quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Helicóptero da Marinha cai e deixa dois mortos em Goiás

 Outros seis militares estavam na aeronave e se feriram


Dois fuzileiros navais da Marinha morreram, na tarde desta terça-feira, 8, na queda de um helicóptero dessa Força em Formosa, em Goiás. Outros seis militares estavam na aeronave e se feriram, mas sobreviveram - dois foram levados ao Hospital das Forças Armadas e os outros quatro ao Hospital Regional de Formosa, segundo a Marinha. O nome das vítimas e o estado de saúde dos sobreviventes não haviam sido divulgados até a publicação desta reportagem.

O helicóptero é um UH-15 Super Cougar pertencente ao 2º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral, e estava sendo usado em exercício operativo realizado na região de Formosa, informou a Marinha em nota. As vítimas foram atendidas pela Unidade Médica Expedicionária da Marinha, no local, e os seis sobreviventes foram levados aos hospitais.

Ainda segundo a Marinha, a Comissão de Investigação de Acidente Aeronáutico iniciou os procedimentos para apurar as causas e circunstâncias do ocorrido.

Veja na integra a nota da Marinha

A Marinha do Brasil (MB) informa a ocorrência, na tarde desta terça-feira (08/08), de um acidente com uma aeronave UH-15 Super Cougar, pertencente ao 2o Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral, durante exercício operativo realizado na região de Formosa (GO).

Por meio do apoio imediato da Unidade Médica Expedicionária da Marinha, no local, dois militares foram socorridos e encaminhados ao Hospital das Forças Armadas e quatro ao Hospital Regional de Formosa. Lamentavelmente, dois militares vieram a óbito no momento do acidente.

A MB informa, ainda, que a Comissão de Investigação de Acidente Aeronáutico iniciou os procedimentos para apurar as causas e circunstâncias do ocorrido.

A MB está prestando todo o apoio aos militares e familiares envolvidos.

Agência Estado e Correio do Povo

Alíquota-padrão do IVA ficará entre 25,45% e 27%, calcula Fazenda

 Tributação sobre consumo será menor que os 34,4% cobrados atualmente

Tributação sobre consumo será menor que os 34,4% cobrados atualmente 

Um dos principais pontos de dúvida na tramitação da reforma tributária no Senado, a alíquota-padrão do futuro Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) dual ficará entre 25,45% e 27%, após a introdução de exceções pela Câmara dos Deputados. No entanto, a tributação sobre o consumo cairá em relação aos 34,4% cobrados atualmente. O cálculo foi apresentado nesta terça-feira pelo Ministério da Fazenda.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, distribuiu os cálculos ao relator da reforma no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM). Segundo o parlamentar, essa era uma reivindicação dos senadores para analisar o impacto das exceções incluídas pela Câmara dos Deputados e “melhorar” a proposta.

Os cálculos foram realizados com base na premissa da reforma de não elevar a carga tributária (peso dos tributos sobre a economia). Para que a arrecadação dos tributos sobre o consumo continue em 12,45% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos), a soma das alíquotas da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) deverá ficar na faixa estipulada pelo estudo.

Foram considerados dois cenários: um “factível” e outro “conservador”. A primeira simulação considera uma taxa de “hiato de conformidade” em 10%. Esse hiato representa uma medida da sonegação, da elisão fiscal, da inadimplência e da judicialização por parte dos contribuintes. O segundo cenário considera que esse hiato chegue a 15%.

O futuro IVA será composto pela CBS, que substituirá os tributos federais sobre o consumo, e o IBS, que substituirá os tributos estaduais e municipais. Segundo o estudo, no melhor cenário, a CBS corresponderá a 8,53%, e o IBS a 16,92%, totalizando os 25,45% de alíquota de IVA. Na simulação mais pessimista, seriam cobrados 9,05% de CBS e 17,95% de IBS.

Tributação atual

A alíquota de 27%, apresentada no pior cenário, equivaleria ao que é cobrado na Hungria, país da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com o IVA mais alto. No entanto, esse percentual seria inferior aos 34,4% cobrados atualmente em tributos sobre o consumo.

Hoje, o consumidor paga 9,25% de Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), mais 18%, em média, de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A soma equivale a 27,25% no conceito de tributação “por dentro”, que leva em conta os tributos no preço final.

No entanto, se for considera a tributação “por fora”, parâmetro aceito internacionalmente, que calcula o peso dos tributos sobre o preço inicial (sem tributação), a alíquota atual efetiva sobe para 34,4% - 24,2% de ICMS e 10,2% de PIS/Cofins.

Exceções

As exceções incluídas pela Câmara dos Deputados elevarão a alíquota-padrão do IVA de 4,72 a 4,98 pontos percentuais, segundo o estudo. Isso ocorre porque, ao dar tratamentos especiais para determinados setores da economia, os demais segmentos deverão pagar alíquotas mais altas para que o governo arrecade o mesmo.

Sem as exceções inseridas pelos deputados, a alíquota-padrão de IVA corresponderia a 20,73% no cenário “factível” e a 22,02% no cenário “conservador”. Na primeira hipótese, a CBS cairia para 6,95%, e o IBS para 13,78%. O segundo caso prevê CBS de 7,38% e IBS de 14,64%.

Essas alíquotas menores contemplam poucos setores com tratamentos diferenciados, exceto a manutenção do Simples Nacional e do regime especial para a Zona Franca de Manaus. Esse cenário também considera setores que são tributados de forma diferente por critérios técnicos aceitos internacionalmente, como combustíveis e lubrificantes, serviços financeiros, operações com bens imóveis, planos de assistência à saúde, loterias, operações de sociedades cooperativas e compras governamentais.

Impactos

O estudo também mediu o peso das exceções à regra geral. A redução da alíquota em 50% para a agropecuária e a cesta básica acrescentará de 1,67 a 1,79 ponto percentual à alíquota-padrão. A alíquota reduzida em 50% para serviços de saúde eleva o IVA padrão de 0,62 a 0,63 ponto percentual. No caso da educação privada, que também recebeu o benefício de pagar metade da alíquota, o aumento para os demais setores corresponde a 0,32 ponto percentual nos dois cenários.

Todos os setores que haviam sido beneficiados com a redução de 50% das alíquotas no primeiro relatório da reforma tributária tiveram as alíquotas diminuídas para 40% durante a votação no plenário da Câmara. Isso acarretará de 0,73 a 0,77 ponto percentual extra ao IVA padrão.

A desoneração total para itens da cesta básica nacional, que dependerá de lei complementar, provocará o acréscimo de 0,67 a 0,70 ponto percentual na alíquota-padrão final. As demais exceções incluídas de última hora, como benefícios para igrejas e clubes de futebol, terão impacto de 0,35 a 0,38 ponto sobre o IVA dos setores sem tratamento favorecido.

Agência Brasil e Correio do Povo

Gilmar libera ação sobre porte de drogas e pede retomada de julgamento já na próxima semana

 Relator do processor sugeriu que julgamento seja retomado no dia 16 de agosto

O julgamento foi adiado a pedido de Gilmar Mendes 

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou nesta terça-feira a ação que discute a descriminalização do porte de drogas para consumo próprio. O decano sugeriu que o julgamento seja retomado a partir da próxima semana, no dia 16 de agosto.

Cabe agora à ministra Rosa Weber, presidente do STF, encaixar o processo na pauta. Ela se aposenta em setembro e só poderá votar se o tribunal der celeridade ao julgamento. O placar até o momento é de 4 a 0 pela descriminalização.

O julgamento foi adiado a pedido de Gilmar Mendes, relator do processo, que já votou, mas se comprometeu a trazer uma tese que viabilize o "consenso básico" entre os colegas. Ele deve fazer ajustes do voto, apresentado ainda em 2015.

Os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes também votaram. Todos defenderam a descriminalização. A divergência até o momento gira em torno da extensão da decisão, ou seja, se deve valer apenas para maconha ou também para outras drogas.

O plenário também precisa decidir se vai estabelecer quantidades objetivas para diferenciar usuários de traficantes. Os ministros avaliam que os parâmetros evitariam sentenças divergentes, a depender dos critérios usados por cada juiz, mas não houve acordo sobre qual seria o limite.

Agência Estado e Correio do Povo

Vem aí: Dia dos pais!

 

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Inter supera River em penalidades dramáticas e segue na Libertadores

 Colorado foi superior para vencer por 2 a 1 no tempo normal e ganhou maratona na marca penal por 9 a 8



Inter venceu seu primeiro "jogo do ano" na Libertadores, com festa recorde e muito drama no Beira-Rio, na noite desta terça-feira. O Colorado foi superior e venceu o River Plate por 2 a 1 nos 90 minutos, sem apelação, apesar de toda catimba dos argentinos. Aí, teve que cavar mais fundo nas penalidades. Só que o goleiro Rochet fez a diferença (dessa vez com os pés) e a maré vermelha segue às quartas de final da Libertadores, com uma maratona de 9 a 8 nas penalidades.

O roteiro cinematográfico é para embalar na competição continental. Agora, o Inter vai enfrentar o modesto Bolívar nas quartas de final. As datas para os duelos serão entre 22 e 30 de agosto. Antes, o adversário será o o Botafogo no sábado pelo Brasileirão.

Domínio sem precisão

A iniciativa nos primeiros minutos era toda do Inter. Aos 10, René ganhou escanteio após boa arrancada. Alan Patrick levantou na área com perigo Vitão desviou de cabeça, mas fraco e para fora. O contra-ataque dos Millonarios gerou o primeiro susto. Barco foi acionado na esquerda, cortou para dentro e disparou o chute colocado. Mandou bem por cima, para sorte do Inter.

Aos 15, Alan Patrick deu uma cavadinha de primeira que ia deixar Maurício na cara do gol. Armani saiu da meta para interceptar. Três minutos depois, "Alanpa" perdeu o gol em outra boa jogada. Wanderson disparou na esquerda, limpou dois marcadores e centralizou. zaga rebateu e Maurício acionou Alan Patrick na cara do gol. Ele chutou rasteiro, mas passou tirando tinta do poste esquerdo. O juiz apitou impedimento, mas fosse nas redes e o VAR teria de corrigir para lance legal.

O River decidiu subir as linhas e, aí, Mercado teve várias intervenções essenciais. Aos 21, Solari foi lançado livre na frente da área e correu para a meta. Tentou acionar Barco do outro lado, mas o zagueirão recuperou para bloquear. O passe completo deixaria o atacante na cara do gol, com Rochet deslocado. Os argentinos seguiram na frente e Mercado teve que bloquear chute de Aliendro. Solari recebeu na sequência e mandou para Beltran, que chutou torto e sem direção.

Até então, Valencia tinha aceitado a marcação e aparecido pouco para o jogo. Aos 30, contudo, quase apareceu para guardar. Engatou a sexta marcha pela direita e chutou da entrada da área, mas em cima da zaga. A jogada seguiu e Bustos tocou para o equatoriano na frente do gol. Ele tentou o chute, que saiu desviado, devagarzinho, muito perto da trave direita.

O equatoriano tentou de novo aos 32. recebeu na quina da área, pela esquerda. Invadiu o perímetro e chutou na saída do goleiro. Mas desviou demais em tiro de meta. Grande jogada de Alan Patrick veio a seguir, com  passe de letra para Maurício. Ele recebeu de volta e acionou Bustos para o lance mais polêmico da etapa. O lateral invadiu a área, preparou o cruzamento e meio desequilibrado sofreu o toque de Enzo Diaz. O Inter queria pênalti, mas o VAR analisou e mandou seguir.

Antes do intervalo, o River ainda levou perigo na bola parada. No lance mais intenso, Nacho Fernandez foi muito malandro. Enquanto Barco ajeitava a bola, ele bateu a falta com a zaga do Inter desarmada. A bola chegou para Beltran que desviou de leve com o pé. Rochet não ia alcançar, mas a zaga conseguiu tirar para escanteio. O 0 a 0 era insuficiente e muito perigoso no Beira-Rio.

Vitória no contrapé do River

O segundo tempo serviu a famosa ironia do futebol. O River voltou mais insinuante, e o Inter tinha mais dificuldades. Mas o roteiro ficaria favorável ao Colorado rapidamente.

Aos 2 minutos, Maurício fez boa proteção na área e rolou bola para Wanderson. O atacante tentou o chute da risca da área, mas bateu muito embaixo da bola em tiro de meta. Valencia também perdeu chance ao bater fraco da entrada da área, bem longe do gol. Antes do lance do equatoriano, Solari recebeu na pequena área, protegeu e tentou achar Barco, mas a zaga cortou.

Aos 14, Bustos salvou o colorado. Solari lançou Beltran na cara do gol. Na hora que o hermano ia anotar, o lateral botou o pé na bola e evitou a conclusão fatal. Três minutos depois, Nacho Fernandez perdeu o gol, em jogada ensaiada. De la Cruz rolou na meia-lua, Enzo Diaz fez corta-luz e Fernandez chegou batendo de primeira, só que isolou.

Quando a pressão era toda dos hermanos, a festa explodiu no Beira-Rio. Aos 25, Alan Patrick cobrou escanteio, Maurício desviou de cabeça e Mercado, de grande atuação, se atirou para um testaço merecedor do 1 a 0. A bola bateu na forquilha do ângulo esquerdo e morreu no fundo das redes.

Coudet queria mais e mandou a campo Pedro Henrique e Luiz Adriano, nas vagas de Maurício e Aránguiz. E veio mais, numa nova bola parada, cavada por Valencia. Alan Patrick bateu colocado, a bola desviou na zaga e tirou o goleiro Armani para o 2 a 0 sacudir Porto Alegre. A vaga estava vindo nos 90 minutos.

Só que Demichelis também tinha planos, e colocou Rojas em campo, no lugar de Casco. O baixinho não fez muito, mas fez o gol carrasco da festa imediata. Aos 45 minutos, a zaga colorada deu apagão em cobrança de escanteio, Colidio desviou de barriga e Rojas apareceu para chutar todo atrapalhado, mas no fundo das redes.

O 2 a 1 incendiou a partida. Aos 46, Valencia teve a chance dentro da área, mas carimbou a zaga no chute. No contra-ataque, Rochet salvou a querência numa enorme defesa. Aliendro apareceu chutando forte, da entrada da área. A bola ia no cantinho, mas o uruguaio esticou mais que seu 1m90 e fez a defesa.

Penalidades para o cinema

Mercado, um gigante na partida, ainda teve que salvar o Colorado mais uma vez nos instantes finais. Igor Gomes errou, vacilou e perdeu para Colidio. O atacante invadiu a área e ia marcar o gol, mas o zagueirão veio voando para cortar em escanteio. Tudo igual no agregado, o drama ficou para as penalidades.

E que penalidades. O aproveitamento foi de 100% até o 6 a 6, quando o imponderável começou a operar. Solari fez o gol, mas escorregou e deu dois toques na bola. O VAR marcou e parecia a redenção de De Pena, que protagonizou eliminação colorada da mesma forma recentemente. Só que o uruguaio desperdiçou também, carimbando a trave. Os chutes se alternaram até o 8 a 8, quando Rojas chutou no travessão. Não era dia dos goleiros. Quer dizer, era dia de um goleiro sim. Rochet pegou a bola para bater, chamou a responsabilidade. E fulminou no canto direito para a festança completa do Beira-Rio.

Libertadores 2023 - Oitavas de final

Inter 2 (9) - Rochet; Bustos (Igor Gomes), Vitão, Mercado e Renê; Johnny; Maurício (Pedro Henrique), Aránguiz (Luiz Adriano) e Wanderson (Carlos de Pena); Alan Patrick (Bruno Henrique) e Enner Valência. Técnico: Eduardo Coudet.

River Plate 1 (8) - Armani; Casco (Rojas), González Pírez (Palavecino), Paulo Díaz e Enzo Díaz; Enzo Pérez (Nacho Fernández), Aliendro, De la Cruz e Barco (Colidio); Lucas Beltrán e Solari. Técnico: Martín Demichelis.

Gols - Mercado e Alan Patrick (25min e 32min/2ºT), para o Inter; Rojas (45min/2ºT), para o River.

Cartões amarelos: Armani Solari, Pírez (R); Aránguiz, Vitão, Wanderson, Alan Patrick e Rochet (I).

Árbitro: Andrés Matonte (URU).

Público: 50.469 (recorde).

Local: Beira-Rio.

Correio do Povo

Chuva atinge todo RS nesta quarta-feira

 Nebulosidade irá predominar na maior parte do território gaúcho

Nebulosidade irá predominar na maior parte do território gaúcho 

Rio Grande do Sul enfrentará uma quarta-feira de chuva e nebulosidade. No transcorrer do dia, todas localidades devem registrar episódios de instabilidade. Especialmente na faixa central e na Metade Norte, a precipitação terá maior volume. 

Conforme a MetSul, neste pontos, as pancadas podem ser fortes e por vezes torrenciais com raios e trovoadas. Existe risco de temporal isolado. 

Com dia de sol e chuva, Porto Alegre terá temperatura mínima de 14ºC e máxima de 18ºC.

Mínimas e Máximas

Torres 15ºC / 20ºC
Erechim 12ºC / 17ºC
Santa Cruz 13ºC / 17ºC
Santa Maria 13ºC / 16ºC
Uruguaiana 14ºC / 19ºC
Bagé 12ºC / 17ºC
Pelotas 13ºC / 17ºC
Chuí 13ºC / 17º

MetSul e Correio do Povo

Na CPI das Americanas, ex-diretor comparece com habeas corpus que garante silêncio

 José Timotheo de Barros ficou em silêncio na CPI que investiga fraude que gerou rombo de mais de R$ 20 bilhões na varejista

José Timotheo de Barros compareceu à CPI com habeas corpus que garantia seu silêncio 

O ex-diretor da Americanas, José Timotheo de Barros, compareceu com habeas corpus que garante silêncio à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga a fraude que gerou rombo contábil de mais de R$ 20 bilhões da varejista. O ex-executivo disse que, apesar da "quantidade altíssima de inverdades" ditas nas acusações feitas a ele, acataria as orientações de seu advogados e permaneceria em silêncio.

Ele disse autorizar o compartilhamento de depoimentos prestados por ele à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à Polícia Federal. Timótheo disse ainda confiar nas investigações da CPI.

Agência Estado e Correio do Povo

Após tocar R$ 4,94 pela manhã, dólar desacelera e fecha a R$ 4,89

 Moeda norte-americana valorizou pela quinta semana consecutiva

Após tocar R$ 4,94 pela manhã, dólar desacelera e fecha a R$ 4,89 

Após uma arrancada pela manhã desta terça-feira, quando se aproximou do nível de R$ 4,95 na máxima (R$ 4,9412), o dólar à vista perdeu fôlego ao longo da tarde e chegou a operar pontualmente em terreno negativo, com mínima a R$ 4,8898. No fim do dia, a moeda era cotada a R$ 4,8976, alta de apenas 0,06%. Foi o quinto pregão de valorização da moeda norte-americana nas seis primeiras sessões de agosto, o que leva a ganhos de 3,55% no mês.

Analistas atribuíram a reação do real ao longo da tarde a movimentos de ajustes de posições no segmento futuro, com realização parcial de lucros no intraday, em meio à virada dos preços do petróleo no mercado internacional, após quedas de mais de 2% pela manhã.

O contrato do tipo Brent para outubro fechou em alta de 0,79%, diante de revisão para cima na projeção do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos para o preços da commodity no segundo semestre de 2023. Operadores relataram também internalização de recursos por parte de exportadores no período vespertino, estimulada pelo dólar acima de R$ 4,90.

O real, que apanhou mais que seus pares nos últimos dias, marcados por uma depreciação de divisas latino-americanas, hoje apresentou o melhor desempenho entre as moedas emergentes e de países exportadores de commodities mais relevantes.

Lá fora, dados fracos da balança comercial chinesa em julho avivaram temores de desaceleração mais forte da economia global, deprimiram preços de commodities metálicas e agrícolas e levaram a uma busca pela moeda americana e pelos Treasuries, cujas taxas recuaram. Termômetro do desempenho do dólar frente a seis divisas fortes, o índice DXY voltou a superar a linha dos 102,500 pontos, com máxima aos 102.796 pontos.

Por aqui, o movimento comprador teria sido em parte acentuado pela manhã com a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que reforçou a perspectiva de cortes seguidos da taxa básica em 0,50 ponto porcentual. Uma ala dos analistas pontua, contudo, que esse primeiro impacto provado pelo documento se dissipou ao longo da tarde, dado que o nível de juro real ainda seguirá elevado, potencialmente atraindo investidores.

Para o analista de câmbio sênior Elson Gusmão, da corretora Ourominas, a ata do Copom não teve papel relevante na formação da taxa de câmbio nesta terça-feira. Tirando o ambiente externo de pouco apetite por risco, o mercado parece mais atento, segundo ele, ao ruídos em torno da aprovação final do novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados, cujo adiamento pode sustentar um dólar mais alto no curto prazo. "Mas a tendência ainda é de queda do dólar. Temos juros ainda algo e o investidor estrangeiro pode voltar a trazer dinheiro para a bolsa", afirma Gusmão.

Em sua ata, o comitê repete a mensagem de que vai manter "uma política monetária contracionista" para promover a ancoragem das expectativas, que vê ainda como parcial, e levar a inflação à meta de 2%.

Os membros do comitê, diz o documento, "unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões", em referência a cortes de 0,50 ponto porcentual. Tal ritmo seria o "apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário". Há a ponderação de que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária.

Taxas de juros

O mercado de juros se ajustou em forte queda, repercutindo a ata do Copom e a dinâmica baixista das curvas no exterior. No documento, os diretores reforçaram a mensagem do comunicado, de que o ritmo de cortes da Selic em 0,50 ponto porcentual é apropriado para as próximas reuniões, mas ainda assim o mercado manteve as apostas na aceleração para 0,75 ponto no Copom de setembro e vê agora possibilidade de taxa terminal abaixo de 9%. Apesar disso, a curva perdeu inclinação com os vértices intermediários e, principalmente, longos mostrando queda mais acentuada.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,460%, de 12,476% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2025 caiu a 10,44%, de 10,53%. No miolo da curva até o DI janeiro de 2027, as taxas voltaram a operar na casa de apenas um dígito. A deste contrato projetava 9,98%, de 10,11% na terça. O DI para janeiro de 2029 cedeu a 10,44%, de 10,57%.

De forma geral, o mercado viu a ata com um tom mais <i>hawkish</i> do que o comunicado, o que, no entanto, não foi suficiente para fazer refluírem as apostas de que o ritmo pode ser acelerado nos próximos encontros. No meio da tarde, a curva precificava entre 30% e 35% de chances de redução de 0,75%, contra entre 70% e 65% de probabilidade de que se repita 0,50, quadro semelhante ao de segunda-feira (32% a 68%). Para o fim do ano, a projeção é de 11,50% e para o fim de 2024 já há apostas na taxa abaixo de 9% (entre 9% e 8,75%).

Para aqueles que sentiram falta de uma explicação mais técnica para a opção pelo corte de 0,5 ponto em detrimento do 0,25, o Copom argumentou na ata melhora do quadro inflacionário aliada à queda das expectativas em prazos mais longos. "Esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário", disse o BC no comunicado e na ata.

Ante a desconfiança de que depois da entrada dos dois novos diretores (Gabriel Galípolo e Ailton Aquino) com votos mais <i>"dovish"</i> o colegiado poderia ficar ainda menos ortodoxo no futuro, dada a expiração de mandato de dois membros chamados de "mais técnicos" (Fernanda Guardado e Mauricio Moura) no fim do ano, a ata disse que o colegiado teve entendimento "unânime" de que deve-se garantir a credibilidade e a reputação do BC em qualquer formação da diretoria. "Foi unânime o entendimento de que, independentemente da composição da diretoria colegiada ao longo do tempo, deve-se garantir a credibilidade e a reputação da instituição", diz a ata.

"Depois da virada de mão do Copom, o mercado está testando os limites do BC", afirmou o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, para explicar o comportamento dos DIs.

Para Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, o fechamento da curva foi na contramão do que mostrou a ata, e o cenário para os próximos cortes está agora ainda mais dependente dos dados. "É esperado que a inflação vai voltar a subir e ainda há o risco para combustíveis", afirmou, referindo-se à defasagem entre preços internos e externos.

Borsoi, da Nova Futura, destaca ainda que a reação da curva à ata foi potencializada pelo ambiente de queda global de juros, após a frustração com a balança comercial de julho na China, que pesou bastante no setor de commodities, embora o petróleo tenha virado para cima no meio da sessão. Além da China, receios com o setor bancário nos Estados Unidos agravaram a aversão ao risco, provocando uma corrida para a segurança dos Treasuries.

A taxa da T-Note de dez anos, referência global, chegou a cair abaixo de 4% pela manhã, mas no fim da tarde estava em 4,02%, de 4,08% no fim da tarde da segunda-feira.

Bolsa

Mais cedo, o Ibovespa contava nesta terça-feira com tímido apoio de Petrobras, retirado em direção ao fechamento (ON -0,06%, PN +0,10%), e ajuda ainda menor do setor bancário - destaque no encerramento apenas para a recuperação parcial de Bradesco (ON -0,36%, PN +0,46%) -, sem conseguir, dessa forma, quebrar a série negativa deste começo de agosto, com perdas para o índice em todas as seis primeiras sessões do mês, ainda que em grau leve de correção.

Nesta abertura de mês, a referência da B3 cede 2,34% e, na semana, cai 0,35%. Nesta terça, chegou a esboçar leve ganho no melhor momento da tarde, mas ainda fechou em baixa, de 0,24%, aos 119.090,24 pontos. Apesar do modesto ajuste neste começo de agosto, as seis perdas são a mais longa sequência negativa do Ibovespa desde junho do ano passado, quando emendou oito baixas entre os dias 3 e 14 daquele mês.

No pior momento da sessão, resvalou nesta terça nos 117.491,95, o menor nível intradia desde 20 de julho, e na máxima desta terça-feira chegou aos 119.552,69 pontos, em leve alta de 0,15% no meio da tarde. As máximas se correlacionaram aos movimentos do dólar, que tocou na mínima do dia a marca de R$ 4,8898, em leve baixa de 0,10%, tendo se mantido em viés de alta na maior parte da sessão, com pico a R$ 4,9412 e fechamento perto da estabilidade (+0,06%), a R$ 4,8976. Na B3, o giro financeiro desta terça-feira ficou em R$ 22,0 bilhões.

Na ponta perdedora do Ibovespa, destaque para Petz (-6,10%), Dexco (-5,36%) e Méliuz (-3,39%), com Hapvida (+6,08%), Yduqs (+3,99%) e Alpargatas (+3,28%) no lado oposto. Itaú, que divulgou balanço do segundo trimestre após o fechamento de segunda-feira, encerrou nesta terça-feira com leve perda de 0,22% (PN), em dia mais uma vez negativo para os grandes bancos, em especial Santander (Unit -1,26%).

Fatores como a fraca leitura sobre o comércio exterior da China em julho - afetando em especial as ações do setor metálico (Vale ON -0,65%, Gerdau PN -2,99%), com exposição ao país asiático - e a ata do Copom, ponto alto da agenda doméstica, divulgada de manhã, contribuíram para a cautela e os movimentos contidos observados ao longo da sessão.

"A ata do Copom não trouxe visão muito clara com relação às próximas quedas da Selic. Uma parte do mercado considera que os próximos ajustes possam ser mais incisivos, com a ancoragem das expectativas de inflação - mas outra parte se mostra mais conservadora. Diante dessa divisão, há um certo tom cauteloso, o que deixa o mercado meio de lado. Lá fora, a inflação continua em patamares elevados, é motivo de alerta ainda, com efeito também para o Brasil", diz Charo Alves, especialista da Valor Investimentos.

Ele ressalta que fatores externos permanecem em pauta, apesar da visão prevalecente, otimista, quanto à inflação doméstica e a trajetória da Selic, ambas convergindo para baixo no momento, apesar de o setor de serviços ser ainda motivo de atenção.

"A tendência global hoje foi de aversão a risco, com apreciação do dólar e queda das bolsas, desde a manhã. Dados da China sobre a balança comercial desapontaram. E a Moody's rebaixou as notas de dez bancos americanos. Na Europa, houve anúncio, na Itália, de aumento de imposto sobre lucro de instituições financeiras. Aqui, o Ibovespa chegou a virar para o positivo, mas, mesmo que não tenha conseguido sustentar a alta no fechamento, mostrou perdas menores do que as vistas lá fora", diz Marcela Rocha, economista-chefe da Principal Claritas.

"A ata do Copom, na nossa opinião, veio mais dura. Apesar da decisão dividida sobre o corte de 0,25 ponto e da desconfiança sobre o ritmo de queda de meio ponto porcentual para a Selic, definição que foi tomada por unanimidade, a barra para um corte de juros mais intenso do que isso foi elevada, com o BC preocupado com a reancoragem de expectativas. Os juros futuros recuaram, refletindo a cautela externa também, mas os vencimentos longos mostraram uma retração maior, hoje, com desinclinação da curva", acrescenta a economista.

Para Alex Carvalho, analista da CM Capital, o cenário externo tem se mostrado mais volátil, com a China trazendo números econômicos que não têm agradado aos investidores, o que se combinou nesta terça, para a cautela global, com a elevação de tributação sobre bancos na Itália e, especialmente, ao rebaixamento pela Moody's da nota de crédito de alguns pequenos e médios bancos americanos, na semana seguinte ao corte do rating dos Estados Unidos pela Fitch.

"Tudo isso, lá fora, acontecendo no momento em que a Selic começa a ser cortada", observa o analista, destacando, por outro lado, que os investidores devem manter atenção aos resultados trimestrais das empresas brasileiras, em busca de oportunidades em ações cujo desempenho possa ter ficado para trás no primeiro semestre.

Após a divulgação de resultados de nomes como Petrobras, Vale, Santander, Bradesco e, de segunda para esta terça, Itaú e Eletrobras, o mercado conhecerá amanhã os números trimestrais do BTG, antes da abertura, e do Banco do Brasil, depois do fechamento da B3. Com os números divulgados nesta terça, antes da abertura, Eletrobras ON e PNB subiram, respectivamente, 1,96% e 0,90% nesta terça-feira.

"A tendência para o Ibovespa ainda é positiva, mas não deve buscar de imediato o nível dos 123 mil pontos, com que chegou a flertar recentemente. O índice fez 'fundo ali pela região dos 116,5 mil pontos, no fim de junho e em meados de julho no intradia, um suporte importante que, caso venha a ser rompido, poderia levá-lo em direção aos 110 mil pontos", acrescenta o analista.

Agência Estado e Correio do Povo