Em entrevista coletiva nesta tarde de domingo (02), o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, abordou como está o andamento da votação e a estratégia do Tribunal para a apuração das eleições.
terça-feira, 4 de outubro de 2022
Nikolas Ferreira é o deputado federal mais votado da história de Minas Gerais
O candidato do Partido Liberal superou o recorde de Patrus Ananias (PT), que acumulou mais de 523 mil na eleição de 2002
Nikolas Ferreira (PL) se tornou o deputado federal com mais votos na história de Minas Gerais neste domingo, 2. Com 56,49% das urnas apuradas, o vereador de Belo Horizonte já soma 787.096 votos, superando o recorde de Patrus Ananias (PT), que acumulou mais de 523 mil na eleição de 2002. O candidato, vale lembrar, já havia sido eleito o segundo vereador com mais votos da capital mineira em 2020, quando foi escolhido por 29.388 eleitores. Ele ficou atrás apenas de Duda Salabert (PDT), que havia recebido mais de 30 mil votos. Através das redes sociais, Nikolas comemorou a vitória e ainda festejou a provável reeleição de Romeu Zema (Novo) no primeiro turno – atualmente, o governador tem 57,55% dos votos. “[Alexandre] Kalil mandou a gente ficar em casa, agora a gente tá mandando ele pra casa]”, disparou, cutucando o adversário de Zema.
Oficialmente o Deputado Federal mais votado da história de Minas Gerais tem nome: Nikolas Ferreira.
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) October 2, 2022
Jovem Pan
Deltan Dallagnol: "Minha eleição foi um recado de que a Lava Jato renasceu como uma fênix"
Deltan Dallagnol fala sobre a surpresa e a gratidão por sua eleição como deputado federal pelo Paraná, destacando o peso da Lava Jato na memória dos brasileiros para levantar novamente a bandeira do combate à corrupção
Damares Alves e Tereza Cristina são eleitas para o Senado
Ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos foi eleita ao Distrito Federal com 45,06%, enquanto a ex-ministra da Agricultura disputou vaga pelo Mato Grosso do Sul e chegou a 61,01%
A ex-ministra Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos) foi eleita senadora pelo Distrito Federal. Com 91,48% das urnas eletrônicas apuradas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ex-ministra já pode ser considerada eleita para o Senado Federal, com 45,06% dos votos, o que representa pouco mais de 651 mil votos. O resultado representa uma vitória para da candidata do Republicanos. Isso porque as principais projeções eleitorais apontavam, até a última semana, vitória de Flávia Arruda (PL), com vantagem de mais de 21 pontos percentuais. Ou seja, a eleição deste domingo, 2, confirma o crescimento da ex-ministra na reta final da campanha. Em cenário semelhante, a também ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP) ficou em primeiro lugar na disputa no Mato Grosso do Sul, já sendo considerada eleita ao Senado Federal com 61,01% dos votos, com 75% das urnas apuradas.
Jovem Pan
Confira as maiores discrepâncias entre os resultados das urnas e das pesquisas de intenção de voto
Eleições em Estados como São Paulo, Rio Grande do Sul e Bahia foram marcadas por viradas histórias e derrotas inesperadas
O primeiro turno das eleições de 2022, realizado neste domingo, 2, foi marcado por viradas históricas, derrotas inesperadas e muitas discrepâncias entre os resultados das urnas e das pesquisas de intenção de voto. O exemplo mais emblemático foi o resultado da disputa à Presidência da República, que embora tenha sido marcada por uma esperada vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que alcançou 48,4% dos votos e ficou em primeiro lugar na corrida ao Palácio do Planalto, também apresentou um resultado eleitoral mais favorável ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que ficou cerca de seis pontos percentuais acima do projetado nas pesquisas. Outros Estados, como São Paulo, Rio Grande do Sul e Bahia, que estão entre os maiores colégios eleitorais do país, os resultados nas urnas também apontaram resultados inesperados, que também devem refletir no segundo turno. Neste cenário, o site da Jovem Pan preparou uma lista dos resultados estaduais de maior discrepância entre as projeções de intenções de votos e a confirmação das urnas. Confira abaixo como ficou o cenário eleitoral nas disputas:
Presidência da República: Na véspera do primeiro turno, as principais pesquisas eleitorais do país projetavam vantagem de até 14 pontos do ex-presidente Lula contra o presidente Jair Bolsonaro, enquanto o resultado nas urnas confirmou uma diferença de 5,23 pontos, sendo um dos exemplos mais emblemáticos de erros nas projeções eleitorais. Os levantamentos do Datafolha, Ipec e Ipespe do último sábado, 1, por exemplo, mostravam o presidente na casa dos 50% dos votos válidos, o que representaria possibilidade de vitória em primeiro turno, enquanto o atual mandatário do país ficava entre 36 e 37% das intenções, a 14 pontos de distância. Na pesquisa Quaest, a diferença entre os dois principais candidatos ao Palácio do Planalto era de 11 pontos; no Poderdata, 10 pontos; Atlas/Intel, 9,2 pontos; e o Paraná Pesquisa, com o resultado mais próximo das urnas, apontava distância de 7,2 pontos.
Amazonas: No Amazonas, o resultado das urnas confirmou as projeções de decisão em segundo turno, com o atual governador, Wilson Lima (União Brasil), liderando entre os eleitores. Entretanto, a principal discrepância no Estado foi relacionada ao segundo colocado. Enquanto as pesquisas apontavam uma segunda etapa da disputa entre Lima, apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), e Amazonino Mendes (Cidadania), que tinha 26% das intenções de votos, nas urnas o segundo colocado foi o ex-governador Eduardo Braga (MDB), que recebeu 393.398 votos, cerca de 20,83%. Com 99,99% das urnas apuradas, Mendes chega a 18,56% dos votos, perdendo de Braga por pouco mais de 38 mil votos.
Bahia: A disputa ao governo baiano, por sua vez, foi marcada por uma virada histórica de Jerônimo Rodrigues (PT), candidato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que passou de 13% das intenções de votos nas pesquisas eleitorais para 49,39% dos votos válidos neste domingo, 2, quase sendo eleito em primeiro turno. A pouco menos de dez dias do pleito, as principais projeções eleitorais apontavam vitória do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), que alcançou 40,84% de apoio dos eleitores. Ou seja, a eleição confirma o crescimento do petista entre o eleitorado baiano na reta final da campanha e também abre caminho vitória na disputa local, agora em segundo turno.
Ceará: No Ceará, a virada de Elmano de Freitas (PT) na reta final também representa um caso emblemático. O petista venceu na disputa ao governo do Estado com 54,02% dos votos válidos, o que representa cerca de 18 pontos percentuais a mais do que o projetado nas últimas pesquisas ao Estado, que apontavam uma definição em segundo turno contra Capitão Wagner (União Brasil), que ficou com 31,72% dos votos. Ao longo de toda campanha, Elmano sempre esteve atrás desde os primeiros resultados, mas, em 21 dias ele conseguiu somar 13 pontos e ultrapassar o segundo colocando, consolidando a vitória em primeiro turno.
Piauí: Em cenário semelhantes, o resultado eleitoral do Piauí também foi de virada do Partido dos Trabalhadores (PT), que confirmou mais uma eleição em primeiro turno com a vitória de Rafael Fonteles, com 56,63% dos votos. O resultado foi inesperado, já que o candidato sempre esteve atrás do seu adversário e apenas na última pesquisa ele ficou com um ponto de diferença do ex-prefeito Sílvio Mendes (União Brasil), que aparecia com 48% das intenções de votos.
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Rio Grande do Sul: Na corrida ao Governo do Rio Grande do Sul, as projeções apontavam o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) com até 45% dos votos válidos, o que representava uma vantagem de 15 pontos do segundo colocado, o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL), que ficava com 30% dos votos. Entretanto, nas urnas, o resultado foi bem diferente. Onyx assumiu a liderança no Estado com 37,5% dos votos, o que representa apoio de 2,3 milhões de eleitores, contra 26,81% de Leite, levando a disputa ao segundo turno. Em terceiro lugar, com uma diferença de 2.441 votos para o ex-governador, Edegar Pretto (PT) ficou com 26,77%.
Santa Catarina: Em Santa Catarina, ainda que a eleição estadual continue em segundo turno, o resultado deste domingo também aponta uma diferença das principais projeções eleitorais. Isso porque, contrariando as pesquisas, a segunda votação será definida entre Jorginho Mello (PL), que recebeu 38,61% dos votos, e Décio Lima (PT), que ficou com 17,42%. Segundo os levantamentos, Mello ficaria em segundo lugar, com cerca de 20% de apoio do eleitorado, enquanto Décio Lima sequer estava entre os três mais votados. Em primeiro lugar, o governador Carlos Moisés (Republicanos) aparecia com pouco mais de 20% das intenções de votos, mas acabou com 16,99% de apoio nas urnas.
São Paulo: No reduto paulista, o cenário também foi de virada. Diferente do que a última pesquisa Datafolha apontava, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) não foi o candidato mais votado entre os paulistas. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi o principal escolhido pelos eleitores, ficando com 42,32% dos votos válidos. No último levantamento do instituto, divulgado no último sábado, 1, o candidato aparecia com 31% das intenções de votos, contra 41% do petista, que terminou em segundo lugar, com 35,70% de apoio. Na disputa ao Senado Federal por São Paulo, o instituto apontava Márcio França (PSB) com 45% dos votos válidos, com a projeção de eleito à Casa Legislativa. No entanto, o resultado deste domingo confirmou a eleição do ex-ministro Marcos Pontes (PL), com 49,68% dos votos, ante 36,27% de França. Nas pesquisas, o astronauta somava 31% das intenções de votos.
Jovem Pan
Resultado das urnas X pesquisas eleitorais: por que os institutos erraram? Veja tabela com as diferenças
Analistas apontam como principais causas dos erros o chamado ‘voto envergonhado’, decisões de última hora, voto útil, falha de amostragem e os acontecimentos mais recentes
A menor diferença entre os dois foi apontada pela Paraná Pesquisas, com 7,1 pontos percentuaisO primeiro turno das eleições de 2022, realizado neste domingo, 2, mostrou uma série de discrepâncias entre os resultados apurados nas urnas e os que foram mostrados na última semana pelos institutos de pesquisas de intenção de votos. O caso mais emblemático aconteceu entre o presidente Jair Bolsonaro (PL), que teve 43,2% dos votos válidos, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que alcançou 48,4% – uma diferença 5,2 pontos percentuais, segundo os dados divulgados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Os institutos de pesquisas não chegaram nem perto dessa diferença. O Datafolha e o Ipec (ex-Ibope) projetavam vantagem de Lula com diferença de 14 pontos percentuais. E mais: o Ipec projetava possibilidade de vitória do petista em primeiro turno, com 51% dos votos. A menor diferença entre os dois foi apontada pela Paraná Pesquisas, com 7,1 pontos percentuais. Neste cenário, a equipe de reportagem do site da Jovem Pan ouviu cientistas políticos para tentar explicar a principal dúvida entre os eleitores: Por que as pesquisas erram? Considerando o cenário eleitoral, os analistas apontam como principais causas dos erros nas projeções o chamado “voto envergonhado”, erros de amostragem, o histórico político das cidades e dos Estados e os acontecimentos mais próximos do pleito, que refletem diretamente nos resultados nas urnas.
Na visão do cientista político Rui Tavares Maluf, os institutos buscaram aumentar o coeficiente de entrevistados, chegando a mais de 6.000 participantes nos últimos levantamentos do Datafolha, por exemplo, mas, efetivamente, os brasileiros só começam a prestar atenção na eleição na reta final, o que pode refletir na mudança dos votos. Ele também avalia que as diferenças de resultados podem refletir um movimento antipetista pelo voto útil em Bolsonaro, especialmente motivado por eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), que foram menos votados do que o esperado. “[Esses eleitores] têm uma visão mais conservadora e não desejam votar no Lula no segundo turno, e resolveram fazer isso e ir contra o Lula já no primeiro turno, abandonando as candidaturas da Simone e do Ciro, porque os percentuais deles diminuíram. Veja abaixo a diferença de pontos percentuais entre as pesquisas e as urnas à Presidência:
Já a cientista política Deysi Cioccari vê a possibilidade do chamado “voto envergonhado”, que ocorre quando o eleitor não revela seu voto abertamente aos pesquisadores dos institutos por medo de julgamentos. “As bases bolsonaristas podem até se esquivar das pesquisas, porque se criou uma luta do ‘bem contra o mal’. Quando alguém diz que é bolsonarista é apontado como fascista, que defende a morte. E não é isso. Grande parcela da população de direita defende os valores da família e são contra minorias, mas se criou uma narrativa de que se defende a morte, levando ao voto envergonhado”. Sobre o mesmo fenômeno, Rui Tavares Maluf completa: “Há a vergonha de falar de alguma coisa por saber que vai contar com uma reação social diante daquilo que você defende. No caso, a vergonha de apoiar o presidente Bolsonaro, por causa das ações e falas dele, e o medo de ser recriminado por isso”. Os estudiosos ainda defendem haver uma certa incapacidade do institutos de alcançarem o perfil real da população brasileira, seja por dificuldade de penetração no território nacional ou por falta de compreensão histórica das cidades e Estados. “As pesquisas não devem pegar os votos bolsonaristas se pegam uma região que é mais de esquerda”, avalia Cioccari em referência a pesquisas feitas nos grandes centros urbanos.
Com números de votos muito próximos, o desenho do segundo turno aponta muita incerteza, tanto para Lula como para Bolsonaro. E conquistar o eleitor menos sintonizado com a polarização, o eleitor de centro, pode ser a resposta para comandar o Palácio do Planalto de 2023 a 2026. “Acho que Lula tem um certo favoritismo e pode crescer ainda no Sudeste. Mas aquele que queira vencer para valer terá que se aproximar do centro, daquilo que escapa das ideologias, das extremidades políticas, ter um diálogo maior e de moderação. Isso deverá nortear até o fim das eleições. Será uma eleição muito disputada”, disse Rui Tavares Maluf.
Resultados em São Paulo
No Estado de São Paulo, o resultado das urnas mostraram uma virada na comparação com as pesquisas eleitorais. No último Datafolha, divulgado no sábado, 1, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) liderava com oito pontos de vantagem, somando 39% dos votos válidos, contra 31% de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos). O resultado nas urnas, no entanto, mostraram o ex-ministro da Infraestrutura com 42,32% de apoio, ficando em primeiro lugar, ante 35,7% do petista. Neste cenário, Cioccari fala da necessidade de considerar a história do Estado e evitar avaliações morais. “Sempre defendi que havia erro nas pesquisas em São Paulo, porque o interior do Estado, historicamente, a partir do que temos de estudo na ciência política, as pequenas e médias cidades são bolsonaristas. O Haddad venceu nas extremidades de São Paulo, (…) mas o interior de São Paulo é conservador. E não tem Alckmin que faça diferença para uma força bolsonarista. Com o interior conservador, como o Haddad estaria 10 ou 15 pontos à frente de bolsonaristas ou do pessoal de direita, do Tarcísio de Freitas e do Rodrigo Garcia? Não faz o menor sentido. As pesquisas erraram porque tem muita gente fazendo avaliação moral em vez de fazer uma análise racional. Eu repito Maquiavel: a política é o que é, não o que a gente quer que seja. Falta racionalidade”, conclui Cioccari . Confira abaixo a diferença de pontos percentuais entre as pesquisas e as urnas em São Paulo:
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