, a vida dos porto-alegrenses mudou, talvez para sempre. Os arbustos ainda marrons e as marcas d’água presentes nas paredes externas de muitos edifícios denunciam aquela que foi a maior enchente da história da Capital, e espera-se que seja a última. A medição na régua oficial, no Cais Mauá, no Centro Histórico, alcançou 5,35 metros, deixando outra marca, indelével, no coração dos moradores. Mas ainda há aqueles que têm, na retina, a memória daquele 3 de maio de 2024, quando a água começou a invadir a cidade, tomando o espaço de ruas, avenidas, parques, casas e edifícios.

Do 4º Distrito ao Sarandi, das Ilhas ao Centro, do Menino Deus ao Lami, o território de Porto Alegre ficou cerca de 30% embaixo d’água, embora 100% afetado de alguma maneira. O limpador de vidros Roger Silva de Souza contou que mora na Ilha das Flores desde o nascimento, há 30 anos. Nos últimos meses, ele e a esposa, a auxiliar de cozinha Izabela Benitez, têm vivido na residência de um amigo do casal, na mesma lateral da BR 290. Três cães os acompanham. Os pais dele se mudaram para barracas, ainda mais perto da via, a partir de lonas que receberam.

À noite, o barulho alto dos caminhões na estrada assusta e tira o sono de todos. “A maioria das pessoas ainda não voltou, nem puderam limpar as casas. Eu mesmo, quando saí, fui para um abrigo no Partenon. Foi um momento bastante tenso. Voltamos para cá poucos dias depois, e ficamos na casa alugada de outro amigo, aqui ao lado. Meu tio estava conosco”, contou ele, enquanto aponta para onde o parente morava, uma residência inteiramente tombada na água no fundo da rua, na direção do banhado.

Roger diz que está conseguindo trabalhar somente uma vez por semana, porém recebeu os R$ 5,1 mil do Auxílio Reconstrução, com o qual comprou uma geladeira e mais alguns itens. O fogão foi doado pela equipe do abrigo. O restante permanece no pátio, sujo e estragado pela água barrenta. Em frente a casa e em toda a extensão da via, recentemente caminhoneiros depositaram toneladas de terra e pedras gigantes, para que os moradores possam aterrar seus terrenos, evitando, assim, que a água invada o local novamente. Além da dificuldade no manejo do material, ainda há muitas casas reviradas ou destruídas por completo.


“Temos que ser mais fortes, preparados e resilientes”, diz coordenador do Escritório de Reconstrução

Conforme a Prefeitura, mais de 160 mil pessoas, um número superior a 39 mil edificações e quase 46 mil empresas foram diretamente afetadas. Um dos sócios da cervejaria Alcapone, localizada no 4ºDistrito, Andrews Calcagnotto, disse que não pretende remover a marca da água do pavilhão do seu negócio. Praticamente tudo o que havia na sua produção e maquinário foi destruído pela cheia, porém o empreendimento está em processo de recuperação. “O pessoal vai vir para cá e perceber isto. Acho que até que vou deixar, justamente para as pessoas relembrarem como foram as enchentes”, afirmou ele.

Mais de mil quilômetros de vias públicas, 198 praças, parques e largos, 28 estações do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), 160 escolas e 31 unidades de saúde, entre elas dois hospitais, sofreram danos com a tormenta. 48,4% das mais de 25 mil famílias atingidas na Capital estão na chamada Faixa 1 do Cadastro Único, com renda por pessoa de até R$ 109. “A principal lição que tiramos disto tudo que vivemos, a maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul e do Brasil, é que temos de ser mais fortes, preparados e resilientes”, disse o coordenador do Escritório de Reconstrução e Adaptação Climática de Porto Alegre, Germano Bremm, também secretário municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade.

A Administração chegou a receber duras críticas em razão de falhas no sistema de proteção contra cheias, que, em tese, deveria evitar tragédias assim. O custo estimado da reconstrução da cidade é estimado em R$ 12,3 bilhões, acima do Orçamento municipal previsto inicialmente para este ano, de R$ 11,5 bilhões. Somente nas contas públicas, o impacto gira em torno de R$ 1 bilhão. “Na medida do possível, devemos nos antecipar a esta realidade do clima que se impõe. Os efeitos do clima estão presentes em todos os locais, não apenas enchentes, mas também ondas de calor e outros riscos”, acrescenta Bremm.


Bairro Sarandi cria associação para auxiliar atingidos pela cheia

O Sarandi foi o bairro mais atingido, com 26 mil pessoas desalojadas e 8,1 mil edificações afetadas. Nesta região da zona Norte, a força dos moradores ajudou a trazer o alento diante da situação trágica. “Aprendemos, neste processo, que podemos nos organizar como um todo, junto aos nossos vizinhos, com soluções para nosso bairro. Existe aqui um senso geral de comunidade que é muito importante para que as coisas pudessem acontecer”, disse o presidente da Associação dos Atingidos pela Enchente do Bairro Sarandi, Maurício Lorenzatto.

A entidade, fundada no contexto das inundações, organiza ao menos uma vez por semana um mutirão de entrega de cestas básicas, água, roupas e demais itens de necessidade básica, em um galpão na rua Faria Lobato. No começo, a entidade distribuía 135 fichas. Agora, são 50, em razão da redução dos donativos. Nesta semana, a chegada de um caminhão com mais doações de outras partes do país foi motivo de celebração para o grupo de seis voluntários que organiza as entregas.

“Até então, não tínhamos mais nada. Temos que lutar e ter voz. A gente está aqui porque quer ajudar todo mundo. Eu tenho fibromialgia, podia estar em casa, dormindo, mas estou aqui”, afirmou a desempregada Ana Karina Michel, uma das que perderam tudo na enchente e, mesmo assim, se voluntariaram. A associação também promove atendimento jurídico gratuito, todas as terças, quartas e sextas-feiras, na avenida dos Gaúchos, número 1303, aos moradores que desejarem ingressar com ações de reparação dos danos materiais.

No próximo dia 7, segundo Lorenzatto, eles participam de uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. “Estamos convocando autoridades para prestar explicações aos moradores do bairro sobre uma série de questões, principalmente moradia, quem perdeu suas casas, e como ficarão os diques em si, seguir cumprindo o papel de fiscalizadores do Poder Público”, comenta ele, para quem grande parte dos moradores se sente insegura na volta para casa. “Dá para perceber isto andando à noite na rua, muitas casas estão escuras”, diz o presidente.


Montanhas de entulhos na Capital no aguardo de solução

Com a baixa da água, a Prefeitura instituiu os bota-esperas; na realidade, gigantescos depósitos temporários que passaram a receber resíduos da enchente. Dos nove originais, de acordo com o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), seis seguem ativos. Três estão com recolhimento pela pasta de Parcerias (SMP): Farrapos 2 – próximo à Arena do Grêmio; Cairú, no bairro Floresta; e Porto Seco, no Rubem Berta. Já o Farrapos 1, no Anchieta; e Serraria, no Espírito Santo, recebem resíduos gerados pelos repasses de limpeza. Outros três já foram fechados: Farrapos 3, no Humaitá; Aeromóvel, em terreno do Dmae; e Chocolatão, em terreno da Polícia Federal, os dois últimos no Centro Histórico.

O Severo Dullius, no Sarandi, recebe tanto repasses dos times de limpeza, quanto inertes de outros bota-espera, após o Ministério Público do RS (MPRS) pedir a suspensão dos envios ao aterro de inertes de Gravataí, na região metropolitana. A solicitação do órgão foi atendida no último dia 19 de julho. Procurado para comentar, o DMLU afirmou que “entende a relevância das exigências feitas pelo MPRS e tomou medidas emergenciais para que não ocorram prejuízos à limpeza da cidade”. Disse ainda aguardar que a empresa contratada realize as adequações necessárias.

Mas onde estão em funcionamento, estas verdadeiras montanhas de lixo de todos os tipos perturbam os moradores e trabalhadores locais pela presença do fedor e animais indesejados. “Tem sempre um cheiro muito ruim, principalmente quando vou almoçar. Já vi moscas, ratos, baratas, e não tem muito o que possa ser feito. Quando muda a direção do vento, é ainda pior, o cheiro vai lá para dentro”, afirmou o conferente de carga e descarga Cesar Rodrigues Oliveira, que trabalha em uma empresa ao lado do bota-espera do Porto Seco.


Centros de acolhimento trazem nova esperança aos atingidos

Desde o começo da enchente, os abrigos tornaram-se pontos de passagem e acolhimento àqueles que precisaram sair de suas casas. Em Porto Alegre, além daqueles criados pela própria comunidade, o governo do estado, em parceria com a Fecomércio e a Organização Internacional para as Migrações (OIM), das Nações Unidas, desenvolveu os Centros Humanitários de Acolhimento (CHAs), previstos para durarem seis meses. Dois estão no município de Canoas, o Esperança e o Recomeço, enquanto Porto Alegre tem um, o Vida, no bairro Rubem Berta, junto à estrutura já existente do Centro Humanístico Vida.

É ali que está abrigada a jovem venezuelana Millanes de Los Angeles Alvarez Medina. Mãe de dois filhos, um com quatro anos e outro com apenas nove meses, a moradora da Vila Asa Branca, no Sarandi, contou que veio ao Brasil ainda em 2019, em busca de uma vida melhor, como muitos de seus conterrâneos. No entanto, a tragédia da enchente de 2024, que destruiu sua casa, adicionou mais um desafio à sua trajetória. “Aqui estou muito bem acolhida, apesar do frio. Tenho muita saudade de casa. Começar aqui, depois perder tudo não é fácil”, disse ela na lavanderia coletiva do espaço, enquanto acalentava o bebê sentado em um carrinho. O que recebeu veio de doações.

O CHA Vida é amplo, com 122 dormitórios de cinco ou dez lugares cada um, distribuídos em quatro alas. Aberto em junho em formato de tendas, pode acolher até 850 pessoas, mas nem todos os espaços estão hoje ocupados. Ali existe refeitório, depósito, espaço de recreação, atendimento médico e odontológico, policiamento 24 horas e inclusive bancadas para carregamento de celulares. Nesta semana, um campeonato de futebol trouxe nova injeção de ânimo aos moradores, que buscam, mais do que nunca, um recomeço digno. “Nosso objetivo central é poder acolher e cuidar dessas pessoas, para que elas possam dar o próximo passo rumo à reconstrução de suas vidas”, ressaltou o coordenador de projetos da OIM, Eugênio Guimarães.

Correio do Povo