Grupo pede responsabilização por sistema não ter impedido avanço do rio Guaíba
Moradores da Cidade Baixa protestaram na noite desta sexta-feira pedindo respostas da prefeitura de Porto Alegre sobre os motivos que levaram o sistema de proteção contra cheias a falhar, permitindo que a água chegasse a diversos bairros da área central da Capital.
Dezenas de manifestantes tomaram o Largo Zumbi dos Palmares e ocuparam o entorno das ruas José do Patrocínio e Lima e Silva. Além de explicações, o ato cobrou ações dos governantes.
Gritos de ordem e cartazes exigiam agilidade na limpeza de ruas e casas do bairro, que permanecem com lama e lixo acumulado desde que o Guaíba baixou, a criação de um plano de ação para os bairros que ainda se encontram inundados, transparência nas ações realizadas pelo poder público e mais agilidade da prefeitura no cadastramento de famílias da capital atingidas pela cheia, para que possam receber o Auxílio Reconstrução concedido pelo governo federal.
Ninguém falou oficialmente em nome do grupo. Publicações em redes sociais convidando a população para participação no ato listava entre as prioridades da mobilização a participação para debater as questões ambientais, gestão dos resíduos e medidas de prevenção. A convocação também defendia uma discussão coletiva do sistema de proteção de Porto Alegre, aponta falhas por parte do município na manutenção das comportas e casas de bombas, investimento em políticas públicas e investigação no Departamento Municipal de Água e Esgotos.
“A inundação não foi um acidente, foi uma falha. O poder público não manteve as bombas funcionando, deixando a água invadir nosso bairro. A necessidade de evacuação urgente resultou em grandes perdas para residências e negócios. Faltou prevenção e planejamento”, finaliza o texto.
O que diz a prefeitura
A prefeitura de Porto Alegre apresentou na manhã desta sexta-feira um plano de ação para a recuperação da cidade após as chuvas e enchentes. A intenção da administração municipal é investir R$ 500 milhões em redes de água, comportas e na reconstituição de diques e estações de tratamento de água. O montante será advindo de recursos públicos e privados. Durante o anúncio, o prefeito Sebastião Melo enfatizou que as casas de bomba estavam em funcionamento, mas entraram em colapso com a força da enchente.
Correio do Povo