quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

“Nada vai nos parar” até a vitória na guerra em Gaza, diz Netanyahu

 Iremos até o final, até a vitória, disse o primeiro-ministro em vídeo



O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que “nada” vai deter sua continuidade da guerra na Faixa de Gaza até acabar com uma vitória sobre o grupo islamista palestino Hamas.

"Continuaremos até o final. Não há dúvida alguma. Eu o digo com grande dor, mas também à luz da pressão internacional. Nada vai nos parar. Iremos até o final, até a vitória”, disse Netanyahu em um vídeo.

AFP e Correio do Povo

Senador Alan Rick (União) diz esperar que Dino (PSB) tenha se despido da ideologia para assumir cadeira no Supremo

 


#OsPingosNosIs | Senador Alan Rick (União) diz esperar que Dino (PSB) tenha se despido da ideologia para assumir cadeira no Supremo; postulantes ao STF e à PGR respondem perguntas dos senadores

Após perda de recursos estaduais, prefeitura de Porto Alegre afirma que atendimento do Hospital Restinga está comprometido

 Secretaria da Saúde do RS suspendeu repasse para serviços de traumatologia e ortopedia, e município informa que não atenderá pacientes vindos de outras cidades da região


A Prefeitura de Porto Alegre decidiu suspender o atendimento de traumatologia e ortopedia do Hospital Restinga e Extremo Sul (HRES) a pacientes que não moram na Capital. De acordo com a Secretaria de Saúde do município (SMS), o fechamento deste serviço, a partir desta quarta-feira, se dá por conta de um corte de verba repassada pelo governo do Estado.

Conforme a SMS, os pacientes em atendimentos no HRES serão direcionados aos seus municípios para serem reinseridos no Sistema de Gerenciamento de Consultas (Gercon). “Porto Alegre não consegue mais suportar a retração de recursos estaduais para a manutenção deste serviço, e esta definição unilateral do Estado põe em xeque a assistência em saúde a tantos pacientes”, afirmou o secretário de Saúde, Fernando Ritter. Em nota divulgada à imprensa.

Programa Assistir teria provocado mudanças nos repasses estaduais

A origem da mudança nos repasses, de acordo com a prefeitura de Porto Alegre, estaria no Assistir RS, programa de incentivos hospitalares lançado pelo governo do Estado em 2021 alterando a distribuição de recursos para a Saúde. Desde então, secretários de Saúde de diferentes cidades gaúchas questionam os critérios de destinação de verbas.

No caso do atendimento de traumatologia e ortopedia prestado pelo Hospital Restinga e Extremo Sul, referência para os pacientes da região, as prefeituras de Porto Alegre, Gravataí, Viamão, Alvorada, Cachoeirinha e Glorinha já haviam se manifestado contrários à medida. E de acordo com a SMS da Capital, governo estadual manteve o corte e em novembro deste ano deixou de repassar R$ 140 mil.

Números

Em 2022, a emergência de traumatologia e ortopedia da instituição atendeu 6.896 pacientes e, até agosto de 2023, foram 6.179 pacientes. Com relação aos atendimentos ambulatoriais, mais de 45% da oferta é destinada a pacientes de outros municípios.

Conforme a prefeitura de Porto Alegre, o HRES apresenta um custo médio mensal de operação da especialidade de traumatologia e ortopedia de R$ 455 mil. E o valor de custeio até então repassado pelo Estado representa 30% da operação.

O que diz a Saúde do Estado

Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS) alega que a Prefeitura de Porto Alegre não vem cumprindo as metas de atendimento, o que ocasionou o corte de repasses.

“A Secretaria Estadual da Saúde notificou o município de Porto Alegre por três vezes referente ao não cumprimento de metas — última notificação em 25 de outubro — exigidas para os repasses. Ou seja, recebia o incentivo e não prestava o serviço. Por exemplo, das 480 cirurgias de traumatologia que deveriam ser realizadas no período de maio de 2022 até agosto de 2023, foram realizadas somente 32. Importante ressaltar que a instituição foi oficiada por três vezes até serem tomadas as medidas extremas. Os serviços não deixarão de ser prestados, uma vez que já não vinham sendo executados. Com isso, a Secretaria Estadual da Saúde cumpre seu dever de zelo pelo recurso público, destinando verbas para serviços que efetivamente prestam atendimento ao cidadão. Os pacientes devem continuar sendo atendidos nos demais hospitais de referência da capital, como já vem ocorrendo.”


Correio do Povo

Flávio Bolsonaro diz que recusou indicação do pai ao STF para a vaga de Mendonça

 Declaração foi dada durante sabatina de Dino ao Supremo



O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta quarta-feira, 13, que o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quis indicá-lo ao Supremo Tribunal Federal (STF) na vaga que acabou destinada ao ministro André Mendonça. Segundo o senador, ele não aceitou a proposta por querer continuar na política. A declaração foi dada em questionamento ao ministro Flávio Dino, durante a sabatina do indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à mesma função.

'O presidente, o então presidente Bolsonaro, quando da indicação do ministro André Mendonça, virou pra mim e falou: 'Flávio, você não quer... O que você acha de você ser o indicado para o Supremo Tribunal Federal?', já que se discutia que a indicação fosse de um evangélico como ele havia prometido na campanha eleitoral. Eu falei: 'presidente, apesar de eu ser advogado, o que eu sou é político, o que eu gosto de fazer é política. Indique o nome do André Mendonça, que é preparado para essa missão e eu vou poder ajudar muito mais aqui no Senado Federal. E eu acredito que com a ajuda do presidente Davi (Alcolumbre) eu acho que eu teria até alguma chance de passar aqui no Senado Federal', afirmou Flávio Bolsonaro.

Alcolumbre, que também comandava a CCJ na época, segurou por meses a marcação da sabatina de André Mendonça, pois era contrário ao seu nome. Nos bastidores, a explicação mais utilizada era que o senador preferia que Augusto Aras, então procurador-geral da República, fosse o escolhido em vez do então ministro da Justiça. Contudo, Alcolumbre acabou cedendo e a sabatina foi marcada para dezembro do ano passado.

O ministro foi aprovado no plenário do Senado com 47 votos favoráveis e 32 contrários, na votação mais apertada desde a redemocratização.

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

Chuvas e vendavais provocam destruição e mortes na Argentina e no Uruguai

 Províncias argentinas de Buenos Aires, Santa Fé e Entre Rios foram as mais atingidas por chuva extrema e vento


Países vizinhos do Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai enfrentam uma onda de chuvas e vendavais provocando estragos e mortes nas últimas horas. Conforme a MetSul, este é apenas o começo de uma sequência de dias com intensa instabilidade e que trará sucessivas ondas de tempestades nas regiões próximas ao Estado.

Na Argentina, a tempestade de chuva e vento com rajadas de mais de 120 km/h atingiu a cidade de Olavarría, no centro da província de Buenos Aires, entre as últimas horas de terça-feira e as primeiras horas desta quarta-feira. O temporal desalojou 70 famílias e causou queda de árvores, desabamentos e destelhamentos. O município decretou situação de emergência.

Os temporais atingiram ainda com estragos cidades das províncias de Santa Fé e Entre Ríos. Na localidade de Sastre, caíram cerca de 200 milímetros em apenas três horas nesta quarta-feira, o que provocou inundações e obrigou a evacuação provisória de pelo menos 40 pessoas. Duas pessoas morreram depois de terem sido arrastadas com o seu carro por um riacho que ultrapassa a estrada nacional 14 em Entre Ríos, em consequência da tempestade que atingiu a região e causou numerosos danos em várias cidades, conforme informou à agência Télam a polícia provincial.

A tempestade afetou grande parte da província de Entre Ríos e causou danos em escolas, centros desportivos, terminais rodoviários, além da queda de árvores e postes de iluminação, bloqueando estradas e impossibilitando a circulação em diferentes estradas rurais e acessos às cidades. Villaguay, no centro de Entre Ríos, é uma das cidades mais afetadas, onde a destruição das redes elétricas deixou quase toda a cidade sem eletricidade e várias estruturas privadas e públicas foram completamente destruídas. O centro esportivo virou ruínas e o novo terminal de ônibus veio abaixo.

No Uruguai, chuva extrema atingiu departamentos do Norte e do Litoral Oeste do país. Os acumulados de chuva atingiram até às 15h marcas de 150 mm a 200 mm em pontos de Artigas, Salto e Paysandu. Na cidade de Durazno, o temporal causou alagamentos, destelhamentos e queda de árvores.


Correio do Povo

Leilão da ANP arrecada R$ 421,7 mi com a concessão de 192 novas áreas

 Dos 602 blocos ofertados, 192 foram arrematados por 15 diferentes empresas



O leilão de blocos exploratórios de petróleo em regime de concessão realizado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta quinta-feira, 13, arrecadou R$ 421,7 milhões em bônus para o governo federal - o que correspondeu a um ágio de 179,69% sobre os valores mínimos exigidos.

Dos 602 blocos ofertados, 192 foram arrematados por 15 diferentes empresas, neste que foi o 4.º Ciclo de Oferta Permanente de Concessão da ANP. Além do bônus, que será pago na assinatura dos contratos, os critérios do leilão consideram o chamado Programa Exploratório Mínimo (PEM), que são as atividades que as empresas se comprometem a executar na primeira fase da exploração.

Em meio à disputa entre as petroleiras tradicionais, um personagem inesperado roubou a cena no leilão de ontem: o empresário mineiro Ernani Machado, dono da Elysian, que arrematou nada menos do que 122 blocos de exploração, quase todos com ofertas de R$ 51 mil, o que vai lhe custar R$ 12 milhões em bônus no final.

'Eu poderia dizer para vocês que eu fiz um supercálculo, mas a verdade é que eu vi que o mínimo para se fazer ofertas era R$ 50 mil e coloquei mais R$ 1 mil por lance', disse Machado a jornalistas depois do leilão.

Fundada em agosto, a poucos dias do prazo máximo para a inscrição no leilão, e com capital social de R$ 50 mil, a Elysian agora vai ter de investir R$ 400 milhões em sua centena de concessões nos próximos anos, sendo R$ 80 milhões no curto prazo.

Já entre as empresas tradicionais do setor, as grandes vencedoras foram a Petrobras e a britânica Shell que, juntas, arremataram 29 blocos na Bacia de Pelotas, no litoral sul do País. Em três desses blocos, as duas companhias terão como sócia a chinesa CNOOC, que já opera no pré-sal. Na mesma Bacia de Pelotas, a americana Chevron levou sozinha outros 15 blocos, em apertado rali com o consórcio encabeçado pela Petrobras. Os lances vencedores por Pelotas corresponderam a 71% do total arrecadado no leilão - ou R$ 298,74 milhões.

Nova fronteira

Fora das atenções do mercado por duas décadas, a Bacia de Pelotas voltou à cena este ano como fronteira de exploração depois de sondagens promissoras do outro lado do oceano, na Namíbia, e animação do mercado com o litoral uruguaio, na continuação da costa brasileira.

Além disso, as negativas ao licenciamento ambiental na Margem Equatorial têm levado a Petrobras a reorientar suas buscas por novas áreas. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, definiu o leilão como um 'grande sucesso'.

Segundo ele, o resultado vai permitir à empresa expandir sua área exploratória de 30 mil quilômetros quadrados para 50 mil quilômetros quadrados. Ele destacou ainda o baixo risco de licenciamento ambiental em Pelotas e o bom potencial da região para geração de energia eólica offshore (alto-mar), mercado em que a Petrobras pretende se lançar em breve.

Outra bacia que despertou interesse foi a de Santos, onde a chinesa CNOOC arrematou um bloco sozinha. A Karoon Energy ficou com outros dois, e a norueguesa Equinor com um pelo qual pagara bônus de R$ 62,5 milhões.

Amazônia

Na Amazônia, área sob forte vigilância ambiental, a produtora de gás Eneva arrematou a área de acumulação marginal de Japiim logo na abertura do certame. A companhia chegou a disputar mais um campo na Bacia do Amazonas, mas foi superada pelo grupo Atem, que ficou com o bloco AM-T-63 pagando um bônus de R$ 5,08 milhões, quase cinco vezes mais que a proposta feita pela Eneva.

Baixa demanda

Já no leilão do 2.º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha da Produção (OPP), também realizado ontem, quatro dos cinco blocos ofertados não receberam ofertas. Apenas o bloco Tupinambá, na Bacia de Santos, foi arrematado pela britânica BP Energy - com oferta de 6,5% de óleo lucro à União, pagamento de bônus de R$ 7 milhões, e investimentos previstos de R$ 360 milhões na exploração do bloco.

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

Inflação em 12 meses na Argentina chega a 160,9%

 Setores com maiores altas foram saúde, alimentos e bebidas não alcoólicas

Setores com maiores altas foram saúde, alimentos e bebidas não alcoólicas 

A inflação em 12 meses na Argentina atingiu 160,9% em novembro, um patamar desconfortável para o recém-iniciado governo do ultraliberal Javier Milei, que anunciou um plano de choque para organizar as finanças públicas e conter o constante aumento de preços. A inflação acumulada em 2023 chegou a 148,2%, um dos índices inflacionários mais elevados do mundo. Só em novembro, os preços ao consumidor subiram 12,8%, segundo o Instituto Nacional de Estatística do país.

Os setores com maiores altas foram saúde (15,9%), alimentos e bebidas não alcoólicas (15,7%) e comunicação (15,2%) .A inflação elevada tem sido um problema crônico na Argentina, que já havia encerrado 2022 com uma alta no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de 94,8%.

Para combater a inflação e, principalmente, o déficit nas finanças públicas, Milei anunciou um programa de austeridade que inclui a redução dos subsídios às tarifas de energia e transporte, bem como a suspensão de obras de infraestrutura financiadas pelo Estado que ainda não começaram.

Além disso, decretou uma desvalorização da moeda argentina de mais de 50% - a 800 pesos por dólar na taxa de câmbio oficial -, dentro de um regime de controle que contempla uma dezena de taxas de câmbio diferentes.

'A chave da desvalorização é que possamos baixar drasticamente a diferença' entre a taxa de câmbio oficial e a paralela, que fechou inalterada nesta quarta-feira em 1.070 pesos por dólar, opinou Gabriel Rubinstein, ex-vice-ministro da Economia.

  | Foto: Maria-Cecilia REZENDE, Gabriela VAZ / AFP

Meses difíceis e uma aposta

Milei advertiu que os próximos meses serão 'duros' e que as coisas vão piorar antes de melhorar. Ele garante, porém, que está tentando evitar uma 'catástrofe' como a hiperinflação que a Argentina vivenciou em 1989 e 1990.

'Espera-se um dezembro com uma inflação em alta, onde este 12,8% nos parecerá pequeno', disse à AFP a economista Candelaria Botto. 'Como o governo já anunciou, virão meses com uma inflação crescente', apontou Botto, que considerou que, com base nas primeiras medidas anunciadas, 'o único plano para reduzir a inflação que se avizinha é a aposta em uma recessão'.

Milei propôs um corte no tamanho do Estado e um ajuste fiscal equivalente a 5% do Produto Interno Bruto (PIB). Suas primeiras decisões foram elogiadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), com o qual a Argentina mantém um programa de crédito de 44 bilhões de dólares (216,4 bilhões de reais, na cotação atual).

O organismo afirmou em um comunicado que apoia as medidas.No entanto, os aumentos nos preços dos combustíveis e tarifas, assim como a depreciação acelerada, 'são o coquetel perfeito para ver uma alta inflação. A política, que busca ser de choque, vai gerar um golpe inflacionário de alta tensão', estimou o economista independente Joel Lupieri.

AFP e Correio do Povo

Gravidez na adolescência: conheça o perfil das meninas mães do Brasil

 Estudo mostrou que a gestação na adolescência impacta diretamente nos níveis socioeconômicos

Mães adolescentes demandam um olhar diferenciado dos profissionais de saúde e das políticas públicas 

Nascem aproximadamente 1 mil bebês filhos de mães adolescentes por dia no Brasil. Independentemente de onde ou como vivem, há pensamentos e emoções comuns compartilhados por todas essas jovens na gestação. As vozes de mais de 1,1 mil mulheres de cinco regiões do país foram ouvidas pelo Projeto Adolescentes Mães, liderado pelo Hospital Moinhos Vento por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), do Ministério da Saúde.

O estudo apresentou os resultados finais na terça-feira, em Porto Alegre, em evento que tratou sobre os impactos da gestação na adolescência no Brasil. “Os resultados que alcançamos demonstram uma premissa simples: precisamos falar mais sobre gravidez na adolescência ainda em 2023/2024 e olhar para as mães adolescentes. Hoje temos o dobro dos nascidos vivos destas jovens em comparação a países desenvolvidos”, destacou o pediatra Tiago Dalcin, líder do projeto.

Foram avaliadas meninas de 10 a 19 anos de idade, bem como seus filhos, em comparação a mães adultas de 20 a 29 anos. O estudo mostrou que a gestação na adolescência impacta diretamente nos níveis socioeconômicos, especialmente se tratando do nível de escolaridade e perspectivas de futuro das adolescentes.

Em relação aos motivos que levam à gestação na adolescência, identificou-se um abismo entre ser um projeto de vida, um desejo de muitas meninas e a falta de conhecimento e informação sobre uma educação abrangente em sexualidade.

Com isso, o estudo concluiu que é necessário ampliar o acesso dos adolescentes aos serviços de Atenção à Saúde do SUS, promovendo uma educação abrangente em sexualidade para reduzir os índices de gestações precoces. A taxa preocupante de repetição gestacional de 20%, associada ao menor uso de contraceptivos, ressalta a necessidade de intervenções para prevenir gestações não planejadas.

As mães adolescentes também demandam um olhar diferenciado dos profissionais de saúde e das políticas públicas no contexto da gestação, visto que 20% apresentam diagnóstico de ansiedade e depressão e demonstram prejuízos psicossociais. Além disso, a escolaridade incompleta agravou as dificuldades socioeconômicas.

Este público apresentou maior prevalência de desnutrição e ansiedade pré-gestacional. Entre as complicações gestacionais, a anemia foi a mais observada nesse público, o que pode ter sido decorrente de consultas pré-natais tardias e em menor número e de condições de saúde prévias. Não foram identificadas complicações significativas nos recém-nascidos de mães adolescentes, indicando que, apesar dos desafios, não houve impactos substanciais nos bebês na amostra coletada no presente estudo.

Resultados

Para o estudo foram consideradas 1.177 mulheres, sendo 49,5% adolescentes – das quais 2,12% são meninas que foram mães entre 10 e 14 anos – e 50,4% adultas. A média de idade de participação das adolescentes é de 17 anos. De mães adultas, é de 24. A maioria se considera parda – 62% das adolescentes e 57,2% das adultas. Há uma prevalência de mães solteiras. Entre elas, a estimativa é de 88,5%, e entre as adultas, de 73,7%.

No que diz respeito à escolaridade, a maioria das adolescentes – 38,2% – têm Ensino Médio incompleto. Entre as adultas, esse percentual é de 59,7%. Tanto as adolescentes (48,7%) como as adultas (62,2%) estão, em maioria, desempregadas. A idade média da primeira relação sexual das adolescentes foi de 14 anos, com a primeira gestação aos 16. Já entre as adultas, a primeira relação foi por volta dos 16 anos, com a primeira gravidez aos 22. Além disso, 20,4% das mães adolescentes afirmaram não saber como evitar filhos. A maioria (64,49%) engravidou sem querer.

Entre as adultas, a maioria (58%) engravidou porque queria ser mãe, e 51,5% engravidou sem querer. De acordo com o estudo, a ausência de educação e de informações sobre sexualidade são fatores que contribuíram para a gravidez não planejada em 21.3% dos casos das mães adolescentes.

No caso das mães adolescentes, 25% foi abandonada pelo cônjuge ao descobrir a gravidez e 10% não manteve vínculo com o pai do filho. Entre as mães adultas, isso aconteceu com 15,4%, e 4,3% não manteve contato com o pai.

Outro dado importante é que 67% das mães adolescentes não estavam estudando quando o filho nasceu, e 79% não estavam estudando no momento da entrevista. Para a maioria das meninas mães, uma das principais consequências da maternidade foi o abandono do estudo.

A mudança impactou também a vida social das meninas: 65% consideram a vida mais difícil, 58% perderam amigos após a gestação e 17% consideram que a gestação foi o pior período da vida. Além dos impactos emocionais e sociais, o estudo identificou que o impacto econômico da gestação na adolescência é de mais de R$ 1,2 bilhões, recursos que poderiam ser realocados em estratégias para prevenção de gestação nesta faixa etária. Os dados foram coletados entre agosto de 2022 e maio de 2023.

Projeto vai virar filme

“Adolescentes Mães” é o nome breve do Projeto Vulnerabilidades da Gestação Precoce no Brasil: impactos na mãe adolescente e na criança, liderado pelo Hospital Moinhos Vento por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), do Ministério da Saúde. “A gente teve o cuidado de entrar na trajetória de vida de cada menina e mulher durante o projeto”, relatou a enfermeira Daniela Guaranha.

O projeto também se propôs a criar um material educativo relacionado ao tema que pudesse impactar profissionais de saúde e os adolescentes do país. Além de cartilha, videoaula e podcast, foi produzido um documentário com quatro episódios, intitulado “Menina-Mãe”. Esta série ainda dará origem a um filme curta-metragem. Meninas nativas de Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Campo Grande (MS), São Luís (MA) e Manaus (AM) — cidades escolhidas para representar as cinco regiões do Brasil — participaram da produção audiovisual. Ainda não há data de estreia para o material.

Ouça "Tocofobia: especialistas explicam as causas e como evitar o medo excessivo de gravidez" no Spreaker.

Correio do Povo

Senadora Damares Alves (Republicanos) questiona postulantes sobre manifestações culturais dos povos indígenas

 


#OsPingosNosIs | Senadora Damares Alves (Republicanos) questiona postulantes sobre manifestações culturais dos povos indígenas; Damares acusa povos originários de infanticídio

Santa Maria: gestantes devem ouvir batimentos do feto antes de realizar aborto legal, decide Câmara de Vereadores

 


A Câmara de vereadores de Santa Maria aprovou um projeto de lei que habilita profissionais da saúde a estimular ultrassonografias para tentar convencer mulheres vítimas de estupro a desistirem do procedimento legal de aborto. A proposta de autoria da vereadora Roberta Leitão (Progressistas), foi votada em sessão extraordinária, durante a terça-feira 12, e aceita com 12 votos favoráveis e seis contra. O texto segue para sanção ou veto do prefeito Jorge Pozzobom (PSDB).

O artigo segundo do projeto estabelece que, nos casos em que a gestante vítima de estupro optar pela prática do aborto — possibilidade prevista por lei — o médico tem a obrigação de sugerir que a gestante faça uma ultrassonografia. Já o inciso 1º, impõe que, durante o procedimento, o médico responsável deve “sugerir à gestante que escute os batimentos cardíacos do nascituro”. A lei também traz que o descumprimento destas obrigações “acarretará a imposição de multa definida e regulamentada pelo órgão municipal responsável”.

A justificativa para a aprovação desta lei evidencia o objetivo de influir na escolha da gestante em levar a frente, ou não, a gravidez. “A presente proposição busca fornecer às gestantes vítimas de abuso sexual recursos adicionais, por meio das ultrassonografias, a fim de embasar suas decisões sobre a continuidade ou interrupção da gravidez. O objetivo é permitir que essas mulheres façam essa escolha de maneira mais esclarecida e consciente, considerando as informações e apoio médico necessário”.

Como votaram os vereadores

A favor

Adelar Vargas dos Santos (MDB)

Admar Pozzobom (PSDB)

Alexandre Pinzon Vargas (Republicanos)

Anita Costa Beber (Progressistas)

Danclar Jesus Rossato (PSB)

Getúlio Jorge de Vargas (Republicanos)

João Ricardo Vargas (Progressistas)

Juliano Soares da Silva (PSDB)

Manoel Renato Teles Badke (União)

Pablo Pacheco de Carvalho (Progressistas)

Roberta Pereira Leitão (Progressistas)

Tony Oliveira (Podemos)

Contra

Helen Martins Cabral (PT)

Marina Callegaro (PT)

Paulo Ricardo Siqueira Pedroso (PSB)

Rudys Rodrigues (MDB)

Valdir Oliveira (PT)

Werner Rempel (PCdoB)

Não estavam presentes

Luci Duartes (PDT)

Tubias Callil (MDB)

Rádio Guaíba