quinta-feira, 16 de abril de 2020

Cientistas fazem corrida contra o tempo para descobrir vacina contra Covid-19

Atualmente existem mais de cem projetos de imunização em gigantes farmacêuticos pelo mundo

Especialistas constatam que vacina é método mais eficaz de combater novo coronavírus pelo mundo

O desenvolvimento de uma vacina será um ponto de inflexão determinante na luta contra o novo coronavírus que já matou mais de 120 mil pessoas no mundo, mas por enquanto os cientistas não sabem se ela ficará pronta neste ano ou se o mundo terá que esperar até 2021.

Por que a vacina é essencial?

Somente com campanhas de vacinação em massa se conseguirá frear de modo eficaz a pandemia da Covid-19, alertam epidemiólogos, virólogos e sanitaristas."O desenvolvimento e a distribuição de uma vacina segura e eficaz serão necessários para interromper completamente a transmissão", enfatiza o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.
As medidas de confinamento e o distanciamento social são caras e difíceis de manter por um longo período de tempo e, portanto, não são viáveis no médio e no longo prazo. Por enquanto, nenhum tratamento é eficaz para curar doentes graves de Covid-19, que podem sofrer com pneumonia ou acelerações fatais do sistema imunológico. 
Uma vacinação em massa permitiria imunizar uma alta porcentagem da população, impedindo a circulação do vírus SARS-CoV-2 e interrompendo a epidemia. Foi o caso da varíola, outra doença viral sem tratamento efetivo, controlada desde a década de 1980 graças às vacinas.

A pesquisa em efervescência

Em meados de janeiro, foi obtida a sequência completa do novo coronavírus e, paralelamente à sua disseminação mundial, laboratórios de pesquisa do mundo todo se lançaram em busca de uma vacina. 
Atualmente, mais de cem projetos estão em desenvolvimento com gigantes farmacêuticos e uma infinidade de laboratórios de biotecnologia, de acordo com François Balloux, pesquisador da University College London.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) indicou que está em contato com os responsáveis por uma "dúzia" de projetos de vacinas, dos quais dois já entraram na fase de testes clínicos. A China realiza três testes clínicos e o prestigiado Instituto Pasteur, na França, gerencia três projetos. 
Os gigantes farmacêuticos Sanofi (França) e GSK (Reino Unido) esperam propor uma vacina em conjunto até o ano que vem. A concorrente americana Johnson & Johnson está comprometida com o desenvolvimento para o início de 2021.

Quais são os obstáculos?

A primeira dificuldade é o próprio vírus. "Até agora, uma vacina eficaz contra o coronavírus humano nunca foi desenvolvida", explica Christian Bréchot, ex-diretor do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da França.
"Os cemitérios estão cheios de candidatos-vacinas que nunca funcionaram", ilustra ao jornal britânico The Guardian Jonathan Heeney, pesquisador canadense que lidera a empresa de biotecnologia DIOSynVax, na corrida para encontrar um antígeno. 
Esse vírus também apresenta outra dificuldade e é a reação exagerada da resposta imune que provoca em pacientes em estado grave. São "tempestades de citocinas", ou seja, uma produção muito abundante dessas substâncias inflamatórias que podem levar à morte. 

Como estimular a reação antiviral com uma vacina sem levar em conta essa perigosa aceleração do mecanismo imunológico? 

"Ainda não compreendemos completamente o papel dos anticorpos nesse fenômeno", admite Frédéric Tangy, especialista em vacinas do Instituto Pasteur."Em algumas condições, os anticorpos podem agravar a doença", diz a AFP. 
Esse foi o caso de várias vacinas da Sanofi contra a dengue e o sarampo na década de 1960. Além disso, os coronavírus são vírus de RNA que têm a característica de "sofrer muita mutação", segundo Tangy. Por esse motivo, o Instituto Pasteur também está trabalhando em uma "vacina universal contra o coronavírus" que atua sobre as proteínas comuns dessa família de vírus.
Outro tipo de dificuldade diz respeito à temporalidade: é mais fácil e mais eficiente desenvolver uma vacina e distribuí-la antes de uma onda epidêmica. Em meio à pandemia, o recrutamento de pessoal para os estudos é mais delicado, pois é preciso garantir que as pessoas não estejam e não sejam infectados, o que dificultaria a interpretação dos resultados. 
Depois que a onda epidêmica passa, também é mais difícil determinar a eficácia real de uma vacina se o vírus parou de circular ou se circula apenas entre a população.

Para 2020 ou 2021?

"Há uma boa chance de que funcione. O êxito no segundo semestre deste ano é possível se tudo correr perfeitamente", afirmou ao jornal britânico The Times a especialista britânica Sarah Gilbert, professora da Universidade de Oxford e CEO da empresa Vacccitech, que está conduzindo testes clínicos. 
O lançamento de uma vacina nesse período seria duplamente importante, antes de uma possível nova onda de Covid-19 durante o inverno no hemisfério norte. No Instituto Pasteur, onde os testes começarão em julho, Tangy estima que uma vacina possa chegar "antes do final do outono ou do início do inverno (do hemisfério norte)". 
A EMA é cautelosa e indica que o calendário é "difícil de prever". "Com base em experiências anteriores, pode levar pelo menos um ano até que uma vacina esteja pronta para ser aprovada e disponível em quantidades suficientes para permitir o uso generalizado".

Como prevenir o contágio do novo coronavírus 

De acordo com recomendações do Ministério da Saúde, há pelo menos cinco medidas que ajudam na prevenção do contágio do novo coronavírus:
• lavar as mãos com água e sabão ou então usar álcool gel.
• cobrir o nariz e a boca ao espirrar ou tossir.
• evitar aglomerações se estiver doente.
• manter os ambientes bem ventilados.
• não compartilhar objetos pessoais.

AFP e Correio do Povo


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Finlândia retira bloqueio de estradas em torno de Helsinque, mas mantém restrições

Segundo o governo local, medida não barrou crescimento de casos na Capital e região

Segundo o governo local, medida não barrou crescimento de casos na Capital e região

O governo finlandês anunciou, nesta quarta-feira, o levantamento imediato dos bloqueios de estradas em torno de Helsinque e sua região, isolada há mais de duas semanas pela Covid-19, mas mantém outras restrições em todo país.
Em 28 de março, o governo colocou Helsinque e sua região - a província de Uusimaa - em isolamento, o foco principal da disseminação do coronavírus na Finlândia, proibindo movimentos considerados "não essenciais" de e para a capital, de modo a conter sua disseminação.
Desde esse anúncio, porém, o número de casos registrados fora de Helsinque tem aumentado, o que significa que o bloqueio da capital não é mais justificado atualmente, disse a primeira-ministra Sanna Marin. "Algumas regiões registraram níveis mais altos de disseminação do que Uusimaa", explicou a chefe de governo em entrevista coletiva, pedindo à população que continue a evitar deslocamentos desnecessários.
Escolas e universidades permanecem fechadas, assim como fronteiras para não residentes. Reuniões de mais de 10 pessoas ainda são proibidas. A epidemia "ainda não está sob controle", insistiu Marin.
Na próxima semana, um grupo de especialistas entregará um relatório com uma primeira avaliação sobre se as restrições serão mantidas e se medidas adicionais serão necessárias, como o uso de máscaras em locais públicos.
As autoridades também esperam esta semana os primeiros resultados de um programa de testes realizado em uma parte aleatória da população, o que permitiria, segundo as autoridades, ter uma ideia da proporção de finlandeses com Covid-19 e, portanto, que já estão imunizados.
Até a manhã desta quarta-feira, a Finlândia registrava 3.161 infecções por coronavírus e 64 mortes.

AFP e Correio do Povo


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Nelson Teich, cotado para ministro, foi sócio de secretário de Mandetta

Teve empresa com Denizar Vianna
 


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Cresce desastre econômico nos EUA por pandemia de Covid-19

Com mais de dois milhões de casos confirmados de coronavírus no mundo, pandemia levou a economia mundial à recessão

Relatório do Federal Reserve alerta que a crise continuará

A devastação na economia dos Estados Unidos da pandemia de coronavírus começa a aparecer, com a publicação de resultados de empresas em queda e um relatório do Federal Reserve que alerta que a crise continuará.
O confinamento para evitar o contágio fez com que a atividade econômica se contraísse "abruptamente e profundamente" em todo o país, de acordo com o relatório do Fed (banco central dos EUA), e a maioria das empresas pesquisadas em todo o país "espera condições piorar nos próximos meses".
Esses avisos no "Livro Bege", uma referência para analisar a situação econômica nos Estados Unidos, vieram depois que o Departamento de Comércio e o próprio Fed publicaram pesquisas mensais que mostraram contrações sem precedentes em décadas ou simplesmente inéditas nas vendas no varejo e produção industrial, ambas cruciais para a maior economia do mundo.
Aproximadamente 17 milhões de pessoas nos Estados Unidos perderam seus empregos desde meados de março, mas o Fed, que já reduziu sua taxa básica de juros para zero e injetou trilhões de dólares em liquidez no sistema financeiro, indicou que "as perspectivas de curto prazo é de mais cortes de empregos para os próximos meses".
Com mais de dois milhões de casos confirmados do novo coronavírus em todo o mundo, a pandemia da Covid-19 levou a economia mundial à recessão, e o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que cortará US$ 9 trilhões do PIB mundial em 2020.
O Fed destacou que as indústrias do setor de lazer e hotelaria, bem como as vendas no varejo, com exceção de bens essenciais, foram as mais afetadas pelas medidas de distanciamento social decretadas para impedir a propagação do vírus.
A maioria dos 12 distritos do Fed também relatou declínios na produção industrial e, embora os produtos alimentícios e médicos tenham forte demanda, eles enfrentaram atrasos na produção devido a medidas de prevenção de contágio e interrupções na cadeia de fornecimento.

Forte queda em Nova York

Os dados de produção industrial de março divulgados pelo Fed mostraram danos semelhantes entre os fabricantes. O índice caiu 5,4%, seu maior declínio desde 1946, enquanto a indústria manufatureira caiu 6,3%, também o maior declínio em sete décadas, com danos à maioria das indústrias.
Os dados são "muito ruins", mas o pior ainda está por vir, prevê Ian Shepherdson, da consultoria Pantheon Macroeconomics. "É provável que haja mais quedas em abril, já que o fechamento das empresas começou apenas em meados de março", explicou em nota.
Dados de produção industrial no estado de Nova Iorque, o epicentro do surto de coronavírus no país, mostraram que o declínio da atividade foi especialmente acentuado. O Empire State Manufacturing Survey, o levantamento mensal do Fed de Nova Iorque sobre a atividade industrial na região, mostrou uma queda de 57 pontos para -78,2, o nível mais baixo já registrado. O índice atingiu -34,3 durante a crise financeira global de 2008.
Oitenta e cinco porcento das empresas de manufatura relataram que as condições comerciais pioraram, enquanto apenas 7% relataram uma melhoria. A pesquisa mostrou uma queda no emprego, nos novos pedidos, nos envios e nos estoques. "Demanda seriamente deprimida, interrupções no fornecimento e incerteza extremamente alta manterão a produção industrial em um caminho extremamente fraco no curto prazo", afirmou a consultoria Oxford Economics.

Compras de pânico

As compras maciças em supermercados nos Estados Unidos não foram suficientes para conter a queda nas vendas no varejo, que segundo dados do Departamento de Comércio caíram 8,7% desde fevereiro. Restaurantes e bares foram especialmente afetados, com queda de 26,5%, enquanto as vendas de automóveis caíram 25,6%.
Os baixos preços do petróleo e as restrições de viagens reduziram as vendas em postos de gasolina, que registraram uma queda de 17,2% no volume de negócios. No entanto, as lojas de alimentos e bebidas registraram um aumento de 25,6% entre as compras dos consumidores em pânico por eventuais escassez, enquanto as farmácias e lojas de produtos de higiene pessoal também registraram crescimento de 4,3%.
Os varejistas de comércio eletrônico viram as vendas crescerem 3,1%, enquanto alimentos e bebidas, papel, produtos químicos e produtos de tabaco - todos bens que os consumidores poderiam acumular no isolamento em casa - caíram 2% ou menos, segundo o relatório do Fed.
AFP e Correio do Povo

Grêmio confirma ampliação das férias e retomará treinos no dia 2 de maio

Período servirá para o clube terminar de organizar os protocolos médicos e sanitários para preservar saúde de todos os profissionais

Grupo de jogadores se reapresenta no dia 2 de maio e começará a trabalhar fisicamente em pequenos grupos

O Grêmio informou no início da tarde desta quarta-feira que as férias dos jogadores profissionais do clube serão ampliadas em mais 10 dias. O Tricolor também confirmou que a volta das atividades está marcada para o dia 2 de maio.
O tempo extra do período de férias dos atletas devido a pandemia da Covid-19 servirá para o departamento médico do Grêmio finalizar protocolos médicos e sanitários visando a preservação da saúde de todos os profissionais. A decisão da ampliação do período foi tomada na reunião de terça-feira da Comissão Nacional de Clubes (CNC) com a Confederação Brasileira de Futebol. 
Os jogadores do Grêmio deverão trabalhar em pequenos grupos. Após a reapresentação no dia 2, os atletas iniciarão uma espécie de intertemporada com os profissionais da preparação física.
Em decorrência desta extensão, também será prorrogado, por igual período, o prazo das férias dos profissionais dos demais setores do Tricolor, tais como transição, equipe feminina de futebol profissional, categorias de base, escola de futebol e áreas administrativas.

Correio do Povo

O projeto expansionista chinês, por Lúcio Machado Borges*



A Índia decidiu denunciar a China na Corte Internacional de Haia por causa do coronavírus. Comunidade Europeia está acionando a China na OMS. Angela Merkel já declarou que a China não comprará mais nenhuma empresa no país. Estados Unidos corta verba da entidade política OMS, que é comandada por um etíope indicado pela China. Coreia do Sul e principalmente Japão endureceram o coro contra a China. O Japão já entrou com uma representação na ONU, (órgão político-marxista) contra a China. É sabido e notório que desde o século 10 que a China sonha em dominar o mundo e o próprio Napoleão Bonaparte já falava sobre isso. A China já adquiriu várias empresas do setor energético no Brasil e recentemente já comanda uma determinada rede de televisão. Tanto é que essa rede mudou a sua linha editorial que era conservadora e agora é de cunho marxista. Deu para entender, ou será preciso desenhar????

*Editor do site RS Notícias

Juiz proíbe carreata contra isolamento social em Santo André

Grupo queria protestar por reabertura total da economia, apesar de riscos da Covid-19

O juiz Genilson Rodrigues Carreiro, da 1ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Santo André, aceitou um pedido apresentado pela Prefeitura da cidade vetou o evento "Mega Carreata Santo André Quer Trabalhar”, que pretendia fazer uma concentração seguida de uma carreata nas principais avenidas do município. O magistrado alegou que a concentração fere o Decreto Municipal de calamidade pública, em função da pandemia de Covid-19, que proíbe aglomerações de cunho social, cultural, educacional, esportivo, de lazer, entre outros.
O juiz lembrou ainda que o Estado de São Paulo também está sob quarentena e que toda a sociedade deve unir esforços e colaborar para evitar a disseminação do coronavírus.
Na decisão, o juiz traz ainda a argumentação de que o Poder Municipal deveria ser informado com antecedência da realização da carreata, como determina a Constituição, o que não foi feito pelos organizadores.
Caso a manifestação ocorra, pelo descumprimento da decisão os organizadores serão responsabilizados e devem pagar uma multa de R$ 50 mil, somadas a mais R$ 1 mil para cada pessoa que for flagrada na manifestação.


R7 e Correio do Povo

Ronaldinho passa 9º dia em "cela de ouro" no Paraguai

Ex-jogador está hospedado em hotel de luxo na capital do país

Ronaldinho teve que desembolsar 1,6 milhão de dólares para ter prisão domiciliar

O astro Ronaldinho Gaúcho cumpre seu 9º dia em prisão domiciliar em um luxuoso quarto de hotel em Assunção, após ter vivido outros 30 dias na prisão. O ex-jogador é acusado de usar passaportes falsos.
No exclusivo hotel Palmaroga, localizado no centro histórico da capital paraguaia e a duas ruas de distância do Palácio do Governo, Ronaldinho e seu irmão, Roberto Assis, ocupam duas suítes Premium pelas quais desembolsam 350 dólares por dia para cada uma, de acordo com o gerente do hotel.  Eles esperam o julgamento do caso, que pode valer ao ex-jogador brasileiro uma sentença de cinco anos de prisão.
Ronaldinho e o irmão usaram passaportes paraguaios falsos ao chegar em Assunção em 4 de março por motivos que ainda são investigados pelo Ministério Público do país. Dois dias depois, foram presos. Outras 14 pessoas ligadas ao caso foram acusadas de produção, tráfico e lavagem de dinheiro, um empresário brasileiro e uma fugitiva da justiça entre elas.

Hóspede midiático

A fiança para poder esperar o julgamento em prisão domiciliar custou 1,6 milhão de dólares ao ex-astro do Barcelona, segundo decisão do juiz encarregado do caso. Impedido de receber visitas devido à pandemia do novo coronavírus, que causou oito mortes e infectou 161 pessoas no Paraguai, Ronaldinho passa seu tempo sem um esquema rígido. Ele está sem comidas especiais, com uma rotina na academia e passeios pelo imponente edifício de 6 mil m², reconstruído em 2019 com investimento espanhol e que conserva a fachada de 1900.
"Ontem levaram para ele uma bola. Habilitamos uma sala - de cerca de 30 metros por 15 - para suas brincadeiras e embaixadinhas", declarou à AFP Emilio Yegros, gerente do hotel. "Parece ser um cara legal. Não perde o sorriso, seu irmão também. Seu semblante mudou desde o primeiro dia, quando chegou tenso e visivelmente estressado", analisou Yegros.
A presença do midiático hóspede de 40 anos alterou completamente a vida dos funcionários do hotel, que se revezam para atender às incessantes ligações do exterior, especialmente de jornalistas que buscam um furo ou uma declaração sobre a vida de Ronaldinho no Paraguai.
A pandemia não permite regalias. "Seguimos estritamente o protocolo sanitário. No dia em que chegaram, aplicamos as regras correspondentes: as roupas foram todas para a lavanderia", relata Yegros.
"Na Sexta-Feira Santa eu almocei com eles e com o consul brasileiro. Ronaldinho não perde o humor e alterna suas conversas com piadas", relatou o gerente do hotel.
Ainda segundo Yegros, a imprensa tentou criar uma narrativa de que Ronaldinho e o irmão teriam se hospedado no hotel graças à influência do FC Barcelona e por meio do político catalão Jordi Pujol. "É pura coincidência", garante o gerente, após revelar que os donos do hotel são de origem catalã, do conhecido Grupo Barcelona, cujo acionista majoritário é Jordi Robinat.

"Detenção ilegal, abusiva"

Para o advogado de Ronaldinho, o brasileiro Sergio Queiroz, seu cliente está preso ilegalmente. "É ilegal, abusivo". declarou. "Eles não sabiam que os documentos eram ilícitos", enfatizou. O advogado não é o único a se mostrar favorável ao ex-jogador.
"Deixem Ronaldinho em paz", respaldou da Espanha Jorge Valdano, campeão do mundo com a Argentina em 1986, técnico, escritor e dirigente esportivo. "O único lugar onde Ronaldinho não seguia as regras era dentro de campo", escreveu Valdano em um jornal madrilenho. "Uma coisa é ser um delinquente, outra é ser tolo", resumiu.

"Eles sabiam"

"Eles sabiam", garante por outro lado a promotora que investiga o caso, Alicia Sapriza, em declarações à AFP. A dúvida agora é se o ex-jogador foi usado ou se este se prestou para encobrir algum ilícito, por exemplo, lavagem de dinheiro ou contrabando.
"Da perícia de seus celulares foi encontrada uma conversa do irmão (Assis) em que fala dos documentos" antes de viajar ao Paraguai. Ronaldinho e o irmão viajaram com destino a Assunção na quarta-feira 4 de março com seus próprios documentos brasileiros, mas apresentaram passaportes paraguaios ao desembarcar.
O passaporte em questão tinha a mesma foto do pôster usado para promover a chegada do astro, o mesmo retrato estampado nas camisas das 2 mil crianças que o esperavam no terminal de desembarque naquele dia. Segundo a defesa, Ronaldinho viajou para inaugurar o cassino de um amigo e empresário brasileiro e para participar de uma ação em uma fundação de ajuda às crianças em necessidade (Fraternidad Angelical).
Embora o planejamento tenha sido feito por Assis, a promotora responsável pelo caso garante: "Ronaldinho não podia estar em desconhecimento. Ele não pode alegar boa fé". O prazo da investigação é de seis meses.
Contudo, o Ministério Público paraguaio não irá adicionar mais acusações ao caso além de "uso de documento público de conteúdo falso" e Ronaldinho provavelmente poderá responder em liberdade provisória quando for restabelecida a atividade judicial no país, suspensa devido à pandemia, de acordo com várias fontes penais dos tribunais consultados pela AFP.

AFP e Correio do Povo