segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Câmara dos Deputados aprova Reforma Tributária em segundo turno

 Emenda constitucional será promulgada na próxima semana



A Câmara dos Deputados aprovou em dois turnos na noite desta sexta-feira a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma Tributária. Agora, após a votação dos destaques, a matéria vai para promulgação, que será responsabilidade do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e deve acontecer na próxima semana.

No primeiro turno, o texto recebeu 371 votos a favor e 121 contra. No segundo, 365 deputados foram favoráveis e 118 contrários. O quórum mínimo de aprovação era de 308 votos.

Debates

Por volta das 17h30, a Câmara tinha aprovado o texto-base da reforma tributária em primeiro turno. Após cerca de três horas de debate, os deputados aprovaram três destaques e rejeitaram sete. Os destaques aprovados mantiveram incentivos ao setor automotivo e a fabricantes de baterias do Norte, Nordeste e Centro-Oeste e reinstituíram a autorização para que o salário de auditores-fiscais estaduais e municipais sejam igualados aos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os destaques rejeitados impediram alterações em relação ao texto do relator na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Os parlamentares não reincluíram os regimes específicos para os setores de saneamento e concessão de rodovias. Eles também mantiveram o imposto seletivo sobre armas e munições, exceto se compradas pela Administração Pública. O imposto seletivo incidirá sobre produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.

Décadas de discussão

Reforma Tributária é um dos principais projetos do atual governo. Há décadas em discussão, a Câmara dos Deputados aprovou a proposta em julho deste ano. Quatro meses depois, foi a vez do Senado apreciar a matéria. Como houve alterações no texto, o projeto retornou à Câmara para uma nova votação.

Pelo texto aprovado, o Sistema Tributário Nacional deve observar os princípios da simplicidade, da transparência, da justiça tributária, da cooperação e da defesa do meio ambiente.

Conforme a Agência Senado, o Brasil adotará um novo sistema baseado no conceito de Imposto sobre Valor Agregado (IVA), usado por mais de 100 países, que, segundo o relator da matéria, senador Eduardo Braga (MDB-AM), traz mais simplicidade aos processos, reduz a burocracia e acaba com a cobrança de impostos sobre impostos, o que encarece produtos e serviços.

Os impostos federais IPI, PIS e Cofins serão transformados na Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Já o imposto estadual ICMS e o imposto municipal ISS serão unificados no Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). A tributação será feita apenas no local de destino, o objetivo é acabar com a chamada “guerra fiscal” entre os estados.

Correio do Povo

Câmara aprova MP que pode aumentar arrecadação do governo em até R$ 35 bilhões


Mulher morre dentro de táxi após veículo ser atingido por cobertura de galpão no RS

 Com vendaval, estrutura se desprendeu e quebrou o pára-brisa em Augusto Pestana

Uma mulher morreu na tarde desta sexta-feira após ser atingida pela cobertura de um galpão em Ijuizinho, no interior de Augusto Pestana, no Noroeste do Rio Grande do Sul.

Segundo a Rádio Progresso de Ijuí, com a força do vendaval, a estrutura se desprendeu por volta das 16h30min e caiu por cima do carro em uma estrada de chão.

A mulher que estava no banco da frente teve morte instantânea. Outros três passageiros tiveram ferimentos leves. O taxista não ficou ferido.


Correio do Povo

Com a derrubada do veto de Lula ao marco temporal, o que ocorre agora?

 O projeto de lei vai contra uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que entendeu a medida como inconstitucional



Congresso Nacional derrubou nesta quinta-feira, 14, o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao marco temporal e manteve a tese que limita demarcações de terras indígenas às ocupadas pelos povos originários até a promulgação da Constituição em outubro de 1988. O projeto de lei vai contra uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu, em setembro deste ano, que a medida é inconstitucional.

Com a decisão do Congresso de derrubar os vetos de Lula e levar adiante o projeto de lei, o tema deve ser judicializado após a promulgação, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão. O ato de tornar a proposta em lei é de competência do presidente do Executivo ou do presidente do Senado - caso o petista não cumpra o prazo de 48 horas para decidir.

O rito funciona assim: após a decisão desta quinta-feira de manter o projeto, o texto será enviado ao presidente, que terá 48 horas para promulgar. Caso não cumpra o prazo, a proposta segue para promulgação pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que terá 15 dias para promulgá-la.

Após a promulgação, o projeto se torna lei. A partir desse ponto, o STF pode ser acionado. Como a Suprema Corte já decidiu em setembro que a tese do marco temporal é inconstitucional, o presidente da República, partidos políticos com representação no Congresso (ao menos um parlamentar em exercício), entidades de classe e o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) podem propor uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) questionando a validade da lei promulgada.

Especialistas em Direito Constitucional ouvidos pelo Estadão dão como certa a judicialização do tema e já preveem uma decisão contrária ao Congresso, levando-se em consideração o histórico recente do tribunal sobre o assunto. A advogada constitucionalista Vera Chemin explica que a decisão dos parlamentares deve criar, novamente, um confronto entre o Legislativo e o Judiciário, uma vez que há decisões conflitantes sobre o assunto.

"Obviamente, vamos ter uma nova judicialização do tema no Supremo Tribunal Federal. Os partidos governistas vão ajuizar uma ação direta de inconstitucionalidade no STF, argumentando sobre a inconstitucionalidade da lei. Teremos um novo confronto entre o Poder Legislativo e o Poder Judiciário. Tomando como pressuposto o fato de que o Supremo já tomou uma decisão no passado recente reconhecendo a tese do marco temporal como inconstitucional, não temos dúvida de que o Supremo vai corroborar essa decisão e vai, novamente, reconhecer a inconstitucionalidade desse marco temporal", explicou.

O Supremo rejeitou a tese do marco temporal para demarcação das terras indígenas em setembro sob o fundamento de que propostas nesse sentido ferem os direitos dos povos originários.

Dias depois da decisão do STF, o Senado aprovou o projeto para estabelecer o marco temporal. O texto já havia passado pela Câmara e foi para a sanção de Lula, que vetou o principal trecho do texto. Lula, seguindo orientação da Advocacia-Geral da União (AGU), também rejeitou a possibilidade de indenização aos proprietários de terras que eventualmente sejam declaradas como de direito dos indígenas e a proibição de ampliação das terras já demarcadas.

Logo após a decisão do Congresso de derrubar os vetos do presidente, o Ministério dos Povos Indígenas já afirmou que vai acionar a Advocacia-Geral da União (AGU) para entrar com ação no STF contra a derrubada do veto. Segundo a pasta, a decisão dos parlamentares vai de encontro aos acordos que o Brasil constrói pela preservação ambiental.

"Essa decisão vai totalmente na contramão dos acordos climáticos que o Brasil vem construindo desde o início deste ano para o enfrentamento à emergência climática que também coloca em risco os direitos dos povos indígenas e de seus territórios", diz o Ministério dos Povos Indígenas.

O procedimento atual para a identificação e delimitação, demarcação física, homologação e registro de terras indígenas é balizado por um decreto presidencial, que "dispõe sobre o procedimento administrativo de demarcação das terras indígenas", definindo as diferentes fases e subfases do processo.

O que ocorre se for iniciado um processo de demarcação agora?

Caso um processo de demarcação seja iniciado diante de posicionamentos diferentes do Legislativo e do Judiciário, valerá, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, a regra em vigor no momento em que o presidente homologar, por meio de decreto, a delimitação da terra. Ou seja, a partir do momento em que a lei do marco temporal for promulgada serão válidas as regras definidas pelo Congresso. Como o tema deve ser questionado com celeridade no STF, os órgãos responsáveis pela delimitação devem aguardar o desfecho jurídico.

Como o processo de demarcação pode se arrastar por anos, como registrado pelo STF em 2020 em um caso que perdurou por 10 anos em Santa Catarina, o imbróglio jurídico deve adiar as decisões dos órgãos envolvidos na delimitação das terras até que os Poderes cheguem a uma posição final.

Discussão sobre proposta de emenda à Constituição

A bancada ruralista decidiu abrir uma nova frente contra a decisão do Supremo que invalidou o marco temporal para demarcação de terras indígenas. O princípio estabelecia que só áreas ocupadas até a promulgação da Constituição, em 1988, poderiam virar reservas. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) articula com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco, a votação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) na tentativa de resgatar a tese do marco temporal.

Segundo Vera Chemin, a discussão sobre a aprovação de uma PEC, no entanto, não afasta a iminente judicialização do tema.

"Há uma dificuldade do ponto de vista formal para se aprovar uma PEC. É preciso que ela seja aprovada em dois turnos em cada Casa legislativa. É preciso três quintos dos votos para a aprovação, ou seja, maioria qualificada. É preciso quórum mínimo para se iniciar a votação. Uma série de obstáculos. E novamente, caso aprovada, a PEC também deverá ser judicializada", disse.

Supremo pode mudar a sua própria decisão

Um outro cenário é mais distante, mas pode ocorrer. Se novamente provocado, o STF pode realizar um novo julgamento e decidir mudar o seu entendimento sobre a inconstitucionalidade do marco temporal. Essa possibilidade apenas seria mais viável em uma nova composição da Corte, e é uma das expectativas dos apoiadores da lei aprovada pelo Congresso, tendo em vista que muitas discussões demoram anos para serem finalizadas pelos ministros.

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

Após onda de calor, temporal deixa estragos e feridos no RS

 Ao menos uma pessoa morreu por conta do vendaval e forte chuva nesta sexta-feira

Ao menos 12 pessoas ficaram ferias após estrutura desabar em Caxias do Sul 

Após dias de intenso calor, um temporal com fortes ventos e chuva intensa atingiu o Rio Grande do Sul nesta sexta-feira. Diversas regiões foram afetadas.

Na cidade de Augusto Pestanauma mulher morreu ao ter o carro atingido por parte de uma estrutura que desprendeu de um galpão. A fatalidade ocorreu na localidade de Ijuizinho, no interior da cidade do Noroeste gaúcho.

Uma estrutura montada em Caxias do Sul, na Serra, também acabou cedendo por conta do vento. Ela estava montada em frente ao Shopping Villagio para a exposição “Van Gogh & Impressionistas”. De acordo com a comunicação do shopping, ao menos 12 pessoas ficaram feridas sem gravidade.


Em Santo Ângelo, ventos de 80 km/h causaram destelhamentos em imóveis. O número está sendo contabilizado pela Defesa Civil. O vendaval também derrubou árvores, causou queda de luz e estragos em carros. "Está sendo feito também um pré-cadastro com a comunidade para o levantamento de prejuízos do temporal. Ainda seguimos sem energia elétrica nas regiões Norte e Leste da cidade”, disse a Defesa Civil.

O vento também causou estragos em outras cidades da região das Missões. Entre Santa Rosa e Tuparendi, houve registro de queda de árvores sobre a pista da ERS 344, causando também restrições no trânsito de veículos.

Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o mesmo foi registrado em Rio Pardo, na BR 471, devido a queda de postes sobre a via.

Em Porto Alegre, um motorista teve perda total no carro após uma árvore de grande porte atingir o veículo. O homem estava próximo do carro no momento do incidente, mas não ficou ferido.

Em poucos minutos, o Centro de Gravataí ficou alagado. De acordo com o Observatório Heller & Jung, choveu 37,34 mm na cidade. A maior rajada de vento registrada foi de 80 km/h.

Correio do Povo

Plano para redução das passagens aéreas será divulgado na 2ª-feira, diz ministério

 Segundo o MPor, as medidas são resultado de amplo diálogo com os representantes das principais empresas aéreas brasileiras


O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) anunciou nesta sexta-feira que vai divulgar na próxima segunda-feira as medidas propostas pelas companhias aéreas para reduzir o preço das passagens. O pacote será detalhado em coletiva de imprensa às 11h.

Segundo o MPor, as medidas são resultado de amplo diálogo com os representantes das principais empresas aéreas brasileiras. Mais cedo o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) publicou matéria apontando que haveria uma nova rodada de reuniões antes do anuncio, informação que havia sido dada pela assessoria do ministério. O pacote foi uma demanda do MPor às empresas.

As sinalizações do ministério e das empresas são de que o plano vai passar por maior volume de promoções e por medida para reduzir valor do querosene de aviação (QAV), que deve funcionar como moeda de troca para viabilizar implementação de medidas pelas empresas. Há ainda expectativa de que o plano possa incluir medidas para encarar altos preços de passagens compradas em cima da hora.

Outra possibilidade é de que governo sinalize sobre propostas para reduzir o volume de judicialização que atinge as empresas. Outra ação é a estruturação do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), que tramita na Câmara dos Deputados, e prevê R$ 8 bilhões de capital para investimentos para as companhias aéreas, envolvendo financiamento do BNDES.


Estadão Conteúdo e Correio do Povo

Em um ano, Globo perde quase 40% da audiência em novelas

 

Cidadania deverá ter troca na bancada da Câmara de Porto Alegre em 2024

 Atualmente representada pelo vereador Jessé Sangalli, a sigla busca a filiação de Cassiá Carpes (PP)


A janela partidária de 2024 na Câmara de Porto Alegre deverá movimentar a bancada do Cidadania. Atualmente representada pelo vereador Jessé Sangalli, a sigla trabalha para a filiação de Cassiá Carpes, eleito pelo PP. O período entre os meses de março e abril do próximo ano permitirá a migração partidária dos parlamentares sem configurar infidelidade, logo, sem representar a perda de mandato.

Cassiá garantiu em entrevista ao programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba, nesta sexta-feira, que deixará o PP para um partido apoiador do governo do prefeito Sebastião Melo (MDB). Segundo o presidente municipal do Cidadania, Rodrigo Karan, as conversas com o vereador estão avançadas. “Gosto muito do trabalho da deputada (federal) Any Ortiz (Cidadania)”, complementou Cassiá.

Com a confirmação da mudança, será o quarto partido do vereador, que já foi filiado ao PTB (agora PRD), Solidariedade e PP.

Com um pé fora do Cidadania, Sangalli garantiu que “por conta do PSDB”, não permanecerá no partido. As duas legendas são federadas e o vereador, que já foi do ninho tucano quando exerceu a vereança em Viamão, teve rixas internas. Convidado para uma reunião do MDB, em outubro deste ano, pelo vereador Pablo Melo, ele afirma que irá “para um partido que apoia o prefeito Melo”. Nos bastidores, a indicativa é de um encaminhamento com o PL, partido do vice-prefeito Ricardo Gomes.


Correio do Povo

Entenda o pedido de cassação e inelegibilidade de Sérgio Moro feito pelo MPE

 Ministério Público Eleitoral alegou abuso do poder econômico durante a campanha eleitoral do ano passado



O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu a cassação do senador e ex-juiz da Operação Lava Jato Sérgio Moro (União-PR), sob a alegação de abuso do poder econômico durante a campanha eleitoral do ano passado. O MPE pede a cassação de Moro, eleito para o Senado pelo Paraná, e a decretação de inelegibilidade por oito anos.

Moro é acusado pelo Partido Liberal e pela Federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV) de ter causado um desequilíbrio eleitoral nas eleições para senador em outubro do ano passado, onde foi eleito com 1,9 milhões de votos (33,5% dos votos válidos). Os requerentes argumentam que essa irregularidade teria acontecido desde o lançamento da sua pré-candidatura à Presidência da República, no final de 2021, que foi descartada posteriormente.

O Ministério Público considerou investimentos feitos pelo Podemos, partido que filiou Moro quando ele entrou na vida política e se lançou pré-candidato à Presidência da República. Em maio do ano passado, o ex-juiz se filiou ao União Brasil após ver a diminuição das suas chances de vitória na corrida presidencial e candidatou-se oficialmente ao Senado. Os gastos na pré-campanha ao Legislativo alcançaram a marca de R$ 2 milhões.

O parecer do MPE, de 79 páginas, é assinado pelos procuradores eleitorais Marcelo Godoy e Eloísa Helena Machado. Eles sustentam que os gastos na pré-campanha de Moro excederam o limite razoável.

'O que torna a pré-campanha dos investigados abusiva, in casu, é o investimento vultoso de recursos financeiros realizado para a promoção pessoal, gerando grande visibilidade da pré-campanha, em detrimento dos demais candidatos ao Senado do Paraná', diz um trecho do documento.

O parecer lista despesas com viagens, coletivas de imprensa, assessoria de comunicação, serviços de advocacia e locação de veículos, entre outros. O documento afirma também que o uso 'excessivo' de recursos comprometeu a 'lisura' e a 'legitimidade' da eleição.

Em nota enviada ao Estadão, Moro disse respeitar, mas discorda do parecer do MPE. Segundo o senador, os procuradores consideraram gastos fora do Paraná e que não teriam relação com o pleito como despesas com segurança 'para não ser assassinado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC)'.

'Seguiremos baixando ainda mais a conta no trabalho de convencimento dos juízes do Tribunal Regional do Paraná (TRE-PR). A improcedência acontecerá', afirmou o senador.

Quais os próximos passos do julgamento contra Moro

Moro está sendo julgado pelo TRE-PR. No último dia 7, o senador foi ouvido pelo Tribunal, onde negou irregularidades na sua campanha eleitoral.

Estadão apurou que o senador se recusou a responder às perguntas formuladas pelas partes e deu explicações apenas aos questionamentos do juiz do caso. O MPE não fez perguntas.

Com a manifestação do MPF, o próximo passo no julgamento contra Moro será apresentação do voto do relator do processo eleitoral que é o desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza. Segundo o advogado Luiz Peccicin, que representa o PT no caso, a previsão é que isso ocorra no dia 22 de janeiro.

Na sessão de julgamento no TRE do Paraná, tanto o MPE como a defesa de Moro poderão fazer sustentação oral. Os autores da ação também poderão se manifestar. Na sequência às sustentações orais, o relator apresenta seu voto aos demais pares do tribunal se o senador deve ou não ser cassado. Em seguida, os outros magistrados do TRE irão proferir os seus votos.

O que acontece se Moro for condenado?

Se Moro for condenado pelos crimes em que é denunciado, seu mandanto será cassado pelo TRE do Paraná. Além disso, o senador ficará inelegível por oito anos. Se isso acontecer, o ex-juiz ainda poderá recorrer da decisão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O recurso também é garantido aos denunciantes caso o paranaense seja absolvido.

Em um cenário de cassação de Moro, deverão ser convocadas novas eleições para senador no Estado, onde será eleita uma nova chapa que substituirá o ex-juiz até 2030. O pleito será marcado após o processo contra o senador transitar em julgado. Ou seja, após decisão final no TSE.

Com a possibilidade de novas eleições, políticos já se projetam para concorrer ao pleito suplementar. Segundo a Coluna do Estadão, os deputados federais do Partido dos Trabalhadores Zeca Dirceu e Gleisi Hoffmann e o ex-líder do governo Bolsonaro na Câmara Ricardo Barros (PP) já manifestaram interesse em ocupar a vaga deixada por Moro. O PL também pretende lançar candidatos e um cotado é o ex-deputado Paulo Martins. Martins ficou em segundo lugar na disputa pelo Senado, perdendo para o ex-juiz por 250 mil votos.

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

Maioria do STF reafirma validade de resolução do TSE contra fake news

 Desde as eleições de 2022 que o tribunal eleitoral pode agir de ofício


O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta sexta-feira maioria de votos para manter a resolução que ampliou os poderes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no combate à desinformação nas eleições de 2022.

No ano passado, as regras foram validadas pela Corte durante as eleições, quando os ministros rejeitaram ação do ex-procurador-geral da República Augusto Aras para suspender a norma. Aras argumentou que as regras poderiam promover a censura prévia de conteúdos na internet.

A Corte julga nesta semana um recurso da antiga gestão da PGR contra a decisão que validou a norma. Até o momento, seis dos dez ministros votaram pela manutenção da resolução. Os votos foram proferidos pelos ministros Edson Fachin, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

Moraes, que também é presidente do TSE, ressaltou em seu voto que o Estado deve reagir contra os “efeitos nefastos” da desinformação. “A propagação generalizada de impressões falseadas de natureza grave e antidemocrática, que objetivam hackear a opinião pública, malferem o direito fundamental a informações verdadeiras e induzem o eleitor a erro, cultivando um cenário de instabilidade que extrapola os limites da liberdade de fala, colocando sob suspeita o canal de expressão da cidadania”, afirmou.

Regras

A Resolução 23.714/2022 ampliou o poder de polícia do tribunal para atuar de ofício, ou seja, sem precisar ser provocado.

Pelo texto, o presidente do TSE pode derrubar ativamente postagens e perfis em redes sociais que repliquem conteúdos julgados falsos pela Justiça Eleitoral. O tempo dado às plataformas para cumprir as decisões foi reduzido para duas horas, com multas de R$ 100 mil a R$ 150 mil por hora em caso de descumprimento.


Agência Brasil e Correio do Povo