Medida argumentada pela prefeitura para baixar passagem teve 21 votos favoráveis e 12 contrários
A Câmara dos Vereadores de Porto Alegre aprovou, nesta quarta-feira, o Projeto de Lei do Executivo nº 016/21, que institui o Programa de Extinção Gradativa da Função de Cobrador de Transporte Coletivo por ônibus, determinando ações que viabilizem a transposição dos profissionais para outros mercados de trabalhos. A noite foi marcada por extensa discussão com a eventual aprovação vindo por 21 votos a favor e 12 contrários. Ao final, houve confusão e fortes embates verbais nas galerias.
O projeto havia sido encaminhado pelo prefeito Sebastião Melo (MDB). A sessão foi conduzida pelo vice-presidente do legislativo municipal, vereador Idenir Cecchim (MDB), e contou com a participação de parlamentares, trabalhadores das empresas de ônibus, sindicalistas e servidores municipais.
A vereadora Laura Sito (PT) lamentou a decisão da Câmara de extinguir a função de cobrador. "Só em 2020, Porto Alegre perdeu 23 mil postos de trabalho. A questão da extinção não pode ser só um cálculo contábil. A cidade não está estruturada para essa realidade", afirmou a vereadora, lembrando que a Prefeitura não apresentou um plano completo para garantir o que vai fazer "sem os cerca de 3 mil cobradores que ficarão sem trabalho, e tampouco explicou como fará para que eles não fiquem desempregados".
"A aprovação do projeto que extingue a função do cobrador é a alternativa para reestruturar a mobilidade urbana de Porto Alegre", afirmou o vereador Cassiá Carpes (PP), que defendeu a extinção da categoria. Segundo ele, o ônibus sem cobrador é uma tendência mundial que já foi aprovada em vários países. "Ė a evolução da mobilidade urbana. No Japão, por exemplo, não existe nem cobrador nem motorista", destacou o vereador, que lembrou, ainda, que com a pandemia o número de usuários do transporte coletivo baixou de 1 milhão para 400 mil passageiros. Cassiá lembrou que a extinção será realizada por completo somente em 2026. "Nesse período esses trabalhadores serão qualificados para atuarem em outras atividades", ressaltou.
Após a decisão favorável para a extinção da função dos cobradores, representantes do Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre é funcionários da Carris protestaram com faixas e gritos de ordem a decisão.
Correio do Povo