segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Zygmunt Bauman - História virtual

 

Zygmunt Bauman
Zygmunt Bauman em Berlim, Alemanha, em 2015
Nascimento 19 de novembro de 1925
Poznań, República Polonesa (atual Polônia)
Morte 9 de janeiro de 2017 (91 anos)
Leeds, Inglaterra, Reino Unido
Nacionalidade Polaco e britânico
Cidadania Polónia, Reino Unido
Etnia judeus
Cônjuge Janina Lewinson-Bauman
Filho(s) 3 filhas:[1]
Anna (matemática)
Lydia (pintora)
Irena (arquiteta).
Alma mater
Ocupação sociólogo
Prêmios


Empregador Universidade de Leeds, Universidade de Varsóvia, Internal Security Corps
Obras destacadas O Mal-Estar da Pós-Modernidade  · Modernidade Líquida
Escola/tradição Filosofia continental  · Marxismo · Pós-modernismo
Religião ateísmo

 

Zygmunt Bauman (Poznań, Polônia, 19 de novembro de 1925Leeds, Reino Unido, 9 de janeiro de 2017)[2] foi um sociólogo e filósofo polonês, professor emérito de sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia.

Biografia

Nascido em uma família de Judeus poloneses não praticantes, ele e seus familiares transferiram-se para a União Soviética após a invasão e anexação da Polônia (1939) por forças alemãs e soviéticas (então aliadas nos termos do Tratado Germano-Soviético).

Durante a Segunda Guerra Mundial, Bauman serviu ao Primeiro Exército Polonês, controlado pelos soviéticos, atuando como instrutor político. Participou das batalhas de Kolberg (atual Kołobrzeg) e de Berlim. Em maio de 1945, foi condecorado com a Cruz de Valor. Conheceu sua esposa, Janina Bauman, nos acampamentos de refugiados polacos.[3]

Ao longo dos anos 1940 e 1950, Bauman foi um entusiasmado militante do Partido Operário Unificado Polaco, o partido comunista da Polônia. Segundo o Instituto da Memória Nacional da Polônia, entre 1945 e 1953 Bauman era oficial do Corpo de Segurança Interna (em polonês, Korpus Bezpieczeństwa Wewnętrznego, KBW), uma unidade militar especial formada na Polônia, sob o governo stalinista, para combater os ucranianos nacionalistas insurgentes e os remanescentes do Armia Krajowa, a principal organização da resistência da Polônia à ocupação do país, durante a Segunda Guerra.[4] Mais tarde, entre 1945 e 1948, Bauman trabalhou para a inteligência militar, embora a natureza e a extensão de suas atividades sejam desconhecidas, assim como as circunstâncias sob as quais terá abandonado tais atividades.[4]

Durante uma entrevista ao jornal The Guardian, Bauman confirmou ter sido um devotado comunista - durante e depois da Segunda Guerra - e nunca ter feito segredo disso. Admitiu que ingressar no serviço de inteligência militar aos 19 anos tenha sido um erro, apesar de só ter realizado tediosas atividades burocráticas e jamais ter dado informações sobre alguém.[5]

Enquanto servia no KBW, Bauman também estudava sociologia na Academia de Política e Ciências Sociais de Varsóvia. Mas, em 1953, já no posto de major, foi subitamente excluído do KBW - e de maneira desonrosa -, depois que seu pai se aproximou da embaixada israelense em Varsóvia, com vistas a emigrar para Israel. Uma vez que Bauman não compartilhava absolutamente das ideias sionistas do pai, sendo, de fato, francamente antissionista, sua demissão causou um severo, embora temporário, distanciamento do pai. Durante o período em que ficou desempregado, decidiu completar seu mestrado e, em 1954, tornou-se professor assistente na Universidade de Varsóvia, onde permaneceu até 1968. Inicialmente, Bauman se manteve próximo à ortodoxia marxista mas, influenciado por Antonio Gramsci e Georg Simmel, tornou-se crescentemente crítico ao governo comunista da Polônia. Passaria então a trabalhar, com outros acadêmicos da Universidade, numa concepção humanista do marxismo. De todo modo, Bauman sempre se declarou Socialista e, nos seus últimos anos de vida, dizia que, mais do que nunca, o socialismo é necessário ao mundo.[3]

Submetido a uma crescente pressão política, conectada ao expurgo conduzido por Mieczysław Moczar, chefe do Służba Bezpieczeństwa, o Serviço de Segurança polonês, Bauman renunciou à sua filiação ao Partido Operário Unificado em janeiro de 1968. Os eventos de março de 1968 na Polônia culminaram com um expurgo que levou muitos comunistas poloneses de ascendência judia a sair do país. Bauman, que havia sido demitido da Universidade de Varsóvia, estava entre eles. Para deixar o país, teve que abdicar de sua cidadania polonesa. Primeiramente foi para Israel, para lecionar na Universidade de Tel Aviv. Em 1971, aceitou um convite para ensinar sociologia na Universidade de Leeds. Desde então, seus trabalhos passaram a ser publicados quase que exclusivamente em inglês, e sua reputação cresceu exponencialmente.

Em 2011, durante entrevista concedida ao semanário polonês Polityka, Bauman criticou Israel e o sionismo, dizendo que Israel não estava interessado na paz mas somente em "se aproveitar do Holocausto para legitimar atos inadmissíveis". Comparou o Muro da Cisjordânia aos muros do Ghetto de Varsóvia, onde centenas de milhares de judeus morreram. O embaixador israelense em Varsóvia, Zvi Bar, qualificou os comentários de Bauman como "meias verdades" e "generalizações infundadas".[6]

Pensamentos

De acordo com Bauman, nos tempos atuais, as relações entre os indivíduos nas sociedades tendem a ser menos frequentes e menos duradouras. Uma de suas frases poderia ser traduzida, na língua portuguesa, por "as relações escorrem pelo vão dos dedos". Segundo o seu conceito de "relações líquidas", formulado, por exemplo, em Amor Líquido, as relações amorosas deixam de ter aspecto de união e passam a ser mero acúmulo de experiências,[7] e a insegurança seria parte estrutural da constituição do sujeito pós-moderno, conforme escreve em Medo Líquido.[8] Bauman é frequentemente descrito como um pessimista, na sua crítica à Pós-Modernidade.[9] De fato, enquanto os cientistas, poetas e artistas da mainstream empenham-se na exaltação das virtudes do Capitalismo. O Capitalismo caminhando juntamente com o consumo demasiado o chamado Consumismo consequentemente acarretando á degradação, devastação ambiental e grande emissão de gases poluentes, ele se insere na contracorrente, procurando expor a face desumana do capital [3] indo além do que Karl Marx observou na época um verdadeiro fetiche pelo consumo, criou-se um fetiche pelas marcas, deixando de importar o produto em si, mas a sua fabricante e o seu preço. O sujeito é Objetificado pelo Capitalismo, tornando-se apenas o que ele consome, e não mais o que ele é. Na lógica da modernidade líquida, o sujeito é aquilo que ele consome. Refletindo também juntamente com Rein Raud (Escritor e Doutor em teoria literária) e sobre a insignificância humana.[10]

Prêmios

Bauman recebeu os prêmios Amalfi (1989), por sua obra Modernidade e Holocausto) e Adorno (1998), pelo conjunto de sua obra.

Obra

Bauman tem mais de trinta obras publicadas no Brasil, dentre as quais Amor Líquido, Globalização: as Consequências Humanas e Vidas Desperdiçadas. Tornou-se conhecido por suas análises do Consumismo Pós-Moderno e das ligações entre Modernidade e Holocausto.

Livros de Bauman

  • 1957: Zagadnienia centralizmu demokratycznego w pracach Lenina [Questions of Democratic Centralism in Lenin's Works]. Warszawa: Książka i Wiedza.
  • 1959: Socjalizm brytyjski: Źródła, filozofia, doktryna polityczna [British Socialism: Sources, Philosophy, Political Doctrine]. Warszawa: Państwowe Wydawnictwo Naukowe.
  • 1960: Klasa, ruch, elita: Studium socjologiczne dziejów angielskiego ruchu robotniczego [Class, Movement, Elite: A Sociological Study on the History of the British Labour Movement]. Warszawa: Państwowe Wydawnictwo Naukowe.
  • 1960: Z dziejów demokratycznego ideału [From the History of the Democratic Ideal]. Warszawa: Iskry.
  • 1960: Kariera: cztery szkice socjologiczne [Career: Four Sociological Sketches]. Warszawa: Iskry.
  • 1961: Z zagadnień współczesnej socjologii amerykańskiej [Questions of Modern American Sociology]. Warszawa: Książka i Wiedza.
  • 1962 (with Szymon Chodak, Juliusz Strojnowski, Jakub Banaszkiewicz): Systemy partyjne współczesnego kapitalizmu [The Party Systems of Modern Capitalism]. Warsaw: Książka i Wiedza.
  • 1962: Spoleczeństwo, w ktorym żyjemy [The Society We Live In]. Warsaw: Książka i Wiedza.
  • 1962: Zarys socjologii. Zagadnienia i pojęcia [Outline of Sociology. Questions and Concepts]. Warszawa: Państwowe Wydawnictwo Naukowe.
  • 1964: Zarys marksistowskiej teorii spoleczeństwa [Outline of the Marxist Theory of Society]. Warszawa: Państwowe Wydawnictwo Naukowe.
  • 1964: Socjologia na co dzień [Sociology for Everyday Life]. Warszawa: Iskry.
  • 1965: Wizje ludzkiego świata. Studia nad społeczną genezą i funkcją socjologii [Visions of a Human World: Studies on the social genesis and the function of sociology]. Warszawa: Książka i Wiedza.
  • 1966: Kultura i społeczeństwo. Preliminaria [Culture and Society, Preliminaries]. Warszawa: Państwowe Wydawnictwo Naukowe.
  • 1972: Between Class and Elite. The Evolution of the British Labour Movement. A Sociological Study. Manchester: Manchester University Press ISBN 978-0-7190-0502-2 (Polish original 1960)
  • 1973: Culture as Praxis. London: Routledge & Kegan Paul. ISBN 978-0-7619-5989-2
  • 1976: Socialism: The Active Utopia. New York: Holmes and Meier Publishers. ISBN 0-8419-0240-2
  • 1976: Towards a Critical Sociology: An Essay on Common-Sense and Emancipation. London: Routledge & Kegan Paul. ISBN 0-7100-8306-8
  • 1978: Hermeneutics and Social Science: Approaches to Understanding. London: Hutchinson. ISBN 0-09-132531-5
  • 1982: Memories of Class: The Pre-history and After-life of Class. London/Boston: Routledge & Kegan Paul. ISBN 0-7100-9196-6
  • c1985 Stalin and the peasant revolution: a case study in the dialectics of master and slave. Leeds: University of Leeds Department of Sociology. ISBN 0-907427-18-9
  • 1987: Legislators and interpreters - On Modernity, Post-Modernity, Intellectuals. Ithaca, N.Y.: Cornell University Press. ISBN 0-8014-2104-7
  • 1988: A liberdade (Freedom. Philadelphia: Open University Press. ISBN 0-335-15592-8). Estampa ISBN 9723308118
  • 1989: Modernidade e Holocausto (Modernity and The Holocaust. Ithaca, N.Y.: Cornell University Press 1989. ISBN 0-8014-2397-X). Traduzido por Marcus Penchel. Jorge Zahar Editor ISBN 85-7110-483-2
  • 1990: Paradoxes of Assimilation. New Brunswick: Transaction Publishers.
  • 1990: Thinking Sociologically. An introduction for Everyone. Cambridge, Mass.: Basil Blackwell. ISBN 0-631-16361-1
  • 1991: Modernidade e Ambivalência (Modernity and Ambivalence. Ithaca, N.Y.: Cornell University Press. ISBN 0-8014-2603-0). Traduzido por Marcus Penchel. Jorge Zahar Editor ISBN 978-85-7110-494-5
  • 1992: Intimations of Postmodernity. London, New York: Routhledge. ISBN 0-415-06750-2
  • 1992: Mortality, Immortality and Other Life Strategies. Cambridge: Polity. ISBN 0-7456-1016-1
  • 1993: Ética pós-moderna (Postmodern Ethics. Cambridge, MA: Basil Blackwell. ISBN 0-631-18693-X). Paulus Editora ISBN 8534909040
  • 1995: Life in Fragments. Essays in Postmodern Morality. Cambridge, MA: Basil Blackwell. ISBN 0-631-19267-0
  • 1996: Alone Again - Ethics After Certainty. London: Demos. ISBN 1-898309-40-X
  • 1997: O Mal-Estar da Pós-Modernidade (Postmodernity and its discontents. New York: New York University Press. ISBN 0-7456-1791-3). Traduzido por Luís Carlos Fridman. Jorge Zahar Editor ISBN 978-85-7110-464-8
  • 1998: Work, consumerism and the new poor. Philadelphia: Open University Press. ISBN 0-335-20155-5
  • 1998: Globalização: As Conseqüências Humanas (Globalization: The Human Consequences. New York: Columbia University Press. ISBN 0-7456-2012-4). Traduzido por Marcus Penchel. Jorge Zahar Editor ISBN 978-85-7110-495-2
  • 1999: Em Busca da Política (In Search of Politics. Cambridge: Polity. ISBN 0-7456-2172-4). Traduzido por Marcus Penchel. Jorge Zahar Editor ISBN 978-85-7110-553-9
  • 2000: Modernidade Líquida (Liquid Modernity. Cambridge: Polity ISBN 0-7456-2409-X). Traduzido por Plínio Dentzien. Jorge Zahar Editor ISBN 978-85-7110-598-0
  • (2000 [ed. por Peter Beilharz]: The Bauman Reader. Oxford: Blackwell Publishers. ISBN 0-631-21492-5)
  • 2001: Comunidade: A Busca por Segurança no Mundo Atual (Community. Seeking Safety in an Insecure World. Cambridge: Polity. ISBN 0-7456-2634-3). Traduzido por Plínio Dentzien. Jorge Zahar Editor ISBN 85-7110-699-1
  • 2001: A sociedade individualizada (The Individualized Society. Cambridge: Polity. ISBN 0-7456-2506-1). Traduzido por José Maurício Gradel. Jorge Zahar Editor ISBN 8537801070
  • 2001 (com Keith Tester): Conversations with Zygmunt Bauman. Cambridge: Polity. ISBN 0-7456-2664-5
  • 2001 (com Tim May): Thinking Sociologically, 2nd edition. Oxford: Blackwell Publishers. ISBN 0-631-21929-3
  • 2002: Society Under Siege. Cambridge: Polity. ISBN 0-7456-2984-9
  • 2003: Amor Líquido: Sobre a Fragilidade dos Laços Humanos (Liquid Love: On the Frailty of Human Bonds. Cambridge: Polity. ISBN 0-7456-2489-8). Traduzido por Carlos Alberto Medeiros. Jorge Zahar Editor ISBN 978-85-7110-795-3
  • 2003: City of fears, city of hopes. London: Goldsmith's College. ISBN 1-904158-37-4
  • 2004: Vidas Desperdiçadas (Wasted Lives. Modernity and its Outcasts. Cambridge: Polity. ISBN 0-7456-3164-9). Traduzido por Carlos Alberto Medeiros. Jorge Zahar Editor ISBN 978-85-7110-873-8
  • 2004: Europa: Uma Aventura Inacabada (Europe: An Unfinished Adventure. Cambridge: Polity. ISBN 0-7456-3403-6). Traduzido por Carlos Alberto Medeiros. Jorge Zahar Editor ISBN 85-7110-895-1
  • 2004: Identidade: Entrevista a Benedetto Vecchi (Identity: Conversations with Benedetto Vecchi. Cambridge: Polity. ISBN 0-7456-3308-0). Traduzido por Carlos Alberto Medeiros. Jorge Zahar Editor ISBN 978-85-7110-889-9
  • 2005: Vida Líquida (Liquid Life. Cambridge: Polity. ISBN 0-7456-3514-8). Traduzido por Carlos Alberto Medeiros. Jorge Zahar Editor ISBN 978-85-7110-969-8
  • 2006: Medo líquido (Liquid Fear. Cambridge: Polity. ISBN 0-7456-3680-2). Traduzido por Carlos Alberto Medeiros. Jorge Zahar Editor ISBN 978-85-378-0048-5
  • 2006: Tempos líquidos (Liquid Times: Living in an Age of Uncertainty. Cambridge: Polity. ISBN 0-7456-3987-9). Traduzido por Carlos Alberto Medeiros. Jorge Zahar Editor ISBN 978-85-7110-993-3
  • 2007: Arte, ¿líquido?. Madrid: Ediciones Sequitur. ISBN 978-84-95363-36-7
  • 2008: Vida para consumo. (Consuming Life.Cambridge: Polity. 2007. ISBN 0-7456-4002-8) Traduzido por Carlos Alberto Medeiros. Jorge Zahar Editor ISBN 978-85-378-0066-9
  • 2008: A arte da vida (The art of life. John Wiley). Traduzido por Carlos Alberto Medeiros. Jorge Zahar Editor ISBN 9788537801185
  • 2009: Confiança e medo na cidade. Traduzido por Eliana Aguiar. Jorge Zahar Editor ISBN 9788537801222
  • 2010: Capitalismo Parasitário e Outros Temas Contemporâneos. Traduzido por Eliana Aguiar. Jorge Zahar Editor ISBN 9788537802052
  • 2010: Legisladores e intérpretes. Traduzido por Renato Aguiar. Jorge Zahar Editor ISBN 9788537802724
  • 2010: Vida a crédito. Traduzido por Alexandre Werneck. Jorge Zahar Editor ISBN 9788537802656
  • 2010: Aprendendo a pensar com a sociologia. Traduzido por Alexandre Werneck. Jorge Zahar Editor ISBN 9788537801970
  • 2011: Bauman sobre Bauman: diálogos com Keith Tester. Traduzido por Carlos Alberto Medeiros. Jorge Zahar Editor ISBN 9788537800003
  • 2011: Vida em fragmentos. Traduzido por Alexandre Werneck. Jorge Zahar Editor ISBN 9788537805152
  • 2011: 44 cartas do mundo líquido moderno. Traduzido por Vera Pereira. Jorge Zahar Editor ISBN 9788537806814
  • 2011: A ética é possível num mundo de consumidores?. Traduzido por Alexandre Werneck. Jorge Zahar Editor ISBN 9788537807163
  • 2012: Ensaios sobre o conceito de cultura. Traduzido por Carlos Alberto Medeiros. Jorge Zahar Editor ISBN 9788537808009
  • 2013: Sobre Educação e Juventude. Traduzido por Carlos Alberto Medeiros. Jorge Zahar Editor ISBN 9788537810323
  • 2014: Cegueira Moral. Traduzido por Carlos Alberto Medeiros. Jorge Zahar Editor ISBN 9788537812761
  • 2015: Desafios do mundo moderno. Traduzido por Carlos Alberto Medeiros. Jorge Zahar Editor ISBN 9786356421531
  • 2015: A riqueza de poucos beneficia todos nós?. Traduzido por Renato Aguiar. Jorge Zahar Editor ISBN 9788537814161
  • 2016: Babel. Traduzido por Renato Aguiar. Jorge Zahar Editor ISBN 9788537815847
  • 2017: Estranhos à nossa porta. Traduzido por Carlos Alberto Medeiros. Jorge Zahar Editor ISBN 9788537816103
  • 2017: O retorno do pêndulo. Traduzido por Joana Angélica d'Avila Melo. Jorge Zahar Editor ISBN 9788537816639
  • 2017: Retrotopia. Traduzido por Renato Aguiar. Jorge Zahar Editor ISBN 9788537817124

Livros sobre Bauman

Livros sobre Bauman de autores lusófonos

Entrevistas

Referências


  • «Tempo Social: Entrevista com Zigmunt Bauman»

  • «Morreu Zygmunt Bauman, o teórico da sociedade líquida» Por António Guerreiro. Público, 9 de janeiro de 2017, 18:14]

  • «Zygmunt Bauman: uma biografia». Colunas Tortas. Consultado em 17 de agosto de 2015

  • Piotr Gontarczyk: Towarzysz "Semjon". Nieznany życiorys Zygmunta Baumana Arquivado 2013-08-29 no Wayback Machine "Biuletyn IPN", 6/2006. S. 74-83

  • Aida Edemarter iam, "Professor with a past", The Guardian, 28 de abril de 2007.

  • Roman Frister, Polish-Jewish sociologist compares West Bank separation fence to Warsaw Ghetto walls, Haaretz, 1 de setembro de 2011.

  • «Amor Líquido - Zygmunt Bauman: uma resenha». Colunas Tortas. Consultado em 16 de agosto de 2015

  • «Medo Líquido - Zygmunt Bauman: uma resenha». Colunas Tortas. Consultado em 17 de agosto de 2015

  • PERUZZO JÚNIOR, Léo (2017). O que pensam os filósofos contemporâneos? Um diálogo com Singer, Dennett, Searle, Putnam e Bauman. Curitiba: PUCPRESS. 120 páginas

  • «Modernidade líquida: o que é, implicações, Bauman». Mundo Educação. Consultado em 13 de outubro de 2021

    1. BAUMAN, Zygmunt; JÚNIOR, Léo PERUZZO. «Sociedade, linguagem e modernidade líquida». Revista Diálogo Educacional. 16 (255). doi:10.7213/dialogo.educ.16.047.dc02

    Ver também

    Ligações externas

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    Wikipédia

    Yu Wenxia - História virtual

     

    Yu Wenxia
    于文霞
    Nome completo 于文霞 (Yú Wénxiá)
    Nascimento 06 de agosto de 1989 (32 anos)
    Harbin, China
    Nacionalidade China chinesa
    Ocupação Modelo
    Altura 1.78cm
    Carreira como modelo
    Cor do cabelo Preto
    Cor dos olhos castanhos

    Yu Wenxia (em chinês:于文霞; Harbin, 6 de agosto de 1989) é uma rainha da beleza chinesa. Foi a vencedora do concurso Miss Mundo 2012, realizado em seu país-natal.[1]

    Wenxia foi a segunda representante da China a ganhar este título, depois de Zhang Zilin em 2007. [2] [3]

    Biografia

    Segundo o Baike, ela nasceu na província de Heilongjiang, filha de pais agricultores que depois se mudaram de cidade. "As condições da família não eram boas e a renda vinha da agricultura", segundo a publicação. Em 2005 ela foi admitida no Conservatório de Música Shandong Heze e também entrou numa escola profissionalizante para conseguir um emprego e ajudar os pais. Foi neste Conservatório que uma professora notou o talento vocal de Wenxia e a estimulou a estudar Música. [4]

    Em 2008, entrou no Harbin Normal University Music College onde estudou Música. Segundo o China Daily, ela queria ser professora de Música antes de participar dos concursos de beleza. Ela também toca piano. [4] [5]

    Foi durante seu tempo na universidade que seus atributos físicos chamaram atenção, segundo o Baike, e ela teria começado a trabalhar como modelo. "Em seu segundo ano, ela já não precisava mais pedir dinheiro aos pais", escreveu a publicação.

    Segundo o Baike, em 2009, Yu Wenxia guiou a equipe chinesa durante a cerimônia de abertura dos 24º Jogos Mundiais de Inverno da Universidade. [4]

    Participação em concursos de beleza

    Miss China

    O primeiro concurso de Wenxia foi em 2010, quando ela venceu a etapa de Harbin do Miss Tourism China. Em 2012, incentivada por colegas e uma professora, ela se inscreveu no Miss China Mundo, que venceu ao derrotar outras 38 concorrentes. [4]

    Miss Mundo

    Participando da 62ª edição do concurso de 2012, realizado em Ordos, na Mongólia Interior, China, Wenxia foi a vencedora da competição aos 23 anos de idade. Em segundo lugar posicionou-se a Miss País de Gales, Sophie Moulds (1993), seguida da Miss Austrália, Jessica Kahawaty (1991), em terceiro lugar da classificação.[6]

    Para levar a coroa, ela derrotou candidatas de outros 115 países, ao responder à clássica pergunta "Por que você deve ser a Miss Mundo?", com: "Quando eu era jovem, me senti muito sortuda porque tantas pessoas me ajudaram e espero que no futuro eu possa ajudar a muitas crianças a terem sorte". [5]

    "A platéia, majoritariamente chinesa, explodiu em aplausos e fogos de artifício iluminaram o céu", escreveu o China Daily. [5]

    Reinado

    Após sua coroação, ela visitou diversos países do mundo como Itália, França, África do Sul, Índia, Estados Unidos, Indonésia e Tailândia. [7]

    Visita ao Brasil

    Em 1º de abril de 2013, ela foi deportada do Brasil, após chegar ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, para participar do concurso Miss Brasil Mundo 2013, por desembarcar no país sem o visto de entrada exigido aos chineses. [8] [9]

    A situação foi resolvida posteriormente e ela participou da final do Miss Brasil Mundo 2013. [10]

    Vida após o Miss Mundo

    Em 2015 apareceu como atriz do filme "Carga Explosiva, O Legado" (The Transporter Refueled, em inglês).

    No final de 2015, participou de eventos relacionados ao Miss Mundo 2015, no qual também foi jurada. [11] [12]

    Referências


  • Representante da China é coroada Miss Mundo 2012

  • «Una china fue elegida la nueva Miss Mundo». www.lanacion.com.ar (em espanhol). 18 de agosto de 2012. Consultado em 25 de julho de 2020

  • «La china Wen Xiayu es coronada Miss Mundo 2012». HOLA MÉXICO (em espanhol). 19 de agosto de 2012. Consultado em 25 de julho de 2020

  • «Yu Wenxia (于文霞)». Baike-Baidu. ?. Consultado em 25 de julho de 2020 Verifique data em: |data= (ajuda)

  • «Chinese beauty takes Miss World crown |China |chinadaily.com.cn». www.chinadaily.com.cn. Consultado em 25 de julho de 2020

  • «Chinesa coroada Miss Mundo 2012». Consultado em 19 de agosto de 2012

  • «Miss World Yu Wenxia attends welcoming press conference in Jakarta - People's Daily Online». en.people.cn. Consultado em 25 de julho de 2020

  • «Miss Mundo é deportada ao chegar ao Rio de Janeiro». Yahoo Brasil. Consultado em 3 de abril de 2013

  • EGO, Juliana Guterres do; Rio, no. «Atual Miss Mundo é barrada no Galeão, no Rio, e volta para Londres». Ego. Consultado em 25 de julho de 2020

  • «Sancler Frantz - a Miss Mundo Brasil 2013». noticias.uol.com.br. Consultado em 25 de julho de 2020

  • «65th Miss World Final to be held on Dec. 19- China.org.cn». www.china.org.cn. Consultado em 25 de julho de 2020

    1. Ade-Unuigbe, Adesola (16 de dezembro de 2015). «Agbani Darego, Unoaku Anyadike & All the Gorgeous Beauty Queens at the Miss World 2015 Charity Gala». BellaNaija (em inglês). Consultado em 25 de julho de 2020

    Ligações externas

    Instagram oficial

    Artigo na Wikipedia chinesa

    Wikipédia

    domingo, 31 de julho de 2022

    Caminhos para o ensino superior

     Há muito tempo defendo que as universidades estatais sejam privatizadas

    Guilherme Baumhardt

    Teve grande repercussão a coluna da última quinta-feira, em que tratei de erros cometidos ao longo dos últimos anos (especialmente nas gestões petistas) e que resultaram em queda na qualidade de ensino, fuga de alunos e quebradeira de instituições privadas. Mas é possível ir além.

    Permito-me aqui apresentar algumas ideias sobre o tema. E começo pelas instituições públicas. Há muito tempo defendo que as universidades estatais sejam privatizadas. Se não é possível vislumbrar isso no horizonte, há um meio termo. E ele começa com o fim da estabilidade funcional dos servidores e, principalmente, a cobrança de mensalidade daqueles que podem pagar.

    O retrato hoje é o seguinte: alunos de ponta, de boas escolas privadas, conseguem as melhores notas nos vestibulares ou no Exame Nacional do Ensino Médio. Ou seja: estudantes cujos pais puderam bancar – felizmente – mensalidades durante toda a vida escolar, quando chegam à universidade têm os seus estudos custeados por toda a população que paga imposto.

    A dona Maria, empregada doméstica, e o seu Zé, pedreiro, bancam o curso superior do estudante que teria grana para pagar uma mensalidade. É justo? Não me parece. E não se resolve isso com um sistema torto como é o de cotas, que apenas acentua a discrepância vigente.

    Não entro aqui em um debate de luta de classes (que os canhotos tanto gostam), mas para sugerir uma ferramenta que insira instituições públicas em um mercado – sim, é um mercado. Cobrar mensalidade vai conferir um caráter de competitividade maior para as próprias universidades estatais, que vão, literalmente, disputar alunos com as instituições privadas. Se há cobrança financeira em ambas, vai atrair estudantes aquela que oferecer os melhores e mais qualificados cursos. Quem for mais eficiente, sai ganhando. Abre-se, ainda, uma janela extra de financiamento para tais instituições, que independe do orçamento governamental. Universidades públicas precisarão mostrar resultado, para atrair estudantes e, a partir daí, pagar o custeio.

    É uma ideia maluca? Não. É assim, por exemplo, nos Estados Unidos, onde existem universidades privadas e, também, públicas, que cobram mensalidades (lá o mais comum é o pagamento anual). E quem não pode pagar? Concorre a uma bolsa, preenchendo determinados requisitos. Existem outras maneiras? Sim, ser um atleta universitário (futebol, baseball, basquete e outras modalidades possuem ligas de competição destinadas a estudantes). É uma porta encontrada por muitos que não podem pagar.

    E se não fizermos isso por aqui? O cenário atual se agravará. Cérebros de com bolsos familiares privilegiados não estudarão mais aqui. Farão a graduação fora, como tem sido cada vez mais frequente. É gente que não volta mais. Aqueles que hoje ingressam nas universidades públicas, mesmo tendo bancado mensalidades por toda a vida em escolas particulares, seguirão estudando “de graça”. E aqueles que não tiveram uma boa base permanecerão distantes do ensino superior.

    Enquanto isso não ocorre, fica aqui uma sugestão para as instituições privadas. Privilegiem bolsas, apostem em núcleos de excelência (o Instituto do Cérebro da PUCRS é apenas um dos bons exemplos). Captem para si a vanguarda e as cabeças privilegiadas que estão descontentes nas instituições públicas, sejam alunos ou professores. Não apostem no mesmo caminho da lacração e ativismo político – a semana reservou mais um capítulo, com um ex-reitor da Ufrgs abrindo voto e fazendo campanha para o ex-condenado Lula. Apostem no que foi colocado acima, ou quebrarão a cara, assistindo a um esvaziamento de salas de aula.

    Caminho certo...

    O Brasil tem hoje uma das gasolinas mais baratas do mundo. Poderia ser ainda melhor se a privatização de refinarias estivesse em um patamar mais avançado. Paga-se, em média, hoje no país R$ 5,89 pelo litro – isso antes do recente anúncio de redução da Petrobras, durante a semana. Nos Estados Unidos, o preço médio é de R$ 6,59, enquanto em países como França, Itália e Inglaterra, o valor cobrado ultrapassa os R$ 10. Se não quisermos ir tão longe, aqui ao lado, no Uruguai, também paga-se mais de R$ 10 pela gasolina.

    ... para a redução

    Isso foi conquistado sem artificialismos, sem ignorar as oscilações de mercado ou da variação cambial. E, o principal, sem meter a mão na Petrobras, interferindo na política de preços. Ficou evidente que pagávamos muito, em prol de dois grandes beneficiados. O primeiro deles: a própria Petrobras, que durante a semana anunciou resultados recordes e vai distribuir dividendos aos seus acionistas como poucas vezes na história se viu. A solução para isso? A abertura do mercado a passos largos, para gerar concorrência – por isso a menção às refinarias, na nota acima.

    O caos não veio

    O segundo beneficiário do nosso dinheiro eram os cofres estaduais, cobrando impostos exorbitantes, com alíquotas absurdas. Vale frisar: o caos propagado por muitos governadores e secretários da Fazenda até agora não ocorreu, após o teto do ICMS definido pelo Congresso.


    Correio do Povo

    A advertência chinesa

     Jinping disse a Biden para “não brincar com fogo” em relação a Taiwan



    Na linguagem popular se poderia dizer que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, “levou um pito” de seu colega chinês Xi Jinping na conversa remota que mantiveram nesta quinta-feira. No ambiente das relações internacionais soou como uma séria advertência quando Jinping disse a Biden para “não brincar com fogo”. O fogo é Taiwan, a ilha que se considera independente, mas Pequim a vê como uma província rebelde. A faísca que poderia acender o pavio seria a ida a Taiwan da presidente do Congresso americano, a deputada democrata Nancy Pelosi.

    A separação de Taiwan da China continental se deu em 1949, quando Mao Tsé-Tung, à frente de tropas comunistas, invadiu o país e derrubou o regime nacionalista capitalista liderado por Chiang Kai-shek. Este se refugiou em Taiwan, mantendo ali um regime capitalista, sob a proteção dos Estados Unidos. Taiwan sempre buscou se tornar um país independente, mas suas pretensões se esvaíram em janeiro de 1972, quando, em ações costuradas pelo então secretário de Estado americano Henry Kissinger, EUA e China se reaproximaram. O que se deu com a ida a Pequim do então presidente Richard Nixon encontrando-se com Mao Tsé-Tung. O fato foi marcante. O encontro entre eles há 60 anos restabeleceu as relações bilaterais entre a China e os Estados Unidos depois de mais de duas décadas de distanciamento. A visita oficial deu início à “semana que mudou o mundo” – frase ecoada no mundo político até os dias de hoje –, redefinindo a rota geopolítica e econômica mundial, em um contexto da Guerra Fria e com consequências no desenvolvimento chinês e global.

    Apesar da euforia da ocasião, as diferenças entre comunismo e capitalismo não permitiram uma maior aproximação entre Pequim e Washington. Os Estados Unidos nunca deixaram de tutelar Taiwan, onde vigorava, e ainda vigora, o regime com o qual se identificaram. Em dezembro de 1954, EUA e Taiwan chegaram a assinar um tratado de defesa mútua. Mas este foi rompido em janeiro de 1980, depois do restabelecimento pleno de relações diplomáticas entre China e EUA no ano anterior. Os americanos, porém, nunca deixaram de apoiar as pretensões independentistas da ilha. Em muitas ocasiões acenaram até com apoio militar. Especialmente, em caso de invasão por Pequim.

    Em maio, durante encontro com o premiê japonês, Fumio Kishida, Biden admitiu que os EUA defenderiam Taiwan em caso de invasão. Ato falho do presidente. Em seguida, assessores na Casa Branca tiveram que ir a campo para dizer que “a política dos EUA sobre Taiwan não mudou”. “Ele reiterou nossa política de ‘Uma só China’, e nosso compromisso com a paz e a estabilidade em todo o Estreito de Taiwan. Também reiterou nosso compromisso com a Lei de Relações de Taiwan, para fornecer a Taiwan os meios militares para se defender”. Ou seja, fornecer meios, mas não se envolver diretamente. Esta posição ambígua deu maior força a Pequim para rejeitar até a presença de uma alta autoridade americana em Taiwan, no caso Nancy Pelosi. 

    O futuro, logicamente, é incerto, no entanto as constantes manobras militares chinesas em torno da ilha dão a ideia de que um dia Jinping vai fazer o mesmo com Taiwan que o presidente russo, Vladimir Putin, está fazendo com a Ucrânia.

    Correio do Povo