Investigações levaram à prisão do parlamentar neste começo de semana
Por Samantha Klein / Rádio Guaíba
Gabinete foi alvo de investigadores | Foto: Guilherme Almeida
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O delegado responsável pela investigação do caso que envolve o vereador André Carús, Max Otto Ritter, pode pedir o afastamento do emedebista do mandato. A solicitação, se houver provas de que Carús coagia os funcionários a entregar dinheiro para ele ou para seu mandato, deve ser encaminhada ao Ministério Público. A defesa do vereador se antecipou e protocolou seu pedido de licença do assento legislativo.
O eventual pedido seria analisado pela juíza Cláudia Junqueira Sulzbach, da 5ª Vara Criminal de Porto Alegre, que concedeu os mandados de prisão, busca e apreensão.
Responsável pela defesa de Carús, o advogado Jader Marques informou que a medida tomada por seu cliente tem como objetivo de afastar qualquer suspeita de que ele possa interferir nas investigações em andamento e reafirma seu compromisso de colaborar com o inquérito. "A defesa acrescenta que o vereador mantém firme seu propósito de esclarecer integralmente os fatos, provando sua inocência. "
Depoimentos
Todos os funcionários do gabinete de Carús vão ser ouvidos após a deflagração da operação Argentários, na manhã desta terça-feira. Servidores da instituição de crédito também prestarão depoimento. O parlamentar, juntamente com outros dois servidores de cargo em comissão foram presos temporariamente. Carús é acusado de extorsão.
O advogado de Carús, de outro lado, considera que a prisão é absurda e arbitrária. “Considerando que o vereador tem mandato, endereço fixo, essa prisão é completamente desnecessária e toma as vezes de uma condução coercitiva”, ressalta Jader Marques. Além disso, Marques salienta que ainda tenta acessar o material da investigação. “Somente após conhecer o que é investigado, mostraremos o absurdo atentado à imagem do vereador e à sua liberdade”.
As investigações começaram em agosto a partir de denúncias formalizadas junto à Delegacia Especializada, dando conta de que servidores públicos municipais lotados em Gabinete do vereador vinham sendo supostamente obrigados a contrair empréstimos consignados junto a uma determinada instituição financeira. A finalidade alegada: pagar dívidas pessoais do vereador. Por isso, estima-se que os valores tomados de empréstimos por servidores do gabinete superem a cifra de R$ 300 mil.
MDB da Capital
Com a deflagração da investigação e prisão de Carús, o diretório municipal informou que o comando da sigla fica a cargo do deputado Tiago Simon. “O MDB de Porto Alegre lamenta e recebe com surpresa o episódio envolvendo o vereador André Carús”, cita a nota oficial.
E complementa que “o partido entende que os fatos devem ser apurados pelas instituições competentes e espera que a verdade apareça. Carús pediu afastamento do cargo de presidente do MDB da capital. O comando partidário fica com o 1º vice-presidente, deputado estadual Tiago Simon”.
*Com informações do repórter Lucas Rivas
Correio do Povo