A cerimônia ocorreu na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a qual presidiu em 1981
No salão Júlio de Castilhos, da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o velório do ex-deputado federal e estadual Aldo Pinto reuniu familiares, amigos e políticos, na tarde desta segunda-feira. Um dos fundadores do PDT, Aldo morreu nesta manhã, em seu apartamento, aos 84 anos.
Ao lado do caixão do deputado estadual emérito, filhos, netos e a ex-esposa, Carmem Regina Silva da Silva, única mulher a presidir a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, recebiam as homenagens. Emocionada, Carmem, reforçada pela filha Aline Pinto da Silva, psicóloga, disse que “ele gostava e se realizava na política”, relatando que a sua casa “era um grande comitê”.
Fortalecendo o discurso, Romildo Bolzan Júnior, presidente estadual do PDT, relembrou que a última participação política eleitoral do ex-deputado foi na candidatura ao Senado, em 1994. “Depois do seu afastamento da política, o seu apartamento se tornou um local de confissões e busca de conselhos”, falou, acrescentando que Aldo foi um “homem franco, leal, participativo, comprometido e um dos maiores presidentes da Assembleia do RS de todos os tempos”.
Ainda, a filha e a ex-esposa destacaram a presença do ex-deputado e rival político Rubens Ardenghi no velório, que assim como Aldo Pinto, era natural do município de Palmeiras das Missões. De partidos ideologicamente opostos, Arena e MDB e, posteriormente PDS e PDT, os dois traçaram disputas políticas relevantes, mas, conforme as familiares, sempre respeitaram-se, inclusive frequentando as respectivas residências.
Transitando entre o centro-oeste do país e o interior do Estado, o filho Carlos Eduardo Pinto, administrador de propriedades rurais, destacou que Aldo, engenheiro agrônomo de formação, teve “muita importância no cenário nacional do agronegócio”.
Representando o Legislativo gaúcho, a presidente em exercício, deputada Delegada Nadine (PSDB), disse que ele “fará muita falta entre nós” e que “o seu propósito foi cumprido com êxito”.
Trajetória
Natural de Palmeira das Missões, foi eleito em 1974, pelo MDB, para seu primeiro mandato como deputado estadual e reeleito para a Assembleia em 1978, sendo presidente em 1981. Em 1982, chegou à Câmara Federal, pelo PDT, do qual foi um dos fundadores. Em 1986 disputou o governo do Estado e, de 1991 a 1992, foi secretário da Agricultura do RS no governo de Alceu Collares.
Correio do Povo
