segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

CPI: Relatório não reconhece irregularidades na Secretaria de Educação de Porto Alegre

 Documento entregue sugere a instalação de procedimento interno para investigar inconsistências, mas não aponta existência de crime



Sem apontamentos diretos mas reconhecendo possíveis falhas, o relatório da CPI da Educação na Câmara de Porto Alegre, entregue nesta segunda-feira, não identificou irregularidades nas aquisições de materiais realizadas pela Smed entre 2020 e 2022. Ao mesmo tempo, sugeriu a abertura de investigação interna para melhor averiguação das compras. Em um acordo, a votação do documento foi adiada para terça-feira, às 8h da manhã. Vereadores da oposição pediram mais tempo para analisar o documento. 

Nos seis itens que consistem a conclusão do relatório, elaborado pelo relator Mauro Pinheiro (PL), é recomendando à prefeitura que, através da secretaria de transparência e controle, se instale uma auditoria interna para investigar as aquisições, “especialmente aquelas conduzidas pelo empresário Jailson Ferreira, na condição de proprietário, representante ou distribuidor, bem como da empresa Conceitto, de propriedade da sra. Veronica Ribeiro Almuas”.  Indica também a instauração de investigação para “apurar falhas” na Smed e possíveis problemas de estrutura nas escolas da Capital. Por fim, recomenda a criaçaõ força tarefa para realizar melhorias nos colégios e a adoção de um fluxo de organização para a entrega de materiais adquiridos. 

O documento, de 38 páginas aponta, com base nas oitivas, falha na logística. E indica investigação sobre o processo de escolha das empresas vencedoras, em função de um possível direcionamento e fraude na coleta de orçamentos.

A atuação da servidora Michele Bartzen, ex-coordenadora pedagógica durante a gestão de Sonia Maria da Rosa, apontada como item a ser investigado pela prefeitura. Questionamentos quanto à atuação de demais servidores e autoridades não são apresentados.

O relator não reconheceu ilegalidade na forma das adesões, realizadas por meio de registro de ata. Apesar disso, o relatório  elaborado pela auditoria do Tribunal de Contas do Estado, em 2023, que analisava a aquisição de telas interativas pela Capital, um dos objetos de investigação da CPI, aponta que a adesão não ocorreu como deveria, “não observando os adequados preceitos e princípios legais que norteiam a conduta do agente público”. Além das compras representarem “potencial lesão ao erário, de difícil reversão, e ocorrem em um cenário financeiro propício ao gasto público desacompanhado do devido planejamento e priorização”. A aquisição foi suspensa pelo TCE, mas por decisão do relator Renato Azeredo, a compra seguiu.

Críticas e relatório paralelo 

O relatório também faz criticas  à atuação da vereadora Mari Pimentel durante a CPI. Ela presidiu um dos colegiados, liderado pela oposição, e protagonizou conflitos com vereadores da base. O documento afirma que a parlamentar coagiu testemunhas (e, por isso, o depoimento não foi utilizado) e questiona os motivos pelos quais ela não anexou documentos que apresentou durante as sessões. 

 A vereadora apresentou um relatório paralelo que não foi à votação. O documento, de sua autoria, foi entregue aos órgãos de fiscalização. 

Como esperado, sessão foi turbulenta 

Havia passado quase vinte minutos do início da sessão quando o relator, Mauro Pinheiro, chegou no plenário Otávio Rocha portando o relatório. O documento não foi previamente entregue aos parlamentares, ainda que lido na íntegra pelo mesmo. 

Os embates entre oposição e base marcaram o início e o fim da sessão, e contaram com ofensas pessoais e aumento de voz. A oposição tentou, em um primeiro momento, colocar em votação o relatório paralelo apresentado por Mari. Sem sucesso, tentou adiar a votação do documento apresentado pelo relator. Conseguiu.

Correio do Povo

Mina da Braskem em Maceió permanece com alerta máximo para possibilidade de colapso

 Defesa Civil aponta que velocidade vertical reduziu 0,25 cm por hora


A Defesa Civil de Maceió, no Alagoas, informou nesta segunda-feira que o deslocamento vertical acumulado da mina n° 18 é de 1,77m e a velocidade vertical reduziu para 0,25 cm por hora, apresentando um movimento de 6 cm nas últimas 24h. O órgão, contudo, ressalta que permanece o alerta máximo devido ao risco iminente de colapso da estrutura, localizada no bairro Mutange.

Por precaução, a recomendação é clara: a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil. A equipe de análise da Defesa Civil ressalta que essas informações são baseadas em dados contínuos, incluindo análises sísmicas.

A Defesa Civil de Maceió realiza o monitoramento de toda a área afetada pelo fenômeno de afundamento do solo por uma rede de equipamento que medem em milímetro possíveis deslocamentos em superfície, subsuperfície, inclinação e rotação, com o objetivo de acompanhar a evolução espacial e temporal do fenômeno de subsidência.

Técnicos das áreas de geologia, geografia, engenharia de agrimensura, engenharia civil e agentes de monitoramento compõem o time que realiza o monitoramento ininterrupto desde 2019, e fazem a análise dos dados.

Tamanho de cratera em caso de colapso

A Defesa Civil afirma que circula na imprensa de todo o país a informação de que, em um possível colapso da mina n°18 da Braskem, a cratera que se formaria tem o tamanho do estádio Maracanã, localizado no Rio de Janeiro (RJ). A informação é especulação e não tem base científica, conforme o órgão. 

Com dados do último sonar, realizado no dia 4 de novembro deste ano, a cavidade da mina 18 apresentou um volume de 116.000 m³, o que seria 27 vezes menor do que o estádio, que tem um tamanho de 3.118.500 m³, segundo dados calculados pelo Centro Integrado de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Maceió (Cimadec).


Correio do Povo

Grêmio mira três nomes para vaga de Suárez em 2024

 Rafael Borré voltou à pauta gremista, e Deyverson é um desejo de Renato para a próxima temporada



Luis Suárez se despediu nesse domingo da torcida do Grêmio. Marcou o gol que decretou a vitória gremista sobre o Vasco e o ingresso da equipe novamente no G4. Substituí-lo em 2024 é uma tarefa impossível, mas o clube já começou a arregaçar as mangas para contratar atletas que possam suprir a sua saída. O principal deles, segundo informações do repórter Rafael Pfeifer, da Rádio Guaíba, é Rafael Borré. 

O colombiano, de 28 anos, se destacou no River Plate e colaborou para a mais recente era de títulos do time argentino sob o comando de Marcelo Gallardo. Atualmente, o centroavante está no Werder Bremen, da Alemanha. Ele chegou a ser cogitado pela diretoria gremista num passado recente, mas as negociações não evoluíram. O nome, porém, voltou à pauta, uma vez que com a saída de Suárez o Grêmio terá um espaço no orçamento, ainda mais com a classificação para a Libertadores. 

Borré é destaque da seleção colombiana / Foto: Norberto Duarte / AFP / CP 

Outra possibilidade é Rogelio Funes Mori, do Monterrey, do México. O centroavante também foi revelado pelo River Plate, esteve no Benfica, de Portugal, antes de atuar no futebol mexicano. O jogador até se naturalizou mexicano e atua pela seleção do país. 

Rogelio Funes Mori comanda o ataque do Monterrey, do México / Foto: Monterrey / Divulgação / CP 

O terceiro nome é o que estaria mais próximo da Arena. Trata-se de Deyverson, do Cuiabá. O atleta tem contrato com o Dourado até o fim de 2024, mas já teria manifestado desejo de atuar em Porto Alegre. O jogador poderia chegar ao clube por empréstimo e é alvo da cobiça de Renato Portaluppi, que gostaria de contar com o atacante. 

Deyverson é um dos principais atletas do Cuiabá / Foto: Cuiabá / Divulgação / CP 

Correio do Povo

Ciro Gomes dá tapa em homem que o chamou de bandido do Ceará

 

Homem mata quatro parentes e fere dois policiais em Nova York

 Crime ocorreu no bairro Far Rockaway

Quatro membros de uma mesma família foram assassinados a facadas durante a noite desse sábado para domingo por um dos seus parentes em Nova York, que depois feriu dois policiais antes de ser morto a tiros no local, anunciaram neste domingo (3) as autoridades. Os investigadores ainda não determinaram as razões para a ação do suspeito, mas até o momento tudo indica um desentendimento familiar.

A tragédia ocorreu em um bairro afastado do centro, em Far Rockaway, onde a polícia foi chamada na madrugada de domingo por uma das vítimas, "uma jovem que dizia que um primo iria matar membros de sua família", descreveu o agente Jeffrey Maddrey. Dois policiais encontraram um homem e o interrogaram ao chegar perto da residência. O homem de 38 anos logo os atacou e provocou ferimentos com uma faca, antes de ser atingido pelo tiro de um deles e morrer.

Em frente à casa, a polícia encontrou primeiro uma criança de 11 anos gravemente ferida, que posteriormente faleceu no hospital. No interior, em dois quartos, outras três pessoas foram encontradas mortas, "uma criança de 12 anos, uma mulher de 44 anos e um homem de cerca de 30 anos", disse o chefe dos inspetores da polícia de Nova York, Joseph Kenny.

Outra vítima, de 61 anos, gravemente ferida, foi hospitalizada. Os policiais feridos também foram hospitalizados, mas não correm risco de vida, segundo a polícia. O suspeito, residente no distrito do Bronx, era conhecido pela polícia por um caso anterior de violência doméstica.


AFP e Correio do Povo

Bombardeio deixa dois mortos no sul da Ucrânia, que derrubou 10 drones russos

 Milhões de pessoas ficaram sem eletricidade na região de Kherson

Pelo menos duas pessoas morreram neste domingo (3) em bombardeios na região de Kherson, no sul da Ucrânia, e as autoridades afirmaram ter derrubado um míssil e dez dos 12 drones lançados pela Rússia em um novo ataque noturno.

Um homem de 78 anos morreu no bombardeio à localidade de Sadove, às margens do rio Dnieper, no front, disse o chefe da administração militar de Kherson, Roman Mrotshko. A localização fica às margens do rio Dnieper, que marca a linha de frente na região. As forças russas ocupam a margem esquerda do rio.

Outra mulher morreu em bombardeios contra Kherson, capital da região, enquanto "estava na rua", e quatro ficaram feridos, informou o gabinete do promotor local. As fachadas de dois hospitais também foram danificadas, acrescentou em um comunicado no Telegram.

Durante a noite, as forças russas lançaram 12 drones Shahed, indicou o exército ucraniano do ar, afirmando ter derrubado dez desses artefatos. Os drones Shahed são de fabricação iraniana e Moscou costuma usá-los frequentemente contra seu vizinho.

As forças armadas também afirmaram ter derrubado um míssil aéreo guiado Kh-59. Kiev reforçou seus sistemas de defesa aérea com a ajuda das potências ocidentais ao longo do último inverno, quando a Rússia atacou sistematicamente as infraestruturas energéticas da Ucrânia.

Milhões de pessoas ficaram sem eletricidade em plena onda de frio, uma situação que a Ucrânia quer evitar a todo custo neste ano. No entanto, Kiev afirma que precisa de mais armamentos para proteger as regiões vulneráveis.

A Rússia, por sua vez, acusou neste domingo Kiev de ter realizado vários bombardeios na região de Belgorod, na fronteira com a ex-república soviética. Os ataques não deixaram vítimas nem danos significativos.

Segundo o governador local, Vyacheslav Gladkov, várias vilas foram atacadas com drones e fogo de artilharia.


AFP e Correio do Povo

Montanhistas são buscados após erupção de vulcão na Indonésia

 Monte Marapi lançou uma coluna de cinzas de três quilômetros de altura

Um vulcão entrou em erupção neste domingo (3) no oeste da Indonésia e lançou uma coluna de cinzas de três quilômetros de altura, forçando as autoridades a resgatar dezenas de montanhistas. A erupção do Monte Marapi, localizado na ilha de Sumatra, começou às 14h54min locais (4h54min no horário de Brasília) e, até o momento, não causou vítimas ou danos.

As cinzas do vulcão, que permanece em erupção, foram observadas até 3 mil metros acima de seu cume, indicou a chefe do Centro Indonésio de Vulcanologia e Perigos Geológicos, Hendra Gunawan. "Podemos ver essa coluna de cinzas muito intensa, de cor cinza escuro, inclinando-se para o leste", declarou Gunawan em um comunicado. "As pessoas que vivem nas proximidades do vulcão e os turistas não podem entrar em um raio de três quilômetros ao redor da cratera", acrescentou.

No sábado e na manhã de domingo, pelo menos 70 pessoas entraram na área indicada, segundo os registros, e 42 delas ainda não haviam sido localizadas às 17h locais (7h de Brasília). "Nossas equipes estão evacuando todos. Encontramos e evacuamos 28 pessoas e continuamos procurando as outras", declarou o chefe da agência de proteção de recursos naturais do oeste de Sumatra, Dian Indriati.

No entanto, a agência local de desastres disse mais tarde que 47 excursionistas haviam estado na montanha, e que ainda faltavam 28 para serem evacuados. Alguns montanhistas não registram sua entrada ou saída da área, então o número exato de pessoas que permanecem lá é desconhecido. O Monte Marapi, com 2.891 metros de altura e cujo nome significa "montanha de fogo", é o vulcão mais ativo de Sumatra.

O vulcão está atualmente no terceiro nível de alerta em uma escala de quatro, informaram as autoridades. "A chuva de cinzas já chegou à cidade de Bukittinggi", a terceira maior cidade de Sumatra, com uma população de mais de 100 mil habitantes, declarou Ahmad Rifandi, chefe da estação de monitoramento do Marapi.


AFP e Correio do Povo

Israel amplia ataques e ordena que civis saiam de segunda maior cidade de Gaza

 Palestinos na Faixa de Gaza disseram estar ficando sem lugares para ir



Israel ordenou neste domingo, 2, que civis se desloquem de Khan Younis, a segunda maior cidade da Faixa de Gaza, enquanto a ofensiva militar se desloca para a metade sul do território, onde as autoridades israelenses afirmam que os líderes do grupo terrorista Hamas estão escondidos. As ordens de esvaziamento pelo exército israelense também foram dadas a outras cinco áreas próximas à cidade.

Moradores disseram que os militares lançaram panfletos ordenando-lhes que se deslocassem para o sul, para a cidade fronteiriça de Rafah ou para uma área costeira no sudoeste. "A cidade de Khan Younis é uma zona de combate perigosa", diziam os panfletos.

Palestinos na Faixa de Gaza disseram estar ficando sem lugares para ir. Muitos dos seus 2,3 milhões de habitantes estão amontoados no sul depois que Israel ordenou que os civis deixassem o norte nos primeiros dias da guerra. A ONU estima que 1,8 milhão de moradores de Gaza estejam desalojados.

Halima Abdel-Rahman, viúva e mãe de quatro filhos, disse que não atenderá mais às ordens de deslocamento. Ela fugiu de casa em outubro para uma área fora de Khan Younis, onde fica com parentes. "A ocupação diz para você ir para esta área, então eles a bombardeiam", disse ela por telefone. "A realidade é que nenhum lugar é seguro em Gaza. Eles matam pessoas no norte. Eles matam pessoas no sul."

Além dos panfletos, os militares têm usado telefonemas e transmissões de rádio e televisão para avisar os habitantes de Gaza a abandonarem áreas específicas. Israel diz que tem como alvo terroristas do Hamas e atribui as mortes de civis a eles, acusando-os de operar em bairros residenciais.

Fortes bombardeios foram relatados em torno de Khan Younis e da cidade de Rafah, bem como em partes do norte que tinham sido o foco da devastadora ofensiva aérea e terrestre de Israel.

Juliette Toma, diretora de comunicações da agência da ONU para refugiados palestinos, disse que quase 958 mil pessoas deslocadas estavam em 99 instalações das Nações Unidas no sul da Faixa de Gaza. O chefe dos direitos humanos da ONU, Volker Türk, apelou ao fim da guerra, dizendo que o sofrimento dos civis era "demais para suportar".

Os Estados Unidos, aliado mais próximo de Israel, pediram ao país que evitasse novos deslocamentos em massa significativos e que fizesse mais para proteger os civis. A vice-presidente americana, Kamala Harris, também disse ao presidente do Egito que, "sob nenhuma circunstância", os EUA permitiriam a realocação forçada de palestinos de Gaza ou da Cisjordânia, um cerco contínuo a Gaza ou o redesenho das suas fronteiras.

Sem esperanças para nova trégua

O Ministério da Saúde em Gaza, controlado pelo Hamas, disse que o número de mortos desde 7 de outubro ultrapassou 15,5 mil. O ministério não faz distinção entre mortes de civis e combatentes, mas disse que 70% dos mortos eram mulheres e crianças.

Afirmou ainda que mais de 41 mil pessoas ficaram feridas. Um porta-voz do Ministério da Saúde disse que centenas de pessoas foram mortas ou feridas desde o fim do cessar-fogo. "A maioria das vítimas ainda está sob os escombros", disse Ashraf al-Qidra.

Enquanto isso, as esperanças de outra trégua temporária em Gaza estavam desaparecendo. Um cessar-fogo de uma semana que terminou na sexta-feira, 1º, facilitou a libertação de dezenas dos cerca de 240 reféns israelenses e estrangeiros mantidos em Gaza em troca de palestinos presos por Israel. Mas Israel mandou os negociadores para casa, e o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu diz que a guerra continuará até que "todos os seus objetivos" sejam alcançados. Uma delas é retirar o Hamas do poder em Gaza.

Um alto funcionário do Hamas, Osama Hamdan, disse que a retomada das negociações com Israel sobre novas trocas deve estar vinculada a um cessar-fogo permanente. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse ao programa Meet the Press da NBC que os Estados Unidos estão trabalhando "muito duro" para uma retomada de negociações.

As hostilidades renovadas aumentaram as preocupações com os 137 reféns que os militares israelenses acreditam que ainda estão detidos pelo Hamas. Durante a recente trégua, 105 reféns foram soltos, e Israel libertou 240 prisioneiros palestinos. A maioria dos libertados por ambos os lados eram mulheres e crianças. As famílias dos reféns apelaram a uma reunião urgente com o Gabinete de Segurança de Israel, dizendo que o tempo "está se esgotando para salvar aqueles que ainda estão detidos pelo Hamas".

Os militares de Israel disseram que seus caças e helicópteros atingiram alvos na Faixa de Gaza, incluindo "poços de túneis, centros de comando e instalações de armazenamento de armas", enquanto um drone matou cinco combatentes do Hamas. Oficiais militares reconheceram "extensos ataques aéreos na área de Khan Younis".

Os corpos de 31 pessoas mortas no bombardeio israelense no centro de Gaza foram levados para o hospital Al-Aqsa em Deir al-Balah, disse Omar al-Darawi, funcionário administrativo do hospital. Do lado de fora de um necrotério em Khan Younis, o residente Samy al-Najeila carregava o corpo de uma criança. Ele disse que seus filhos estavam se preparando para sair de sua casa, "mas a ocupação não nos deu tempo.

"O prédio de três andares foi completamente destruído, todo o quarteirão foi totalmente destruído." Ele disse que seis dos corpos eram de seus parentes. "Cinco pessoas ainda estão sob os escombros", disse ele.

Sem nova trégua

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, destacou que não há novas negociações oficiais sobre uma trégua e troca de reféns no conflito que envolve Israel e o grupo palestino Hamas. Ainda assim, reforçou que os Estados Unidos seguem trabalhando para que isso ocorra.

Em entrevista à NBC, Kirby afirmou que os Estados Unidos não tinham conhecimento sobre os planos de ataque do Hamas a Israel. A declaração veio em resposta a notícias de que o governo israelense já sabia sobre a possível investida, após matéria divulgada pelo The New York Times nesta semana. 

Agência Estado e Correio do Povo

Político de oposição é preso na Venezuela por criticar Nicolás Maduro nas redes sociais

 

Opositor é acusado de ‘instigar ódio’ contra o regime ditatorial no país

Um tribunal na cidade de Valência, no centro-norte da Venezuela, emitiu uma ordem de prisão para Nelson Piñero, líder político da oposição e membro do partido Encuentro Ciudadano, sob a acusação de ‘instigar o ódio’ contra o regime ditatorial de Nicolás Maduro.

Segundo relatos da defesa de Piñero, o Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) chegou à sua casa por volta da meia-noite, sem mandado de busca, anunciando à família que estavam cumprindo a ordem de prisão. Diante da relutância de Piñero em abrir a porta, os policiais acabaram entrando pelas janelas da residência.

O líder político foi transferido para a sede do Sebin em Naguanagua, ao norte de Valência, enfrentando acusações relacionadas ao conteúdo de suas declarações nas redes sociais. No prédio do Sebin, as autoridades informaram aos parentes de Piñero que ele seria preso “por escrever coisas no Twitter”.

A denúncia sobre a prisão de Piñero foi tornada pública por Delsa Solorzano, ex-candidata presidencial nas eleições primárias recentes e fundadora do Encuentro Ciudadano. Conforme Solorzano, que é uma advogada conhecida por seu amplo trabalho na defesa dos Direitos Humanos e dos presos políticos no país, a Lei Contra o Ódio, promulgada pela extinta Assembleia Nacional Constituinte do Chavismo, é inconstitucional e cerceou as funções do parlamento eleito em 2015.

Ainda sobre a gravidade da medida, ela enfatizou que “nenhum dos elementos criminosos que pretendem atribuir a Nelson tem lugar neste caso”.


Conexão Política

Embrapa lança nova cultivar de batata com versatilidade de uso e foco em autoconsumo

 Variedade desenvolvida no Estado é mais produtiva e atenderá a agricultores familiares


As pequenas propriedades familiares gaúchas podem contar, em breve, com uma nova cultivar de batata desenvolvida pela Embrapa Clima Temperado, da região de Pelotas. A BRS Gaia foi concebida tanto para autoconsumo quanto para venda e troca entre os agricultores em suas comunidades, mas tem um papel importante também na transição agroecológica. O processo de licenciamento para multiplicação da variedade está em curso, e a disponibilização ao setor produtivo deve começar em, aproximadamente, dois anos.

O lançamento da cultivar, a quarta de batata desenvolvida pela Embrapa na última década, ocorreu em Canguçu, onde há pelo menos 2 mil famílias de agricultores que costumam plantar o tubérculo. Segundo o pesquisador Arione Pereira, a variedade atende majoritariamente aos agricultores que produzem por tradição. “Foi buscada versatilidade de uso, seja para fazer o purê ou preparar batata frita, que é muito utilizada, e que proporcionem sustento alimentar nutricional”, exemplifica. Pereira conta que as principais características, além das aplicações culinárias, são a aparência bonita e a boa produtividade. O tubérculo da variedade tem casca vermelha, polpa amarela média e formato ovalado. Tende a apresentar baixa incidência de desordens fisiológicas que resultam em deformidades. Na prateleira, dura em torno de três meses, dependendo da safra (maior no outono e menor na primavera). 

O desenvolvimento de uma cultivar de casca vermelha buscou atender às demandas de consumo da região, onde a preferência é por batatas desta cor. Também visa promover a segurança alimentar, já que a média da produtividade local é inferior a 7,5 toneladas por hectare. Apesar de o Rio Grande do Sul ser o quarto produtor de batata no Brasil (510,8 mil toneladas por ano), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Estado abriga a maioria (57,6%) dos cerca de 35 mil estabelecimentos produtores do alimento no Brasil. Mais ao Sul gaúcho, as regiões de Pelotas e da Serra do Sudeste concentram mais de 4 mil propriedades que produzem batatas, sendo 91% delas de perfil familiar.

Desde 2011, seis variedades de batatas foram desenvolvidas pelo Programa de Melhoramento Genético da Embrapa Clima Temperado e Embrapa Hortaliças, do Distrito Federal (DF). Lançada no ano passado, a BRS F50 (Cecília), de pele amarela, foi orientada para o cultivo orgânico, apresentando melhor qualidade de tubérculo do que as principais variedades utilizadas nesse sistema. Já a BRS F183 (Potira), disponível desde 2021, busca atender à indústria de palito pré-frito congelado. De 2015, a BRS F63 (Camila) foi desenvolvida para consumo doméstico e restaurantes, o principal mercado no Brasil. Por isso, apresenta película amarela, que representa cerca de 80% da preferência do mercado nacional. Por fim, de 2011, foram apresentadas as BRS Clara e Bel.


Correio do Povo