domingo, 17 de dezembro de 2023

Israel reconhece ter matado três reféns identificados “por erro” como “ameaça”

 Informação foi confirmada em comunicado das forças de segurança israelenses



O Exército israelense reconheceu nesta sexta-feira (15) que matou três reféns sequestrados em 7 de outubro, após identificá-los “por erro” como uma “ameaça.

"Durante combates em Shekhaiya [no norte], o Exército identificou erroneamente três reféns israelenses como uma ameaça. Como resultado, os soldados dispararam contra eles e morreram", afirmaram as forças de segurança em um comunicado, expressando seu "forte arrependimento pelo trágico incidente".

AFP e Correio do Povo

CNN Brasil encerra operação de rádio após três anos e acaba com 'megalomania'

 

Israel quer “manter pressão militar” apesar de indignação por morte de reféns

 “Pressão militar é necessária tanto para o retorno dos reféns quanto para alcançarmos a vitória sobre os nossos inimigos”, disse o primeiro-ministro de Israel


O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste sábado que deseja manter 'a pressão militar' na Faixa de Gaza, apesar da indignação gerada em Israel pela morte de três reféns devido a um erro do Exército israelense.

"Com todo o profundo pesar, quero deixar claro: a pressão militar é necessária tanto para o retorno dos reféns quanto para alcançarmos a vitória sobre os nossos inimigos. A orientação que dou à equipe de negociações é baseada nessa pressão. Sem ela, não temos nada”, ressaltou Netanyahu, em entrevista coletiva.

O Exército israelense admitiu hoje que os três reféns mortos por seus soldados em Gaza agitavam uma bandeira branca e haviam pedido ajuda em hebraico, após divulgarem os primeiros elementos da investigação sobre o incidente, que gerou protestos em Tel Aviv.

"Temos a impressão de que estão jogando roleta russa: Quem será o próximo a saber da morte de um ente querido? Queremos saber qual proposta está sobre a mesa do governo”, disse Ruby Chen, pai de Itay Chen, refém de 19 anos.

As vítimas, Yotam Haim (28 anos), Alon Shamriz (26) e Samer El Talalqa (25) morreram durante operações em um bairro da Cidade de Gaza, segundo o Exército. Os três estavam entre um total de cerca de 250 pessoas sequestradas pelo movimento islamista palestino Hamas durante seu ataque sem precedentes contra Israel em 7 de outubro.

Essa ofensiva deixou 1.140 mortos, a maioria civis, segundo as autoridades israelenses. O porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, explicou que, durante os combates na Cidade de Gaza, as tropas identificaram "por engano três reféns israelenses como uma ameaça e, como resultado, os soldados atiraram neles e os mataram”.

Investigação

Segundo os primeiros elementos da investigação, o Exército de Israel informou que os reféns agitaram uma bandeira branca improvisada e pediram ajuda em hebraico, em uma região onde as tropas israelenses sofrem numerosas emboscadas.

"Um dos soldados viu quando apareceram. Eles não usavam camisa e traziam um bastão com um pano branco. O soldado se sentiu ameaçado e disparou, declarando que eram terroristas. Dois (reféns) morreram”, disse um oficial militar à imprensa. "Imediatamente outro foi ferido e correu em direção a um edifício”, acrescentou, relatando que os soldados 'ouviram um grito de socorro em hebraico”.

Embora o comandante do batalhão tivesse ordenado que os disparos cessassem, o terceiro refém foi baleado e morreu, adicionou o oficial militar. Benjamin Netanyahu, classificou a morte dos reféns como "uma tragédia insuportável”, que enlutou “todo o Estado de Israel”. Nos Estados Unidos, a Casa Branca descreveu a morte dos reféns como um “erro trágico".

Em resposta aos ataques do Hamas, Israel prometeu 'aniquilar' o grupo islamista e iniciou uma ofensiva na Faixa de Gaza, que agora se estende a todo o território, incluindo o sul, onde há centenas de milhares de civis deslocados.

Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, os bombardeios israelenses deixaram pelo menos 18.800 mortos, 70% dos quais eram mulheres, crianças e adolescentes. Um acordo de trégua, mediado por Catar, Egito e EUA, permitiu uma pausa de uma semana nos combates no final de novembro, a libertação de mais de 100 reféns em troca de 240 palestinos presos em Israel, bem como a entrega de ajuda humanitária de emergência.

Neste momento, 129 pessoas permanecem como reféns em Gaza. Após o anúncio da morte dos três reféns, o site de notícias Axios informou que o diretor da Mossad, a agência de Inteligência israelense, David Barnea, deve se reunir neste fim de semana na Europa com o primeiro-ministro do Catar, Mohamed bin Abdulrahman Al Thani, para contemplar uma segunda fase de trégua.

"O Exército sionista conhece muito bem nossas condições para libertar os reféns, nenhum deles será solto se elas não forem aceitas”, afirmou Abu Obeida, porta-voz do braço militar do Hamas.

Combates sangrentos

A ONU e ONGs descrevem as condições de vida na superlotada Faixa de Gaza, sitiada por Israel desde 9 de outubro, como um pesadelo. Os civis palestinos estão amontoados em áreas cada vez menores. Cerca de 1,9 milhão de habitantes (85% da sua população) foram deslocados, segundo a ONU.Neste sábado, o Hamas relatou combates sangrentos na região de Jabaliya (norte), ataques aéreos e intenso fogo de artilharia em Khan Yunis, o novo epicentro dos combates no sul do Território Palestino.

Na Cisjordânia ocupada, onde a violência se intensificou desde o início da guerra em Gaza, oito palestinos foram presos em Nablus, local em que o Exército de Israel lançou uma operação, informou a agência de notícias palestina Wafa. Já Israel continua sendo alvo de foguetes lançados da Faixa de Gaza. Além disso, a guerra continua aumentando a tensão regional.

O Exército de Israel anunciou neste sábado que um soldado morreu e outros dois ficaram feridos após terem sido atingidos por uma 'aeronave hostil', em uma região do norte perto da fronteira com o Líbano.Os ministros das Relações Exteriores do Reino Unido e da Alemanha pediram um 'um cessar-fogo duradouro'. 'Mataram muitos civis', ressaltaram David Cameron e Annalena Baerbock em artigo publicado no jornal britânico Sunday Times.


AFP e Correio do Povo

Imprensa internacional repercute aprovação da reforma tributária no Brasil

 Veículos da imprensa internacional classificam o projeto como uma “mudança drástica” e “amplamente aguardada”


Veículos da imprensa internacional repercutem neste sábado, 16, a aprovação da reforma tributária no Brasil, classificando o projeto como uma “mudança drástica” e "amplamente aguardada”. Aprovado ontem em duas votações, o texto da reforma prevê a criação de impostos sobre bens e serviços, além de um imposto seletivo que visa desestimular uso de produtos que fazem mal à saúde e ao meio ambiente.

Ao noticiar a aprovação, a Reuters destaca o foco da proposta na tributação sobre consumidores e na simplificação do 'notoriamente complexo' sistema tributário do Brasil, em um processo de implementação gradual ao longo das próximas décadas e cuja efetividade dependerá de legislações subsequentes. 'A tão esperada reforma, repetidamente tentada por administrações anteriores, é um pilar central dos planos [do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)] para aumentar a produtividade e o crescimento potencial da maior economia da América Latina', escreve a Reuters.

Bloomberg nota que a decisão em dezembro garantiu a meta do presidente Lula de aprovar a reforma antes do fim deste ano. Classificando a proposta como 'uma mudança drástica', ela observa que o plano pretende simplificar 'o sistema tributário mais complexo do mundo ao reduzir número de taxas e eliminar distorções'. Investidores e analistas entrevistados pela Bloomberg esperam que um novo sistema mais eficiente impulsione a economia brasileira, o que já foi refletido pelo rali dos mercados após a aprovação inicial do projeto em julho.

Já o Financial Times (FT) vê a aprovação como um esforço também de gestões anteriores do governo brasileiro, entretanto, também aponta os benefícios de eliminar a 'barreira' criada pelo 'sistema tributário bizantino' do Brasil. O jornal lembra que corporações multinacionais reclamam há tempos que 'labirinto de regras tributárias' brasileiro é 'custoso para cumprir, cheio de incertezas legais e um impedimento para investir'.

Entrevistado pelo FT, o secretário para Políticas Econômicas do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse que 'esta reforma terá um sistema tributário moderno' e que é 'um grande passo para o Brasil' atrair mais investimentos, por meio de um sistema mais competitivo.


Estadão Conteúdo e Correio do Povo

Petistas, lideranças do governo e até ministro ajudaram a derrubar vetos de Lula nesta semana

 No caso da desoneração, por exemplo, até mesmo parlamentares do PT votaram contra o veto

Governo do presidente Lula sofreu duras derrotas nesta semana com as derrubadas dos vetos 

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sofreu duras derrotas nesta semana com as derrubadas, pelo Congresso Nacional, dos vetos sobre o marco temporal das terras indígenas e sobre a desoneração da folha e a redução dos encargos cobrados sobre os salários dos empregados. Entre os “traidores” estão parlamentares da base governista, líderes do governo e, até mesmo, um ministro de Estado.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD-MT), foi exonerado do cargo na terça-feira, 12, para ajudar na aprovação de Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF). Fávaro, no entanto, 'esticou' sua volta ao Senado e se aliou à oposição para derrubar os vetos de Lula ao marco temporal das terras indígenas e à prorrogação da desoneração da folha de pagamento.

O veto ao Marco Temporal foi derrubado na Câmara por 321 votos a favor e 137 contra, e no Senado por 53 a 19. Já em relação à desoneração da folha, o governo perdeu por 378 a 78 na Câmara, e por 60 a 13 no Senado.

Entre as lideranças do governo no Senado que votaram contra o próprio governo em ao menos uma das duas pautas estão os senadores Daniella Ribeiro (PSD-PB), Jorge Kajuru (PSB-GO), Professora Dorinha Seabra (União-TO), Weverton (PDT-MA) e Zenaide Maia (PSD-RN). Ou seja, seis dos oito parlamentares do bloco.

Já na Câmara, oito dos 18 vice-líderes do governo ajudaram a derrubar os vetos do governo Lula. São eles, os deputados Emanuel Pinheiro Neto (MDB-MT), Josenildo (PDT-AP), Jonas Donizette (PSB-SP), Bacelar (PV-BA), Waldemar Oliveira (Avante-PE), Igor Timo (Podemos-MG), Marreca Filho (Patriota-MA) e José Nelto (PP-GO).

No caso da desoneração, até mesmo parlamentares do PT, partido do presidente Lula, votaram contra o veto. Zé Neto (PT-BA) e Paulo Paim (PT-RS) foram os 'dissidentes' da sigla, respectivamente, na Câmara e no Senado. A esquerda também contou com nomes como Orlando Silva (PCdoB-SP), Duda Salabert (PDT-MG) e Duarte Júnior (PSB-MA) se juntando à oposição.

Além disso, 11 dos 12 deputados do PSB, partido do vice Geraldo Alckmin, votaram contra Lula na desoneração. A exceção foi a deputada Tabata Amaral (PSB-SP), pré-candidata à Prefeitura de São Paulo.

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

Estrutura tributária do país ficará mais sustentável com reforma, diz Marina Silva

 Ministra do Meio Ambiente parabenizou Fernando Haddad e a equipe da pasta pelo trabalho para a aprovação da reforma

Ministra do Meio Ambiente afirmou que a estrutura tributária brasileira ficará "mais justa, sustentável e simples" 

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que a estrutura tributária brasileira ficará “mais justa, sustentável e simples”. Em texto publicado no Twitter, ela parabenizou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a equipe da pasta pelo trabalho para a aprovação da reforma.

“Com a reforma tributária, o governo do presidente Lula dá mais uma demonstração de seu compromisso com a construção democrática das bases de sustentação da transformação econômica e social para um modelo desenvolvimento justo sustentável”, escreveu.

Um dos pontos trazidos nas novas regras tributárias é o Imposto Seletivo que compensará o fim do IPI e servirá para desestimular o uso de produtos que fazem mal à saúde e ao meio ambiente.

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

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Destróier americano derruba 14 drones lançados do Iêmen no Mar Vermelho

 Huthis, aliados ao Irã, já haviam alertado que atacariam embarcações que navegassem ao longo da costa do Iêmen

Nas últimas semanas, vários mísseis e drones foram abatidos por navios de guerra americanos e franceses 

Um destróier americano derrubou, neste sábado (16), 14 drones disparados de regiões do Iêmen controladas por huthis no Mar Vermelho, informou o comando militar dos Estados Unidos no Oriente Médio (Centcom). Foram 'identificados como drones de ataque e derrubados sem causar danos às embarcações na região e sem que tenham sido reportados feridos', afirmou a Centcom em sua conta na rede social X (ex-Twitter).

A operação, liderada pelo destróier USS Carney, foi realizada 'nas primeiras horas de sábado', detalhou o Exército americano.

Os huthis, aliados ao Irã, já haviam alertado que atacariam embarcações que navegassem ao longo da costa do Iêmen e que tivessem ligações com Israel, em resposta à guerra entre este país e o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza. Este movimento político-militar, que controla grande parte do Iêmen, pertence ao chamado 'eixo de resistência' contra Israel.

Nas últimas semanas, vários mísseis e drones foram abatidos por navios de guerra americanos e franceses que patrulham a área. Na madrugada de sábado, um destróier britânico também derrubou um 'suposto drone de ataque dirigido contra embarcações mercantis no Mar Vermelho', anunciou o ministro da Defesa do Reino Unido, Grant Shapps.

Grandes empresas do transporte marítimo como a francesa CMA CGM, o grupo dinamarquês Maersk e a alemã Hapag-Lloyd anunciaram a suspensão da travessia de seus porta-contêineres pelo Mar Vermelho devido aos ataques.

AFP e Correio do Povo

Israel investiga morte de três reféns em Gaza 'por engano' de seu Exército

 Trio estava entre um total de cerca de 250 pessoas sequestradas pelo movimento islamista palestino Hamas



Israel investiga, neste sábado (16), a morte de três reféns na Faixa de Gaza que, segundo o Exército israelense, haviam sido identificados "por engano" como uma ameaça e que pediram ajuda em hebraico no momento dos disparos, um incidente que gerou protestos em Tel Aviv.

As vítimas, Yotam Haim (28 anos), Alon Shamriz (26) e Samer El Talalqa (25) morreram durante operações em um bairro da Cidade de Gaza, segundo o Exército.

Os três estavam entre um total de cerca de 250 pessoas sequestradas pelo movimento islamista palestino Hamas durante seu ataque sem precedentes contra Israel em 7 de outubro. Essa ofensiva deixou 1.200 mortos, a maioria civis, segundo as autoridades israelenses.

O porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, explicou que, durante os combates na Cidade de Gaza, as tropas identificaram "por engano três reféns israelenses como uma ameaça e, como resultado, os soldados atiraram neles e os mataram".

Hagari acrescentou que o incidente estava "sendo investigado" e que "aprenderam lições imediatas com este evento, que foram transmitidas a todas as tropas no terreno".

Neste sábado, o Exército de Israel informou que os reféns agitaram uma bandeira branca e pediram ajuda em hebraico, segundo os primeiros elementos da investigação.

"Um dos soldados os viu quando apareceram. Eles não usavam camisa e traziam um bastão com um pano branco. O soldado se sentiu ameaçado e disparou, declarando que eram terroristas. Dois (reféns) morreram", disse um oficial militar à imprensa.

"Imediatamente outro foi ferido e correu em direção a um edifício", acrescentou, relatando que os soldados "ouviram um grito de socorro em hebraico".

Embora o comandante do batalhão tivesse ordenado que o tiroteio cessasse, o terceiro refém foi atingido por tiros e morreu, adicionou o oficial militar.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou a morte dos reféns como "uma tragédia insuportável", que enlutou "todo o Estado de Israel".

Pouco depois do anúncio do Exército na sexta-feira, familiares dos reféns ainda sob custódia do Hamas protestaram com fotos deles em frente ao Ministério da Defesa em Tel Aviv, para exigir um acordo imediato para sua libertação.

"A única forma de libertar os reféns com vida é pela negociação", disse Motti Direktor, um manifestante de 66 anos.

"Estou morrendo de medo. Exigimos um acordo agora", declarou Merav Svirsky, cujo irmão Itay Svirsky está sendo mantido em cativeiro em Gaza.

Nos Estados Unidos, a Casa Branca descreveu a morte dos reféns como um "erro trágico".

Em resposta aos ataques do Hamas, Israel prometeu "aniquilar" o grupo islamista e iniciou uma ofensiva na Faixa de Gaza, que agora se estende a todo o território, incluindo o sul, onde há centenas de milhares de civis deslocados.

Os bombardeios israelenses deixaram pelo menos 18.800 mortos, 70% dos quais eram mulheres, crianças e adolescentes, de acordo com o último balanço do Ministério da Saúde do grupo islamista.

Segunda trégua?

Um acordo de trégua, mediado pelo Catar, Egito e EUA, permitiu uma pausa de uma semana nos combates no final de novembro, a libertação de mais de 100 reféns em troca de 240 palestinos presos em Israel, bem como a entrega de ajuda humanitária de emergência.

Atualmente, ainda há 129 reféns em Gaza.

Após o anúncio da morte dos três reféns, o site de notícias Axios informou que o diretor da Mossad, a agência de Inteligência israelense, David Barnea, deve se reunir neste fim de semana na Europa com o primeiro-ministro do Catar, Mohamed bin Abdulrahman Al Thani, para contemplar uma segunda fase de trégua que permitiria a libertação de mais reféns.

A ONU e ONGs descrevem as condições de vida na superlotada Faixa de Gaza, sitiada por Israel desde 9 de Outubro, como um pesadelo. Os civis palestinos estão amontoados em áreas cada vez menores. Cerca de 1,9 milhão de habitantes (85% da sua população) foram deslocados, segundo a ONU.

Neste sábado, o Hamas relatou "combates ferozes" na região de Jabaliya (norte), ataques aéreos e intenso fogo de artilharia em Khan Yunis, o novo epicentro dos combates no sul do Território Palestino.

Já Israel continua sendo alvo de foguetes lançados da Faixa de Gaza. Jornalistas da AFP viram vários foguetes serem interceptados em Jerusalém na noite de sexta-feira.

Em visita a Israel na quinta e sexta-feira, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, fez um apelo às autoridades israelenses para que passassem para uma fase de "menor intensidade" no curto prazo. O presidente americano, Joe Biden, alertou, por sua vez, que Israel corre o risco de perder seu apoio internacional.

Confrontado com uma pressão crescente, Israel anunciou uma "medida temporária" para permitir a entrega de ajuda a Gaza através da passagem fronteiriça de Kerem Shalom.

A medida pretende liberar a passagem de Rafah, que faz fronteira com o Egito, única porta de entrada de alimentos e medicamentos. Desde o início da guerra, a ajuda entra neste ponto estratégico aos poucos e depende da autorização de Israel.

Jornalista morto

Além dos civis, os jornalistas também seguem pagando um preço alto na guerra.

O jornalista da Al Jazeera Samer Abu Daqa morreu na sexta-feira (15) e o chefe do escritório da emissora em Gaza, Wael Dahdouh, que perdeu a esposa e dois dos seus filhos no início da guerra, foi ferido no braço por estilhaços de mísseis.

"Ontem ele veio se despedir [...] Não comeu nada. Morreu com o estômago vazio", disse emocionada a mãe de Abu Daqa à AFPTV neste sábado.

Seu filho foi sepultado em Khan Yunis.

O fotógrafo Mustafa Alkharuf, da agência de notícias turca Anadolu, ficou ferido após ser espancado pela polícia israelense em Jerusalém Oriental, anexada e ocupada por Israel.

De acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), mais de 60 jornalistas e funcionários de meios de comunicação morreram desde o começo da guerra.

AFP e Correio do Povo

Entenda os principais pontos da Reforma Tributária após aprovação na Câmara

 Texto deverá ser promulgado na próxima quarta-feira


A Câmara dos Deputados aprovou a Reforma Tributária (PEC 45/19), que simplifica impostos sobre o consumo, prevê fundos para o desenvolvimento regional e para bancar créditos do ICMS até 2032, além de unificar a legislação dos novos tributos.

A proposta foi aprovada nesta sexta-feira em primeiro turno por 371 votos a 121, e em segundo turno por 365 a 118. O presidente da Câmara, Arthur Lira, comemorou a aprovação e anunciou que o texto poderá ser promulgado na próxima quarta-feira (20). Entenda abaixo os principais pontos do texto:

Cesta básica

Desde que o assunto vem sendo tratado ao longo das décadas, uma das novidades em relação a todas as versões já apresentadas é a isenção do IBS e da CBS sobre produtos de uma cesta básica nacional de alimentos a ser definida em lei complementar. A cesta deverá considerar a diversidade regional e garantir alimentação saudável e nutricionalmente adequada.

O texto prevê isenções de 100% ou 60% das alíquotas para determinados setores ou tipos de produtos, contanto que aquelas aplicadas aos demais sejam aumentadas para reequilibrar a arrecadação da esfera federativa (federal, estadual/distrital ou municipal/distrital).

Entre os setores contemplados com redução de 60% da alíquota estão serviços de educação e saúde, medicamentos e equipamentos médicos, transporte coletivo de passageiros, insumos agropecuários, produções artísticas e culturais e alimentos destinados ao consumo humano. Uma lei complementar definirá quais os tipos de serviços ou de bens desses setores serão beneficiados.

Profissionais liberais

A PEC também remete a uma lei complementar a definição de serviços que poderão ser beneficiados com redução de 30% das alíquotas quando prestados por profissionais cuja atuação é submetida a conselho profissional, como advogados e médicos.

Como os novos tributos, a exemplo do que ocorre hoje, não atingem as empresas do Simples Nacional, serão beneficiados aqueles com faturamento anual acima de R$ 4,8 milhões.

A redução de alíquota alcançará ainda serviços de natureza científica, literária, intelectual ou artística.

Carreiras estaduais

Com a aprovação de um destaque do bloco MDB-PSD, o Plenário incluiu no texto trecho vindo do Senado que o relator propunha deixar de fora. Trata-se de eliminar o subteto vigente para os salários de carreiras das administrações tributárias de estados, Distrito Federal e municípios.

Em vez de o salário máximo seguir o subsídio do governador ou do prefeito, passará a valer o teto federal, atualmente o subsídio dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no valor de R$ 41.650,92.

Alíquota teste

O IBS (estadual e municipal) e a CBS (federal) dependerão de lei complementar para serem criados e sua cobrança terá um ano de teste em 2026, quando a CBS será cobrada com alíquota de 0,9% e o IBS de 0,1%.

Apesar de o IBS ser um tributo estadual/municipal, tanto ele quanto a CBS poderão ser compensados pelas empresas com o devido a título de PIS/Cofins ou PIS-Importação/Cofins-Importação (no caso dos importadores).

Se o contribuinte não conseguir compensar com esses tributos poderá fazê-lo com outros devidos no âmbito federal ou pedir ressarcimento em até 60 dias.

O que for arrecadado com o IBS em 2026 será destinado integralmente ao financiamento da estrutura do Comitê Gestor do imposto, criado para gerir o tributo, e o excedente irá para o fundo de compensação dos incentivos do ICMS.

Durante este ano, os contribuintes que cumprirem as obrigações acessórias dos dois tributos poderão ser dispensados de seu recolhimento se assim prever a lei complementar.

CBS pleno

A partir de 2027, a CBS substituirá definitivamente os quatro tributos federais sobre bens e serviços: PIS/Cofins e PIS-Importação/Cofins-Importação.

Também de 2027 em diante, o IPI será mantido apenas para os produtos competidores daqueles produzidos na Zona Franca; e entra em cena o imposto seletivo, criado para incidir sobre produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, papel hoje exercido pelo IPI.

Para 2027 e 2028, o IBS continua a ser de 0,1%, mas metade da alíquota (0,05%) será referente ao imposto estadual e a outra metade à parte municipal.

Entretanto, apesar de a CBS substituir o sistema PIS/Cofins, outra parte do texto determina a redução em 0,1 ponto percentual de sua alíquota durante 2027 e 2028. Juntos, PIS e Cofins somam 3,65% no sistema cumulativo e 9,25% no sistema não cumulativo.

Contratos atuais

Quanto aos contratos atuais, a lei complementar definirá os ajustes necessários para sua adequação aos novos tributos, inclusive os contratos de concessões públicas.

Imposto seletivo

O imposto seletivo deverá ser adotado por meio de lei complementar, mas suas alíquotas por lei ordinária e deverá obedecer aos princípios da anterioridade (publicação no ano anterior ao de sua validade) e da noventena.

Inicialmente pensado para substituir o IPI, ele não incidirá sobre todos os produtos industrializados, devendo ser cobrado pela produção, extração, comercialização ou importação de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, nos termos definidos em lei complementar.

O novo tributo não será cobrado nas exportações e poderá ter o mesmo fato gerador e base de cálculo de outros tributos, integrando essa base de cálculo do ICMS e do ISS, enquanto ainda vigentes, e do IBS e da CBS.

A PEC prevê explicitamente algumas regras:

  • não incidirá sobre energia elétrica e telecomunicações;
  • alíquotas poderão ser em percentagem ou por unidade de medida do produto (m³, por exemplo); e
  • na extração, a alíquota máxima será de 1% do valor de mercado do produto.

Armas

Na votação de um destaque do PL, o Plenário não alcançou o quórum necessário de 308 votos para manter a incidência do imposto seletivo sobre armas e munições.

O destaque do PL nesse sentido teve apenas 293 votos contrários e 198 votos a favor. No primeiro turno, destaque de igual teor havia sido rejeitado com o voto de 326 deputados.

A falta de previsão expressa de incidência na Constituição não impede, entretanto, sua inclusão por meio de lei.

Livre comércio

Segundo o texto, as leis de criação do IBS e da CBS deverão prever mecanismos, com ou sem contrapartida, aplicáveis à ZFM e também às áreas de livre comércio existentes em 31 de maio de 2023.

A ser criado por lei complementar, o Fundo de Sustentabilidade e Diversificação Econômica do Estado do Amazonas terá recursos da União para fomentar a diversificação de atividades econômicas no estado.

Para estados da Amazônia Ocidental e o Amapá, outro fundo de desenvolvimento sustentável deverá ser criado nos mesmos moldes. Poderão participar das decisões sobre o uso do dinheiro os estados onde estão localizadas as áreas de livre comércio.

Alíquotas regressivas

Quanto ao ICMS e ao ISS, a transição de 2029 a 2032 para sua extinção ocorrerá com diminuição gradativa de suas alíquotas vigentes, reduzindo-se em iguais proporções os benefícios e incentivos vinculados.

Assim, as alíquotas serão equivalentes às seguintes proporções daquelas vigentes em cada ano:

  • 90% em 2029;
  • 80% em 2030;
  • 70% em 2031;
  • 60% em 2032.

A partir de 2033, o ICMS e o ISS serão extintos. O Senado Federal estipulará as alíquotas de referência do IBS. No período de 2029 a 2033, essa alíquota será usada para recompor a carga tributária diminuída dos impostos atuais.

Correio do Povo