sexta-feira, 1 de julho de 2022

Washington Luís - História virtual

 

Washington Luís
13.º Presidente do Brasil
Período 15 de novembro de 1926
a 24 de outubro de 1930
Vice-presidente Fernando de Melo Viana
Antecessor(a) Artur Bernardes
Sucessor(a) Junta Governativa Provisória [nota 1]
Senador por São Paulo
Período 30 de junho de 1925
a 3 de maio de 1926
11.º Presidente de São Paulo
Período 1 de maio de 1920
a 1 de maio de 1924
Antecessor(a) Altino Arantes
Sucessor(a) Carlos de Campos
3.º Prefeito de São Paulo
Período 15 de janeiro de 1917
a 15 de agosto de 1919
Antecessor(a) Barão de Duprat
Sucessor(a) Álvaro Rocha Azevedo
Deputado Estadual de São Paulo
Período 7 de abril de 1912
a 7 de abril de 1913
Período 7 de abril de 1904
a 13 de maio de 1906
Secretário de Justiça de São Paulo
Período 13 de maio de 1906
a 6 de abril de 1912
Sucessor(a) Mario Bastos Cruz
7.º Prefeito de Batatais
Período 1897 a 1899
Antecessor(a) Francisco Bernardes Corrêa
Sucessor(a) Renato Jardim
Dados pessoais
Nome completo Washington Luís Pereira de Sousa
Nascimento 26 de outubro de 1869
Macaé, Província do Rio de Janeiro, Brasil
Morte 4 de agosto de 1957 (87 anos)
São Paulo, São Paulo, Brasil
Alma mater Faculdade de Direito do Largo de São Francisco
Cônjuge Sofia Pais de Barros (1900–1934)
Filhos 4
Partido Republicano Federal
Republicano Paulista
Profissão Advogado e historiador
Assinatura Assinatura de Washington Luís

Washington Luís Pereira de Sousa GCC (Macaé, 26 de outubro de 1869São Paulo, 4 de agosto de 1957)[1] foi um advogado, historiador e político brasileiro, décimo primeiro presidente do estado de São Paulo, décimo terceiro presidente do Brasil e último presidente efetivo da República Velha.[2]

Foi deposto em 24 de outubro de 1930, vinte e um dias antes do término do seu mandato como presidente da república, por um golpe militar liderado pelo general Tasso Fragoso, que passou o poder, em 3 de novembro, às forças político-militares comandadas por Getúlio Vargas, na denominada Revolução de 1930. Foi o criador do primeiro serviço de Inteligência do Brasil em 1928.[3]

O apelido que o definia era Paulista de Macaé, pois, embora nascido no estado do Rio de Janeiro, sua biografia política foi toda construída no estado de São Paulo. Foi chamado também de O estradeiro, e, durante a Revolução de 1930, de Doutor Barbado pelos seus opositores.[2]

Trajetória política

Início da carreira

Fez seus primeiros estudos na cidade do Rio de Janeiro como aluno interno do renomado Colégio Pedro II. Para Washington Luís poder estudar, seus pais, que eram pobres, tiveram que tirar os outros filhos da escola.[4]

Graduou-se em Direito em 1891 pela Faculdade de Direito de São Paulo. Nomeado promotor público em Barra Mansa, renunciou ao cargo para se dedicar à advocacia em Batatais, onde iniciou a carreira política. Como historiador, suas principais obras foram A Capitania de São Paulo e Na Capitania de São Vicente.[3]

Foi vereador em 1897 e intendente em 1898 em Batatais. Como intendente, fez uma experiência pioneira de Reforma Agrária no Brasil. Iniciou a sua carreira política no Partido Republicano Federal (PRF), ingressando depois no Partido Republicano Paulista (PRP), elegendo-se deputado estadual para o biênio 1904 — 1905.

Participou ativamente na Assembleia Constituinte estadual de 1905, apoiando sobretudo o municipalismo, defendendo ampla autonomia dos municípios frente aos governos estaduais e federal.

Secretário de Justiça e Segurança Pública

Deixou o cargo de deputado estadual para assumir, em 13 de março de 1906, a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública, onde permaneceu até 1 de maio de 1912.[2]

A secretaria de Justiça, reorganizada pela lei nº 1.006 de 17 de dezembro de 1906, foi reformada passando a cuidar também da segurança pública, tendo seu comando centralizado nas mãos de Washington Luís, abrangendo a "polícia de carreira", a chamada hoje, Polícia Civil, criada pouco antes, em dezembro de 1905, e a Força Pública paulista, atual Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Coube a Washington Luís modernizar a Força Pública, atual Polícia Militar do Estado de São Paulo, com a vinda de uma missão militar francesa. Instalou a recém-criada Polícia Civil de São Paulo, nomeando apenas funcionário público de carreira formado em direito para o cargo de delegado de polícia, não mais aceitando nomeações pelos líderes políticos locais:[2] os coronéis, que ficaram, assim, com seu poder reduzido. Esta modernização da Polícia Civil recebeu o nome de "polícia sem política".

Reorganizou o Gabinete de Identificações, atual Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt; Reorganizou o Gabinete Médico Legal; Criou o Gabinete de Reclamação e Objetos Achados. Instituiu a identificação dactiloscópica nas delegacias, a técnica mais moderna da época. Exigiu que os promotores denunciassem pais, muitos na época, que não registravam os filhos, o que deu impulso ao registro civil em São Paulo.

Em 1910, apoiou a Campanha Civilista de Rui Barbosa. Incentivou a criação do Automóvel Clube de São Paulo do qual foi seu vice-presidente. Percorreu as estradas paulistas, traçando os primeiros projetos para a melhoria de suas rodovias e implantação de um plano rodoviário estadual.

Seu maior desafio nesta secretaria foram os contínuos ataques dos índios aos trabalhadores da estrada de ferro Noroeste do Brasil e aos pioneiros do oeste paulista. Outro grande desafio foi a greve dos soldados da Força Pública, atual Polícia Militar do Estado de São Paulo, na onda de greves de 1907, tendo decidido ir pessoalmente ao Quartel da Luz e convencido os soldados a encerrá-la.[3] Conseguiu manter a ordem pública durante a disputada campanha eleitoral de 1910 entre Rui Barbosa e Hermes da Fonseca.

Sua diretriz administrativa como secretário de Justiça e Segurança foi:

Ainda em 1910, criou o Gabinete de Investigações e Capturas, o qual deu maior eficiência à polícia civil de São Paulo. Criou em 1909 a Penitenciária do Estado de São Paulo e iniciou sua construção.

Deputado estadual em 1912-1913

Foi novamente eleito deputado estadual para o mandato de 1912 a 1913, quando defendeu que presos com boa conduta deveriam ter redução da pena e que deveria se utilizar presidiários na construção de estradas.[3] Conseguiu também como deputado estadual a aprovação da lei estadual nº 1.406 de 1913, que estabelecia o regime penitenciário do estado de São Paulo e regulamentava a utilização de presos na construção de rodovias, sendo que uma das principais obras viárias a utilizar presidiários foi a Estrada Velha de Campinas, iniciada em 1916.

Essa lei, no seu artigo 16, autorizava o governo paulista estabelecer sistema de viação pública e as características das rodovias paulistas, o que foi feito, pelo decreto estadual 2.585 de 15 de julho de 1915. O governador Lucas Nogueira Garcez entendia que a lei 1.406 podia ser vista como a "gênese da moderna legislação rodoviária brasileira".[6]

E assim, Washington Luís, explicou a importância das estradas, na Câmara dos Deputados paulista:

Prefeito de São Paulo

Washington Luís Pereira de Sousa em publicação da revista O Pirralho na ocasião de sua posse como vereador, janeiro de 1914. No mesmo mês, seria eleito prefeito de São Paulo pela Câmara Municipal.

Foi prefeito da cidade de São Paulo, de 15 de janeiro de 1914 a 15 de agosto de 1919, sendo que, no primeiro mandato (1914-1917) foi eleito vereador, e posteriormente eleito prefeito pela Câmara Municipal de São Paulo. Para o segundo mandato (1917-1919), foi eleito pelo voto direto do povo.

Recuperou e editou os documentos quinhentistas da Câmara Municipal de São Paulo, criou as feiras-livres de alimentos e enfrentou os 3 "Gs" a Primeira Guerra Mundial, a Gripe espanhola (1918) e as greves operárias de 1917. Ou 4 "G"s se incluirmos a grande geada de 1918. Construiu e recuperou 200 quilômetros de estradas municipais paulistanas.

Foi um dos patrocinadores e organizadores do "Primeiro Congresso Paulista de Estradas de Rodagem", realizado em São Paulo, de 30 de maio a 7 de junho de 1917, que discutiu regras e fontes de recursos para ampliação e para manutenção da malha rodoviária paulista. Buscou, também, apoio empresarial para investimentos em rodovias. Washington Luís foi eleito, ao final do Congresso, o primeiro presidente da "Associação Permanente de Estradas de Rodagem".

A sua insistência em priorizar rodovias foi mal vista pelos seus adversários políticos. Sua política, porém, foi firmemente defendida por Monteiro Lobato, que atribuía o desenvolvimento dos Estados Unidos à sua enorme rede rodoviária.

Oficializou o brasão da cidade de São Paulo em 1916.

Washington Luís, como historiador dos governadores paulistas, inspirou-se no governador Bernardo José Maria de Lorena que construiu a Calçada do Lorena, Bernardo José Pinto Gavião Peixoto que abriu a Estrada da Maioridade e nos governadores da década de 1860 que investiram a maior parte do orçamento da província na recuperação da "Estrada da Maioridade".

A agitação operária e a greve de 1917

A Washington Luís, caluniosamente, quando presidente do Estado de São Paulo, foi-lhe atribuída a frase "Questão social é questão de polícia", quando a frase verdadeira foi:

Não existe nenhum registro de abuso de autoridade de Washington Luís, nem como secretário da Justiça, nem em demais cargos que ocupou.[7]

Durante sua gestão no comando da capital paulista, ocorreu a agitação dos anarquistas decorrente da chamada Greve Geral de 1917. Washington Luís era o prefeito da capital paulista, e Altino Arantes o presidente do estado, encarregado do policiamento e da ordem pública.

De acordo com depoimentos da época da greve de 1917, textos publicados e relatos de jornais, entrevistas de coveiros e funcionários da Polícia em diversos órgãos da Imprensa Oficial e da imprensa operária, foram de centenas os mortos da "Greve geral de 1917", sendo atacados, pelos grevistas, funcionários da prefeitura, inclusive enfermeiros, conforme relata o Presidente Altino Arantes na sua Mensagem ao Congresso do Estado de 1918. Washington Luís então redobrou os esforços para manter os serviços públicos funcionando normalmente durante a greve de 1917.[8]

A gripe espanhola de 1918

Durante a epidemia de gripe espanhola, o esforço de Washington Luís foi, principalmente, o de garantir o abastecimento de comida, intensificar o serviço de limpeza e manter funcionamento dos cemitérios. Em seis semanas, a doença atingiu 116 777 paulistanos (22,32% dos habitantes da capital) e o número de mortos chegou a 5 214 (1%). Apesar do volume de vítimas, ele defendeu a atuação da prefeitura no relatório final do ano, comparando a gripe espanhola à peste negra que assolou a Europa na Idade Média.

No governo do estado de São Paulo

Em 1 de maio de 1920, chegou à presidência do estado (governador), na qual ficou até 1 de maio de 1924, e consolidou sua posição de comando na comissão executiva do Partido Republicano Paulista (PRP).

A prioridade de seu governo era povoamento do interior do estado e o grande número de obras rodoviárias executadas. "Governar é abrir estradas" foi seu lema, na campanha eleitoral de 1920. Devido a esse lema, recebeu o apelido de "Estradeiro", lema e prioridade de governo, os quais, foram, depois, assimilados pelos governadores posteriores de São Paulo. A sua frase ainda é citada pelos políticos paulistas.

A frase, na sua íntegra, que é uma extensão da frase de Afonso Pena "Governar é povoar", dava ênfase à ocupação do território:

Foi muito criticado pelos seus adversários que eram contra essa novidade da época: as estradas, chegando a ser chamado de "General Estrada de Bobagem", um trocadilho com "Estrada de Rodagem".[9]

Seguiram a tradição de Washington Luís e também são considerados Estradeiros, os seguintes governadores paulistas: Ademar de Barros, Paulo Egídio Martins, Paulo Maluf e Orestes Quércia. Franco Montoro deu impulso às pequenas estradas do interior do estado chamadas de "estradas vicinais".

Ademar, em 27 de dezembro de 1938, declarou:

As principais estradas implantadas, visando ligar São Paulo aos estados vizinhos e ao porto de Santos, foram:

  1. São Paulo - Bananal, na divisa com o Rio de Janeiro;
  2. São Paulo - Santos (pavimentada), recuperando a Estrada do Mar, antiga Estrada da Maioridade;
  3. São Paulo - Ribeirão Preto, antigo traçado diferente do atual;
  4. São Paulo - Sorocaba, antigo traçado.

De seu mandato como presidente do estado de São Paulo (1920-1924), destacam-se ainda:

  1. Garantiu a segurança do estado, enviando tropas da Polícia Militar para combater, na fronteira com o Mato Grosso do Sul, os revoltosos do levante tenentista de 5 de julho de 1922;
  2. Presidiu o centenário da Independência do Brasil, reformou o Museu do Ipiranga e construiu e inaugurou, em 7 de setembro de 1922, o Monumento da independência e diversos monumentos ao longo da Rodovia Caminho do Mar, que liga a capital paulista ao litoral, como o Padrão do Lorena e o Cruzeiro Quinhentista;
  3. Restabeleceu a imigração europeia interrompida pela primeira guerra mundial para as lavouras de café. Criou um tribunal rural para dirimir conflitos entre colonos e fazendeiros;
  4. Criou colônias agrícolas especialmente de japoneses e procurou não enviar imigrantes diretamente para terras devolutas do sertão do estado por entender que não estavam adaptados ainda ao novo clima e solo;
  5. Estabelece por lei, em 1921, que, as terras devolutas do estado, possam ser adquiridas, por doação do estado, e não mais por compra, como se fazia até então, permitindo a posseiros regularizarem suas terras;
  6. Realizou o reconhecimento do oeste paulista ainda composto de terras virgens visando seu povoamento;
  7. A Semana de Arte Moderna de 1922, que ele apoiou;
  8. Pediu ao escritor Monteiro Lobato que escrevesse um livro para ser usado em aulas de leitura das escolas estaduais. Tal livro chamado: "A menina do nariz arrebitado" lançou Monteiro Lobato na literatura infanto juvenil;
  9. A criação de várias faculdades de farmácia e odontologia no interior do estado em uma iniciativa pioneira de interiorizar a educação;
  10. Criou o Museu Republicano de Itu;
  11. Modernizou o Arquivo do Estado de São Paulo, editando e publicando documentos históricos valiosos e transformou o Museu Paulista ( Museu do Ipiranga) em museu histórico com enfoques nos Bandeirantes;
  12. Recebeu em 1923, o rei Alberto I da Bélgica;
  13. Em 1922, O Gabinete de Investigações e Capturas, da Secretaria de Justiça e Segurança, desbaratou o Partido Comunista de São Paulo, subordinado à Rússia e que foi o primeiro partido político desta ideologia a ser organizado no Brasil;
  14. Realizou uma reforma completa do ensino público estadual e uma reforma do poder judiciário;
  15. Refinanciou a dívida interna e a dívida externa do Estado;
  16. Criou os processos de indenização por acidente de trabalho;
  17. Estabeleceu em definitivo as fronteiras de São Paulo com o Rio de Janeiro e com o Paraná. Encaminhou o problema da divisa de São Paulo com Minas Gerais que finalmente foi resolvida no governo de Armando de Sales Oliveira.

A 18 de dezembro de 1923 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo de Portugal.[11]

Senador da República e a candidatura à presidência

Washington Luís.

Logo depois de Washington Luís deixar o governo paulista, ocorre a Revolução de 1924, e ele, então, se alista nas tropas que combateram a Revolução de 1924, dando seu apoio ao seu sucessor no governo paulista, o Dr. Carlos de Campos.[12]

Passa brevemente pelo Senado Federal, eleito em 1925, após deixar o governo de São Paulo, assumindo a vaga aberta pelo falecimento do senador Alfredo Ellis em 1925.[13]

É escolhido para disputar a presidência da República, como candidato único, sem nenhuma oposição e dissidência, tal era seu prestígio político. Foi apoiado, sem restrições, pelo PRP e demais partidos republicanos estaduais, no tradicional esquema de revezamento entre Minas Gerais e São Paulo na presidência da república, conhecido como política do café-com-leite.[14]

Assim, no dia 1 de março de 1926, Washington Luís obtém a maior votação até então para a presidência da república: 688 528 votos contra 1116 votos dados ao general Joaquim Francisco de Assis Brasil.[15] Fernando de Melo Viana é eleito, no mesmo dia, vice-presidente da república.[14]

Presidente da República

Assumiu a presidência da República em 15 de novembro de 1926. Sua eleição foi recebida com grandes esperanças, após um período de agitações políticas.[12] Não renovou o estado de sítio aprovado no quadriênio anterior, por Artur Bernardes, que continuou vigorando, porém, em alguns estados, para o combate da Coluna Prestes. Extinguiu os presídios políticos da Ilha da Trindade e da Clevelândia no Amapá, mas, embora tivesse prometido libertar todos os presos políticos, segundo sua mensagem presidencial de 1927,[13] não concedeu anistia aos revoltados de 1922, 1923, 1924 e 1925. A seguir, novos focos de insatisfações políticas o levaram a endurecer a Lei de Imprensa e a aprovar a “Lei Celerada”, que jogou novamente o Partido Comunista na ilegalidade.[2]

A coluna Prestes, esgotada e sem apoio da população para uma revolução, em 1926, se retira para a Bolívia.

Washington Luís e o seu Ministério, 1926.
Pintura de Washington Luís com a faixa presidencial.

Enfrentou a crise internacional do café e a crise financeira internacional, iniciada em outubro de 1929, com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, mas mesmo assim tentou estabilizar a taxa de câmbio e equilibrar o orçamento nacional.[13]

Em 18 de dezembro de 1926, instituiu a reforma econômica, financeira, monetária e cambial no Brasil, através do decreto nº 5.108, sendo, naquele momento, seu ministro da fazenda, Getúlio Vargas.

Criou o Conselho de Defesa Nacional, em 1927, constituído pelo presidente da República e pelos ministros de estado, com a tarefa de “coordenar a produção de conhecimentos sobre questões de ordem financeira, econômica, bélica e moral, referentes à defesa da Pátria”.[14] Este conselho foi o embrião dos órgãos de inteligência e de segurança nacional do Brasil.

Pelo decreto nº 5.141, de 5 de janeiro de 1927 é criado o Fundo Especial para Construção e Conservação de Estradas de Rodagens Federais, para financiar o desenvolvimento rodoviário do Brasil.

Uma de suas realizações foi a rodovia Rio-Petrópolis que, inaugurada em 1928, mais tarde receberia seu nome, pertencente a BR-040, primeira rodovia asfaltada do Brasil e considerada na época como uma grande obra da engenharia civil brasileira; um marco (muitos populares pensavam que as obras foram realizadas por norte-americanos ou outros estrangeiros).[13]

Terminou a Rodovia São Paulo-Rio (que ainda existe em alguns trechos chamados de SP-62, SP-64, SP-66 e SP-68, no estado de São Paulo), iniciada no seu mandato como governador do estado de São Paulo, inaugurando-a em 5 de maio de 1928.[14] Obra de dificílima realização. Foi a primeira rodovia a ligar São Paulo ao Rio de Janeiro e única ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro até a inauguração da Rodovia Presidente Dutra em 1950.[14]

A viagem de automóvel entre São Paulo e Rio de Janeiro passou a ter uma duração de 14 horas, contra 36 dias[16] de duração em 1908, quando o Conde Lesdain fez a primeira viagem (na época chamada de raide) entre São Paulo e Rio de Janeiro.[12]

Criou, em 1928, a Polícia Rodoviária Federal. Instituiu, pelo decreto nº 5.083, de 1 de dezembro de 1926, O Código de Menores. Criou, em 1927, a Aviação do Exército.

Em 23 de maio de 1928, Washington Luís foi baleado no hotel Copacabana Palace por sua amante, a marquesa italiana Elvira Vishi Maurich, que tinha 28 anos de idade. O presidente foi então internado, sendo a versão oficial de que teria tido uma crise de apendicite. Quatro dias depois a jovem marquesa foi encontrada morta. A versão da polícia foi de que teria sido suicídio.[17][18]

Em 1928, o Brasil recebeu a visita do presidente dos Estados Unidos, Herbert Hoover.

Como havia feito na prefeitura e no governo do estado de São Paulo, Washington Luís publicou documentos antigos do Arquivo Nacional, preservando assim muitos textos da História do Brasil, que corriam o risco de ser destruídos por insetos. Publicou também as obras completas de Rui Barbosa.[12]

Composição do governo

Vice-presidente

Ministros

A crise sucessória de 1930

O presidente do Brasil Washington Luís Pereira de Sousa (1926-1930).

Em 1929, Washington Luís apoiou Júlio Prestes, presidente do estado de São Paulo à sua sucessão, e o presidente da Bahia, Vital Soares, como candidato a vice-presidente. Com isso, rompia com a política do "café-com-leite", em que havia o predomínio de presidentes paulistas (café) e mineiros (leite) na presidência (a política do "café com leite" não ocorreu de forma alternada, como muitos pensam).

Os presidentes de dezessete estados apoiaram o candidato indicado pelo presidente Washington Luís. Negaram apoio ao candidato Júlio Prestes, apenas os presidentes de três estados, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba (Até hoje, lê-se "NEGO" na bandeira da Paraíba).

Os presidentes destes três estados e políticos de oposição de diversos estados se unem formando a Aliança Liberal e lançam Getúlio Vargas candidato a presidente da república, e o Presidente da Paraíba, João Pessoa como candidato a vice-presidente da república.

Em 1 de março de 1930, Júlio Prestes venceu a eleição contra os protestos da oposição que denunciava fraude. Surgem boatos sobre uma possível revolução, desmentidos por Getúlio Vargas e outras lideranças da Aliança Liberal.

O surgimento de um movimento insurgente em São José de Princesa, na Paraíba - que parecia, segundo a oposição, ter sido instigado pelo Governo Federal contra o Presidente do Estado, João Pessoa, - seguido do assassinato do mesmo João Pessoa e a grande depressão econômica de 1929, servem de pretexto para reunir as forças aliancistas, que conspiram e iniciam uma revolução em 3 de outubro de 1930.

Em 24 de outubro de 1930, os ministros militares depõem Washington Luís, que é preso, sai do Palácio do Catete acompanhado do Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro Sebastião Leme e é conduzido ao Forte de Copacabana. Uma junta militar assume a presidência, entregando-a a Getúlio Vargas no dia 3 de novembro de 1930.

Depois da presidência e homenagens

Washington Luís com a faixa presidencial.

Washington Luís foi exilado, vivendo muitos anos nos Estados Unidos e posteriormente na Europa. Regressou ao Brasil em 1947, recusando-se a voltar à política. Durante esse período se dedicou à História e às suas cartas e documentos para a posteridade. Como escreve seu biógrafo Célio Debes:

Mas, fato curioso, esse homem que, no exercício dos mais elevados cargos públicos, exteriorizou seu acendrado amor pela História, assegurando a perenidade de incalculável volume de documentos que se consumiam nos arquivos públicos, “pelo descaso ou incapacidade” dos dirigentes oficiais; esse homem, que assegurou lugar respeitável em nossa historiografia; esse homem não se considerava historiador!... Ao relatar àquele seu parente um fato que ligaria seu nome indelevelmente a benemérita editora paulista, hoje extinta, é que sustenta a negativa, a propósito da publicação de seu livro Na Capitania de S. Vicente.
“O editor Martins [...] quer lançá-lo quando inaugurar o edifício próprio [...] Nesse dia, colocará no edifício, que vai se chamar Edifício Mário de Andrade, uma placa de bronze com os dizeres: ”Este edifício inaugurou-se no dia em que foi lançado à publicidade o livro Na Capitania de S. Vicente, do historiador Washington Luís." Respondi-lhe que eu não poderia assistir a essa inauguração e que não consentia que pusesse na placa o historiador Washington Luís, porque não o sou, visto como esse tal livro é apenas um ensaio.” (Carta, de 11 de junho de 1956 (AWL, Pasta 46); os grifos são do original).
O trecho transcrito encerra dois talhes da personalidade de Washington. Sua irreprimível recusa, após o exílio, de participar de atos públicos, somente quebrada ao receber o título de cidadão de Itu. (O Estado de S. Paulo, 27 de setembro de 1955).[19]

Em 4 de agosto de 1957, faleceu em São Paulo, e hoje está enterrado no Cemitério da Consolação.

Foi homenageado, na ocasião de seu centenário de nascimento, em 1969, quando foram lançados dois livros. Há rodovias com seu nome, mas é um dos poucos presidentes que não têm uma cidade nomeada em sua homenagem.

Acervo Pessoal

O Arquivo Público do Estado de São Paulo (APESP) dispõe do acervo bastante robusto produzido e/ou acumulado pelo titular, composto por cerca de 20 000 itens textuais, 120 ampliações fotográficas e quase 7 000 livros de sua biblioteca pessoal.

Conforme aponta o Guia do Acervo do APESP, “O fundo Washington Luís reúne documentos tanto da esfera privada, quanto da profissional, passando pelas atividades do titular como advogado e como pesquisador interessado na história de São Paulo, com ênfase para sua atuação política, incluindo as presidências do Estado de São Paulo e do Brasil”.[20] Os documentos estão descritos item a item, em um catálogo disponível on-line.[21]

Cabe lembrar, ainda, que como figura pública bastante notável da Primeira República,  acaba sendo mencionado, ou mesmo se faz presente em cartas de próprio punho, em outros conjuntos documentais sob a guarda do APESP, como os de Júlio Prestes,[22] José Maria Whitaker,[23] Carlos de Campos,[24] Macedo Soares,[25] entre outros. Existe também um pequeno conjunto documental, no acervo do Instituto Histórico e Geográfico do Estado de São Paulo, por ora custodiado pelo APESP, dedicado à memória do estadista.[20]

Outras instituições também detêm alguns documentos produzidos ou relativos ao titular como o Arquivo Histórico Municipal e o Museu Republicano de Itu, que detém a maior parte da iconografia acumulada por W. Luís, conforme relata Bressanin.[26]

Cronologia sumária

  • Vereador de Batatais - 1897-1898
  • Intendente de Batatais - 1898-1900
  • Deputado estadual - 1904-1905
  • Secretário de Justiça e Segurança Pública de SP - 1906-1912
  • Deputado Estadual - 1912 -1913
  • Prefeito de São Paulo - 1914-1919
  • Presidente do Estado de São Paulo - 1920-1924
  • Senador da República - 1925-1926
  • Presidente da República - 1926-1930 (deposto)

Obras

  • A Capitania de São Vicente (1918) 1a Edição, pela Casa Garraux. Teve 2a edição, intitulada Na Capitania de São Vicente (1938), v. 111 da Coleção Brasiliana. Uma edição mais recente de Na Capitania de São Vicente foi publicada em 2004, pelas Edições do Senado Federal.

Ver também

Notas


  1. Júlio Prestes não é considerado sucessor no cargo, já que não o exerceu efetivamente

Referências


  • «Palácio do Planalto - Galeria de ex-Presidentes». Biblioteca. Consultado em 5 de agosto de 2017

  • «Washington Luís Pereira de Souza - Biografia». UOL - Educação. Consultado em 3 de julho de 2012

  • «Washington Luís - Biografia». R7. Algo Sobre. Consultado em 3 de julho de 2012

  • KOIFMAN, Fábio, Organizador - Presidentes do Brasil, Editora Rio, 2001.

  • FONSECA, Antônio Luís, Washington Luís - 1897-1920, Editora Pocai & Cia, São Paulo, 1920.

  • GARCEZ, Lucas Nogueira, Governar é abrir estradas - Washington Luís, Homenagem do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Gráfica Canton Ltda, 1969

  • *DEBES, Célio, Washington Luís, São Paulo, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1993, 2 volumes.

  • LOPREATO, Cristina, "O espírito da Revolta, a greve anarquista de 1917"

  • DEBES, Célio, Washington Luís, IMESP, São Paulo, 2 volumes, 2002.

  • CANABRAVA FILHO, Paulo, Adhemar de Barros - Trajetória e Realizações Editora Terceiro Nome, 2004.

  • «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Washington Luís". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 24 de março de 2016

  • Renato Cancian. «Governo Washington Luís (1926-1930)». UOL - Educação. Consultado em 3 de agosto de 2012

  • Tiago Dantas. «Washington Luís». R7. Brasil Escola. Consultado em 3 de julho de 2012

  • Thyago Ribeiro (22 de junho de 2006). «Governo de Washington Luís». InfoEscola. Consultado em 3 de julho de 2012

  • PORTO, Walter Costa, O voto no Brasil, Editora Topbooks, 2002

  • Revista Motor 1 (ed.). «História Automotiva: primeira viagem Rio-SP levou 36 dias». Consultado em 16 de setembro de 2021

  • «Amor clandestino | VEJA Rio». VEJA Rio. Consultado em 27 de fevereiro de 2016

  • «Nº12 – Perfil > Washington Luís». Revista Apartes. Consultado em 27 de fevereiro de 2016

  • DEBES, Célio. O Historiador Washington Luís. Introdução à "Na Capitania de S. Vicente", vol. 24 das Edições do Senado Federal, 2004. Disponível em [1].

  • «Washington Luís - Guia do Acervo». icaatom.arquivoestado.sp.gov.br. Consultado em 11 de novembro de 2020

  • «Catálogo de documentos Fundo Washington Luís» (PDF). Arquivo Público do Estado de São Paulo. Consultado em 11 de novembro de 2020

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    Exonerado, ex-presidente da Caixa manterá salário de R$ 56 mil por 6 meses

     Pedro Guimarães deixou comando do banco nesta semana após ser acusado de assédio sexual por várias funcionárias



    ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães deverá receber pelo menos R$ 56 mil da estatal por seis meses, mesmo após ter deixado o comando do banco nesta semana depois de ser acusado de assédio sexual.

    Isso ocorre por causa da Lei 12.813/2013. O artigo 6º da norma estipula o período de um semestre para o funcionário, que antes integrava o poder público, trabalhar na mesma área de atuação na iniciativa privada, justamente para evitar conflito de interesses.

    Com a indenização, o ex-presidente da estatal, que tinha salário fixo de R$ 56 mil, vai receber, ao longo do tempo em que ficará de "quarentena", o total de R$ 336 mil.

    A reportagem busca contato com Pedro Guimarães.

    Assédio sexual

    Guimarães pediu demissão da Caixa depois de se tornar alvo de investigações do Ministério Público Federal (MPF) e do Tribunal de Contas da União (TCU) por denúncias de assédio sexual. As suspeitas foram reveladas pelo portal Metrópoles. De acordo com a apuração, os casos teriam ocorrido com empregadas do banco. Em entrevista ao site, as mulheres relataram que se sentiram assediadas pelo economista em diferentes ocasiões, sempre em eventos ou viagens de trabalho.

    Há denúncias de aproximação física e toques indesejados. As investidas teriam ocorrido especialmente em eventos do Caixa Mais Brasil, programa criado pelo executivo para dar visibilidade à Caixa em todo o país.

    Fontes ouvidas pelo R7 no MPF confirmaram a investigação e afirmaram que as diligências estão sendo feitas sob sigilo na Procuradoria da República no Distrito Federal, já que o economista não tem foro privilegiado. A presidente do TCU, Ana Arraes, já confirmou a investigação da entidade sobre os mecanismos da Caixa para combater esse tipo de assédio.

    Quem é Guimarães?

    O economista carioca Pedro Guimarães tem 51 anos e assumiu a presidência da Caixa em 3 de janeiro de 2019, sucedendo Nelson de Souza. Como presidente da empresa, Guimarães também faz parte do conselho administrativo do banco. Antes disso, ele já havia sido sócio em duas instituições do setor bancário: a BTG Pactual — banco de investimentos fundado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes — e o Banco Plural.

    Guimarães formou-se em Economia em 1992 pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), fez mestrado em Economia na Fundação Getúlio Vargas (FGV) e doutorado pela Universidade de Rochester, em Nova York, onde apresentou uma tese sobre privatizações no setor financeiro.

    Ele é genro de Léo Pinheiro, da empreiteira OAS. Pinheiro foi o delator do "Caso Tripléx", que levou à condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele também já foi acusado de assédio moral, inclusive com a divulgação de vídeos em que constrange funcionários da Caixa e os obriga a fazer flexão.

    Na época, o Ministério Público do Trabalho (MPT) no Distrito Federal notificou Guimarães e recomendou que o presidente da instituição não submetesse os colaboradores a "situações de constrangimento no trabalho" sob pena de abertura de um procedimento investigatório e adoção de medidas para correção da conduta, sem descartar responsabilizações civil, criminal e administrativa.

    Em outro episódio recente, em dezembro de 2020, o economista ficou em evidência por comentar que não sabia que há pessoas morando em lixões no Brasil. Em março deste ano, Guimarães assinou acordos de R$ 24 mil com duas ex-empregadas domésticas que o acusaram de não pagar direitos trabalhistas.

    O presidente da Caixa chegou a cogitar a possibilidade de concorrer às eleições, mas a ideia acabou perdendo força. Ele também chegou a ser lembrado como possível substituto de Paulo Guedes no Ministério da Economia, que o indicou para a presidência do banco.

    R7 e Correio do Povo

    "Sei que é pouco", diz Bolsonaro sobre voucher de R$ 1 mil para caminhoneiros

     PEC que cria auxílio aos caminhoneiros entre julho e dezembro deste ano, foi aprovada no Senado e segue para a Câmara



    presidente Jair Bolsonaro avaliou, em live desta quinta-feira, que a proposta de emenda à Constituição (PEC) que cria auxílios para caminhoneiros ainda tem um valor baixo. O texto, aprovado no Senado nesta mesma noite, institui um auxílio mensal à categoria no valor de R$ 1.000 mensais, entre julho e dezembro deste ano.

    Bolsonaro fez o comentário enquanto elencava as mudanças da PEC. “O Auxílio Brasil vai de R$ 400 para R$ 600. O auxílio para o caminhoneiro é de R$ 1.000. Sei que é pouco, que os caminhoneiros gastam bastante combustível, mas é uma ajuda. Também vamos dobrar o valor do vale gás e vem mais coisa”, disse.

    O plenário do Senado aprovou as mudanças nesta quinta-feira. O valor a ser gasto pela União para dar os benefícios é estimado em R$ 41,2 bilhões, sendo R$ 5,4 bilhões para o voucher aos caminhoneiros. O governo estima que quase 900 mil profissionais dessa categoria sejam beneficiados. A matéria segue para a análise da Câmara dos Deputados.

    Na live, o presidente também comentou a recente aprovação no Congresso do teto do ICMS de combustíveis. “Sancionamos um projeto de lei que torna o combustível item essencial. Governadores já começaram a colocar em prática essa redução do imposto. Tem lugar que está 35% de ICMS e vai para 17%”, calculou.

    Bolsonaro elogiou a articulação de Arthur Lira para aprovação do projeto e criticou o voto contrário dos senadores do PT. “Todos votaram contra a redução do ICMS e hoje estão vendo a gasolina cair em média R$ 1. E o PT foi contra isso. O governador do Rio de Janeiro disse que, amanhã, cai em média R$ 1,30 o preço da gasolina”, levantou.

    R7 e Correio do Povo

    Sol predomina no RS nesta sexta-feira

     Dia começa frio em todas as regiões, mas a tarde será agradável



    O sol predomina neste primeiro dia de julho no Rio Grande do Sul, e são esperados amplos períodos de céu claro nesta sexta. No Oeste e no Sul, haverá a passagem de nebulosidade e, no caso do Sul, não se descarta chance de chuva isolada. O tempo aberto da madrugada favorece maior resfriamento, com ar seco e vento fraco.

    O dia começa frio em todas as regiões e com geada em algumas cidades. Já a tarde será muito agradável, com máximas ao redor de 20ºC na maior parte dos municípios gaúchos. Em Porto Alegre, a temperatura varia entre 7ºC e 20ºC.

    Segundo a MetSul, é muito provável que o junho acabe sendo o mês mais frio deste inverno e do ano. Isso porque não se espera que julho e agosto tenham temperaturas médias inferiores às observadas em junho.

    A tendência é que julho registre temperatura acima da média na maior parte do Centro-Sul do país, com vários dias agradáveis e alguns até quentes no Rio Grande do Sul, sobretudo na Metade Norte.

    Veja as mínimas e máximas no RS nesta quinta

    Torres 6 ºC / 21 ºC
    Caxias do Sul 3 ºC / 20 ºC
    Vacaria 2 ºC / 18 ºC
    Erechim 5 ºC / 22 ºC
    Santa Maria 6 ºC / 21 ºC
    Bagé 7 ºC / 18 ºC
    Pelotas 6 ºC / 18 ºC

    Correio do Povo

    Cansado de spam telefônico? Saiba como bloquear no Android

     https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2022/06/27/cansado-de-spam-telefonico-saiba-como-bloquear-no-android.htm

    Cansado de spam telefônico? Saiba como bloquear no Android

    Dólar sobe a R$ 5,23 e acumula valorização de 10,15% em junho

     Moeda norte-americana encerrou sessão em leve baixa



    Após esboçar uma queda pontual ao longo da tarde, o dólar se firmou em terreno positivo na última hora de negócios e encerrou o pregão desta quinta-feira o último de junho, em alta de 0,80%, cotado a R$ 5,23. Apesar de ter terminado a semana em leve baixa, de 0,34%, a divisa encerrou o mês com valorização de 10,15% - o maior avanço mensal desde março de 2020 (16,03%). Embora tenha permanecido com sinal positivo na maior parte do dia, o dólar oscilou quase dez centavos entre a máxima (R$ 5,2710) e a mínima (R$ 5,1880) - o que sinaliza o mercado ainda em busca de um novo parâmetro para a taxa de câmbio.

    Lá fora, o dia foi marcado por aversão ao risco, em meio a temores de recessão global na esteira do aperto monetário em países desenvolvidos para combate à inflação. Investidores abandonaram bolsas e commodities e correram para se abrigar nos Treasuries, cujas taxas tombaram.

    A T-note de 10 anos, principal ativo do mundo, chegou a furar o piso de 3%. O índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes - trabalhou em queda firme, ao redor dos 104,700 pontos, com perdas maiores ante o euro e o iene. A moeda americana subiu na comparação as divisas emergentes e de exportadores de commodities, com ganhos maiores frente o real.

    A aguardada leitura do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) em maio - medida de inflação preferida pelo Fed - não abalou a perspectiva de nova alta da taxa básica americana em 75 pontos-base. O núcleo, que exclui itens mais voláteis como alimentos e energia, avançou 0,3%, abaixo das expectativas. Na comparação anual, o núcleo desacelerou de 4,9% em abril para 4,7% em maio. As dúvidas são o tamanho da desaceleração da economia americana e, por tabela, global em meio ao processo desinflacionário.

    Para o economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, o PCE não trouxe grandes novidades, uma vez que um arrefecimento marginal da inflação na ponta já era esperado. Ele chama a atenção para a leitura do mercado de que o aperto monetário conduzido pelo Fed neste ano deve conter a inflação e permitir até um corte de juros nos EUA em 2023.

    "A estimativa de juro terminal em 2023 caiu cerca de 30 pontos-base em poucos dias. O mercado talvez esteja adiantando muito essa desaceleração da inflação nos Estados Unidos. As taxas dos Treasuries caíram muito", afirma Oliveira, que vê o tombo do dólar frente a pares fortes nesta quinta como reflexo da perspectiva de perda de fôlego da economia americana.

    Oliveira atribui o tombo do real em junho à onda de fortalecimento global da moeda americana no exterior ao longo do mês e à perda de fôlego dos preços das commodities. Ele também observa que Banco Centrais de outros países emergentes começaram a apertar suas políticas monetárias, aumentando a competição por recursos de investidores estrangeiros.

    "Além disso, a relação risco e retorno mudou porque a volatilidade da nossa taxa de câmbio aumentou muito. Outras moedas da região, como o peso chileno, tiveram desempenho melhor no segundo trimestre", afirma o economista do Fibra, acrescentando que há também o peso da questão eleitoral, dado o risco de escalada populista levando em conta o perfil dos dois principais candidatos, o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula. "Não que esse seja o meu cenário, mas é um risco que está presente para o mercado".

    Por aqui, houve a disputa técnica pela última Ptax de junho e a rolagem do vencimento dos contratos futuros de dólar, o que adicionou volatilidade aos negócios, segundo operadores. Investidores recompuseram posições defensivas em meio à expectativa para aprovação da PEC dos Combustíveis no Senado, cuja votação está prevista para esta noite. A oposição faz uma ofensiva para tirar do texto o decreto de estado de urgência, que supostamente blindaria o presidente Jair Bolsonaro de sanção pela Lei Eleitoral por aumento de programas sociais.

    "Inicialmente, o mercado recebeu bem o texto da PEC dos Combustíveis. Mas o clima ainda é de muita insegurança. Existe essa contestação ao estado de emergência, porque abriria a porta para o governo gastar ainda mais em ano eleitoral. Isso bate no risco-país e no câmbio", afirma a economista Bruna Centeno, da Blue 3.

    Taxas de juros

    No aguardo da votação da PEC dos Combustíveis no Senado, prevista para esta quinta-feira, o mercado de juros olhou para o exterior, acompanhando o fechamento das curvas globais e a queda dos preços das commodities. O dia foi marcado ainda por fatores técnicos relacionados a ajustes típicos de fim de mês e de semestre e a eventos importantes para o mercado de renda fixa da sexta-feira, entre eles vencimento de Letras do Tesouro Nacional (LTN).

    O leilão de títulos prefixados bem menor do que o anterior ajudou a abrir espaço para a devolução de prêmios de risco. No balanço do mês, não houve mudança relevante nos níveis de inclinação em geral, porque tanto taxas curtas quanto longas subiram por volta de 50 pontos-base em relação ao fim de maio.

    A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou a sessão regular em 13,785%, de 13,795% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2024 encerrou na mínima de 13,38%, de 13,571% na quarta-feora. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 12,715%, de 12,875%. A do DI para janeiro de 2027 caiu de 12,775% para 12,65%.

    O gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cassio Andrade Xavier, destaca que nesta quinta as curvas no exterior cederam bem apesar dos indicadores favoráveis da economia da China. Os índices de gerentes de compras (PMI, em inglês) oficiais subiram, cruzando a marca de 50 pontos que marca expansão. "Mas as curvas acabaram fechando com o índice PCE dos EUA, melhor do que o esperado", disse. O núcleo do indicador, que é o índice de preços preferido do Federal Reserve, avançou 0,3% em maio, ante consenso de alta de 0,4%. Em termos anualizados, a taxa caiu de 4,9% para 4,7%, nível ainda muito elevado.

    De todo modo, a inflação mais fraca aliviou a pressão nos Treasuries, com o rendimento das taxas das T-notes de 2 e 10 anos caindo mais de 10 pontos-base, voltando a ficar abaixo dos 3%. A curva local acompanhou, influenciada ainda pelo tombo das commodities metálicas e agrícolas e do petróleo, de 3%.

    "Os resultados de hoje da inflação dos EUA corroboram movimento ainda lento de desaceleração dos preços, mas importante para 'suavizar' os juros futuros no Brasil e os yields das treasuries no exterior", afirma o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho.

    Xavier, da Sicredi Asset, disse ainda que o mercado esteve à espera da votação da PEC dos Combustíveis. "Fica no radar até que ponto a porta ficará aberta a novas aventuras fiscais", observou. Nesta tarde, partidos de oposição tentaram retirar o estado de emergência do texto, argumentando que tal recurso não encontra respaldo no arcabouço legal vigente. De última hora, no fim da tarde, ainda havia negociação para inclusão de mais uma benesse no texto, um vale-gasolina para taxistas, com impacto fiscal de R$ 2,5 bilhões.

    Na agenda do dia, a Pnad Contínua mostrou queda na taxa de desemprego para 9,8% no trimestre até maio, maior que a apontada pelo consenso de mercado (10,2%) e no menor patamar para o período desde 2015, mas que não chegou a fazer preço nas taxas. Do mesmo modo, o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) veio relativamente dentro do esperado, também porque em boa medida o principal já havia sido antecipado na semana passada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e pelo diretor de Política Econômica, Diogo Guillen.

    A curva do DI e o mercado secundário de títulos foram adicionalmente influenciados nesta quinta pelos ajustes decorrentes do vencimento de R$ 111 bilhões de LTN, pagamento de R$ 22,3 bilhões em cupons de NTN-F e rebalanceamento dos fundos referenciados em IRF-M, na sexta. No leilão de prefixados, o último antes da virada do trimestre, o Tesouro reduziu à metade (5,5 milhões) a oferta de LTN ante a operação da semana passada (10 milhões) e diminuiu de 450 mil para 300 mil o lote de NTN-F.

    Bolsa

    O Ibovespa termina o mês, o trimestre e o semestre em tom menor, com junho (-11,50%) ainda pior do que abril (-10,10%), após a leve recuperação observada em maio (+3,22%). Com temores fiscais domésticos acrescidos à incerteza sobre o grau de desaceleração global em meio ao ciclo de aperto monetário (especialmente nos Estados Unidos), a referência da B3 teve o pior mês de junho desde 2002 (-13,39%). Nesta quinta-feira, fechou em baixa de 1,08%, aos 98.541,95 pontos, entre mínima de 97.758,43 e máxima de 99.619,06 pontos, com giro a R$ 27,6 bilhões na sessão. Na semana, cede 0,13%, com recuo de 5,99% neste primeiro semestre.

    O índice acumulou perda de 17,88% no segundo trimestre de 2022, o correspondente a 21.457,28 pontos - em 31 de março, antes da correção que viria no mês seguinte, o Ibovespa estava virtualmente aos 120 mil pontos (119.999,23 naquele fechamento). Assim, o trimestre que ora chega ao fim foi o pior desde a queda de 36,86% no intervalo entre janeiro e março de 2020, no começo da pandemia, a mais profunda retração de que se tem registro na Bolsa brasileira, quando superou mesmo declínios bem agudos vistos nas grandes crises de 2008, 1998 e 1995.

    No primeiro trimestre de 2022, em dólar, o Ibovespa estava em 25.203,56 pontos - agora está em 18.824,39 pontos, com avanço de 10,15% para o dólar ante o real no mês, vindo o índice da B3 dos 23.429,38 pontos, na moeda americana, no fechamento de maio. De lá para cá, a Bolsa ficou bem amassada, retrocedendo a níveis não vistos desde o começo de novembro de 2020 - desde o último 17 de junho, fechou na casa dos 100 mil pontos apenas nos dias 27 e 28.

    A cautela interna com relação à perspectiva fiscal do país se impôs no momento em que o cenário externo se mostra também atribulado pela correção das políticas monetárias em grandes economias, como as de Estados Unidos e zona do euro, por dúvidas sobre a retomada na China e pelo prolongado conflito no leste europeu. A combinação de incertezas, principalmente as relacionadas à economia chinesa e ao conflito na Ucrânia, tem acentuado a volatilidade das commodities, com efeito direto sobre o Ibovespa.

    Nesta quinta, o dia negativo para o minério de ferro e o petróleo colocou Vale ON (-2,83%) e Petrobras (ON -1,10%, PN -0,53%) em queda, assim como o setor de siderurgia (CSN ON -6,42%, Usiminas PNA -4,00%, Gerdau PN -3,41%). Além de CSN (-6,42%), CSN Mineração (-6,31%) também ocupou a ponta perdedora do Ibovespa na sessão, ao lado de Via (-8,13%) e JHSF (-5,66%). No lado oposto, Fleury (+16,10%), após anunciar acordo para combinação de negócios com a Hermes Pardini; Hapvida (+3,80%) e Telefônica Brasil (+3,07%). O dia foi desfavorável às ações de grandes bancos, à exceção de BB (ON +0,91%).

    "Muita coisa ruim já foi colocada no preço da Bolsa com relação ao fiscal e, partindo do nível que se tem hoje, é provável que o segundo semestre seja melhor. O mercado está ajustado a crescimento em declínio e juros em alta, com o ciclo atual de elevação da taxa do Fed mais rápido do que o visto em outras ocasiões. Resta saber qual será a taxa de juros neutra nos Estados Unidos, isso permanece em aberto", diz Rodrigo Santin, CIO da Legend. "Daqui para frente, o calendário tende a jogar a favor, na medida em que muito absurdo fiscal já foi cometido, muita coisa já foi para o preço e o balanço de riscos começa a se equilibrar", acrescenta.

    Santin chama atenção para os sinais de que tanto o presidente Jair Bolsonaro como o rival Luiz Inácio Lula da Silva estão agora "no mesmo balaio" com relação a gastos públicos e a compromisso com responsabilidade fiscal. Ele observa também que, com juros mais altos e tendendo a permanecer assim por tempo prolongado, a "seletividade" na escolha de ações passa a ser fundamental, ante o poder de atração da renda fixa. "Quando os juros estão baixos e as empresas são boas, compra-se até com múltiplos muito altos."

    "Estamos em um mercado de baixa tanto para S&P 500 como Ibovespa, ao final de um semestre difícil. Até a metade do semestre, ninguém esperava que o Federal Reserve acelerasse a alta de juros, passando de 0,25 ponto para 0,75 ponto porcentual (no ritmo de elevação), mas a inflação americana surpreendeu para cima e o BC dos Estados Unidos mudou a estratégia. Até então os mercados tinham uma visão mais benigna para a trajetória dos juros", observa Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, acrescentando que o Ibovespa chegou a subir mais de 20% em dólar no ano, no primeiro trimestre, sendo destaque de alta no mundo.

    Agência Estado e Correio do Povo

    Mega-Sena acumula e próximo concurso pode pagar R$ 43 milhões

     Próximo sorteio será no sábado



    O concurso 2.496 da Mega-Sena, realizado nesta quinta-feira à noite no Espaço Loterias da Caixa em São Paulo, não teve acertadores das seis dezenas. Os números sorteados foram: 07 - 26 - 31 - 38 - 46 - 58.

    O próximo concurso (2.497), no sábado, pode pagar um prêmio de R$ 43 milhões. A quina teve 50 ganhadores e cada um vai receber R$ 54.371,58. Os 3.505 acertadores da quadra receberão o prêmio individual de R$ 1.108,04. As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal.

    A aposta simples, com seis dezenas, custa R$ 4,50. O sorteio é realizado às 20h, no Espaço Loterias Caixa, no Terminal Rodoviário do Tietê, em São Paulo.

    Agência Brasil e Correio do Povo

    Senado aprova 1º turno de PEC que cria voucher a caminhoneiros e aumenta Auxílio Brasil

     Proposta prevê gastos de R$ 41,2 bilhões em prol de benefícios sociais; PEC alcança Auxílio Gás e institui benefício a taxistas


    O auxílio aos taxistas instituído pela PEC deve custar R$ 2 bilhões e também será pago de julho a dezembro. A proposta, contudo, não definiu qual será o valor individual do subsídio a cada motorista de táxi.

    Para ter direito à ajuda, os taxistas terão de apresentar um documento de permissão para prestação do serviço, feito pelo poder público municipal ou distrital, que tenha sido emitido até 31 de maio deste ano.

    Auxílio Brasil e Auxílio Gás

    Segundo a PEC, o Auxílio Brasil passará dos atuais R$ 400 para R$ 600, o que deve representar um custo de R$ 26 bilhões. O novo valor vai ser pago entre agosto e dezembro.

    De acordo com a matéria, o governo terá de zerar a fila para recebimento do benefício. Assim, a previsão é que o programa passe a atender 19,8 milhões de famílias.

    A PEC ainda determina que o valor do Auxílio Gás seja dobrado. Atualmente, as famílias beneficiadas têm direito a um valor equivalente ao preço de meio botijão de gás de 13 kg por bimestre. Com a proposta, o auxílio será elevado para o equivalente a um botijão de gás a cada dois meses. O novo valor valerá de julho até o fim de 2022.

    Outras propostas

    A PEC ainda determina a compensação a estados e municípios que dispõem de serviços de transporte público urbano e metropolitano. O objetivo é minimizar as perdas das companhias em razão da gratuidade da tarifa oferecida a passageiros com 60 anos ou mais, conforme previsto no Estatuto do Idoso. O custo estimado é de R$ 2,5 bilhões.

    Além disso, a proposta prevê uma compensação financeira à cadeia produtiva do etanol, na tentativa de possibilitar a competitividade desse produto frente ao diesel. O incentivo é da ordem de R$ 3,8 bilhões.

    Ainda há a previsão de uma suplementação de R$ 500 milhões ao programa Alimenta Brasil, que tem como finalidades promover o acesso à alimentação e incentivar a agricultura familiar. Para o alcance desses dois objetivos, o programa compra comida produzida pela agricultura familiar, com dispensa de licitação, e os destina a pessoas em situação de insegurança alimentar.

    Polêmicas

    O texto final da PEC aprovado pelo Senado não inclui um trecho que foi bastante criticado por parlamentares devido à possibilidade de permitir ao governo federal criar novas despesas e descumprir o teto de gastos públicos.

    Na proposta, há a previsão de que seja reconhecido estado de emergência no país durante o ano de 2022. Essa ferramenta é necessária para que o auxílio aos caminhoneiros e aos taxistas possa ser pago, tendo em vista que a legislação eleitoral proíbe a criação de benefícios em ano eleitoral, a não ser que o país esteja sob estado de emergência.

    Na primeira versão do seu relatório, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) dizia que, para enfrentamento ou mitigação dos impactos decorrentes do estado de emergência reconhecido, as medidas implementadas não poderiam ter vedações ou restrições previstas em norma de qualquer natureza.

    Esse trecho foi bastante criticado por outros senadores. A avaliação era de que a norma daria um “cheque em branco” para que o governo federal gastasse mais dinheiro público em outros projetos. Bezerra retirou o trecho e incluiu um novo dispositivo para que estabelecer os gastos permitidos pelo estado de emergência sejam apenas com os benefícios delimitados pela PEC.

    Além disso, o senador adicionou à redação uma norma para impedir que os valores reservados ao Auxílio Gás e Auxílio Brasil sejam usados para qualquer tipo de publicidade institucional.


    R7 e Correio do Povo


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