quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Câmara aprova mudanças no calendário escolar até fim do ano por conta da Covid-19

 Proposta será analisada pelo Senado



A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (1º) proposta que suspende a obrigatoriedade de escolas e instituições de ensino superior cumprirem uma quantidade mínima de dias letivos neste ano devido à pandemia de covid-19. Na prática, o projeto retoma o texto de MP aprovada no ano passado, que perdeu a vigência em dezembro. A matéria segue para votação no Senado.

O projeto também estabelece que as instituições de ensino sigam as diretrizes de autoridades sanitárias, quando houver. Além disso, prevê que o retorno às aulas presenciais estejam em conformidade com as diretrizes sanitárias. A previsão é que essa medida, se aprovada por Câmara e Senado, estejam em vigor até o fim do ano letivo de 2021.

Para a autora, deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), o projeto dá segurança jurídica aos secretários de Educação para aplicarem as normas neste ano. Segundo a deputada, o projeto foi apresentado a pedido da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). 

“Nós sabemos que muitas escolas já retomaram o seu trabalho de maneira remota, de maneira híbrida, mas nós temos muitos desafios em relação à organização curricular, que também já foi organizada pelo Conselho Nacional de Educação. Então, esse PL simplesmente estende o olhar e a organização que foi dada pelo Congresso em relação ao cumprimento dos dias e à organização curricular”, explicou a deputada.

Pelo texto, até o encerramento do ano letivo de 2021 poderão ser adotadas medidas como a suspensão da obrigatoriedade de escolas e universidades cumprirem a quantidade mínima de dias letivos; a aglutinação de duas séries ou anos escolares; a permissão para o ensino remoto; e a antecipação da conclusão de cursos de medicina ou cursos técnicos relacionados ao combate à covid-19, se cumpridos 75% da carga horária.

De acordo com a deputada, a falta de um dispositivo legal pode impactar, inclusive, na alimentação dos alunos de escolas públicas.

“[Os gestores] podem ter problemas inclusive com o uso da alimentação escolar e com os demais recursos que são definidos para o cumprimento dos recursos de merenda escolar e dos 25% da educação. Ele não tem impacto porque é meramente de suporte para a organização das escolas”, acrescentou a autora da proposta.

Agência Brasil e Correio do Povo

Anvisa atualiza requisitos para produção de camisinhas masculinas

 Nova norma entra em vigor em outubro


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) atualizou a resolução que estabelece os requisitos mínimos para a produção de preservativos masculinos de látex de borracha natural. A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 554/2021 foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (31) e passa a valer a partir de outubro. 

Entre os tópicos tratados na norma estão o projeto e as dimensões dos produtos, questões relacionadas à data de vencimento dos preservativos, capacidade volumétrica e pressão, além de requisitos para embalagem e rotulagem, entre outros itens.   

De acordo com a resolução, os fabricantes de preservativos deverão tomar as precauções adequadas para minimizar a contaminação microbiológica do produto durante o processo de fabricação e embalagem. Caso a autoridade sanitária julgue necessário verificar o cumprimento deste requisito, ela poderá solicitar o controle microbiológico do produto.  

Além das exigências da RDC 554/2021, os preservativos masculinos de látex de borracha natural devem atender também aos requisitos de certificação de conformidade no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade (SBAC).  

Solicitações de registro, revalidação ou inclusão de modelo junto à Anvisa devem apresentar, além das exigências contidas em legislação específica, documentos que comprovem que o preservativo masculino de látex natural atende aos requisitos do regulamento brasileiro, emitido por organismo de certificação credenciado. 

A Agência informa, ainda, que o regulamento será atualizado sempre que se julgar pertinente o seu aprimoramento, visando a proteção da saúde da população e considerando novas referências internacionais.


Agência Brasil e Correio do Povo

Deputado Jerônimo Goergen participa de reuniões em Brasília sobre desoneração da folha

 Parlamentar se reuniu nesta quarta com ministra da Secretaria do Governo, Flávia Arruda, e com ministro da Economia, Paulo Guedes



O deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) participou nesta quarta-feira de reuniões com a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, e com o ministro da Economia, Paulo Guedes, em Brasília. O tema dos encontros foi a prorrogação do pagamento de contribuições sociais sobre o faturamento das empresas, que permite a desoneração da folha de pagamento. O texto atual prevê a extinção do mecanismo no final deste ano. 

O deputado gaúcho é o relator do Projeto de Lei 2541/21, de autoria do deputado Efraim Filho (DEM-PB) e que propõe a prorrogação da desoneração até o final de 2026. Sem essa prorrogação, os setores produtivos, que demandam muita mão de obra, voltarão a pagar alíquotas sobre a folha de salários, o que, segundo o Goergen, vai aumentar os gastos e inibir a empregabilidade. 

Reforma 

Atualmente são 17 setores produtivos que se beneficiam da desoneração da folha. Entre eles estão os serviços de tecnologia da informação, industrial, hoteleiro, construção civil, call center e transporte. A desoneração da folha tornou-se um tema ainda mais relevante para o empresariado, pois a proposta de uma ampla reforma tributária ainda não evoluiu. Além disso, outros setores querem ser incluídos. O argumento do Executivo é o de que manter a desoneração causa perdas anuais de R$ 10 bilhões.

A votação do Projeto de Lei 2541/21 estava prevista para ocorrer ainda nesta semana, mas foi adiada para o dia 15, pois o governo federal sinalizou que pretende dialogar. A reunião com a ministra Flávia Arruda contou também com a participação de representantes do empresariado, deputados e integrantes do Ministério da Economia. 

Ao final do encontro, Goergen falou a jornalistas em Brasília que há um bom espaço de negociação com o governo. “Eu saí convicto de que o governo encontrará uma solução”, disse. 

O deputado gaúcho acrescentou que o Executivo, além de reconhecer a necessidade da manutenção da desoneração, pretende construir uma alternativa definitiva para a questão. “Nós dissemos ao governo que podemos apoiar essa definição ou essa mexida estrutural, mas não podemos abrir mão daquilo que é conquistado hoje. Para qualquer solução que possa se alongar além desse ano, tem que garantir que o que temos hoje, será mantido”, pontuou. 

Observou ainda que há muitos setores fazendo um apelo para serem incluídos na desoneração, mas os que já estão sendo beneficiados atualmente pela medida também se sentem inseguros, pois não sabem se poderão contar com ela em 2022. “A ideia é buscar uma solução completa, definitiva, duradoura, permanente. E até lá, saímos daqui com a confiança de que os setores, que atualmente são os maiores geradores de empregos do Brasil, não ficarão desassistidos”, garantiu.

Reunião com Guedes

Após a reunião com Flávia Arruda, o deputado se dirigiu para a reunião com o ministro Paulo Guedes. Embora já tivesse ouvido anteriormente de representantes do Ministério da Economia que não há muito o que fazer, Goergen garante que há um pequeno espaço dentro de uma margem de prioridades. “E o governo dá a entender que sabe que a desoneração, em razão da geração de empregos, é realmente uma prioridade”, avalia. 

O desafio, segundo ele, é buscar uma alternativa que não seja tão onerosa. “E depois sai muito mais barato gerar emprego do que pagar bolsa-família. Esse é o ponto de vista que a gente passou para o governo”, concluiu. 

Nesta quinta-feira, Goergen estará em São Paulo para se reunir com empresários de outros setores para desenvolver uma tratativa que seja positiva também para o Brasil.

Correio do Povo


Brasil registra menores médias de casos e mortes por Covid-19 do ano


Com 5,4 mil mortes, Porto Alegre registra redução de óbitos por Covid-19



Marivana Oliveira é prata no arremesso de peso nas Paralimpíadas



Hospital de Clínicas identifica surtos de Covid-19 em unidade de internação e em creche



Cristiano Ronaldo chega aos 111 gols e se torna o maior artilheiro da história das seleções


Dólar fecha em alta de 0,25% com tensão doméstica política e fiscal



Termina a era do gelo na F1: Raikkonen anuncia aposentadoria

Presidente da Associação Nacional de Desembargadores- Andes- Marcelo Buhatem fala sobre a importância do retorno dos trabalhos presenciais na Justiça

 

Governo facilita importação de automóveis do Mercosul

 Veículos da Argentina, Paraguai e Uruguai entrarão no Brasil sem licenciamento de importação, tornando processo mais ágil e barato



A partir desta quinta-feira (2), os automóveis e os componentes automotivos montados na Argentina, no Paraguai e no Uruguai deixarão de entrar no país com licenciamento de importação, informou o Ministério da Economia. Os controles serão feitos posteriormente, o que, segundo a pasta, tornará a importação mais ágil e barata.

A mudança não prejudicará o setor automotivo brasileiro porque, atualmente, os veículos e produtos automotivos de outros países do Mercosul estão sujeitos a cotas tarifárias estabelecidas em acordos comerciais. A quantidade de automóveis que entrará no país, portanto, não mudará. Apenas o processo será mais rápido e menos burocrático.

Em nota, a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia informou que a mudança segue os compromissos assumidos pelo Brasil no Acordo sobre Facilitação de Comércio da Organização Mundial do Comércio (OMC) e está inserida na agenda de diminuição da burocracia do governo. As novas regras foram publicadas em portaria no Diário Oficial da União no último dia 26.

Aviação

Em outra resolução publicada nesta quarta-feira (1º). A medida está inserida no regime especial de importação que isenta o setor aeronáutico do Imposto de Importação em aeronaves e aparelhos de treinamento de voo e seus componentes.

Com a decisão, subiu para 887 o número de produtos aeronáuticos isentos de tarifa externa. Segundo a Camex, a medida ajudará a melhorar a competitividade do setor aéreo, afetado pela pandemia de covid-19.

A isenção do regime especial de importação também alcança o setor de serviços aeronáuticos. Dessa forma, empresas e companhias aéreas podem ter acesso a máquinas e produtos utilizados no setor, como pontes de embarque de passageiros e produtos usados a bordo.

R7 e Correio do Povo

TCU suspende processo para fechar estatal Ceitec e pede explicação à Economia

 Criada por lei no governo do ex-presidente Lula, a empresa sempre foi dependente do Tesouro Nacional para bancar despesas



O Tribunal de Contas da União (TCU) deu sobrevida à estatal Ceitec, produtora de chips e semicondutores localizada no Rio Grande do Sul e que está em extinção. Por 4 votos a 3, os ministros decidiram suspender o processo conduzido pelo governo e pedir ao Ministério da Economia que esclareça os motivos pelo qual quer dar fim à companhia em até 60 dias.

"O processo de desestatização da Ceitec deve ser suspenso para que se possa melhor justificar o seu atendimento ao interesse público e para que se apresentem soluções aos entraves que, caso não sejam oportuna e devidamente equacionados, representarão elevado ônus financeiro à União", diz o voto do ministro revisor, Vital do Rêgo.

Em seu voto, Vital do Rêgo pede ao Ministério da Economia que apresente as razões que demonstram o atendimento do interesse público na liquidação da empresa, "considerando sua posição estratégica na produção de semicondutores e o capital intelectual constituído pela Ceitec e financiado com recursos da União". Para ele, o processo que fundamentou a dissolução tem "fragilidades insuperáveis".

O Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) recomendou a extinção da Ceitec em junho do ano passado, e o decreto presidencial que oficializou a decisão foi publicado em dezembro. O processo de liquidação envolve a transferência de projetos e patentes da empresa para uma Organização Social, a ser criada, mas há dúvidas sobre como serão mantidas as políticas públicas hoje exercidas pela empresa.

A proposta de Vital do Rêgo teve o apoio dos ministros Marcos Bemquerer, Raimundo Carreiro e Augusto Nardes. Já o voto do ministro Walton Alencar, que era favorável a manter a continuidade do processo, recebeu os votos de Augusto Sherman e Bruno Dantas.

Para Alencar, as premissas que embasaram a criação da Ceitec representaram uma "verdadeira aventura com dinheiro público" e se baseavam no equívoco de que uma estatal seria capaz de tornar o País competitivo em um setor de alta tecnologia.

"A suposição reflete visão desordenada e a desorganização do papel do Estado brasileiro, no tocante aos investimentos públicos, mostrando absoluta desconsideração com o tempo necessário à realização de estudos prévios adequados, devidamente amadurecidos e discutidos, para previamente definir a pertinência e viabilidade prática da ação governamental", disse Alencar.

"Realizaram os dirigentes da época verdadeira aventura com dinheiro público, ao criar empresa estatal nova, fadada, pela ausência de estudos adequados, desde o início, ao insucesso, haja vista que a base prática inicial do empreendimento foi a doação de maquinário ultrapassado, que acarretou, desde 2008, gastos de bilhões de reais, sem resultados práticos em nenhuma das áreas em que a empresa atuava, seja no campo científico, seja no tecnológico, seja no industrial."

Extinção

O PPI recomendou a extinção da Ceitec em junho do ano passado, e o decreto presidencial que oficializou a decisão foi publicado em dezembro. O processo de liquidação envolve a transferência de projetos e patentes da empresa para uma Organização Social, a ser criada, mas há dúvidas sobre como serão mantidas as políticas públicas hoje exercidas pela empresa.

A liquidação da Ceitec seria a primeira realização do governo Jair Bolsonaro na área de desestatizações. Desde o início de 2019, o governo não privatizou nenhuma empresa de controle direto da União. A privatização da Eletrobras foi aprovada no Legislativo, mas deve ocorrer apenas no primeiro trimestre de 2022. Já o projeto dos Correios foi aprovado pela Câmara, mas está parado em meio a um impasse no Senado.

Com sede em Porto Alegre, a Ceitec foi criada por lei em 2008, ainda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ideia era ter uma grande fabricante nacional de chips e semicondutores. A empresa sempre foi dependente do Tesouro Nacional - ou seja, precisa de recursos do Orçamento para bancar despesas correntes e salários. 

Agência Estado e Correio do Povo

Kassio Nunes Marques testa positivo para Covid-19 após ato de posse no TSE

 Ministro do STF será monitoriado após contrair a doença


O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), testou positivo para Covid-19 nesta quarta-feira. O diagnóstico foi divulgado um dia após o magistrado tomar posse do cargo de ministro substituto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em cerimônia realizada na sede da Corte, que contou com a presença de vinte e seis servidores.

Dentre os presentes na cerimônia, esteve o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, os ministros Luis Felipe Salomão, Mauro Campbell Marques, Sérgio Banhos, Maria Claudia Bucchianeri e o doutor Paulo Gonet Branco. A coordenadoria de atenção à saúde da Corte foi avisada e vai monitorar a evolução do quadro clínico de todos aqueles que compareceram ao evento.

Nunes Marques havia pedido ao TSE que a cerimônia de posse fosse discreta, sem a presença de convidados, no gabinete da Presidência. Segundo o departamento de comunicação da Corte, os funcionários com suspeita de contaminação poderão solicitar dispensa de comparecimento e, em caso de sintomas, realizar exame PCR custeado pelo tribunal.


Agência Estado e Correio do Povo


Brasil de Pelotas tem surto de Covid-19 no elenco


Dupla Gre-Nal vê com otimismo decisão de liberação parcial de público nos estádios


Grêmio repudia tumulto no CT e garante medidas para evitar novas cenas de violência


Romildo Bolzan Jr critica protesto da torcida do Grêmio: “Aconteceu um crime”


À CPI, motoboy admite saques em espécie para a empresa de logística VTCLog


Casa de acolhimento de mulheres Mirabal, em Porto Alegre, tem luz cortada



Quebra de sigilo em investigação sobre Carlos atinge ex-esposa de Bolsonaro

Governo prevê salário mínimo de R$ 1.169 em 2022, sem aumento acima da inflação

 A previsão é superior ao divulgado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada ao Congresso em abril, que era de R$ 1.147

O governo federal apresentou a proposta de lei orçamentária anual (PLOA) para o ano que vem nesta terça-feira, 31, ao Congresso. No projeto, há a previsão de que o salário mínimo seja de R$ 1.169 no próximo ano, superior ao divulgado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada ao Congresso em abril, que era de R$ 1.147.  

O valor apresentado pelo governo é R$ 69 maior que o salário mínimo atual, de R$ 1.100. O aumento ocorreu de abril para cá em razão da inflação que se deu nos últimos meses. Porém, o reajuste não representa um aumento real (acima da inflação), já que o crescimento deve ser de 6,2%, equivalente ao percentual do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), taxa que serve de correção, ao menos, para a remuneração, informado pelo Ministério da Economia.

 

Neste ano, o salário mínimo não repôs a inflação do ano passado. O governo apresentou correção de 5,26%, mas o INPC chegou a 5,45% em 2020.     Segundo nota técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo é o rendimento de referência para 50 milhões de pessoas no Brasil. Nesse total, mais de 24 milhões são beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Na proposta enviada nesta terça, não há previsão para crescimento nos gastos para pagamentos de projetos sociais, como o Bolsa Família. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já afirmou uma série de vezes que pretende aumentar o valor médio do benefício, que está previsto para começar ao fim do pagamento do auxílio emergencial em novembro. O programa será renomeado e passará a se chamar Auxílio Brasil.  

Lei orçamentária  

A proposta enviada nesta terça-feira apresenta um déficit primário de R$ 49,6 bilhões, o equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).  

Na LDO de 2022, estava projetado um déficit de R$ 170,5 bilhões para o próximo ano, mais de três vezes superior à nova projeção do PLOA. Para 2021, a última estimativa é de déficit de R$ 155,1 bilhões, ou 1,8% do PIB.   O PLOA ainda considera déficit primário de R$ 2,6 bilhões para Estados e municípios em 2022 e também déficit de R$ 2,6 bilhões para as empresas estatais no próximo ano.

Com isso, o resultado primário do setor público consolidado deve ser deficitário em R$ 54,8 bilhões (0,6% do PIB) em 2022. Na LDO de 2022, a projeção era de um rombo de R$ 177,5 bilhões (1,6% do PIB).

Diferentemente da apresentação do PLOA em anos anteriores, desta vez a equipe econômica não indicou as projeções para o resultado primário nos anos à frente da proposta (no caso, 2023 e 2024).

Na LDO de 2022, estavam previstos déficits de R$ 145,0 bilhões e R$ 102,2 bilhões para o Governo Central em 2023 e 2024, respectivamente. Com a nova projeção de déficit menor para 2022, essas estimativas ficaram defasadas.  

No projeto, há o reforço para recursos na ordem de R$ 10,7 bilhões para a Saúde, sendo R$ 7,1 bilhões em ações contínuas de combate à pandemia de Covid-19.   

Além disso, prioriza investimentos em andamento no Poder Executivo, bem verba para realização do Censo Demográfico em 2022, com previsão de R$ 2 bilhões, Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia, com a incorporação da receita prevista para o fundo em 2022 no valor de R$ 8,5 bilhões e Auxílio Brasil, no mesmo nível de recursos previstos para o Bolsa Família em 2021. A previsão é de orçamento de R$ 34,7 bilhões e meta de atendimento de 14,7 milhões de famílias.   

O núcleo básico do novo programa é composto por três benefícios que visam promover o desenvolvimento infantil e juvenil por intermédio de transferência de renda com condicionalidades: Benefício Primeira Infância, pago a famílias com crianças entre 0 e 36 meses, incompletos, Benefício Composição Familiar, direcionado às famílias que tenham gestantes e pessoas de 3 a 21 anos incompletos em sua composição, e Benefício de   Superação da Extrema Pobreza, concedido às famílias que não tenham superado a faixa de extrema pobreza após o pagamento dos dois benefícios anteriores.  

Sobre o orçamento para o Censo 2022, o IBGE afirmou que o PLOA-2022 enviado ao Congresso Nacional pelo Executivo é necessário no rito, mas não suficiente no valor aprovado, para atender os parâmetros técnicos determinados pelo STF para a realização do   Censo Demográfico. Segundo o instituto, caberá atuar junto ao Congresso Nacional, em um trabalho de mobilização e convencimento sobre os interesses públicos relacionados ao Censo Demográfico, para que a União assegure o que foi determinado pelo STF, qual seja, as condições necessárias e suficientes para a realização do Censo Demográfico em 2022 (cristalizadas no valor de R$ 2.292.907.087,00).  

"Ao determinar a adoção de medidas administrativas e legislativas para a realização do Censo   Demográfico do IBGE no exercício financeiro seguinte ao da concessão da tutela de urgência (2022), o STF estabeleceu que a União deve adotar todas as medidas legais necessárias para viabilizar a pesquisa censitária, inclusive no que se refere à previsão de créditos orçamentários para a realização das despesas públicas", afirmou, em nota.  

Fonte: O Dia Online - 01/09/2021 e SOS Consumidor

Senado rejeita nova reforma trabalhista

 Placar foi de 47 votos a 27



O Senado impôs uma derrota ao governo e rejeitou, por 47 votos a 27, o pacote de medidas trabalhistas que eram a aposta da equipe econômica para impulsionar a geração de empregos. A medida foi alvo de críticas contundentes dos senadores, não só pelo pouco tempo para discussão das ações, mas também pelo risco de fragilização das relações trabalhistas mediante a possibilidade de contratação sem carteira assinada. Lideranças do MDB e do PSD, os dois maiores partidos do Senado, defenderam a derrubada do texto. A derrota se deu em uma sessão marcada também por ataques à inflação elevada e à política econômica do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Ao perceber o clima desfavorável e a derrota iminente, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), que chegou a colocar seu cargo a prêmio como sinalização de disposição do Palácio do Planalto em honrar acordos, tentou articular uma mudança de última hora no relatório e excluir do texto um dos programas, o Requip, que concede bolsas de qualificação para os profissionais mais jovens ou aqueles que estão há muito tempo fora do mercado de trabalho.

A votação da proposta, no entanto, já havia sido iniciada, e a maioria dos senadores se posicionou contra qualquer alteração. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), explicou que a iniciativa violava o regimento interno da Casa e só poderia ser aceita se houvesse apoio de todos os senadores.

Pacheco destacou que a rejeição dos senadores à MP não estava relacionada ao Requip ou a qualquer mudança no texto, mas sim ao fato de que não havia confiança de que a Câmara manteria o parecer aprovado pelos senadores - já que, nas últimas votações de MPs, os deputados têm ignorado as mudanças propostas pelo Senado e retomado os pareceres aprovados previamente na Casa. "Seria inócua (a alteração)", afirmou.

O texto original da MP reinstituiu o programa que permite redução de jornada e salário ou suspensão de contratos na pandemia. Na Câmara dos Deputados, a proposta foi amplificada e ganhou a previsão de três novos programas de geração de empregos, além de mudanças em dispositivos da CLT, classificados de "jabutis" (matérias estranhas ao texto) por incluírem mudanças em horas extras de categorias profissionais como professores, advogados e jornalistas, ampliação da carga horária de mineiros e mudanças na assistência judiciária gratuita a trabalhadores.

Horas antes da rejeição no Senado, Guedes propagava a empresários que os programas ajudariam a gerar 2 milhões de novas vagas. Ao Estadão na semana passada, o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, chegou a dizer que seriam 3 milhões de empregos.

Na tentativa de evitar a rejeição total do texto, o relator no Senado, Confúcio Moura (MDB-RO), decidiu excluir os dispositivos que alteravam a CLT, atendendo a pedidos de senadores. No entanto, ele manteve a criação dos novos programas de emprego e defendeu as medidas como iniciativa para ampliar a empregabilidade de jovens.

O texto previa três programas: o Priore, que quer desonerar a contratação de jovens de 18 a 29 anos e pessoas com mais de 55 anos, o Requip, que concede bolsas de qualificação para os profissionais mais jovens ou aqueles que estão há muito tempo fora do mercado de trabalho, e o serviço social voluntário, pelo qual prefeituras terão flexibilidade para absorver mão de obra jovem ou com mais de 50 anos.

O senador Paulo Paim (PT-RS) apresentou uma questão de ordem para excluir da medida os artigos que criam novos programas que buscam incentivar a geração de vagas de emprego. Vestindo uma camiseta com a frase "sem emprego e renda não há dignidade", ele questionou ainda a ausência de discussão aprofundada sobre as medidas.

Em seguida, a sequência de manifestações de senadores da base aliada do governo e da oposição foi uma amostra do clima azedo para a votação. O senador Carlos Portinho (PL-RJ), aliado do Palácio do Planalto, apoiou o questionamento do PT. "Eu não consigo entender o Requip, porque a demanda é a mesma (de público alvo), só que pega esses meninos que estão há dois anos sem carteira e não dá direito nenhum, muito menos assinatura na carteira. Quatro anos depois vai terminar o Requip e não vai ter anotação na carteira de trabalho. Ele não vai encontrar emprego em lugar nenhum, vai empurrar o problema com a barriga", criticou.

O senador Lasier Martins (Podemos-RS) também teceu críticas e chamou a inclusão dos programas de "contrabando legislativo". Integrantes da oposição, os petistas Jean Paul Prates (PT-RN) e Paulo Rocha (PT-PA) chamaram as iniciativas de "jabutis", como são apelidadas as matérias estranhas ao texto original.

"Tem jabuti do tamanho de jacaré. E jacaré morde, morde direitos trabalhistas", afirmou Prates. "Colocaram jabuti, sucuri, sei lá mais o que colocaram nessa medida provisória", disse Rocha.

Na tentativa de reverter a tendência negativa, Bezerra ameaçou deixar o cargo caso a Câmara desrespeitasse o acordo pela aprovação da medida trabalhista. Ele partiu para o tudo ou nada. "Se o relatório do senador Confúcio Moura aprovado aqui nesta Casa não for respeitado pela Câmara dos Deputados, eu me retiro da liderança do governo. Não tenho condições de continuar porque os acordos estão sendo feitos para serem cumpridos", afirmou.

Vice-líder do PSD, o senador Omar Aziz (AM) mostrou que a investida não surtiria efeito. "Vamos votar contra para manter o senhor (Bezerra) na liderança, porque eles (Câmara) não vão cumprir", disse. O partido reúne 11 senadores, a segunda maior bancada da Casa.

Aziz teceu fortes críticas aos programas de emprego e questionou se eles representam "tudo que o Ministério da Economia tem para oferecer". "O gás está custando 10% do salário mínimo. Governo quer oferecer R$ 125 por trabalhador e acha que está fazendo grande coisa. Não é com política paliativa que vamos resolver o problema", afirmou. "A gente precisa de uma política econômica que o Paulo Guedes nunca entregou", disparou Aziz.

Mais cedo, o senador Weverton (PDT-MA) também citou a inflação elevada e o aumento da pobreza. "Chega! Acabou a paciência. Temos que dar resposta pelo voto", disse. "A carne está um absurdo, o gás está um absurdo. A economia do governo falhou, a população lá embaixo está com fome", acrescentou.

O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), também declarou voto contrário à proposta. A legenda tem 16 senadores. "Nenhum senador da República neste plenário quer tirar direitos do trabalhador. Queremos, sim, um amplo debate para modernizar as leis trabalhistas, mas não para tirar direito do trabalhador", afirmou Braga.

Agência Estado e Correio do Povo

Câmara dos Deputados aprova texto-base da reforma do IR com apoio da oposição

 PL altera IR para cidadão comum, empresas e investimentos financeiros, mas maiores mudanças incidem sobre pessoas físicas


Com apoio dos partidos de oposição, o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), conseguiu a aprovação, por 398 a 77, do texto-base da reforma que altera o Imposto de Renda para pessoas físicas, empresas e investimentos. Para conseguir o aval dos deputados, o texto foi modificado para deixar de fora a restrição do acesso à declaração simplificada. Além disso, o parecer aprovado amplia incentivos fiscais para setores específicos.

A estratégia liderada por Lira foi surpreender na hora da votação patrocinando o acordo com os partidos da oposição, capitaneados pelo PT e que teve apoio até mesmo do PSOL. Novas concessões foram feitas, com redução da arrecadação federal, sem que cálculos tenham sido apresentados pela equipe econômica.

O acordo não obteve, porém, a anuência de toda a oposição. Alguns deputados veem como um erro dar uma vitória para o projeto do governo Bolsonaro às vésperas das manifestações do feriado da Independência de 7 de setembro. O discurso acordado para a votação foi de que não se tratava mais de um projeto do governo Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes, mas da Câmara. Os deputados agora analisam 26 sugestões de alteração do texto-base, chamados de destaques. Depois, a reforma segue para o Senado.

Mudanças para pessoas físicas

Para atender os partidos de oposição, o relator do projeto, deputado Celso Sabino (PSDB-PA), propôs o fim da restrição ao uso do desconto simplificado na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Os contribuintes que optam pela simplificada podem abater 20% de Imposto de Renda sobre a soma dos rendimentos tributados. No projeto inicial, enviado pelo governo, só os contribuintes com renda anual de R$ 40 mil (pouco mais de R$ 3 mil por mês) poderiam aderir à modalidade. Com o acordo, esse limite caiu.

Além disso, o desconto simplificado na declaração do IR estaria limitado a R$ 8 mil pelo texto enviado pelo governo à Câmara. Esse limite da dedução passou para R$ 10 mil.

Outra alteração é a ampliação da faixa de isenção da tabela do IR, que passa a ser para todos os contribuintes que ganham até R$ 2,5 mil (hoje, é R$ 1,9 mil). Os valores das demais faixas do IR também serão reajustados, em menor proporção. Segundo o governo, a atualização vai isentar 5,6 milhões de novos contribuintes. Com isso, os isentos passariam dos atuais 10,7 milhões para 16,3 milhões. Já os demais trabalhadores com carteira de trabalho assinada terão um desconto menor no contracheque.

Lucros e dividendos

Sem dar detalhes, Sabino informou que manteve a taxação sobre a distribuição de lucros e dividendos como estava no seu parecer, em 20%. Atualmente, não é cobrado imposto sobre esse tipo de remuneração a acionistas. Parlamentares que participaram das negociações finais informaram que há um destaque (sugestão de mudança) ao parecer para aprovação de uma alíquota menor, de 15%.

Sabino também manteve o fim do chamado Juros de Capital Próprio (JCP), mecanismo usado pelas grandes empresas para remunerar os seus acionistas com a possibilidade de deduzir essa despesa do imposto a pagar. Essa era também uma bandeira da oposição, mas que já estava no último parecer.

"Ajustes finos"

Sabino informou que fez "ajustes finos" para atender o setor agropecuário e manteve a possibilidade de dedução do que as empresas gastam no chamado PAT (vale-alimentação e vale-refeição dos funcionários).

Na contramão do que pretendia a equipe econômica, Sabino ampliou as isenções do Imposto de Renda. Sem falar claramente em valores, ele informou que "multiplicou" o porcentual de dedução das doações, gastos e patrocínios com cultura (Lei Rouanet), obras audiovisuais, incentivo ao esporte e fundos de apoio à criança, ao adolescente e de amparo ao idoso. Essa seria uma forma, segundo a oposição, desses incentivos não serem prejudicados pela redução da alíquota base do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ).

O acordo também prevê a prorrogação por mais cinco anos da dedução das doações e patrocínios ao Pronan e Pronas, programas de incentivos voltados para atendimento de pessoas com câncer e com deficiência. Segundo Sabino, a medida atende entidades filantrópicas que atuam no apoio ao tratamento do câncer. Esses incentivos seriam encerrados ao final de 2021. Também foram prorrogados incentivos ao esporte, que seriam encerrados no final de 2022.

"Acabamos de participar de uma Olimpíada onde vários jovens, atletas que participaram receberam incentivo, receberam patrocínio através da lei de apoio ao esporte", disse Sabino. Segundo ele, a Lei de Incentivo ao Esporte permite que as empresas possam doar até 1% do seu imposto de renda para essas entidades.

Num tom ufanista, o relator disse que votar a favor do projeto é votar a favor das empregadas domésticas, professores e de todos os contribuintes que pagarão menos imposto.

Elogios

Sabino foi muito elogiado pela oposição, que não ouviu muitos especialistas ligados à esquerda que apresentavam restrições ao texto por aumentar ainda mais a chamada regressividade do sistema tributário, quando os ricos pagam proporcionalmente menos impostos. O texto manteve, por exemplo, incentivos à chamada pejotização, quando profissionais liberais (como advogados, médicos, economistas e contadores) atuam como pessoa jurídica (PJ) para pagar menos impostos.

"Eu quero aqui, publicamente, elogiar relator pela integridade com que conduziu esse debate difícil. Esse é um tema que está longe de um acordo imediato. Os interesses contrários são muito fortes", disse o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ), líder da minoria.

"Até 2015, nos governos do PT, a revisão da tabela era feita acima da inflação e, desde 2015, apesar de o presidente Bolsonaro ter dito que faria uma faixa de isenção de R$ 5 mil, nós não temos revisão da tabela do Imposto de Renda,o projeto faz essa revisão", disse o líder do PT, Afonso Florence (PT-BA).

Críticos do atropelo da tramitação, alertaram que uma dessa forma é inconstitucional por violação ao devido processo legislativo. A equipe econômica passou ao largo dessas negociações e cálculos não foram apresentados. Sabino afirmou que não haverá perda alguma para os cofres de Estados e municípios, mas não explicou como. O Estadão apurou que o acordo envolve a aprovação de uma proposta para os municípios parcelarem as dívidas previdenciárias e ganharem alívio de R$ 31 bilhões.


Agência Estado e Correio do Povo