sexta-feira, 10 de abril de 2020

Caixa anuncia seis meses de carência em novos financiamentos imobiliários

Medidas representam R$ 43 bilhões em recursos investidos no mercado imobiliário

No total, as ações da Caixa representam R$ 43 bilhões em recursos no mercado imobiliário nos próximos meses

A Caixa Econômica Federal anunciou nesta quinta-feira novas medidas para o mercado de crédito imobiliário, como carência para novos financiamentos, aumento do tempo de pausa nos contratos e renegociação de dívidas, tanto para pessoas físicas quanto para as construtoras. No total, as ações representam R$ 43 bilhões em recursos no mercado imobiliário nos próximos meses. As medidas serão válidas a partir da próxima segunda-feira.
Em transmissão ao vivo pela internet, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse que as medidas poderão beneficiar mais de 5 milhões de famílias e preservar cerca de 1,2 milhão de empregos. Guimarães disse que há um compromisso das construtoras de não demitir, ao renegociar os contratos com o banco. “Não aceitamos demissão. Queremos o maior tipo de proteção para os funcionários. É o equilíbrio entre a questão de preservação de saúde e a questão econômica, que evita as demissões”.
Ações para Pessoas Físicas
A Caixa implementou a pausa de 90 dias no financiamento habitacional, para clientes adimplentes ou com até duas parcelas em atraso, incluindo os contratos em obra. Segundo Guimarães, quem já pediu dois meses de prorrogação terá a medida ampliada automaticamente para três meses. Ele acrescentou que, se a crise se agravar, a Caixa poderá estender o benefício por mais tempo.
Outra medida é para aqueles clientes que usam o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para pagar parte das parcelas do financiamento. A partir de segunda-feira, os clientes do banco poderão pedir a pausa no pagamento da parte não coberta pelo FGTS da prestação, por 90 dias.
Outra opção para os clientes é continuar pagando as parcelas, mas com redução do valor por 90 dias. A medida é válida para clientes adimplentes ou com até duas parcelas em atraso. A Caixa também oferece carência de 180 dias para contratos de financiamento de imóveis novos.
Aos clientes que constroem com financiamento da Caixa (construção individual) será permitida a liberação antecipada de até duas parcelas, sem a vistoria. A Caixa anunciou ainda a renegociação de contratos com clientes em atraso entre 61 e 180 dias, permitindo pausa ou pagamento parcial das prestações.
Medidas para empresas
A Caixa anunciou a antecipação de até 20% dos recursos do financiamento à produção de empreendimentos para obras a serem iniciadas. Há também a possibilidade de antecipação da liberação dos recursos correspondentes a até três meses, limitado a 10% do custo financiado, para obras em andamento e sem atrasos no cronograma.
O banco liberou ainda recursos de financiamento à produção não utilizados pela empresa nos meses anteriores, limitados a 10% do custo financiado. Outra medida é a implementação da pausa nos contratos de financiamento à produção por 90 dias, para clientes adimplentes ou com até duas parcelas em atraso, incluindo os contratos em obra.
As construtoras também poderão fazer o pagamento parcial da prestação do financiamento, por até 90 dias, para os clientes adimplentes ou com até duas parcelas em atraso. Será permitida ainda a prorrogação de carência por até 180 dias, para os projetos com obras concluídas e em fase de amortização. Outra possibilidade é a prorrogação do início das obras por até 180 dias.
A Caixa também passará a admitir a reformulação do cronograma de obra, nos casos de contingências na execução por questões decorrentes da pandemia de Covid-19. Com o objetivo de reduzir os riscos de contaminação e exposição dos clientes e empregados à Covid-19, a Caixa ampliou o prazo de vencimento de laudos e avaliações.
O banco recomenda a utilização dos canais digitais, como Internet Banking e App Habitação Caixa, além dos telefones 3004-1105 e 0800 726 0505, opção 7, ou  o número 0800 726 8068 para renegociação de contrato.

Agência Brasil e Correio do Povo

Chefão da FIA pede "mudança de prioridades" após crise do coronavírus

Francês Jean Todt espera que no futuro se dê mais importância à investigação médica

Francês Jean Todt é presidente da Federação Internacional do Automóvel (Fia)

O francês Jean Todt, presidente da Federação Internacional do Automóvel (FIA), espera por uma "mudança de prioridades", tanto no esporte automotivo como social, após a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus no mundo.
- Como o senhor está vivendo este período de confinamento?
Jean Todt: Posso dizer que estou bem, levando em consideração o motivo de estarmos fazendo isso, mas temos que tirar lições. Às vezes me incomodo diante da importância que damos a coisas como armas nucleares, ir à lua, a carros autônomos. Tenho novamente a confirmação que o mais desconhecido e o menos controlado é o ser humano.
Fala-se de um novo vírus, mas há muitas outras doenças que não sabemos curar, como o câncer, a leucemia, Parkinson, Alzheimer. É um dos motivos pelo qual, junto com o professor Gérard Saillant, criamos o Instituto do Cérebro e da Medula Espinhal em Paris. Espero uma mudança de prioridades e mais importância à investigação médica.
- O senhor fala de um 'New Deal' após a crise...
Jean Todt: O 'New Deal' significa que quando tudo voltar à normalidade, as coisas terão mudado. É preciso aproveitar esta oportunidade. Neste momento estamos confinados. Se adotássemos a mesma atitude e responsabilidade nas ruas, haveria menos mortes, menos contaminação. Isso também faz parte.
- Quais problemas a FIA enfrenta neste momento?
Jean Todt: Primeiro, vamos ver como reagem nossos membros aos problemas que tudo isso traz, principalmente financeiros. Também temos nossas competições, com essa enxurrada de cancelamentos e adiamentos. É preciso repensar os calendários e saber quando poderemos reiniciar tudo a nível logístico e intelectual.
E mesmo se houver todas as condições para realizar um Grande Prêmio, há vontade de fazê-lo? É fundamental tirarmos lições disso tudo. A competição no automobilismo, começando pela Fórmula 1, é muito cara. Já tomamos medidas neste sentido, mas a pandemia complica assumir estes custos. Com o risco de perder equipes, construtores. É preciso ser responsável e colocar em prática soluções mais aceitáveis.
- O que quer dizer com isso?
Jean Todt: Na F1, o novo regulamento técnico foi adiado de 2021 para 2022 e o teto financeiro (máximo de gastos de uma escuderia no ano) vai cair. Será inferior a 175 milhões de dólares, mas nem tudo está incluído neste limite. Estamos trabalhando nisso
- Na F1 parece ainda mais complicado, já que cada escuderia defende seus próprios interesses....
Jean Todt: Continua sendo complicado. Apesar de tudo, percebemos uma abertura, então não vamos deixar passar esta oportunidade. Mas é pequena. Com nossos amigos da Formula One (promotora da F1) tomaremos as decisões.
- Quando serão retomadas as competições?
Jean Todt: Podemos dizer que voltaremos a uma vida normal no fim de junho, início de julho, mas atualmente tudo é suposição. Estamos neste período de reflexão, na qual todas as possibilidades estão abertas.
- Corre-se o risco de desvalorizar as competições ao ter que encurtá-las?
Jean Todt: Não sei se podemos dizer isso. O ano de 2020 será um ano negro que nunca pensamos em viver e espero que não voltaremos a viver. Poderemos fazer uma balanço ao fim do ano, mas agora é cedo demais. Não podemos dizer quando começará o campeonato, espero que o quanto antes.
- O cancelamento no limite do GP da Austrália de F1, o primeiro da temporada, foi muito criticado. Qual sua opinião?
Jean Todt: As pessoas dizem que não deveríamos ter ido, mas não vejo as coisas assim. Não havia motivo para não ir à Austrália. Por outro lado, quando já estávamos lá, as coisas aceleraram tão rapidamente que decidimos não correr. No mesmo fim de semana, os francês saíram às ruas para votar (eleições municipais). É muito fácil criticar, o mundo está cheio de conselheiros e acho que as pessoas poderiam ser um pouco mais humildes para entender melhor as coisas.
- Serão disputadas corridas virtuais para substituir as reais. Como o senhor vê essa iniciativa?
Jean Todt: Somos muito favoráveis há muito tempo. A FIA criou um grupo de trabalho e-Sport que se tornará uma comissão. Sou um pouco velho para os videogames, prefiro assistir a uma corrida de verdade, mas é uma maneira sociável e simpática de participar e acredito que será algo que vai crescer muito. Contudo, existe um risco um pouco perigoso de isolamento. É preciso encontrar a medida certa.

AFP e Correio do Povo

Peixaria triplica venda de pescado por tele-entrega em meio à pandemia

Saiba as diferenças entre máscaras para evitar o contágio por Covid-19

Infectologista explica quais as diferenças entre máscaras de pano, cirúrgicas ou N95

Ministério da Saúde passou a recomendar o uso de máscaras de pano para se proteger da pandemia

Com o avanço do novo coronavírus ao redor do mundo, um dos primeiros itens de saúde a sumir das prateleiras foram as máscaras cirúrgicas, que chegaram a triplicar de preço e faltar para profissionais de saúde no País. 
Na última sexta-feira, o Ministério da Saúde passou a recomendar o uso de máscaras de pano para se proteger da pandemia. A medida, no entanto, foi recebida com ressalvas pela Sociedade Brasileira de Infectologia. 
Com a escassez dos equipamentos de proteção individual (EPI) em face da pandemia, avalia-se o uso das máscaras de pano. Porém, em serviços de saúde, elas não devem ser usadas sob qualquer circunstância.
A infectologista da Rede D'or, Raquel Muarrek, explicou que os diferentes tipos de máscaras devem ser usados de acordo com cada situação. As chamadas N95, por exemplo, são indicadas para profissionais da saúde que lidam com a liberação de aerossóis, micropartículas liberadas durante procedimentos como entubação. 
Veja, a seguir, como e quando usar cada tipo de máscara, segundo a infectologista
• N95
A N95 é uma máscara utilizada na beira do leito de Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Seu uso é voltado a procedimento respiratório em pacientes entubados. Por falta de mácaras nos leitos hospitalares, a N95 está sendo utilizada por até 15 dias. Vale lembrar que a mesma NÃO pode ser lavada; após o período de 15 dias deve ser descartada.
• Máscara de pano
É uma máscara domiciliar feita de várias formas. A recomendação é que se utilize um tecido ideal, de algodão, e que a mesma seja trocada a cada 4 horas. Essa máscara tem que ser lavada com agua e sabão.
• Máscara cirúrgica
A máscara cirúrgica é recomendada para uso hospitalar, ou seja, para profissionais de saúde, onde se tem o contato com pacientes. Ela não pode e não deve ser lavada, tem que ser trocada a cada duas horas. Após esse período, o material deve ser descartado. 

R7 e Correio do Povo

Grávidas e mães de recém-nascidos entram na lista de risco da Covid-19

Ministério da Saúde afirma que gestantes e mulheres que deram à luz recentemente são mais vulneráveis a infecções no geral

Ministério da Saúde passou a incluir as gestantes e  mães de recém-nascidos, na lista do grupo de risco

O Ministério da Saúde passou a incluir a partir de abril as gestantes e as puéperas, mães de recém-nascidos, na lista do grupo de risco para o novo coronavírus. Além dos idosos, fazem parte pessoas com cardiopatia, diabetes, pneumomatia, doença neurológica, doença renal, imunodepressão, obesidade, asma, doença hematológica, doença hepática e síndrome de Down.
Segundo o Ministério da Saúde, grávidas e mulheres que deram à luz recentemente são mais vulneráveis a infecções no geral e, por isso, estão nos grupos de risco do vírus da gripe. Antes, só a gestação de alto risco era considerada condição para desenvolver casos graves da Covid-19.
“Estudos científicos apontam que a fisiopatologia do vírus H1N1 pode apresentar letalidade nesses grupos associados à história clínica de comorbidades dessas mulheres. Sendo assim, para a infecção pelo coronavírus, o risco é semelhante pelos mesmos motivos fisiológicos, embora ainda não tenha estudo específico conclusivo”, afirma em nota o Ministério da Saúde.
A Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp) afirma que, de acordo com as evidências científicas disponíveis até este momento, gestantes não parecem ter maior risco de adquirir a infecção que a população geral. A sociedade orienta as gestantes realizar as medidas de prevenção: lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool gel, não compartilhar objetos pessoais, manter os ambientes ventilados e evitar aglomerações.
"Devem entrar em contato com seu obstetra de confiança (inicialmente por telefone) caso apresente sintomas como febre, tosse, dificuldade para respirar, congestão nasal ou conjuntival, dificuldade para deglutir, dor de garganta, dores musculares. O profissional irá orientar se há necessidade ou não de buscar o pronto atendimento hospitalar nesses casos. Se você estiver gripada, não vá ao consultório sem ligar previamente para o profissional de saúde", orienta a Sogesp em seu site.

R7 e Correio do Povo

500 milhões de pessoas podem cair na pobreza por pandemia de coronavírus

Países mais pobres, sem sistemas de proteção social, e populações desfavorecidas serão os mais afetados

Para evitar o cenário, é recomendado ajuda financeira direta às pessoas mais afetadas

Quinhentos milhões de pessoas em todo o mundo podem cair na pobreza se planos de ajuda não forem adotados para os países mais desfavorecidos diante da pandemia de coronavírus, afirmou a Oxfam.Em um relatório intitulado "O preço da dignidade", a Oxfam observa que entre 6% e 8% da população mundial pode cair na pobreza, à medida que os governos paralisam a economia para controlar a propagação do vírus.
"Isso poderia constituir um recuo global de 10 anos na luta contra a pobreza e um recuo de 30 anos em regiões como a África Subsaariana, o Oriente Médio e o norte da África", porque mais da metade da população mundial poderia ficar abaixo da linha de pobreza como resultado da pandemia, informou a organização.
A Oxfam fez esse alerta antes das reuniões de abril do FMI, do Banco Mundial e dos ministros das Finanças do G20. Todas serão realizadas por videoconferência. Os países mais pobres, sem sistemas de proteção social, serão os mais afetados, assim como as populações desfavorecidas, como as mulheres.
Para evitar esse cenário, a Oxfam recomenda ajuda financeira direta às pessoas mais afetadas e apoio prioritário às pequenas empresas, além de condicionar a assistência às grandes empresas a adoção de medidas para os mais vulneráveis.
Também pede a suspensão de pagamentos de dívidas pelos países mais pobres este ano. Ele cita o exemplo de Gana, que poderia "fornecer vinte dólares por mês para cada uma das 16 milhões de crianças, deficientes e idosos do país por seis meses" se fosse liberado dos prazos de pagamento da dívida.
A Oxfam aconselha um aumento de pelo menos um bilhão de dólares em Direitos Especiais de Saques (DES) do Fundo Monetário Internacional (FMI) para ajudar os países mais pobres e aumentar a ajuda ao desenvolvimento aos países doadores.
Também sugeriu a criação de impostos emergenciais de solidariedade, tributando lucros extraordinários, grandes fortunas, produtos financeiros especulativos e atividades que têm um impacto negativo no meio ambiente.

AFP e Correio do Povo

Gestão Witzel impõe sigilo em documentos de contratações emergenciais de R$ 1 bi contra coronavírus

EUA negociam acordo para reduzir produção mundial de petróleo

Todos os membros da Opep+ concordaram com um corte de 10 milhões de barris de petróleo por dia entre maio e junho

Membros da Opep concordaram com redução

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira, 9, que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e "outros países" estão perto de um acordo sobre cortes na produção e "provavelmente vão anunciar algo hoje ou amanhã".
Em coletiva de imprensa na Casa Branca, o republicano disse que conversou há pouco com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman.
"Tivemos uma conversa muito boa", declarou Trump. A Opep e aliados, grupo conhecido como Opep+, se reuniram nesta quinta-feira para negociar um acordo para um corte de oferta que eleve os preços da commodity, afetados por um impasse entre sauditas e russos e pela queda na demanda gerada pela pandemia de coronavírus. "Veremos agora o que acontece", disse Trump.
Segundo a Dow Jones Newswires, todos os membros da Opep+ concordaram com um corte de 10 milhões de barris de petróleo por dia entre maio e junho. Os sauditas, segundo a agência, estariam dispostos a estender as reduções na oferta até 2022.
Na coletiva de imprensa da Casa Branca, o presidente Trump afirmou, ainda, que o governo tem tido conversas com companhias aéreas e que "um grande pacote" de ajuda financeira pode ser concedido ao setor.
Agência Estado e Correio do Povo

Assembleia Legislativa projeta parcelamento de salários

Tribunal de Justiça defendeu autonomia do orçamento

Videoconferência com o TJ ocorreu nesta quinta-feira

O presidente da Assembleia Legislativa, Ernani Polo (PP), que esteve no encontro com o governador, ressaltou que o impacto econômico da crise será severo no Estado, e os seus desdobramentos devem ser grandes. 
Ele não descarta, inclusive, a possibilidade de um “ajuste de calendário” no que se refere ao pagamento de salários dos servidores, assim como o Executivo adota atualmente. “Todo mundo está sendo afetado. A realidade é essa”, ponderou. Adiantou, porém, que nenhuma decisão será adotada sem antes haver a discussão com a Mesa Diretora. 
Em nota, o procurador-geral de Justiça, Fabiano Dallazen, ressaltou que o órgão tem, desde o início da pandemia, atuado na área da saúde e em outras impactadas pela crise sanitária, como a segurança pública, a defesa do consumidor e a proteção social. “Temos sido parceiros do Estado e dos municípios na busca de soluções para os efeitos da pandemia em todas as comarcas”, lembrando o contingenciamento voluntário de R$ 30 milhões no orçamento. 
“Não podemos colocar em risco o funcionamento da instituição e os serviços que prestamos à sociedade, especialmente neste momento de profunda crise social, quando nossa missão constitucional ganha ainda maior relevância. O Ministério Público não pode parar”, finaliza a nota.

TJ defende autonomia do orçamento

Ao avaliar o impacto econômico da pandemia, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJRS), desembargador Voltaire de Lima Moraes, defendeu a autonomia dos poderes e órgãos autônomos em relação ao orçamento. Ressaltou que os poderes devem ser harmônicos e independentes entre si e lembrou o repasse voluntário ao Executivo, fruto de contingenciamento de R$ 60 milhões. 
Ao mesmo tempo, defendeu que os dados do impacto, divulgados por parte do Executivo, devem ser “bem claros” e “objetivos” para garantir a transparência e a devida utilização dos recursos em ações efetivas no combate à pandemia. 
Ele lembrou que o Orçamento do Estado está em discussão jurídica, em função de impasses entre os poderes e que tem atuado para que isso não se repita novamente, porque mostra que “os poderes não se entendem”. Ressaltou que o Judiciário segue atuando, inclusive com um déficit em torno de 35% de servidores. “O Poder Judiciário não parou. De uma forma muito transparente, estamos na interlocução entre poderes, falando e relatando o que realmente está acontecendo”, ponderou. 
O TJRS foi representado pelo 3° vice-presidente, desembargador Ney Wiedemamn Neto. Presente na reunião, o defensor público-geral, Cristiano Heerdt, destacou que deverão ocorrer novos encontros, inclusive com as equipes técnicas, para analisar a situação financeira do Estado. Ponderou, porém, que não houve encaminhamentos efetivos.

Correio do Povo

Dunga arrecada e doa meia tonelada de alimentos em Canoas (RS)

Capitão do tetra realiza diversos trabalhos sociais ao lado de amigos

Ex-jogador e ex-treinador da Seleção Brasileira foi na loja Macromix receber as doações

O ex-jogador e ex-treinador da Seleção Brasileira, Dunga, arrecadou e doou nesta quinta-feira meia tonelada de alimentos para a Escolinha Vencendo Gigantes, de Canoas, na região Metropolitana. Os alimentos foram doados pela UnidaSul, holding que administra as redes Supper Rissul e Macromix Atacado. Acompanhado de amigos que realizam trabalhos sociais, Dunga foi pessoalmente receber as doações na loja Macromix da cidade.
Capitão do tetra, Dunga realiza trabalhos sociais desde os tempos de atleta, os quais ganharam mais relevância em tempos de pandemia. “A gente faz porque gosta, a sociedade e o futebol nos deram muito, e isso é uma forma de retribuir.” Ele avalia que o trabalho de pessoas com projeção como ele pode inspirar novas ações. “A gente tenta mostrar um caminho para as pessoas.”
Dunga se mostra preocupado com o futuro pós-crise e as consequências sociais causadas pela Covid-19. “O grande risco social é transformar uma parte das pessoas em moradores de rua. Temos que deixar de ser um pouco egoístas, a gente não pode pensar só em nós nesse momento.”
Gerente do supermercado que doou os alimentos, Marco Antônio Wagner, diz que tem visto muitas pessoas sendo mais solidárias. “Temos visto os clientes comprarem cestas básicas para dações”, relata ele. Também conta que percebeu uma mudança no perfil de compras dos clientes, embora o movimento não tenha alterado. “Estão vindo como antes, mas sentimos que têm consumido o básico.”
Wagner relata que a empresa tem visto de perto os impactos sociais causados pelo novo coronavírus, e por isso tem realizado doações. “Trabalhamos com venda de alimentos, além de estarmos preocupados com nossos colaboradores, temos sentido a necessidade de colaborar com a sociedade.” A rede está entregando 3,9 mil kits de higiene e alimentação em 23 cidades para ajudar no combate à doença.
Correio do Povo

RADICALISMO EM XEQUE
Em meio ao doloroso avanço da pandemia, pelo menos um reflexo positivo já começa a ser percebido: o coronavírus furou a bolha do radicalismo . O discurso obscurantista baseado mais em extremismos do que nos fatos perdeu terreno na crise, cedendo lugar a decisões pautadas pelo equilíbrio e pela ciência. Não à toa, a popularidade de Luiz Henrique Mandetta subiu. O ministro da Saúde foi alçado à condição de ícone da resistência do saber técnico. Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro, sempre em busca de respostas simples para problemas complexos, amarga queda de aprovação com seu comportamento errático no enfrentamento da Covid-19.  
 
GUEDES NO ESCURO
O planejamento de políticas públicas para ajudar os mais atingidos pela crise econômica provocada pelo coronavírus esbarra na falta de dados de qualidade sobre a população brasileira. Um exemplo da desorganização: o governo não sabe ao certo se são 15 ou 20 milhões o total de trabalhadores informais no país. Outro: o Caged, que reúne dados sobre contratações, demissões e salários, ainda não tem nenhum número oficial registrado no ano de 2020. Esse apagão estatístico deixa os ministérios da Economia e da Cidadania no escuro e torna muito mais difícil saber se o auxílio vai mesmo chegar a todos aqueles que precisam. 
 
A QUARENTENA AFROUXOU
Ao mesmo tempo em que o número de mortes por Covid-19 no Brasil se aproxima do milhar – o país tem 941 óbitos e 17.857 diagnósticos positivos –, o estado com a maior ocorrência de casos registrou uma preocupante queda no isolamento. De acordo com o governo de São Paulo, apenas 49% das pessoas ficaram em casa na quarta-feira 8, o menor índice desde o início da crise. A meta das autoridades é atingir 70%. As orientações buscam "achatar a curva" de contágio e evitar o colapso do sistema de saúde. Diante do afrouxamento, João Doria ameaçou adotar medidas  como multa e até prisão caso a população não volte a respeitar a quarentena. 
 
O FATOR MANDETTA
O titular da Saúde costuma dizer que só quer saber de "trabalhar" contra o coronavírus, sem dar ouvidos aos ruídos da política. O problema do ministro é que seus próprios colegas de governo estão dificultando esse objetivo. Na quinta-feira 9, Onyx Lorenzoni e Osmar Terra foram flagrados defendendo sua saída em uma conversa de tons conspiratórios. Mais tarde, Jair Bolsonaro voltou a mirar no auxiliar e disse em sua live que "paciente pode trocar de médico". Por outro lado, a Frente Nacional de Prefeitos cobrou apoio do Planalto ao ministro e afirmou que uma exoneração seria "voltar à estaca zero". A resposta de Mandetta, que hoje deve voltar a aparecer na coletiva sobre a epidemia, a tudo isso: "Lavoro, lavoro..."
 
TRISTE TEMPORADA
Símbolo do Rio de Janeiro, o Copacabana Palace está fechado pela primeira vez em 97 anos. A crise do coronavírus atingiu em cheio o turismo e, consequentemente, o tradicional endereço carioca. Vazio por causa da pandemia, o hotel inaugurado em 1923 já havia cancelado eventos, suspendido os serviços de spa e cerrado as portas de dois de seus três restaurantes até a semana passada. Agora, vai parar de vez. Apenas dois hóspedes-moradores continuarão por lá: a diretora do hotel, Andrea Natal, e o cantor Jorge Ben, que desde 2018 vive no local. A quarentena forçada vai durar até o fim de maio.