quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Juventude luta e busca empate duas vezes com Corinthians, mas segue na lanterna

 Resultado de 2 a 2 em Caxias leva Verdão da Serra a apenas 20 pontos em 30 rodadas


O Juventude lutou muito, na noite desta terça-feira em Caxias do Sul, mas seguiu seu drama na lanterna do Brasileirão. Buscou o empate duas vezes contra o Corinthians, mas o ponto somado foi pouco para aliviar a situação precária no torneio. Os paulistas, por sua vez, permanecem em quarto lugar com 51 pontos - tem uma vitória a menos que o Fluminense. O Palmeiras lidera com 63 e o Internacional tem 53. O verdão da Serra está quase rebaixado com 20 pontos em 30 rodadas.

O Juventude, sob o comando do interino Lucas Zanella - Umberto Louzer demitido na segunda-feira após 16 partidas e somente uma vitória -, entrou em campo bem modificado em relação ao time que perdeu na rodada anterior por 2 a 0 para o Atlhetico-PR. A partida começou em ritmo bastante lento. O time da Serra ficava mais com a bola, mas não apertava muito. Aos 9 minutos, até conseguiu uma grande chance, que serviu para mostrar por que o time está na lanterna. Rafinha recebeu livre de marcação na grande área após jogada pela direita, mas de frente para o gol conseguiu errar o alvo e chutou para fora.

A fragilidade do Juventude ficou clara também na jogada do gol do Corinthians, aos 23 minutos. Os zagueiros se enrolaram todos em um cruzamento de Fábio Santos, não conseguiram cortar a bola, que bateu em Gustavo Silva e sobrou para Giuliano bater, livre de marcação dentro da área, e marcar. Até aquele momento, o time paulista pouco fazia de objetivo, e só tinha alguma qualidade quando a bola chegava aos pés de Renato Augusto, que foi quem deu o lançamento que permitiu a Fábio Santos fazer o cruzamento.

A partida continuou de baixo nível, e até o final da etapa só aconteceu mais um jogada merecedora de referência: chute de Rafinha aos 41 minutos que bateu na trave esquerda de Cássio.

O treinador corintiano aproveitou intervalo para preservar mais dois titulares: Renato Augusto e Róger Guedes. O Juventude também mudou: saiu Rafinha, seu jogador mais efetivo na etapa inicial, e entrou Óscar Ruiz. E o paraguaio mostrou ter estrela. Na sua primeira jogada, a 1 minuto, aproveitou falha feia de Raul Gustavo e empatou o jogo com um chute que ainda desviou em Bruno Méndez.

O gol animou o time gaúcho, que logo em seguida teve outra chance. Mas as limitações do Juventude são muito grandes. O time errou duas saídas de bola seguidas. Na segunda, Mateus Vital roubou de Chico Kim e tocou para Yuri Alberto bater de fora da área e fazer 2 a 1.

Porém, o Corinthians também resolveu errar muito na defesa e continuar presenteando o Juventude. Aos 16 minutos Gustavo Silva, que estava na sua área para ajudar os zagueiros, se enrolou com uma bola que tinha dominada e permitiu a Isidro Pitta roubá-la e chutar na saída de Cássio, empatando novamente a partida.

Com isso o jogo, acabou ficando um pouco complicado para o Corinthians. Isso obrigou o time de Vítor Pereira ficar mais esperto. Fábio Santos acertou cabeçada no travessão, Mateus Vital acertou a trave. E aos 34 minutos um lance confuso. O juiz Wagner do Nascimento Magalhães marcou pênalti a favor do Corinthians após cobrança de falta em que o volante Jean tocou com a mão na bola, mas depois o VAR constatou que Gil, que participara do lance, estava impedido e a marcação foi anulada.

Depois disso, os dois times até tentaram o gol da vitória. Mas a falta de inspiração para construir jogadas perigosas tornaram o resultado justo.


Agência Estado e Correio do Povo

Contêiner de lixo é incendiado no Centro de Porto Alegre

 Bombeiros foram acionados e controlaram as chamas que danificaram o equipamento



Um contêiner de lixo foi incendiado, na noite desta terça-feira, no Centro Histórico de Porto Alegre. O fogo começou por volta das 23h, após um estampido chamar a atenção das pessoas na rua dos Andradas, esquina com a Caldas Júnior.

A porteira Andrea Pinheiro Roman, que estava na guarita de um prédio, bem em frente ao contêiner, viu o momento em que dois rapazes levantaram da tampa, atearam fogo e saíram correndo. “O fogo se alastrou rápido. Eu pedia ajuda de dois rapazes e primeira coisa que a gente fez foi pegar o extintor e afastar o contêiner de um carro”, disse. Ela acredita que a ação pode ter sido flagrada por câmeras de segurança.

Voltando do jogo do Grêmio, na Arena, o bombeiro civil Naian Meneghetti, estava passando e também auxiliou. Em seguida, o Corpo de Bombeiros chegou com uma viatura e as chamas foram rapidamente extintas. O equipamento de lixo ficou bastante danificado. 

Correio do Povo

Culto por ocasião da Convenção Fraternal das Assembleias de Deus (04/10/2022) (São Paulo / SP)

 



Fonte: https://www.facebook.com/jairmessias.bolsonaro/videos/866740061364220/

Risco de confronto total

 Ataques russos podem ter arma nuclear e Ocidente responde à ameaça

Jurandir Soares

| Foto: Genya Savilov / AFP

A decisão do presidente russo, Vladimir Putin, de anexar 15% do território ucraniano está provocando uma reação do Ocidente que vai das palavras contestatórias até uma possível reação militar. O pedido formulado pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de uma imediata adesão de seu país à Organização do Tratado do Atlântico Norte pode ser o elemento desencadeador de uma guerra mais ampla e de proporções inimagináveis.

O fato é que o mundo civilizado está assistindo estarrecido as atrocidades que Putin vem cometendo impunemente. A mais recente foi o bombardeio na região de Zaporizhzhia, matando cerca de 30 civis, incluindo um comboio humanitário. As sanções que estão sendo aplicadas à Rússia não o abalaram. Ele tem ainda a seu favor o gás, do qual a Europa é dependente. Com isto, resolve ir adiante, anexando parte da Ucrânia e ameaçando com uso de arma nuclear se alguém resolver atacar a região tomada.

Ação que provoca reação. O presidente americano, Joe Biden, fez questão de alertar que as forças militares dos Estados Unidos na Europa estão de prontidão. É lógico que tanto a ameaça nuclear de Putin quanto a prontidão das forças de Biden fazem parte do jogo político. Só que, quando a política falha, segue-se a máxima do general prussiano Clausewitz: vem a guerra. Porque, segundo ele, a guerra é a continuação da política. E para esta guerra Zelensky está apostando na Otan. Quer uma adesão imediata de seu país à organização para ter um amplo respaldo. Baseia-se no que aconteceu recentemente com Suécia e Finlândia. “Vimos como a Finlândia e a Suécia seguiram o caminho sem um plano prévio para se tornarem membros da Aliança, e isso é justo e será justo também para a Ucrânia," disse.

Não é provável que a Ucrânia consiga sua adesão à Otan com a mesma rapidez com que obtiveram os dois países nórdicos. Uma tomada de decisão nesse sentido pode significar a entrada da organização atlântica na guerra contra a Rússia, com as chamadas consequências imprevisíveis. Mas o fato é que, diante do que está acontecendo, corre-se sério risco de isto acontecer.

Correio do Povo

Ucrânia força recuo de tropas russas em 3 províncias anexadas por Putin

 Moscou tenta mostra imagem de forte mobilização, em contrapartida

Região de Kherson sofreu com bombardeios 

Tropas da Ucrânia estão perto de retomar a estratégica cidade de Kherson, no sul do país, em meio a um rápido avanço militar contra as forças russas, que batem em retirada em ao menos três das quatro províncias anexadas pelo presidente Vladimir Putin na sexta-feira. Ocupada pelos russos no início da guerra, Kherson é um importante ponto de ligação entre a Península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, e o Rio Dnieper, que liga o Mar Negro a Kiev. Os ucranianos também contra-atacam no leste do país, onde, após retomarem a localidades de Liman, avançam nas províncias de Donetsk e Luhansk.

Ao mesmo tempo, em Moscou, o ministro da Defesa russo Serguei Shoigu postou vídeos no Telegram com o treinamento de recrutas, que incluiu instruções sobre como lidar com área contaminada por armas nucleares, apesar de analistas apontarem poucos movimentos indicando que Vladimir Putin usará armas atômicas. A contraofensiva ucraniana, que era mais lenta no sul em comparação com o ataque-relâmpago na região nordeste de Kharkiv em setembro, de repente ganhou velocidade, com unidades russas recuando nos últimos dias de uma grande faixa de território ao longo da margem oeste do Rio Dnieper.

A Ucrânia tem se esforçado para recuperar o máximo possível de seu território antes que a Rússia envie centenas de milhares de reforços para o campo de batalha. Shoigu, disse ontem que Moscou já havia convocado mais de 200 mil soldados dos 300 mil planejados.

As forças ucranianas avançaram dezenas de quilômetros na região sul de Kherson, libertando cidades e vilarejos e recriando cenas de meados de setembro, quando invadiram Kharkiv. Recuperar o controle de Kherson, uma rica região agrícola cuja capital é um importante porto onde o Dnieper deságua no Mar Negro, é fundamental para a Ucrânia.

A capital foi a primeira cidade significativa capturada pela Rússia no final de fevereiro, e sua perda seria estrategicamente incapacitante para os militares e politicamente humilhante para Putin. Kherson, a única posição que os russos ocupam a oeste do Dnieper, é um potencial trampolim para a Rússia lançar qualquer futura ofensiva na costa do Mar Negro em direção à histórica cidade portuária de Odessa.

Na segunda-feira, o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia reconheceu que "unidades de tanques superiores" da Ucrânia "encravaram-se em nossa linha de defesa" perto das aldeias de Zolota Balka e Oleksandrivka na região de Kherson. Durante a noite, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse que a 129.ª Brigada da Ucrânia de sua cidade natal de Krivi Rih havia libertado as localidades de Arkhanhelske e Miroliubivka.

Além disso, as forças ucranianas agora se encontram na entrada da região leste de Donbas e podem ter sua melhor oportunidade de desalojar as tropas russas que expandiram seu controle sobre a área após combates brutais nos últimos meses. No fim de semana, a Ucrânia recuperou a cidade de Liman, um centro ferroviário estratégico no norte de Donetsk, que com Luhansk compõe o Donbas, e continuou a avançar para o leste rumo a Lisichansk - no norte de Luhansk.

Analistas apontam o sucesso da Ucrânia em cortar as rotas de abastecimento russas como a chave para seu impulso. A Rússia foi expulsa de Kharkiv no mês passado, perdeu o controle de seu centro ferroviário na cidade de Izium, tornando muito mais difícil para Moscou reabastecer suas forças mais ao sul no Donbas e deixando-as vulneráveis.

O colapso da posição russa em Liman foi notável porque ocorreu no momento em que Putin afirmava que a cidade e toda a região de Donetsk, juntamente com Luhansk, Kherson e Zaporizhzia, foram anexadas pela Rússia como parte de suas terras históricas.

Agência Estado e Correio do Povo

Por que Robinho não pode ser extraditado? Entenda o que diz a lei brasileira

 Ministério da Justiça italiano pediu a extradição do brasileiro nesta terça-feira

Robinho atuou pelo Milan na Itália 

Ministério da Justiça italiano pediu nesta terça-feira a extradição de Robinho e de seu amigo Ricardo Falco, condenados na Itália em última instância a nove anos de prisão por violência sexual contra uma jovem albanesa de 23 anos, à época. O crime ocorreu em uma boate de Milão em 2013, quando o jogador atuava pelo Milan.

Mas o atleta, que fez sua última partida em julho de 2020 e vive recluso em sua casa em um condomínio de Luxo no Guarujá, não pode ser extraditado porque a Constituição Federal de 1988 proíbe a extradição de brasileiros nascidos em território nacional, caso de Robinho, natural de São Vicente, litoral paulista.

O artigo 5º, inciso LI da Constituição Federal afirma que "nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei".

A extradição é um ato de cooperação internacional que consiste na entrega de uma pessoa, investigada, processada ou condenada por um ou mais crimes. O cidadão pode ser solicitado tanto para cooperar com a investigação ou processo penal a que responde, quanto para cumprimento de pena já imposta.

Além disso, existe um acordo de cooperação judiciária firmado entre Brasil e Itália em vigor deste agosto de 1993. O parágrafo 3º do artigo 1º prevê que "a cooperação não compreenderá a execução de medidas restritivas da liberdade pessoal nem a execução de condenações".

"Claro está que o jogador não poderá ser extraditado por vedação constitucional, independente de tratado existente entre os dois países, a legislação brasileira protege os brasileiros natos e nenhum outro mecanismo internacional terá o condão de modificar a soberania brasileira sobre seus cidadãos", explica o advogado criminalista Antonio Gonçalves.

O Ministério Público de Milão havia feito o pedido de extradição em fevereiro. Agora, formalizou oficialmente às autoridades brasileiras. Gonçalves ressalta que a prisão de Robinho pelas autoridades italianas apenas será possível se o brasileiro se apresentar espontaneamente ao país europeu ou a alguma nação que assine o pacto para a atuação da polícia internacional, a Interpol.

A justiça italiana tem, por meio da Lei de Migração (13.445/2017), a opção de pedir o cumprimento da pena de Robinho em uma prisão do Brasil. "Isso vai depender da validação pelo Superior Tribuna de Justiça (STJ) da sentença condenatória italiana. Isso acontecendo, há a possibilidade jurídica de se dar cumprimento dessa pena em desfavor de Robinho, dentro de um presídio federal", elucida Leonardo Pantaleão, especialista em processo penal.

Porém, esta possibilidade é dificultada pelo Código Penal do País, ao qual se apega a defesa de Robinho, uma vez que a sentença estrangeira só é aplicada no Brasil em duas situações: pela reparação de danos e pela homologação para efeitos de tratados. Caberia ao Ministério da Justiça e Segurança Pública reencaminhar a solicitação ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

"Nas hipóteses em que couber solicitação de extradição executória, a autoridade competente poderá solicitar ou autorizar a transferência de execução da pena, desde que observado o princípio do non bis in idem", diz o artigo 100 da Lei de Migração.

Reclusão

Aos 38 anos, Robinho não entra em campo para uma partida oficial desde julho de 2020, quando defendia o Istambul Basaksehir, da Turquia. O jogador chegou a ser anunciado pelo Santos em outubro daquele ano, mas a contratação foi cancelada após pressão da torcida e de patrocinadores por causa do processo por estupro a que respondia - à época, já era condenado em primeira instância. Em sua carreira, ele também acumula passagens por Real Madrid, Manchester City, Milan e Atlético-MG, além da seleção brasileira.

Desde que o caso veio à tona, o atleta adotou um perfil mais recluso, sem se manifestar sobre o assunto. O Estadão tentou várias vezes entrevistá-lo e não conseguiu. Recentemente, ele foi fotografado ao lado do meia Diego Ribas com quem fez dupla bem-sucedida no Santos, em uma praia do litoral paulista.

Robinho é, hoje, um ex-jogador, conforme disse ao UOL. "Não jogo mais", respondeu, irritado. O anúncio formal do fim de sua carreira, abreviada em virtude do estupro que cometeu há nove anos, não foi feito por motivos óbvios. Isolado, mal movimenta as suas redes sociais, nas quais se define como um "seguidor de Cristo". No entanto, no último sábado, véspera do primeiro turno das eleições, ele ressurgiu para dar apoio público ao presidente Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição na disputa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Agência Estado e Correio do Povo

Atual Governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), oficializa apoio à reeleição do Presidente Jair Bolsonaro e eleição do Eterno Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.

 



Fonte: https://www.facebook.com/jairmessias.bolsonaro/videos/1158786318048996/

Veja vídeos das buscas por piloto de aeronave que caiu no rio Guaíba

 Cor escura e correnteza têm dificultado trabalho da equipe de buscas

Até o momento, destroços da aeronave e um par de botas foram recolhidos 

Uma força tarefa atua, nesta terça-feira, nas buscas pelo empresário que pilotava uma aeronave que caiu nas águas do Guaíba na noite de ontem. Até o momento, destroços da aeronave e um par de botas foram recolhidos. Confira vídeos das buscas:


Correio do Povo

Governador reeleito no estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, anuncia apoio ao Presidente Jair Bolsonaro no segundo turno

 



Fonte: https://www.facebook.com/jairmessias.bolsonaro/videos/768523711114263/

Ministros do STF temem escalada de crise com eleição de críticos ao tribunal

 MATHEUS TEIXEIRA

***ARQUIVO***BRASÍLIA, DF, 07.11.2019 - Sessão no STF (Supremo Tribunal Federal), em Brasília. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal) temem que a eleição de diversos críticos da corte no pleito de domingo (2) escale a crise do tribunal com o presidente Jair Bolsonaro (PL), caso reeleito, e seus aliados nos próximos anos.

A avaliação feita em conversas reservadas é que a vitória expressiva de nomes que se notabilizaram por ataques ao tribunal representa um recado que deve ser levado em consideração.

Além do mais, o diagnóstico é que o resultado eleitoral tem potencial para mudar a postura do Supremo em relação a pautas conservadoras e, principalmente, à atuação dos ministros como barreira de contenção de abusos do bolsonarismo.

Para o Senado, Casa Legislativa responsável por analisar pedidos de impeachment de ministros do Supremo, Bolsonaro elegeu aliados em 14 estados.

A avaliação é que o mandatário, se reeleito em 30 de outubro, não terá força suficiente para depor magistrados -como já tentou fazer- ou para ampliar o número de integrantes do tribunal.

No entanto Bolsonaro viu aumentar seu poder de pressão e conseguiu alterar a correlação de forças entre os Poderes.

Nos bastidores, a análise de parte da corte é que um cenário em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja eleito será mais confortável para o tribunal, mas não o suficiente para desarmar totalmente a ofensiva bolsonarista contra a cúpula do Judiciário.

As deputadas Bia Kicis (PL-DF) e Carla Zambelli (PL-SP), por exemplo, lideraram nos últimos anos no Congresso as brigas com o Supremo e ampliaram significativamente o desempenho eleitoral em seus respectivos estados.

O deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), que foi condenado pelo tribunal a 8 anos e 9 meses de prisão, não se elegeu, mas teve desempenho eleitoral expressivo para o Senado e obteve 19% dos votos. Já Cleitinho Azevedo (PSC-MG) tornou-se senador com um jingle com provações ao STF.

Em conversas reservadas, ministros afirmam que o ideal no momento é o ministro Alexandre de Moraes, principal algoz de Bolsonaro no STF, iniciar uma mudança na forma de atuar já na presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Relator no STF de inquéritos que atingem diretamente o presidente, familiares e correligionários, Moraes foi autor de duras decisões contra o bolsonarismo. Ele seguiu o mesmo tom na corte eleitoral.

No TSE, Moraes mandou o mandatário e pessoas próximas excluírem diversas postagens das redes sociais.

Na última decisão, determinou censura à reportagem do portal O Antagonista segundo a qual o chefe do PCC Marcola teria declarado voto em Lula. Ele obrigou Bolsonaro a retirar do ar postagem sobre o tema.

Agora, na visão de integrantes do Supremo, o magistrado tem que aguardar o desfecho da eleição. Durante o pleito, deve agir contra Bolsonaro apenas em casos mais graves, ainda de acordo com membros do tribunal.

Com isso, Moraes poderia preservar a imagem do TSE e fortalecer o tribunal em eventual enfrentamento contra o bolsonarismo caso o mandatário perca as eleições e decida fazer uma ofensiva contra o sistema eletrônico de votação.

Em relação ao Supremo, a avaliação é que o resultado da eleição dificultou a ideia de uma ala da corte de avançar em pautas progressistas.

A descriminalização das drogas, que já teve julgamento iniciado e votos favoráveis, por exemplo, deve seguir na gaveta da corte sem que o debate seja concluído, a fim de evitar a criação de rusgas com a base conservadora do Congresso. O mesmo raciocínio serve para a discussão sobre aborto.

Apesar de ministros acreditarem que Bolsonaro ganhou força, eles avaliam que o presidente não conseguiria levar à frente o impeachment de algum integrante do STF --ele já pediu a deposição de Alexandre de Moraes e costuma fazer duros ataques a Luís Roberto Barroso e Edson Fachin.

Para isso acontecer, seriam necessários 41 votos no Senado para abrir o processo e 54 votos para aprovar a cassação, algo inédito na história do país. Além disso, teria outra missão: fazer com que o presidente do Senado dê início ao procedimento.

Nos bastidores, magistrados consideram extremamente importante uma reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para comandar o Senado. Ele tem uma atuação alinhada com o STF e costuma fazer uma contraposição à ofensiva de Bolsonaro ao Judiciário.

Contudo uma recondução de Pacheco está longe de estar certa. Ele se elegeu para o comando da Casa com apoio de Bolsonaro e, ao longo do mandato, afastou-se do presidente. Com isso, ganhou a simpatia de partidos de esquerda.

A mudança na composição do Senado após a eleição, porém, mudou o jogo de forças internamente e a reeleição dele na presidência da Casa não é vista como sacramentada, ainda mais na hipótese de Bolsonaro conseguir a recondução ao Palácio do Planalto.

Folhapress e Yahoo! Notícias