segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Confira o resultado do sorteio das loterias da Caixa desta sexta-feira, dia 1º de dezembro

 Foram sorteados os prêmios da Lotofácil, Lotomania, Dupla Sena, Quina e Super Sete



A Caixa Econômica Federal realizou nesta sexta-feira, 1º de dezembro, os sorteios de número 2.968 da Lotofácil, 2.554 da Lotomania, 2.600 da Dupla Sena, 6.305 da Quina e 478 da Super Sete. Os resultados foram divulgados por volta das 20h no Espaço Caixa Loterias, no novo Espaço da Sorte, na Avenida Paulista, em São Paulo.

Lotofácil

O concurso 2.968 da Lotofácil com prêmio estimado em R$ 1.700.000,00 teve os seguintes números sorteados: 

02 - 04 - 05 - 06 - 07 - 09 - 10 - 13 - 14 - 15 - 18 - 19 - 20 - 21 - 23

A quantidade de vencedores e o rateio do prêmio pode ser conferido aqui

Lotomania

O concurso 2.554 da Lotomania com prêmio estimado em R$ 5.000.000,00 teve os seguintes números sorteados: 

03 - 06 - 07 - 16 - 19 - 24 - 25 - 27 - 29 - 30 - 34 - 36 - 50 - 51 - 54 - 76 - 82 - 87 - 93 - 98

A quantidade de vencedores e o rateio do prêmio pode ser conferido aqui

Dupla Sena

O concurso 2.600 da Dupla Sena com prêmio estimado em R$ 2.100.000,00 teve os seguintes números sorteados: 

1º Sorteio: 01 - 05 - 18 - 22 - 28 - 30
2º Sorteio: 09 - 17 - 18 - 21 - 22 - 39

A quantidade de vencedores e o rateio do prêmio pode ser conferido aqui

Quina

O concurso 6.305 da Quina com prêmio estimado em R$ 4.300.000,00 teve os seguintes números sorteados: 

04 - 16 - 25 - 29 - 49

A quantidade de vencedores e o rateio do prêmio pode ser conferido aqui

Super Sete

O concurso 478 da Super Sete com prêmio estimado em R$ 800.000,00 teve os seguintes números sorteados: 

Coluna 1: 2
Coluna 2: 7
Coluna 3: 1
Coluna 4: 4
Coluna 5: 2
Coluna 6: 5
Coluna 7: 7

A quantidade de vencedores e o rateio do prêmio pode ser conferido aqui

O sorteio foi transmitido ao vivo pelo canal da Caixa no Youtube:

Confira também os últimos resultados dos sorteios aqui.

Correio do Povo

TSE encerra testes públicos de urnas eletrônicas para as eleições de 2024

 Resultados das análises devem ser divulgados no dia 15 de dezembro


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) encerrou, nesta sexta-feira, o teste público de segurança das urnas eletrônicas que serão utilizadas nas eleições municipais de 2024. O teste é um procedimento de praxe realizado desde 2009.

Ao longo de cinco dias, especialistas em tecnologia da informação puderam testar os equipamentos da urna eletrônica que fazem a coleta e a transmissão dos votos dos eleitores. O resultado dos testes deve ser divulgado pelo TSE no dia 15 de dezembro e vão apontar sugestões de aprimoramento dos sistemas.

Segundo o TSE, assim como nas sete edições anteriores, os pesquisadores atestaram a segurança dos sistemas da urna e não encontraram nenhuma possibilidade de violação do sigilo dos votos e de falhas na transmissão dos dados da votação.

Os investigadores executaram planos de testes dos sistemas e inspecionaram os programas que fazem o controle das peças eletrônicas do equipamento, além do sistema que realiza a apuração e a votação. Em 2021, nos testes realizados antes das eleições do ano passado, pontos vulneráveis da urna eletrônica foram encontrados. Segundo o TSE, as falhas foram corrigidas em maio daquele ano, antes das eleições, e o sigilo do voto e da totalização da apuração não foram violados.


Agência Brasil e Correio do Povo

Inter vence Corinthians no rencontro com Mano e sobe para 9º no Brasileirão

 Colorado joga bem e derrota rival paulista pela primeira vez na NeoQuimica Arena


Sem maiores pretensões no Brasileirão, o Inter tratou de presentear seu torcedor com uma boa atuação na noite deste sábado. Diante do Corinthians, o Colorado jogou bem e superou o rival paulista por 2 a 1 pela 37ª rodada em São Paulo. Foi a primeira vitória colorada na NeoQuimica Arena em nove anos. 

No reencontro com o técnico Mano Menezes, o time de Eduardo Coudet impôs seu estilo e anotou dois gols com troca de passes. O primeiro foi de Maurício aos 35 do primeiro tempo. Na segunda etapa, foi a vez de Wanderson estufar as redes. O atacante Romero marcou o gol do Corinthians em erro de Renê. Aos 55, a estrela do goleiro Rochet brilhou em defesa importante em cabeçada à queima-roupa. 

Na 9ª colocação, com 52 pontos e matematicamente na Sul-Americana, o Inter agora encerra a temporada contra o Botafogo na quarta-feira no estádio Beira-Rio. 

Domínio

Sem Johnny, o Inter apostou na entrada de Bruno Henrique para controlar o meio de campo diante do Corinthians. A alternativa se mostrou certeira e o goleiro Sergio Rochet foi um espectador de luxo ao longo de todo o primeiro tempo. 

O Colorado foi trocando passes e ganhando o meio de campo. Ainda que sem perigo, o time de Coudet era quem dominava as ações do confronto. O Corinthians, por sua vez, insistia na direita com o lateral Fagner, mas os cruzamentos paravam na bem postada defesa do Inter. 

O gol colorado nasceu aos 35 minutos e em linda jogada. Trocando passes da defesa, a bola passou por Bruno Henrique, que encontrou Bustos na direita. O lateral tocou rasteiro para Mauricio finalizar de esquerda da entrada da área e vencer o goleiro Cássio.  

Os paulistas sentiram a desvantagem e começaram a errar passes. Por um detalhe, o Inter não foi para o vestiário com uma vantagem ainda maior. Enner Valencia recuperou bola no meio de campo e avançou até a área. Ele rolou para Alan Patrick que chutou cruzado tirando tinta da trave de Cássio. 

Susto e alívio

Na volta do intervalo, o jogo permanecia controlado pelo Inter até um erro do lateral Renê. Ele cedeu para a pressão de Matheus Araújo e perdeu a posse na esquina da área. A bola ficou com Moscardo que foi na linha de fundo e cruzou rasteiro para Romero empurrar ao gol vazio aos 13. 

Após o empate, o Inter se reorganizou e quase passou à frente no placar mais uma vez rapidamente. Bustos finalizou em cima da defesa de esquerda. A retomada ofensiva rendeu frutos. Aos 20, Mauricio deu um toque de calcanhar para Bustos. O lateral cruzou, Valencia dividiu na área e sobrou para Wanderson recolocar o Colorado na frente do placar.

Aos 28, Coudet promoveu suas primeiras trocas: Campanharo e De Pena entraram nos lugares de Wanderson e Bruno Henrique. O Inter chegou ao terceiro gol aos 37 minutos. No entanto, Enner Valencia teve impedimento assinalado pelo assistente. O VAR checou e confirmou a condição.

Nos minutos finais, Coudet colocou Gabriel e Thauan Lara nos lugares de Alan Patrick e Aránguiz. As alterações naturalmente recuaram o time, que conseguiu suportar com alguns sustos a pressão final e confirmar mais uma vitória no Brasileirão. Em confusão com Gabriel Mercado, o zagueiro Lucas Veríssimo ainda foi expulso antes do apito final. Rochet apareceu para fazer enorme defesa em cabeceio cara a cara com o atacante Pedro. 

Brasileirão 2023 - 37ª rodada

Corinthians 1 

Cássio, Fagner, Gil, Lucas Veríssimo, Fábio Santos (Matheus Bidu), G. Moscardo, Maycon, Giuliano (Matheus Araujo), Renato Augusto (Pedro), Giovane (Wesley), Romero. Técnico: Mano Menezes

Inter 2

Rochet, Bustos, Igor Gomes, Mercado, Renê, Bruno Henrique (Campanharo), Aránguiz (Thauan Lara), Wanderson (De Pena), Maurício, Alan Patrick (Gabriel), Valencia (Luiz Adriano). Técnico: Eduardo Coudet

Gols: Mauricio (35min/1°T) Romero (13min/2°T) Wanderson (20min/2°T)
Cartões amarelos: Igor Gomes (Inter) Gil e Moscardo (Corinthians)
Cartão vermelho: Lucas Veríssimo (Corinthians)
Árbitro: Caio Max Vieira (RN);
Local: NeoQuimica Arena, São Paulo;
Horário: Sábado, 2, às 18h.


Correio do Povo

Lá na Argentina tem democracia

 


Dano de colapso de mina pode ser menor do que o esperado em Maceió, diz Defesa Civil

 Órgão afirma que a cratera resultante deve ser preenchida imediatamente pela água da Lagoa Mundaú



O coronel Moisés Melo, coordenador da Defesa Civil de Alagoas, afirmou que a mina da Braskem em Maceió pode colapsar a qualquer momento, mas que a cratera resultante deve ser preenchida imediatamente pela água da Lagoa Mundaú. Segundo ele, o dano não será tão grande quanto o esperado.

"Acreditamos que vai surgir uma cratera. Essa cratera será preenchida pela água da Lagoa Mundaú. Não vai ser uma cratera no meio da cidade, não vai gerar terremoto, tsunami, nada disso. Essa cratera será na sua maioria submersa, preenchida de imediato pela água da Lagoa", disse ao canal de notícias CNN Brasil. "Pelo formato e a forma como ela (a mina) está se desenvolvendo, acreditamos que o dano não será tão grande quanto esperávamos", afirmou.

Segundo a Defesa Civil, um novo tremor de terra de magnitude 0 89 foi registrado a cerca de 300 metros de profundidade em Maceió, na madrugada deste sábado - outro, de 0,39 já havia acontecido na noite de sexta-feira. O coordenador explicou que o sismo foi detectado a cerca de 300 metros de profundidade, o que indica que a mina subiu em direçãoà superfície, e, por isso, pode colapsar a qualquer momento.

Emergência

Esta semana, Maceió decretou estado de emergência após o alerta de "risco iminente de colapso" da mina 18, que é operada pela Braskem e fica no bairro de Mutange. A Defesa Civil de Maceió afirma que o colapso da mina da Braskem pode ocorrer a qualquer momento.

Estudos têm mostrado o aumento significativo na movimentação do solo na mina, indicando a possibilidade de rompimento e surgimento de um sinkhole, ou seja, uma enorme cratera pode ser aberta na região afetada. Após um período de estabilização, o deslocamento da mina começou a se intensificar nos últimos dias.

Os problemas na capital alagoana começaram em 3 de março de 2018 quando um tremor de terra causou rachaduras em ruas e casas e o afundamento do solo em cinco bairros: Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e em uma parte do Farol. Mais de 55 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas naquele ano. Agora, uma decisão judicial determinou a saída de 27 famílias da área de risco. Dessas, 14 ainda não tinham saído de casa até a noite de quinta-feira, 30.

Agência Estado e Correio do Povo

Frente fria traz instabilidade para o Rio Grande do Sul nesta segunda

 Chuva irá se concentrar na Metade Norte do Estado


Uma frente fria avança pelo Rio Grande do Sul nesta segunda-feira com instabilidade. O tempo estará instável desde cedo em cidades do Oeste e do Sul do Estado. No decorrer do dia, com o deslocamento do sistema frontal, a chuva atinge mais regiões e se concentra principalmente na Metade Norte.

O tempo melhora, então, com sol e nuvens e no Oeste e no Sul. Os volumes de chuva, no geral, devem ser baixos, entretanto em pontos isolados podem ocorrer pancadas fortes. Com o ingresso de ar mais ameno, a temperatura estará bastante agradável para os padrões desta época do ano na maioria das localidades.

Chuva até quinta 

A atmosfera quente e úmida com área de baixa pressão no Paraguai e frente fria bloqueada na altura do estado vai trazer chuva até quinta-feira no estado com a maior instabilidade prevista para hoje e a quarta-feira. Amanhã e quinta, porém, ainda devem ter precipitação no estado. Como é comum nos meses quentes do ano, a chuva será irregular e com enorme variabilidade de volumes de um ponto para outro. Por isso, assim como se viu no fim de semana, haverá locais do estado com sol e outros sob chuva na mesma hora. 

A distribuição irregular da chuva fará com que os acumulados possam ser muito altos em setores isolados, especialmente sob temporais, enquanto em outros chove muito pouco. Haverá pontos do território gaúcho com acumulados de chuva só nesta semana de 100 mm a 150 mm enquanto em alguns locais ao longo de toda esta semana não deve chover mais que 10 mm ou 20 mm. No final da semana haverá ingresso de ar mais seco e frio que trará temperatura mais baixa e dias de sol e tempo firme.


Correio do Povo

FGTAS/Sine abrirá semana com quase 7 mil ofertas de trabalho

 Além do atendimento presencial é possível retirar a carta de encaminhamento pelo app Sine Fácil



As Agências FGTAS/Sine oferecem a partir desta segunda-feira 6.801 vagas de emprego. Deste total, 5.897 são permanentes, 825 temporárias, 74 para Menor Aprendiz e cinco para estágio. Os trabalhadores interessados em se candidatar às oportunidades presencialmente na agência FGTAS/Sine mais próxima devem comparecer ao local com documento de identificação que tenha CPF e foto. Os profissionais serão cadastrados no sistema, e aqueles que tiverem perfil profissional compatível com as vagas de emprego oferecidas receberão carta de encaminhamento aos processos seletivos. A relação de endereços das unidades está disponível no site fgtas.rs.gov.br/agencias-fgtas-sine. Também é possível retirar a carta de encaminhamento pelo aplicativo Sine Fácil, disponível para download gratuito no Google Play.

Das quase 6 mil oportunidades permanentes abertas no Rio Grande do Sul, o destaque é para o setor de serviços, com 30% das vagas, seguido pela indústria com 29%. Deste total, 74% não exigem experiência e 29%, Ensino Médio completo. Quanto à remuneração, em 48% das ofertas a faixa de ganhos fica entre dois e três salários mínimos. Quanto às vagas especificamente em Porto Alegre e Região Metropolitana, há 2.337. Deste total, parcela de 51% é para o setor de serviços e em 72% dos casos não é exigida experiência, mas para 41% das ofertas é preciso ter Ensino Médio completo. Com relação à remuneração na região, para 42% a faixa de ganhos varia entre dois e três salários mínimos.

 


Vagas com mais ofertas no RS

Alimentador de linha de produção (1.006)
Educador social (357)
Vendedor de comércio varejista (242)
Operador de caixa (199)
Motorista de caminhão (197)
Repositor de mercadorias (192)
Auxiliar nos serviços de alimentação (160)
Atendente de lojas e mercados (144)
Faxineiro (143)

 

Vagas com mais ofertas especificamente em Porto Alegre e Região Metropolitana:

Educador social (357)
Alimentador de linha de produção (254)
Auxiliar de logística (103)
Operador de caixa (69)
Vendedor de comércio varejista (62)
Atendente de lojas e mercados (60)
Cumin/auxiliar de garçom (50)
Servente de obras (47)
Pedreiro (43)
Operador de telemarketing ativo (42)

Corrieo do Povo

Venezuela consulta neste domingo eleitores sobre disputa com Guiana

 Referendo popular envolve região de Essequibo


Os venezuelanos serão consultados neste domingo (3) para opinar sobre a disputa territorial de seu país com a vizinha Guiana. O referendo popular fará cinco perguntas ao eleitor, envolvendo a questão sobre a região de Essequibo, que ocupa 75% dos 215 mil quilômetros quadrados do território guianês. A área é reivindicada pela Venezuela desde meados do século XIX. 

O governo da Venezuela investiu na campanha estimulando os eleitores a votar e a responder “sim” para todas as perguntas. A primeira delas é se a Venezuela deve rechaçar, “por todos os meios, conforme a lei”, a atual fronteira entre os dois países, já que o governo defende que o novo limite seja o rio Essequibo. 

A Guiana tem o controle efetivo dos 160 mil quadrados  de território a oeste do rio Essequibo, desde a demarcação da fronteira em 1905 - quando ainda era colônia britânica -, entre Venezuela e Reino Unido. 

Laudo Arbitral de Paris

A Venezuela não reconhece a atual fronteira porque, segundo a posição oficial do governo do país, foi definida de forma fraudulenta pelo Laudo Arbitral de Paris, em 1899, apesar de os venezuelanos terem aceitado a mediação do tribunal arbitral e o resultado do laudo por várias décadas. O eleitor venezuelano também está sendo questionado sobre se apoia que Essequibo se torne efetivamente um estado da Venezuela. Hoje, a área - também conhecida como Guiana Essequiba - aparece como “Zona en Reclamación”, ou seja, um território reivindicado nos mapas oficiais do país.  

Se disser “sim”, o eleitor também concordará em conceder cidadania venezuelana a todos que vivem atualmente em Essequibo. O referendo também questiona o eleitor sobre se está de acordo a se “opor, por todos os meios, de acordo com a lei, à pretensão da Guiana de dispor unilateralmente de um mar pendente de delimitação”.  

A costa da Guiana em questão inclui parte do campo de Stabroek, com reservas estimadas em cerca de 11 bilhões de barris de petróleo, região que atualmente é explorada em parceria com companhias como a norte-americana ExxonMobil e a chinesa CNOOC. A questão fronteiriça está sendo analisada, desde 2018, pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, por orientação do secretariado-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), mas a Venezuela não aceita a jurisdição do tribunal sobre o tema. 

Acordo de Genebra

Para os venezuelanos, o único instrumento válido sobre a questão da fronteira é o Acordo de Genebra, de 1966, assinado meses antes da independência da Guiana, entre Venezuela e o antigo poder colonial. O texto prevê que os dois países busquem as alternativas pacíficas previstas pela Carta das Nações Unidas para resolver a controvérsia. 

E as outras duas perguntas são justamente sobre esses assuntos, ao questionar se os venezuelanos aceitam o Acordo de Genebra de 1966 como único instrumento capaz de resolver a controvérsia e se eles concordam com “a posição histórica da Venezuela de não reconhecer a jurisdição da Corte Internacional de Justiça” sobre a questão fronteiriça. 

A Guiana diz não ter dúvidas sobre a validade do Laudo Arbitral e da fronteira terrestre, que, segundo nota divulgada pelo governo guianês, "a Venezuela aceitou e reconheceu como sua fronteira internacional por mais de 60 anos".

O Brasil, que faz fronteira com o território contestado, deseja que os dois países encontrem uma solução diplomática e pacífica para a controvérsia, mas vê com preocupação a tensão entre a Venezuela e a Guiana. O Ministério da Defesa informou que reforçou as fronteiras com ambos [países], ampliando o número de militares na região.


Agência Brasil e Correio do Povo

domingo, 3 de dezembro de 2023

Guerra na vizinhança

 Maduro convoca plebiscito para anexar área da Guiana com riquezas petrolíferas; regime chavista busca distração da crise interna, mas coloca o país à beira de um conflito internacional

Jurandir Soares


Escrevo esta coluna antes de ser realizado o plebiscito convocado para este domingo, 3, pelo ditador da Venezuela Nicolás Maduro, a respeito da área guianense de Essequibo que quer tomar. A consulta pergunta aos cidadãos da Venezuela se apoiam a concessão de nacionalidade venezuelana aos 125 mil habitantes da região em disputa e a criação de uma nova província venezuelana chamada de “Guiana Essequiba”.

Não é preciso ter bola de cristal para antever a aprovação por larga maioria. Até porque, não bastasse ser uma pergunta óbvia, todo o sistema de consultas e de eleições do país é controlado por um sistema completamente aparelhado. Salvo uma surpresa inesperada. A consulta se refere à província da Guiana chamada de Essequibo, uma área de 160 mil quilômetros quadrados, equivalente ao território do Uruguai, que faz fronteira com os estados venezuelanos de Bolívar e Delta Amacuro, se estendendo até o rio Essequibo. Uma área que corresponde a 70% do território da Guiana.

A reivindicação venezuelana remete ao tempo da colonização da América Latina, no caso a britânica, pois se trata de área da antiga Guiana Inglesa, país que se tornou independente. Segundo os dados da Wikipédia, a área foi reivindicada inicialmente pelos espanhóis e logo após pelos holandeses, que organizaram as colônias do Essequibo, Demerara e Berbice. Estas três colônias foram tomadas pelos ingleses em 1796, oficialmente cedidas ao Reino Unido em 1814, e fundidas numa só colônia em 1831, passando a chamar-se Guiana Inglesa, tendo como capital Georgetown.

A Guiana tornou-se uma república independente do Reino Unido em 26 de maio de 1966. A reivindicação venezuelana remonta ao tempo em que área era parte da colônia espanhola. Mais especificamente, do início dos anos 1840. Na ocasião o governo britânico designou a Robert Hermann Schomburgk a tarefa de demarcar a fronteira ocidental da Guiana Inglesa com a agora independente Venezuela. A Venezuela não aceitou a linha Schomburgk, que colocou toda a margem do rio Cuyúni dentro da colônia, e reivindicou todas as terras ao oeste do rio Essequibo como seu território. Um tribunal de arbitragem instalado em Paris, em 1889, emitiu laudo estabelecendo que toda a área do Essequibo era britânica.

A questão manteve-se adormecida até 1962, quando a Venezuela renovou sua reivindicação, alegando que o laudo arbitrário não era válido. Em 1966, quando a Guiana tornou-se independente, a Venezuela reconheceu o território da Guiana, mas só a parte a leste do rio Essequibo. Na ocasião, negociações para dar fim ao conflito fracassaram. Em 2004, em visita a Georgetown, o então presidente Hugo Chávez disse que a Venezuela deixava de lado a reivindicação sobre o território e queria implementar negócios com a Guiana.

Tudo mudou, no entanto, a partir de 2015 quando foram descobertas enormes reservas de petróleo em águas territoriais do Essequibo. Georgetown elaborou uma lista de 11 campos petrolíferos costeiros e três de águas profundas para serem licitados. A exploração do produto fez a Guiana dar um salto de qualidade de vida.

Com o avanço da extração, o PIB da Guiana deu saltos. De 2021 para 2022, segundo o Banco Mundial, ele subiu 63% em termos reais, e em 2023 está em US$ 15,3 bilhões. Isto numa área que já era rica em ouro e diamantes. Aí despertou o interesse da ditadura de Nicolás Maduro, que mergulhou seu país na miséria, tornando-o dependente só do petróleo, o qual nem consegue mais explorar de forma conveniente. E aí o ditador apelou, acusando a Guiana de vender-se de forma colonizada para os americanos. Numa referência a Exxon Mobil, que hoje é a maior operadora das reservas petrolíferas da Guiana. 

Na medida em que se aproximava o dia 3 de dezembro, o regime chavista multiplicou as manobras militares e aguçou o seu discurso belicista para convocar a população para um feito que não exclui o uso de armas, repetindo a propaganda com militares e paramilitares uniformizados e imagens do seu poderio militar venezuelano.

Em encontro em Brasília, um representante militar venezuelano disse que o seu governo se veria obrigado a atender a vontade de seu povo, num indicativo de que, em caso de decisão favorável no plebiscito, a invasão militar irá acontecer. O governo brasileiro enviou a Caracas o assessor de Assuntos Internacionais, Celso Amorim, para tentar demover o governo de Maduro da ação militar e levar o tema para um tribunal. Porém, por via das dúvidas, o governo brasileiro reforçou a presença militar na fronteira com os dois países. 

Por fim, cabe dizer que esta ação de Maduro está inserida naquele quadro já conhecido de que, quando o país está com graves e insolúveis problemas internos, então, apela-se para uma questão externa que tenha o respaldo de sua população. Neste caso, estamos diante de um país com 80% de pobreza, desemprego de 34% da sua população ativa, uma inflação anual estimada em 341% e um salário mínimo de 5,3 dólares. Só cabe lembrar a Maduro que o último ditador da região que usou deste artifício se deu mal e levou muitos dos jovens soldados do seu país à morte. Falo do general Galtieri, na Argentina, com a invasão das Malvinas. A Guiana não tem força militar para deter a Venezuela, mas os Estados Unidos têm.


Correio do Povo

Disputa entre Venezuela e Guiana pode envolver potências estrangeiras

 Especialista alerta para risco de internacionalização do conflito


O referendo a ser realizado neste domingo (3) pela Venezuela sobre a redefinição da fronteira com a vizinha Guiana pode desencadear um conflito armado, na visão do especialista Williams Gonçalves. Para o professor de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o conflito pode, inclusive, envolver grandes potências estrangeiras.

“Não se trata apenas de [uma possível] guerra para tomar um pedaço de terra. Trata-se de tomar um mar de petróleo que existe ali. Portanto, a possibilidade de internacionalização do conflito, em virtude da importância do que está em jogo, é muito grande”, afirma Gonçalves.

Tradicionalmente um país pobre e com baixos indicadores sociais, a Guiana tem vivenciado um "boom" econômico nos últimos anos, devido à descoberta de reservas de 11 bilhões de barris de petróleo e outros bilhões de metros cúbicos de gás natural.

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Guiana teve o maior crescimento econômico entre todos os países do mundo, em 2022, com um avanço de 62,3% no Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país). Em setembro, o FMI projetava um crescimento de 38% neste ano.

“Os Estados Unidos têm interesse na exploração do petróleo [da Guiana] e na derrubada do governo [do presidente venezuelano Nicolás] Maduro. Mas por outro lado, a Venezuela tem uma sólida relação com a Rússia e com a China. A Venezuela se tornou uma base militar e tecnológica da China e da Rússia. Portanto, uma internacionalização do conflito pode ser uma coisa realmente explosiva”, disse.

Papel do Brasil

Segundo ele, o Brasil tem um papel fundamental na mediação da crise entre os dois países. “Para o Brasil, [a internacionalização do conflito] é uma coisa desastrosa. A possibilidade [desse conflito] existe. Agora, se isso vai prosperar depende muito da ação diplomática do Brasil. E também da Colômbia. São os dois países, no contexto regional, mais interessados [em evitar o conflito] e com maior lastro diplomático para negociar tanto com um lado como com o outro”. São dois interlocutores credenciados, por assim dizer”, destaca o professor.

Williams acredita, no entanto, que o referendo possa ser apenas uma forma de fortalecer a posição eleitoral de Maduro, já que, em 2024, haverá eleições presidenciais na Venezuela. 

“Ele defende uma posição que é praticamente unânime na Venezuela. Nem a oposição venezuelana aceita perder o território [de Essequibo], portanto Maduro procura fortalecer sua posição política interna para as eleições, mexendo numa questão com a qual todos estão de acordo [incorporar Essequibo à Venezuela], inclusive a oposição”.

O Ministério da Defesa brasileiro informou que tem acompanhado a situação e que intensificou suas ações na “fronteira ao norte do país”, com um aumento da presença de militares na região. O Ministério das Relações Exteriores, por sua vez, defende que Venezuela e Guiana busquem uma solução pacífica para a controvérsia.  


Agência Brasil e Correio do Povo