segunda-feira, 13 de abril de 2020

Atletas protagonizam ações de solidariedade na Páscoa

Jogadores da Dupla Gre-Nal realizaram ações no final de semana para ajudar população carente

Jean Pyerre, meia do Grêmio, interrompeu os treinos na quarentena para distribuir 170 viandas em Alvorada


Atletas dos mais variados esportes têm aumentado, a cada dia, a rede de solidariedade formada para ajudar os mais necessitados no combate ao coronavírus. E os jogadores da dupla Gre-Nal têm jogado juntos nesse time. Nesse fim de semana de Páscoa, algumas ações trouxeram um pouco de carinho e dignidade para as famílias carentes. 
Jean Pyerre, meia do Grêmio, interrompeu os treinos na quarentena para distribuir 170 viandas em Alvorada, cidade na região metropolitana de Porto Alegre. Acompanhado de um irmão e mais seis amigos, o jogador utilizou o ônibus do projeto do ex-jogador Paulo César Tinga, chamado “Fome de Aprender”, para realizar a entrega dos alimentos. Além do ônibus, Tinga também disponibilizou um carro para melhor organizar as viandas. A iniciativa aconteceu no sábado e passou pela Vila Aparecida e Praça Central. Houve todo um cuidado para que não provocar aglomerações, e os participantes usaram máscaras e luvas.
O goleiro Marcelo Lomba, do Inter, e o zagueiro David Braz, do Grêmio, se uniram em prol da solidariedade. Os dois distribuíram ovos de chocolate no domingo de Páscoa para crianças carentes. Ação Social Aliança e Projeto Restaurar foram as entidades escolhidas para receber as doações. “Sim, somos rivais no futebol. Dentro de campo, cada um defende seu clube com muita dedicação e responsabilidade. Mas nos unimos e tivemos a oportunidade de abençoar algumas casas lares que abrigam crianças carentes”, escreveu David Braz em sua conta no Instagram. 
“A Páscoa está sendo muito especial para nós. Seremos sempre Inter ou Grêmio, mas o objetivo de ajudar o próximo deve ir além de qualquer barreira, como nos ensinou Jesus! Ame uns aos outros”, publicou o goleiro do Inter. Ambos tiveram a parceria da cafeteria Oh Brüder, de Porto Alegre. 
Diego Souza, atacante do Grêmio, doou 150 cestas básicas e kits de limpeza para uma comunidade na Ilha do Governador, na zona norte do Rio de Janeiro. O jogador cresceu no local e prometeu mais doações para esta semana. 
Pelas redes sociais, o ex-boxeador Acelino Popó Freitas fez leilão de um de seus cinturões de campeão mundial. Arrecadou, assim, R$ 90 mil para a compra de cestas básicas que deverão ser distribuídas em Salvador, a sua cidade natal. “Muitas vezes, não teve alimento na minha casa. Então eu sei bem o que é isso”, afirmou o ex-campeão mundial de boxe.
Correio do Povo

Grêmio aumenta previsão de prejuízos com interrupção da Covid-19

Clube projeta déficit nas receitas ao redor dos R$ 28 milhões

Grêmio aumenta previsão de prejuízos com interrupção da Covid-19

A previsão inicial já sofreu mudanças. O Grêmio, quando do início da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, estimava uma perda de receita na casa dos R$ 20 a R$ 25 milhões para os próximos meses. Mas as incertezas e a dura realidade em todos os setores da economia no país já fazem o clube projetar um aumento no déficit de receitas para R$ 28 milhões. E o número não é definitivo, muito pelo contrário, há a tendência de que aumente ainda mais.
Quanto mais prolongada a parada, maior será o prejuízo. Por enquanto, não há nenhuma sinalização de quando serão retomadas as competições nacionais e a Libertadores da América. “O quadro é de imprevisão. A situação é muito séria e difícil, isso está ocorrendo por tudo”, destaca o vice de futebol do clube, Paulo Luz.
Os salários dos jogadores já sofreram cortes – a direção não revelou valores – e houve negociação para prorrogar o pagamento dos direitos de imagem. “Terá de ser um ano de muitos cuidados por parte dos clubes”, diz Paulo Luz. Especula-se que os reflexos causados pela epidemia e a consequente crise financeira se estendam até a temporada do próximo ano.
Há outros aspectos preocupantes, não só para o Grêmio como para os demais clubes do futebol brasileiro. A crise pode fazer com que os patrocinadores invistam menos, ou até mesmo deixem de injetar dinheiro no esporte. “Se você não produz dinheiro, o futebol vai se ressentir disso. Os patrocinadores, a emissora detentora dos direitos de transmissão, eles também terão perdas. Todo esse quadro compromete patrocínios e receitas”, lembra o dirigente.
O Grêmio tem contado com a fidelidade dos associados para não ver suas receitas serem ainda mais comprometidas. No mês de março, praticamente não houve queda. A venda na loja oficial está sendo feita virtualmente.

Correio do Povo

Deitar de bruços pode ajudar pacientes críticos de Covid-19

Posição convencional de descanso faz coração pressionar pulmões, dificultando respiração

Médicos buscam técnicas para aliviar pacientes em UTIs

Médicos em hospitais nos EUA e no Brasil relatam melhoras significativas em pacientes que apresentam quadro crítico de Covid-19 com uma medida que parece simples: deitar a pessoa de bruços. Esta é uma técnica já conhecida no tratamento de síndromes respiratórias graves provocadas por qualquer tipo de doença e a experiência de alguns médicos em UTIs demonstra que pode servir para salvar vidas de pacientes infectados pelo novo coronavírus que estejam com extrema dificuldade de respirar.
Em entrevista ao canal de TV norte-americano Fox News, o doutor Christopher Voscopoulos, que é diretor de UTI de um hospital em Las Vegas, contou ter conseguido reverter o quadro de pacientes com dificuldade extrema de respirar por conta da pneumonia provocada pelo novo coronavírus colocando-os de barriga para baixo.
"Os pacientes são normalmente posicionados de costas, mas quando você os deita assim, o coração aplica uma pressão sobre os pulmões, fechando-os um pouquinho", explicou Voscopoulos, que trabalha no Southern Hills Hospital de Las Vegas. "Então, o que fazemos é simplesmente virar a pessoa e deitá-la na posição de bruços. Fazendo isso, o coração 'cai' para longe dos pulmões e abre espaço para eles." Segundo Voscopoulos, a medida simples pode significar a diferença entre a vida e a morte.

R7 e Correio do Povo

Banco ITAÚ pretende doar R$ 1 bilhão para combate ao coronavírus



Coronavírus adia análise de caixa preta de avião derrubado pelo Irã

Governo do Canadá pediu para análise ser postergada, evitando contaminação

Avião de companhia ucraniana teria sido atingido por projétil anti-aéreo

O Canadá, junto com vários países, pediu a Teerã que adie a extração de dados da caixa preta do avião ucraniano acidentalmente abatido pelo Irã em janeiro devido a restrições de viagens decorrentes da pandemia de coronavírus, informou o governo de Ottawa neste domingo. O Irã entrou em contato com os países envolvidos na investigação na semana passada para perguntar quando poderiam enviar especialistas para auxiliar na operação de análise, informou o Conselho de Segurança de Transporte do Canadá (TSB) em um email.
Embora observando que os países envolvidos estão "ansiosos para que os dados da caixa preta possam ser extraídos e analisados", a presidente da TSB Kathy Fox observou que "todos deram a mesma resposta, que as viagens eram impossíveis agora e provavelmente por um tempo "devido a restrições impostas para conter a pandemia de coronavírus.
O avião da Ukraine International Airlines para Kiev foi abatido pelo exército iraniano "por engano", segundo Teerã, logo após sua decolagem em 8 de janeiro. Das 176 vítimas a bordo, 57 eram cidadãos canadenses e 29 outras tinham residência permanente no Canadá. O TSB considera que os representantes dos países interessados devem estar presentes para baixar os dados da caixa preta e que, portanto, a operação deve ser adiada "até que a situação melhore o suficiente para permitir viagens seguras".

AFP e Correio do Povo

Novo coronavírus reduz renda de metade dos brasileiros, diz pesquisa

Pesquisa do Instituto Locomotiva aponta que 51% das pessoas afirmam ter perdido renda e que entraram no contingenciando de gastos

Pesquisa do Instituto Locomotiva aponta que 51% das pessoas afirmam ter perdido renda e que já estão contingenciando seus gastos

Com menos de 30 dias de quarentena e em meio a um cenário em que a retomada do contato social ainda parece distante, mais da metade dos brasileiros já sente no bolso os efeitos da pandemia do novo coronavírus. Pesquisa do Instituto Locomotiva, obtida com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo, aponta que 51% das pessoas afirmam ter perdido renda e que já estão contingenciando seus gastos.
Segundo a pesquisa, o impacto da crise é praticamente o mesmo entre homens e mulheres. Por faixa etária, contudo, afeta mais o bolso dos trabalhadores com 50 anos ou mais (52%), com ensino superior completo (48%) e que residem nos Estados do Sudeste (38%). A região concentra São Paulo e Rio de Janeiro, as duas capitais com o maior número de infecções, segundo dados do Ministério da Saúde.
Para o presidente da Locomotiva, Renato Meirelles, a proporção de brasileiros afetada, que já é alta, deve crescer nas próximas semanas. E o brasileiro, ele afirma, espera que isso aconteça. "Levantamos que dois em cada três profissionais acreditam que seus empregos serão muito prejudicados no Brasil, apesar de 73% das pessoas defenderem o isolamento social como forma de frear o avanço da doença", diz Meirelles.
A pesquisa foi realizada entre 3 e 5 de abril e entrevistou, por telefone, cerca de mil pessoas em 72 cidades do País. A margem de erro é de 3,2 pontos porcentuais para cima e para baixo.
TV a cabo dividida. Na casa da chef de cozinha Juliana Menezes os efeitos da paralisação da economia foram sentidos quase que de imediato. Ela, que deixou a sociedade de um restaurante para cozinhar na casa dos clientes, conta que conseguiu migrar a maior parte da demanda para um serviço de entrega de marmitas, que vem fazendo desde meados de março. Já o marido, que é vendedor e nos últimos dois anos também trabalhava como motorista de aplicativos, praticamente zerou a renda. O prejuízo é calculado em R$ 3 mil dentro do mês.
"Nunca tivemos poupança, não sobra dinheiro para isso. Saímos cortando os gastos", diz Juliana, que reduziu a lista de supermercados, trocando, por exemplo, os alimentos orgânicos por produtos tradicionais. "Comida sempre foi meu 'ralo', onde gasto muito. Só nessa nova lista economizei por volta de R$ 1 mil", afirma.
O corte também avançou nos custos fixos de serviços, como na assinatura de TV a cabo. "Cancelei a internet, bati na porta do meu vizinho de cima e me ofereci para dividir a conta com ele", conta. "Nunca tinha conversado com esse vizinho e só sabia que se chamava Oscar. Ele aceitou fazer um teste e está ótimo assim", afirmou.
Sem carne
Em Florianópolis, a microempresária Madeleine Lisboa teve de cortar no básico. Com o marido desempregado e dois filhos, ela viu a demanda de sua agência de limpeza minguar nas últimas semanas. "Como praticamente não tem serviço, paramos de comer carne. Eu avisei os filhos que para beber é só suco de limão, que pego no quintal do vizinho, e estou fazendo mistura com abacate, que também pego da horta", conta. "Eu ainda tenho minha casa e dinheiro para comprar alguma coisa, agora minhas colaboradoras, que recebem por serviço feito, estão sem nada. Estou distribuindo cestas básicas para que tenham o que comer."
Roberto Greathouse, tradutor
"Só deverei voltar a receber alguma coisa a partir de julho".
O último trabalho do tradutor Robert Greathouse foi no dia 16 de março. De lá para cá, diz que perdeu 100% de sua renda e consegue pagar as contas graças a uma reserva de emergência que vem acumulando há dez anos. "Eu sou muito controlado e agora preciso ser mais. Acho que só voltarei a receber alguma coisa a partir de julho", diz. Desde que iniciou a quarentena, em março, Greathouse eliminou gastos com aplicativos de transporte, que consumiam R$ 300 do seu orçamento mensal, a academia e começou a cozinhar: "Estou economizando uns R$ 1 mil por mês."
Ailton Silva, dono de empresa de churrascos
"Vou tentar pagar pelo menos o mínimo do cartão de crédito".
Ailton Silva é proprietário de uma empresa que organiza e prepara churrascos em condomínios. O negócio é tocado por ele, a esposa e a filha mais nova. Seu último evento foi há 30 dias. Desde então, ele tenta adaptar as despesas à nova realidade. "Estou usando um pouco do dinheiro que consegui guardar. Ainda bem que não pago aluguel e tenho poucas dívidas", diz ele, que deve pagar pelo menos o mínimo do cartão de crédito. "As contas de luz e de água e vou jogar para frente. Quero guardar dinheiro para comida e medicamentos, caso a gente precise", afirma.
Gutierres dos Passos, atendente em operadora de telefonia
"Peguei dinheiro emprestado e dei meu celular como garantia".
Gutierres dos Passos conta com seus dois empregos para pagar as contas da casa em que mora com a mãe, em Volta Redonda (RJ). De segunda a sexta trabalha como atendente em uma operadora de telefonia. Aos fins de semana, é gerente de uma casa noturna: "O trabalho na casa noturna era mais da metade do que eu recebia e foi justamente esse que eu perdi há duas semana." Sem poupança e com a última prestação de seu carro para pagar, ele tomou emprestados R$ 500 em um banco digital. "Dei meu celular como garantia e vou pagar em quatro vezes de R$ 200".

Agência Estado e Correio do Povo

Falta de dados prejudica saída do isolamento no Brasil

Epidemiologistas e infectologistas alertam que um levantamento abrupto das restrições pode levar a uma segunda onda da doença, ainda mais letal

Para o infectologista Antonio Flores, da Secretaria de Saúde do Estado, o grande ponto cego para as autoridades é o tamanho da epidemia


Epidemiologistas e infectologistas dizem que ainda falta muito conhecimento sobre a epidemia brasileira para que um plano seguro de saída do isolamento comece a ser traçado. E alertam: um levantamento abrupto das restrições pode levar a uma segunda onda da doença, ainda mais letal.
Uma informação crucial que ainda falta às autoridades sanitárias brasileiras é a exata dimensão da epidemia - uma vez que todas as projeções apontam para uma subnotificação em grande escala. Sem esse dado é igualmente impossível saber também quantas pessoas já foram infectadas e se curaram - ou seja, quantas já são imunes à doença.
O epidemiologista Pedro Hallal, reitor da Universidade Federal de Pelotas, calcula que ainda faltam dez dias para o ponto máximo da epidemia no Brasil. A estimativa coincide com a de outros grupos e do próprio Ministério da Saúde. Mas, até lá, o número de casos ainda pode subir muito, dependendo da adesão da população ao distanciamento social.
"Por mais duas semanas, o número de mortes ainda continuará aumentando", afirmou Hallal. "A decisão de retomar as atividades tem de ser feita com a devida segurança. No momento, a única maneira segura de recompor a força de trabalho é com a testagem em massa, a identificação dos imunizados e a reinserção paulatina dessas pessoas no mercado."
Para o epidemiologista, parte das pessoas tem a percepção errada de que o levantamento das restrições seria total. "Não é uma chave de luz que eu desliguei e depois vou ligar de novo", comparou Hallal. "Esse ‘ligar’ será gradativo. O setor produtivo terá de entender que, sem uma vacina, não teremos um momento 100% imunizado."
Opinião semelhante tem o infectologista Fernando Bozza, chefe do Laboratório de Medicina Intensiva do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz. "A informação central que não temos hoje é qual é a taxa de imunidade de rebanho, quanto da população já está imune ao vírus", afirmou. "Este é um dos parâmetros mais importantes para planejarmos a saída. Se essa taxa ainda for muito baixa, ou seja, se houver um grande número de pessoas não imunes, o risco de termos uma segunda onda é muito alto."
Segundo Bozza, ainda estamos longe deste momento. "Estamos na fase de ascensão da curva, pelo menos até o fim de abril. O ideal agora é que todo mundo ficasse quieto, a mensagem para a população ainda é de restrição", explicou. "Na verdade, alguns governos ainda terão de apertar mais as restrições, com multas e prisões."
Para o infectologista Antonio Flores, da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, o grande ponto cego para as autoridades é o tamanho da epidemia. "Quando conseguirmos saber quem já está imunizado e onde estão os focos da doença, poderemos pensar em tomar medidas de isolamento mais focadas."

Agência Estado e Correio do Povo

Julie Christie, atriz britânica


Julie Christie – Wikipédia, a enciclopédia livreJulie Christie - WikipediaJulie Christie - AdoroCinemaFrases de Julie Christie | Citações e frases famosasJulie Christie | Atrizes, LooksJulie Christie Movies: 20 Greatest Films Ranked Worst to Best ...Julie Christie (I) (14 de Abril de 1941) | Artista | FilmowJulie Christie | Biography, Movies, & Facts | BritannicaA bela e talentosa Julie Christie ~ Memórias CinematográficasJulie Christie se casa em segredo na Índia | NSC TotalActress Julie Christie Boyfriend Don Bessant 1966 Foto editorial ...

Julie Frances Christie (Chabua14 de abril de 1941) é uma atriz britânica, nascida na Índia. Vencedora do OscarGlobo de Ouro e SAG.
Ficou conhecida na década de 1960 e continuou trabalhando em diversos filmes durante a década de 1970 em grande parte em filmes com Warren Beatty, mas se afastou durante os anos 80, ficou bastante tempo trabalhando em pequenos filmes, até retornar em diversos filmes independente que reavivou sua carreira na década de 1990, trazendo a ela diversos prêmios importantes.
Foi indicada quatro vezes ao Oscar da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Los Angeles: em 1966, por Darling (1965); em 1972, por McCabe & Mrs. Miller (1971); em 1998, por Afterglow (1997); e em 2008, por Away from Her, tendo vencido em 1966.[1]

Clique aqui para ler a matéria completa no site Wikipédia. 

Mesmo com isolamento, exposição moderada ao sol não deve ser esquecida



Tomar sol é importante para sintetização da vitamina D, vitamina fundamental para o sistema imunológico

Diante do isolamento social devido ao novo coronavírus, a exposição solar fica prejudicada, mas não deve ser esquecida. A exposição moderada ao sol é importante para sintetização da vitamina D. Entre os benefícios da vitamina D (VD) estão a melhora do sistema imune.  
A vitamina D é um nutriente com função de hormônio que age em diversas áreas do organismo. “Sem dúvida, manter níveis normais de vitamina D está associado a menor taxa de infecções. Vitamina D está envolvida no processo de defesa do organismo contra agentes infecciosos e células cancerígenas. Isso se concluiu quando se compararam pessoas com baixo nível de VD, versus, altos níveis de VD”, explicou o coordenador científico da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Helio Miot.
Segundo o médico, no mundo tem sido observados níveis baixos de vitamina D em toda a população. “Sabemos que 60% ou até 80%, dependendo do grupo populacional, tem níveis baixos de vitamina D, o que pode comprometer o funcionamento do organismo como um todo, especialmente as pessoas de risco como gestantes, idosos, imunossuprimidos, indivíduos em pós-operatório de cirurgia bariátrica, quem tem osteoporose e doenças intestinais. Esses indivíduos devem ter seu nível de vitamina D testado e, se forem baixos, receber a suplementação”.
O médico explica que grande parte da vitamina D é produzida pela pele, sendo mais de 90% pela exposição solar habitual. “Então não é aquele indivíduo que vai se bronzear na piscina, mas é durante aquela caminhada, ao estender uma roupa no varal, tudo isso promove uma grande síntese de vitamina D. Outra grande parte ocorre pela alimentação, com alimentos como peixes, ovos, derivados de leite e algumas frutas. Esses alimentos têm uma quantidade de vitamina D.  Essas são as duas principais fontes de vitamina D para o organismo: exposição solar leve e alimentação”.

Exposição moderada

Com a situação atípica do isolamento social, a população vai diminuir a exposição ao sol. Mas, segundo o especialista, a exposição deve continuar sendo leve. “A síntese acontece muito rapidamente, e se houver um excesso de exposição, o consumo de vitamina D acaba sendo comprometido. Então não se recomenda, nem mesmo com filtro solar, ficar se expondo, intencionalmente. As pessoas de risco, como idosos, obesos, quem está em pós-operatório de cirurgia bariátrica, mulheres na menopausa, são indivíduos de alto risco para hipovitaminose D. Esses indivíduos devem conhecer o seu nível e se forem baixos, devem repor de forma oral [com medicamentos]”, orienta Miot.  
O médico recomendou que também é importante a manutenção da atividade física nesse período. “O isolamento tende a aumentar o sedentarismo, isso faz hipotrofia dos músculos, faz uma redução do depósito de cálcio nos ossos, maximizando os riscos de pessoas com osteoporose. É importante ter uma atividade física mínima nessa quarentena, manter as atividades habituais de exposição ao sol com proteção, evitando-se os horários de risco. Os indivíduos que são deficitários de vitamina D devem fazer a suplementação segundo orientação médica, e aqueles que querem se prevenir quanto a essa pior síntese de vitamina D mediante o confinamento, devem ter uma alimentação rica nessa vitamina”.
A dermatologista e especialista em estética Hellisse Bastos dá uma dica para tomar sol de forma leve. “O ideal é ficar com a palma da mão virada para o sol em torno de 5 a 10 minutos no máximo. Sentiu que a palma da mão está quente, a gente já está sintetizando vitamina D. Outra dica é abrir todas as janelas, aproveitar onde bate sol na sua casa e deixar as janelas bem abertas para iluminar o local”.

Imunidade

Na opinião de Miot, todos devem manter níveis normais de vitamina D, não somente para a imunidade. “O grande problema que envolve a vitamina D e a imunidade é que, na maior parte das vezes, a vitamina D está baixa por um problema crônico, medicamentos, idade avançada, inflamações no intestino, sedentarismo, diabetes, cirurgia bariátrica, desnutrição, menopausa. Essas causas subjacentes reduzem a imunidade, assim como reduzem a vitamina D”.
Ele explica que, nesse caso, não adianta dar vitamina D, é preciso corrigir a causa da queda dessa vitamina.  “Caso contrário, a imunidade não vai se restabelecer. Por essa razão, a posição da SBD é que se conheça seus níveis de vitamina D. Se estiverem normais, indicamos vida normal e boa alimentação, com exposição solar habitual, com filtro solar. Se estiver baixa, recomendamos reposição de vitamina D e uma investigação de por quê está baixa”.
O médico alerta que o excesso de vitamina D também pode causar distúrbios. “É certo que queremos fazer de tudo para nos protegermos de infecção. É certo que níveis baixos de vitamina D estejam associados a maior risco de infecção. Mas, não é certo que todos suplementem vitamina D, indiscriminadamente. Pois o excesso também tem efeito tóxico aos rins”, conclui Miot.

Crianças

Para as crianças, que necessitam da vitamina D para o crescimento e formação óssea, mas que estão também em isolamento, a recomendação do pediatra Antonio Carlos da Silveira é aproveitar o sol da janela ou das varandas, apenas com braços ou pernas descobertos. “A vitamina D é importante ao longo da vida, mas principalmente para as crianças em crescimento, a presença do sol é fundamental. Mesmo durante o isolamento pela pandemia, se expor ao sol é muito importante. Pode ser até um sol na janela, no quarto, mas nunca por meio de vidros; se tiver uma sacada melhor ainda. Tomar até 10 minutos é necessário para a sintetização da vitamina."
Para o pediatra, as crianças devem aproveitar o outono, já que no inverno fica mais reduzido o período de sol. “É importante aproveitar esse período, pois com o inverno chegando fica reduzida a incidência solar”, lembra o médico.
Para todos os grupos populacionais, o ideal é que a exposição ao sol ocorra até as 10h e após as 15h. Fora desse período, a incidência solar pode ser crítica para a ocorrência do câncer de pele e outras doenças da pele.

Agência Brasil e Correio do Povo

Realização de testes em massa para o novo coronavírus ainda é apenas promessa no Brasil

Diretriz de testar somente pacientes graves resulta em altos índices de subnotificação



Apontada internacionalmente como parte fundamental da estratégia para conter o avanço dos casos de coronavírus, a realização de testes em massa para diagnosticar a doença ainda é só uma promessa tanto no Brasil como no Rio Grande do Sul. Apesar de reconhecer a importância da medida, os governos, em seus protocolos, mantêm, para a população em geral, a realização de testes apenas em pacientes que estejam em estado grave, hospitalizados. A manutenção desta diretriz, apontam profissionais da área da saúde e admitem gestores, associada à não obrigatoriedade de notificação às vigilâncias estaduais de pessoas com quadros de síndrome gripal atendidas nas unidades básicas e pronto-atendimentos, como acontece no RS, resulta em altos índices de subnotificação que ajudam a tornar ainda mais frágil a situação da população frente ao avanço da Covid-19.
Anúncios de pesquisas que substituiriam a testagem em massa, ou da negociação para aquisição de novos lotes com milhares ou milhões de kits, com variações conforme a esfera de governo, são frequentes. Alguns beiram ao extraordinário, como o feito pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, durante uma videoconferência com empresários do setor varejista no sábado, 4 de abril. Guedes afirmou estar em discussão no governo federal o que denominou de “passaporte da imunidade”: a possibilidade de chegarem 40 milhões de testes/mês ao país, fornecidos a partir da Inglaterra por um amigo do ministro sobre o qual ele não forneceu maiores informações. Em tempos de pandemia, a história, e sua veracidade, acabaram suplantadas por notícias sobre o avanço dos casos e das mortes.
Mas, na vida real, hoje, entre a população em geral, quem apresenta sintomas da doença, na rede pública no Estado, só é testado se atender às exigências estabelecidas pelos governos: caso grave e hospitalizado. Pela regra, pessoas com sintomas leves e moderados, ou mesmo com quadros e sintomas mais preocupantes, não são testadas. Não há levantamento ou controle efetivo sobre os procedimentos na rede privada, na qual, entre hospitais e laboratórios que dispõem de kits, o acesso também começou a ficar restrito ainda em março e as condutas práticas podem variar. Há estabelecimentos que garantem o teste RT-PCR mediante apresentação de solicitação médica, mas não são a maioria. Em Porto Alegre, entre particulares, o Hospital Moinhos de Vento anunciou em 6 de abril que, na segunda quinzena do mês, vai inaugurar um laboratório próprio de biologia molecular para Covid-19, com atendimento a pacientes das redes pública e privada e colaboradores com suspeita da doença, com diagnósticos em um prazo de 24 horas e capacidade de realização de até 200 testes por dia.

Na rede pública, no Rio Grande do Sul, se tornaram recorrentes as reclamações de prefeitos sobre a ausência de informações por parte do Estado a respeito da destinação de kits ou de projeções sobre aquisição dos insumos e aumento da testagem na população em geral. O cenário pouco promissor e a sucessão de argumentos utilizados pelas administrações federal e estadual para explicar a demora em disponibilizar exames fizeram com que aumentassem iniciativas de parcerias entre prefeituras, universidades, empresas e outros órgãos do poder público no sentido de adquirir kits diretamente e realizar os testes.
Na cidade de Esteio, na região Metropolitana, a prefeitura firmou convênios com duas universidades (Unisinos e Feevale) e um laboratório privado e conta com auxílio de empresas locais para uma iniciativa que tem como referência a Coreia do Sul e a Alemanha: pretende testar todos os moradores que apresentarem sintomas de síndrome gripal. Foram adquiridos3 mil testes RT-PCR e 2 mil testes rápidos. Também em parceria com a Feevale, prefeituras da região do Vale dos Sinos estão entre as primeiras a adotar a estratégia de adquirir com recursos próprios os kits e levar a cabo a análise das amostras de testes do tipo RT-PCR. Até a semana passada, 14 municípios da região ou do entorno haviam aderido à iniciativa, que inclui a testagem de profissionais da saúde, mas, também, de pacientes que procuram a rede de atendimento. De acordo com o coordenador do curso de Medicina Veterinária da Feevale e presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Fernando Spilki, a universidade, por ora, tem capacidade de realizar aproximadamente 4 mil análises. “Os testes são fundamentais tanto para o controle da doença como, depois, para administrar o retorno das atividades. Então, é verdade: quanto mais se testar, melhor,” assegura Spilki.
No final de março a prefeitura de Santa Cruz do Sul fechou parceria em moldes semelhantes com a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), para a realização de 5 mil testes adquiridos pela administração municipal. Também no final de março, a Universidade do Vale do Taquari (Univates) adquiriu 6,2 mil testes rápidos e 2,5 mil do tipo RT-PCR. A compra atende a uma parceria com o Consórcio Intermunicipal da Saúde do Vale do Taquari (Consisa), que inclui 13 prefeituras e hospitais da região. Na região Central do Estado, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e a Universidade Franciscana (UFN) vão atender municípios, processando testes adquiridos com recursos decorrentes de multas aplicadas pela Justiça do Trabalho e que foram destinados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério Público Federal (MPF).
O governo estadual, com recursos próprios, anunciou em 24 de março que estava se organizando para adquirir 50 mil testes RT-PCR, importados dos Estados Unidos e direcionados inicialmente a profissionais das áreas da saúde e da segurança. O pregão aconteceu na primeira semana de abril e a expectativa é que os kits cheguem até o fim do mês. As análises serão feitas pelo Instituto de Ciências Básicas (ICBS) da Ufrgs. O ICBS tem capacidade de processar 160 testes por dia, por extração manual das amostras, mas se mobiliza para conseguir um extrator automático, o que elevaria a capacidade para mais de 500 testes/dia. Enquanto aguarda a chegada dos reagentes, a Ufrgs vai processar 500 amostras que estavam represadas na estrutura estadual, utilizando kits adquiridos pela universidade. “Estamos correndo, muito, para que toda a estrutura funcione da melhor forma possível e possamos dar esta contribuição para a sociedade”, adianta a diretora do ICBS, Ilma Brum da Silva. 
A extração manual é o que limita também a capacidade do Laboratório Central do Estado (Lacen), referência no processamento e validação de testes que chegam de todo o RS. Na semana que passou, o Executivo gaúcho chegou a anunciar que o laboratório processa até 400 testes por dia. Mas, em reuniões internas entre secretarias de governo, a capacidade divulgada é mais modesta: 150 amostras/dia. 
Profissionais da área da saúde e pesquisadores assinalam de forma reservada que as justificativas sobre burocracia, disputa mundial por suprimentos e alegada carência de itens no mercado internacional mascaram a falta de investimentos em ciência e tecnologia, a mobilização tardia dos governos para se preparar para a pandemia e o desmonte de anos na estrutura da vigilância epidemiológica estatal, Rio Grande do Sul incluído. “O Brasil está atrasado nas duas pontas: tanto na testagem quanto na estratégia de distanciamento social. O número de testes realizados é uma gota no oceano. No distanciamento social, estamos no meio do caminho, ele acontece e não acontece ao mesmo tempo. Neste cenário, o Rio Grande do Sul tem vários motivos extras para se preocupar. Além do inverno, tem as maiores proporções de idosos, de fumantes e de obesos. Não é pouca coisa”, adverte o médico sanitarista e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, Ivan França Júnior.
No Estado, não há, por enquanto, projeções de mudança nos protocolos oficiais de forma a ampliar os testes a fatias maiores da população. Conforme as informações disponibilizadas pelo governo estadual, tanto os testes rápidos que chegaram na semana passada do Ministério da Saúde como os 50 mil RT-PCR adquiridos serão direcionados a profissionais da saúde e segurança (nesta ordem) porque eles estão nas linhas de frente de combate à pandemia. O governo não divulgou, ainda, se poderá estender a testagem a profissionais da área da educação no futuro. E não detalhou se continuará a aplicar os exames sucessivamente em profissionais que testem negativo.
Em nível federal, na quarta-feira, após notícias de que não sabia quantas pessoas já haviam sido testadas no país, o Ministério da Saúde detalhou, em sua página, quantos testes distribuiu até o momento. Um mês e meio após o registro do primeiro caso, foram 151.432 testes do tipo RT-PCR e 468.802. Destes, o Rio Grande do Sul ficou com 8.568 RT-PCR e 48.941 rápidos. Dos últimos, 20 mil foram destinados para pesquisa na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o chamado inquérito sorológico, uma iniciativa local a ser replicada em âmbito nacional com aproximadamente 100 mil pessoas.
O governo gaúcho atribui à pesquisa papel determinante para os ajustes nas medidas de restrição à circulação e ao convívio social e tem divulgado metas ambiciosas. Entre elas, as de que o estudo será capaz de identificar o percentual da população infectada, o ritmo de avanço da pandemia, a prevalência da doença por regiões, o contingente de pessoas atingidas, mas assintomáticas, e o grau de letalidade da doença. No Rio Grande do Sul, as 18 mil pessoas a serem testadas equivalem a 0,15% da população de 11,3 milhões. No Brasil, os 99.750 mil testes correspondem a 0,04% dos 211,3 milhões de habitantes. A eficácia da iniciativa gera dúvidas entre especialistas. “O pessoal da UFPel é excelente e tem um trabalho reconhecido dentro e fora do país. O estudo vai produzir informação? Vai. Mas o problema é a utilidade das informações que vão levantar neste momento. Estudos de prevalência são bons para doenças de longa duração. No caso da Covid-19, o que precisamos é medir a incidência, os casos novos. Vão gastar ‘pólvora em bugio’, como se diz aí”, alerta França Júnior. Na avaliação do pesquisador, a aplicação dos testes em suspeitos que chegam aos hospitais e seus contatos recentes, a exemplo do que fez a Coreia do Sul, teria resultados mais efetivos. 
Na Coreia do Sul, que se transformou em referência internacional na aplicação de testes em quantidade como forma de bloquear a disseminação da doença, a capacidade é de realização de 70 mil testes por semana. O país tem uma população de 51,4 milhões de habitantes. Na Alemanha, destaque pela baixa taxa de mortalidade apesar do número de casos da doença, a capacidade é de 160 mil testes por semana, conforme as informações do Instituto Robert Koch. O país tem uma população de 83 milhões de habitantes.
No Brasil, ao longo do mês de março, o Ministério da Saúde anunciou quatro números, crescentes, de testes a serem disponibilizados no país: primeiro 1 milhão, depois 2,3 milhões, em seguida 10 milhões e, finalmente, em 24 de março, a promessa de 22,9 milhões de testes (14,9 milhões RT-PCR e 8 milhões de rápidos, entre testes produzidos pela Fiocruz, doados por empresas e adquiridos por meio de compra pública), com previsão de que pelo menos 6 milhões deles fossem disponibilizados até o final de março.
Na prática, além dos pouco mais de 600 mil testes já distribuídos sobre os quais forneceu detalhamento na semana que passou, na quarta-feira o ministério anunciou que a partir de segunda, 13 de abril, serão distribuídos aos estados outros 870 mil kits: 300 mil RT-PCR doados pela Petrobras e 570 mil rápidos (estes são parte da segunda remessa de um total de cinco milhões doados pela Vale do Rio Doce). Dos RT-PCR, 100 mil ficarão no Rio de Janeiro e 200 mil serão repassados aos outros estados. A segunda remessa da Vale, na verdade, tem um milhão de testes. Mas 180 mil deles serão destinados a pesquisas e outros 250 mil serão separados para o estoque estratégico do ministério.
Parceria entre academia e iniciativa privada

Em meio às constantes notícias sobre falta de insumos para realizar os testes de detecção do coronavírus, o Centro de Biotecnologia (CBiot) da Ufrgs está à frente de uma iniciativa que trabalha na confecção de testes RT-PCR próprios e com custos provavelmente mais baixos dos que hoje estão no mercado. O CBiot se uniu a duas empresas que fazem testes moleculares, a Amplicon e a Agronômica, e à QuatroG, baseada no Tecnopuc e que fornece uma das enzimas necessárias, a DNA polimerase. O Centro está envolvido na produção do segundo insumo, a transcriptase reversa, que transforma o RNA do vírus em DNA complementar. E, ainda, responde pelos chamados controles positivos: as amostras de vírus inativados usadas para aferir se o teste de fato está detectando o vírus. Os primeiros controles foram fornecidos pela USP via laboratório do Instituto de Ciências Básicas da Saúde (ICBS) da Ufrgs. Mas, com a disseminação da doença em solo gaúcho, os controles usados poderão ser os de pacientes do Rio Grande do Sul.
O insumo em produção na Ufrgs está nas análises finais e poderá ser utilizado em testes moleculares nos próximos dias. “Primeiro, encontramos um importador que conseguiu um dos componentes, a transcriptase reversa, na Argentina. A QuatroG faz o outro componente e os dois laboratórios de análise molecular os testes. Como sabíamos que a transcriptase provavelmente começaria a faltar, começamos a tentar produzi-la no CBiot. Um dos nossos professores tinha a informação genética, a sequência necessária para a produção”, explica o diretor do Centro, Guido Lenz.
Conforme Lenz, há, prontas, cerca de 50 mil reações de DNA polimerase. E é possível produzir mais em um prazo entre duas e três semanas. De transcriptase reversa, ele estima uma produção de entre 20 mil e 30 mil reações inicialmente. “O que merece destaque, além da colaboração entre academia e iniciativa privada, é o quanto o financiamento que existia permitiu que tivéssemos na Ufrgs um pesquisador que em algum momento comprou o plasmídeo da transcriptase reversa, que uma pesquisadora de pós-doutorado tivesse treinamento para produzir esta enzima e que os laboratórios ainda tivessem reagentes. Manter a ciência funcionando é mais ou menos como manter uma indústria de base em tempos de guerra”, assinala o diretor.

Os Testes

Teste Molecular

A detecção do material genético do vírus (RNA) é feita por meio de uma técnica conhecida como RT-PCR. O material biológico é colhido com um cotonete (swab) no nariz e garganta. Em laboratório, o vírus é inativado e tem seu material genético extraído. Na sequência, seu RNA é transformado em DNA e regiões específicas do DNA são amplificadas com a utilização de pequenos pedaços de DNA, os primers. Em seguida, um equipamento detecta o DNA amplificado. A execução de todas as etapas leva cerca de seis horas quando realizada manualmente e aproximadamente quatro horas quando usado um extrator automático. O teste molecular detecta a presença do vírus e pode ser realizado a partir do terceiro dia após a pessoa ter sido infectada.

Teste Rápido

Os testes rápidos podem detectar tanto proteínas do próprio vírus quanto proteínas produzidas pelo organismo em resposta ao vírus, os anticorpos. Seu resultado é obtido em aproximadamente 15 minutos. A Anvisa já aprovou dois testes rápidos do vírus e oito para detectar os anticorpos (IgM e IgG). O teste rápido mais comum é o que detecta se o organismo está produzindo a resposta de anticorpos (IgM e IgG). O IgM é o primeiro anticorpo a ser produzido quando há uma infecção. Por isto, é considerado um marcador de fase aguda de uma doença infecciosa. O IgG é produzido depois, ainda na fase aguda da infecção, mas variável conforme o microrganismo invasor. Por este motivo, e por permanecer circulante no sangue, como uma espécie de memória, é considerado um marcador mais específico. O IgM pode ser detectado a partir de um período entre o sétimo e o décimo dia da infecção.

Ranking

No site www.worldmeter.info é possível fazer um comparativo sobre a quantidade de testes aplicadas em cada país e sua relação com o total da população. Os dados atualizados até a última quinta-feira, 9, mostravam que no Brasil, até agora, para cada milhão de habitantes, 296 foram testados. Na Coreia do Sul, o índice é de 9,3 mil testes por milhão de habitantes. Na Alemanha, de 15,7 mil testes por milhão de habitantes. Na Itália, de 14,1 mil por milhão. E, nos Estados Unidos, de 7,1 mil por milhão.

Foto da capa: Tiziana Fabi/ AFP



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