domingo, 7 de julho de 2019

25 anos de Plano Real. Para mim, não há o que comemorar

ROBERTO RACHEWSKY

O plano Real não continha nenhum milagre. Não precisava ser gênio para colocá-lo em funcionamento. Pelo contrário, todos os economistas brasileiros que resolveram brincar com a genialidade apenas agravaram a situação brasileira. Não existe caso mais icônico do que o do Plano Cruzado que desestabilizou toda a cadeia produtiva com seus congelamentos de preços e caça aos estoques com violação da propriedade privada. Sabem a Venezuela de Maduro? Assim era o Brasil de Sarney e Funaro.

Depois do plano Cruzado, teve também o plano Collor e seu inédito confisco das poupanças e outros ativos, além da desindexação fraudulenta dos índices de correção monetária que visavam manter o poder aquisitivo das rendas e a atualização dos valores contratados. Sabem a Argentina de Cristina? Assim era o Brasil do Collor, o caçador de marajás.

Muitos países deixaram para trás políticas inflacionárias apenas fazendo o que é básico, sem fórmulas mágicas, sem pirotecnia, apenas reduzindo o gasto do governo e/ou aumentando os impostos explícitos para não ter que financiar seus déficits imprimindo dinheiro, causa primária da inflação, que nada mais é do que um vergonhoso estelionato oficial.

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O Brasil de 1980 em diante foi transformado em laboratório econométrico e a população em cobaias involuntárias. A cada governo, se esperava com ansiedade quem seria o ministro da Fazenda. Por ali passaram ilusionistas de todos os tipos, desde sádicos messiânicos, até ignorantes perversos, teve Delfim Netto, Dilson Funaro, Bresser-Pereira, Zélia Cardoso de Mello, Guido Mantega, para citar os mais perniciosos.

Não há a menor dúvida que tivemos todos esses problemas, porque entre os pajés e curandeiros econômicos que buscaram exorcizar a inflação com seus planos heterodoxos, nunca tivemos economistas sensatos, prontos a defenderem a ortodoxia das teorias monetaristas apresentadas pela Escola de Chicago de Milton Friedman, nem os ensinamentos mais radicais de pensadores da Escola Austríaca, como Mises e Hayek.

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Comemorar os 25 anos do Real é contraditório, porque se deixamos a inflação galopante para trás, seguimos inflacionando à trote. A inflação que não passa de carga tributária oculta tornou-se explícita em volume jamais visto. Mesmo assim, da maneira como o poder executivo cria tributos no Brasil, à revelia do Congresso, tanto faz se a transferência de renda dos indivíduos para o Estado se dá de forma camuflada através do imposto inflacionário ou pelos tributos escorchantes que asfixiam a todos, empresários e consumidores.

O programa de privatização que integrou o Plano Real foi obra dos chamados neoliberais, que deveriam ser chamados de fakeliberais, economistas que tem aversão ao mercado livre e que para privatizarem empresas estatais, todas incompetentes, deficitárias, perdulárias e corruptas, criaram como contrapartida reservas de mercado, agências reguladoras para a proteção dos concorrentes privilegiados, participação dos fundos de pensão dos funcionários das empresas estatais remanescentes e leis e mais leis para controlar ainda mais as decisões estratégicas e até as mais irrelevantes dos que se aventuram a empreender no mercado brasileiro.

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O Plano Real foi uma tapeação que deu um cacife tão grande para o FHC que ele entregou o Brasil nas mãos de ninguém menos que o PT. A satisfação de passar a faixa presidencial para o Lula pôde ser vista na TV, hoje pode ser revista no YouTube.

25 anos de Plano Real. Para mim, não há o que comemorar, a não ser que você ache que estagnação e atraso são dignos de serem comemorados.


Instituto Liberal

Neste 4 de julho, que tal falarmos sobre o imperialismo comunista?

JOÃO CESAR DE MELO

O dia 4 de julho, em que os americanos celebram sua independência, é sempre uma boa oportunidade para falarmos do único esforço imperialista que nos ronda: o imperialismo comunista. Um imperialismo incomparavelmente mais assassino do que os piores regimes vistos como de direita, juntos. A crueldade de Lênin em nada difere da crueldade de Hitler. Stalin supera os dois.

A ciência da repressão e do extermínio em massa colocada em prática pelos nazistas foi idealizada e pioneiramente executada pelos comunistas na Rússia vinte anos antes. Quando as tropas de Hitler avançaram sobre seus vizinhos, já fazia muitos anos que os soviéticos controlavam meia dúzia de países do leste europeu. Seis dias antes de a Alemanha invadir a Polônia, Hitler e Stalin assinaram um acordo para dividir o país entre eles.

Assim que a 2° Guerra Mundial acabou, a URSS passou a se dedicar a internacionalizar o comunismo. É nesse momento que os Estados Unidos surgem no cenário internacional como “interventores”, porém, como força de REAÇÃO ao avanço do comunismo.

Enquanto populações inteiras eram assoladas pela repressão e pela fome que imperava por trás da cortina de ferro, a URSS articulava, influenciava, armava e financiava golpes comunistas na China, na Coreia, em Cuba, no Vietnam, no Camboja, no Afeganistão e em diversos países da África e da América Latina.

Todos os países sob controle dos comunistas viveram anos de horror. Repressão e miséria generalizada, sem precedentes em suas histórias.

Vale resumir alguns casos:

Na Coreia após a derrota japonesa na 2° Guerra Mundial, houve um acordo de divisão do país entre norte, de influência soviética, e sul, de influência americana. Assim que as tropas americanas se retiraram, os comunistas do norte invadiram o sul, iniciando uma guerra e depois uma ditadura que levou à morte mais de 3 milhões de pessoas.

Logo em seu primeiro dia como estado independente, em 1947, Israel foi atacado por todos os seus vizinhos árabes apoiados e armados pelos comunistas russos.

Cuba era o país mais desenvolvido da América Latina no final da década de 1950. Em 1959, os comunistas tomaram o poder e logo em seguida impuseram uma ditadura muito mais repressora que a anterior. Em dois anos, destruíram a economia, levando a grande maioria dos cubanos à miséria. A despeito disso, Cuba tornou-se o principal mentor das guerrilhas latino-americanas e enviaram dezenas de milhares de soldados para apoiar países árabes nos conflitos contra Israel e as forças comunistas em Angola e Moçambique. 

Os Estados Unidos tentaram invadir Cuba em abril de 1962 simplesmente porque os comunistas, além de expropriarem as empresas e capitais americanos – e também de outros estrangeiros e dos próprios cidadãos cubanos −, estavam em plena campanha de terror contra a população, promovendo ondas de perseguições, expurgos e fuzilamentos. A existência da ditadura cubana ainda nos dias de hoje justifica incontestavelmente a ação americana que, infelizmente, foi um fracasso.

Durante o começo da década de 1960, o Vietnam do Norte, controlado por comunistas financiados pela China e pela URSS, invadiu o Laos e o Camboja e preparava a invasão do Vietnam do Sul.

Em 1963, o presidente do Vietnam do Sul é assassinado durante uma tentativa de golpe de estado promovida pelos comunistas do norte. O presidente americano J. F Kenedy era declaradamente contra a intervenção no Vietnam, mas acabaria sendo morto nesse mesmo ano pelo comunista Lee H. Oswald, um americano que havia estudado na URSS. Só então os Estados Unidos decidiram intervir no Vietnam.

No começo de 1973, os comunistas do Vietnam do Norte reconheceram a derrota e assinaram um acordo de paz em Paris. Dois anos depois, com a presença militar americana já bastante reduzida no país, o Vietnam do Norte rasga o acordo de paz que havia assinado e ataca a parte sul. Os Estados Unidos não reagem. E assim, o Vietnam do Sul foi anexado ao norte e imerso na repressão e na pobreza, que só acabaria décadas depois, com a liberalização da economia.  

O Reino do Afeganistão era um estado laico e em processo de modernização civil e política. A tortura havia sido abolida no começo do século XX. As mulheres gozavam de ampla liberdade. Em 1973, porém, o país sofreu um golpe de estado promovido Mohammed Daud com o apoio de Moscou, iniciando uma onda de repressão e terror. Cinco anos depois, o próprio Daud foi vítima de um golpe coordenado diretamente por Moscou. Mais uma onda de repressão e terror foi desencadeada, contabilizando cerca de 100 mil vítimas fatais e 500 mil refugiados. Mas os comunistas ainda não estavam satisfeitos. Um ano depois, Moscou envia suas tropas para o país, iniciando uma ocupação que durou dez anos e que deixou 1,5 milhão de mortos, 700 mil mutilados, milhões de refugiados, um país devastado e uma sociedade radicalizada no islamismo, que fora proibido durante a dominação russa. Em plena década de 1980, a URSS utilizava armas químicas e biológicas contra vilarejos no Afeganistão.

Em tempo:

1 – Minha tia foi casada por quase 20 anos com um refugiado afegão, que fugiu do país no dia em que os tanques russos invadiram Cabul. Escutei dele exatamente o relato registrado na página 853 do Livro Negro do Comunismo, escrito por comunistas europeus numa rara autocrítica.

2 – A ocupação americana (e de outros países, com apoio da ONU) entre 2001 e 2015 tinha como objetivo acabar com um regime extremista islâmico que estava aterrorizando seu próprio povo e abrigando um grupo terrorista que vinha promovendo atentados em todo o mundo. Tal guerra teve 150 mil vítimas fatais, cerca de 10% do total promovido pelos comunistas, décadas antes.

Enquanto proibiam o islamismo no Afeganistão, os comunistas russos apoiaram os radicais islâmicos no Irã para dar um golpe de estado em 1979, transformando o país numa teocracia que até hoje limita a liberdade das mulheres, persegue gays e restringe a ação da imprensa, além de liderar a campanha contra Israel.  

Em 1975, Portugal reconheceu a independência de Angola e de Moçambique, países que viviam momentos de prosperidade econômica. Então, aproveitando o vácuo de poder, os comunistas controlaram o país, impondo a agenda soviética de expropriações, expurgos, coletivização e massacres da população civil. Resultado: centenas de milhares de mortos, países destruídos e fome generalizada.

Pol Pot só chegou ao poder no Camboja porque o Congresso Americano votou pela não intervenção no país. O que se seguiu foi o extermínio de 25% da população em 4 anos.

Em oito décadas, o imperialismo comunista levou mais de 100 milhões de pessoas a morte, a grande maioria civis inocentes de seus próprios países. E continua vivo, vivíssimo!

Em 1989, aconteceu a melhor coisa que poderia ter acontecido para o comunismo. Com o fim da URSS, ele “morreu”. Os próprios comunistas fizeram questão de difundir isso, para que ele se tornasse um movimento invisível.

Morreu mesmo?

A atual Rússia é governada por um ex-agente da KGB, o serviço secreto da URSS. Em 2014, ela anexou parte da Ucrânia e atualmente apoia regimes como os da Síria, da Venezuela e do Irã, todos de oposição aos Estados Unidos.

O programa de privatizações ocorrido nos anos posteriores à queda da URSS transformou os mais altos quadros do partido comunista em grandes empresários.

Apesar das décadas de terror, não houve um “Tribunal de Nuremberg” russo.

Cuba e Coreia de Norte continuam de pé graças ao petróleo russo, ao dinheiro chinês e ao apoio da esquerda europeia.

Os comunistas chineses liberalizaram a economia para tirar a população da miséria, mas, principalmente, para fortalecer o próprio regime. A China continua sendo uma ditadura que restringe liberdades individuais, de imprensa, política e intelectual. O atual Partido Comunista da China é o mesmo que perseguiu e matou opositores políticos, professores, intelectuais, religiosos e milhões de cidadãos comuns; e que invadiu e mantém o Tibet sob seu controle desde 1950; e que vive ameaçando invadir Taiwan; e que está construindo dezenas de ilhas artificiais para ter o controle marítimo da região conhecida como “Mar da China”. O PCC é o mesmo que está nesse momento, em pleno século 21, em feroz campanha contra o cristianismo, destruindo igrejas e prendendo padres.

Empresas russas e chinesas (turbinadas com dinheiro de seus respectivos governos) estão comprando centenas de grandes empresas extrativistas e grandes propriedades de terra em países pobres da África, da América Latina e da Ásia.

São os russos e os chineses que sustentam a ditadura de Nicolás Maduro e que estão forçando uma nova corrida armamentista contra os Estados Unidos. 

Em todo o ocidente, símbolos e discursos comunistas são comuns nos partidos, movimentos, lideranças e nas manifestações de esquerda. Matérias na grande imprensa, eventos e aulas em Universidades elogiando ditaduras comunistas também são comuns. Líderes de grupos que invadem propriedade privada e bloqueiam estradas são bajulados pela grande imprensa brasileira. Jornalistas respeitados lamentaram publicamente a morte do ditador Fidel Castro. O culto a Robespierre, Lênin e Che Guevara − três psicopatas assassinos – não gera sequer questionamentos das pessoas que enxergam em Jair Bolsonaro a reencarnação de Hitler. Nenhum grande veículo de comunicação refere-se à Venezuela como uma ditadura socialista – daqui a alguns anos, provavelmente dirão que a Venezuela foi destruída por uma ditadura de direita.

Hoje, o imperialismo comunista transpõe governos. Tornou-se sobretudo um movimento cultural. Em vez de revoluções armadas, ele ocupa diversos nichos da sociedade. Um trabalho tão bem feito que hoje vemos um grande número de pessoas defendendo o comunismo sem sequer se verem como comunistas. A ideia de que está tudo errado, portanto, tudo deve ser destruído para, logo em seguida, ser imposta uma “nova ordem” social, econômica e política é plenamente compreendida nos movimentos de esquerda. Lenin, Bukharin e Trostky ainda são autores populares entre os universitários dos cursos de humanas; e os três – assim como a maioria dos autores comunistas – defendiam a internacionalização do movimento e o uso do terror (termo que eles próprios frequentemente utilizavam), sem piedade, até o extermínio completo da oposição e de qualquer coisa que remeta ao “mundo burguês”, que nada mais é que o mundo baseado em comércio, família, igreja e caridade voluntária.

Os Estados Unidos são o grande obstáculo para o imperialismo comunista porque tornou-se a sociedade mais poderosa do mundo justamente por se sustentar em princípios de liberdade e de não-submissão ao estado – o oposto do que o comunismo defende.

Por isso, esforçam-se tanto em difamar os Estados Unidos, afirmando que os imperialistas são eles, uma tentativa de converter sentimentos nacionalistas na rejeição ao modelo de sociedade americana que, de fato, a grande maioria das pessoas desconhece; e é exatamente o nacionalismo que há mais de meio século abre caminho para a chegada ao poder dos comunistas via golpes de estado ou eleições democráticas.

O comunismo continua vivo, muito bem articulado e atuante como movimento internacional. Desde as “Internacionais Comunistas”, vêm se realizando eventos de congregação do movimento, como o tardiamente conhecido Foro de São Paulo.

O desmoronamento da URSS apenas descentralizou as decisões do imperialismo comunista. Hoje, ele se mostra como uma gigantesca rede em que os nós são universidades, ONGs e redações de jornais. 

Se existe um “imperialismo estadunidense” – e é algo terrível, como diz a esquerda −, como estão os países que mais se submeteram a ele? Japão, Coreia do Sul e Alemanha (Ocidental, até 1990), por exemplo.

Por que os países que mais se desenvolveram na América do Sul (Chile e Colômbia) nas últimas décadas foram os que mantiveram relações mais estreitas com os americanos?

Não tem qualquer fundamento a afirmação de que os interesses comerciais dos Estados Unidos levam outros países à pobreza.

Enquanto os Estados Unidos injetavam bilhões no Plano Marshal, os comunistas expandiam sua rede de repressão e de campos de trabalho forçado em todo o território que ocupavam. Durante a Guerra Fria, toda a Europa Oriental controlada por Moscou esteve escravizada, enquanto os países influenciados pelos Estados Unidos se reconstruíram, se democratizaram, enriqueceram e se tornaram os mais desenvolvidos do mundo.  

É digna apenas de gargalhadas a afirmação de que a igualdade miserável do socialismo é melhor do que a desigualdade consumista capitalista.

Portanto, se existe mesmo um imperialismo americano, ele só pode ser visto como a exportação dos princípios de liberdade individual política, intelectual, sexual, econômica e religiosa. Se for isso, eu quero! Você não?


Instituto Liberal

VAZAMENTOS DE MORO VÃO SOLTAR LULA? | | RINGUE DA PAN #18

Publicado em 4 de jul de 2019

Kim Kataguiri e Guga Noblat debatem sobre os vazamentos de supostos diálogos do juiz Sérgio Moro e suas implicações.
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MOMENTO ANTAGONISTA: DESMONTANDO VERDEVALDO

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O Antagonista

REFORMA DA PREVIDÊNCIA: DESMASCARANDO AS FALÁCIAS MAIS COMUNS

Uma Lava Jato incomoda muita gente

Em sua coluna na Crusoé, Ana Paula Henkel trata do “circo de horrores” a que o Brasil foi submetido nesta semana.

Ela fala sobre os ataques petistas a Sergio Moro na CCJ da Câmara — e a tentativa de atingir o ministro com fofocas sobre mensagens roubadas da Lava Jato –, além do depoimento de Antonio Palocci sobre a participação de Lula em operações escusas.

Leia um trecho:

“Enquanto o ex-ministro de Lula e antigo pilar do Partido dos Trabalhadores confessava o roubo bilionário do partido de Maria do Rosário e Gleisi Hoffmann, petistas e seus asseclas satélites continuavam tentando convencer quem ainda tinha estômago para assistir à sessão da CCJ de que o verdadeiro ladrão era o juiz que prendeu o ex-presidente Lula, e que a operação que em mais de 60 fases já se estendeu a 45 países e atingiu mais de 100 políticos em 14 partidos persegue o insuspeito, inofensivo e virtuoso Luiz Inácio. Homem bom, só não vê quem é fascista, roubava em paz e não importunava ninguém. Tempos obscuros esses da Lava Jato em que crimes são cometidos e não se pode mais nem se esconder da Justiça.”

Leia a íntegra da coluna na Crusoé:


Uma Lava Jato incomoda muita gente

O Antagonista

Moro registrou nos autos contatos por telefone com MPF e ainda pediu urgência por réu preso

Por Claudio Dantas

A mais recente peça de propaganda de Glenn Greenwald, publicada por Veja, acusa o ex-juiz de manter conversas fora dos autos com Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa do MPF.

Dá como “exemplos robustos” contatos feitos por Telegram em que Moro pede a manifestação dos procuradores sobre petições de advogados, em diferentes casos.

Se Greenwald e sua equipe de jovens jornalistas tivessem consultado os autos de cadas um dos processos mencionados, descobririam que os contatos telefônicos de Moro com pedidos e cobranças ao MPF foram devidamente registrados.

Foi o que O Antagonista fez, como parte de qualquer apuração jornalística decente e imparcial.

Num desses contatos, inclusive, o juiz alerta para a urgência do caso, por se tratar de “réu preso”, demonstrando a preocupação com o acusado – o oposto do que alegam Glenn e seus parceiros.

Diz a Veja: “Em 2 de fevereiro de 2016, por exemplo, o juiz escreve a ele: ‘A odebrecht peticionou com aquela questao. Vou abrir prazo de tres dias para vcs se manifestarem’. Dalla­gnol agradece o aviso. Moro se refere ao questionamento da Odebrecht à Justiça da Suíça a respeito do compartilhamento de dados, incluindo extratos bancários, da empresa naquele país. Grosso modo, a empreiteira tentou impedir que o Ministério Público suíço enviasse dados à força-tarefa. Preocupado com a história, Moro pede notícias a Dalla­gnol no dia 3. ‘Quando será a manifestação do mpf?’, pergunta.”

Disponível para consulta no sistema eletrônico da Justiça Federal do Paraná, o despacho de Moro, datado do dia 2, é claríssimo. Diante de uma “questão relativamente complexa”, ele pede a manifestação do MPF.

E ainda garante o devido prazo à defesa: “Como a ação penal está em prazo de alegações finais para a Defesa e trata-se de questão prejudicial, suspendo o prazo para alegações finais da Defesa. Oportunamente, devolverei o prazo remanescente. Intime-se o MPF, com urgência e por telefone (já que há acusados presos).”

Já em referência ao caso de José Carlos Bumlai, diz a Veja de Greenwald em nova ilação: “Dentro da relação estabelecida pela dupla, chama atenção também o momento em que Dalla­gnol dá dicas ao ‘chefe’ sobre argumentos para garantir uma prisão. Isso aconteceu em 17 de dezembro de 2015, quando Moro informa que precisa de manifestação do MPF no pedido de revogação da prisão preventiva de José Carlos Bumlai, pecuarista e amigo de Lula. ‘Ate amanhã meio dia’, escreve.”

Nos autos disponíveis para consulta às partes, a história é diferente. Moro mais uma vez registra o pleito da defesa de José Carlos Bumlai, pela revogação da prisão preventiva, e intima o MPF por telefone. Mais uma vez, trata-se de uma decisão em benefício do réu preso e devidamente formalizada.


O Antagonista


Greenwald tenta nos censurar https://twitter.com/carlapattermake/status/1147148730820419587


O porta-voz é a lei https://crusoe.com.br/?p=24686 #SomosTodosMoro

São José dos Ausentes registra -1,6°C e RS tem dia mais frio do ano. Abaixo um vídeo feito no município de Pinheiro Machado, onde um lago amanheceu congelado: http://glo.bo/2LxoIY2

Segundo grande terremoto atinge a Califórnia em menos de 48h

O tremor desta sexta é o mais forte a atingir o estado nos últimos 20 anos

Homens trabalham em rodovia que registrou grandes estragos no Sul da Califórnia

Homens trabalham em rodovia que registrou grandes estragos no Sul da Califórnia | Foto: Robyn Beck / AFP / CP

Equipes de emergência trabalhavam neste sábado (6) nas áreas afetadas por um terremoto de magnitude 7,1, que sacudiu o sul da Califórnia na noite desta sexta-feira, menos de 48 horas após um outro tremor ter abalado a mesma zona. As autoridades declararam estado de urgência hoje em dois condados do sul do estado. Não há informações sobre mortos, ou feridos em estado grave, mas houve desabamentos, imóveis danificados e outros que pegaram fogo por vazamento de gás.

Os danos foram significativos nas pequenas cidades situadas ao redor do epicentro do sismo, a cerca de 240 quilômetros ao nordeste de Los Angeles. Ambos os movimentos foram sentidos também em Las Vegas (Nevada). Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), o terremoto ocorreu às 20h19 local (00h19 de sábado em Brasília) com epicentro situado a 17 quilômetros da localidade de Ridgecrest.

Na madrugada deste sábado, o governador Gavin Newsom declarou estado de emergência no condados de Kern e de San Bernardino. Em Kern, nos arredores de Ridgecrest, "a intensidade do tremor alcançou seu maior nível", destacou o diretor dos Serviços de Emergência do estado da Califórnia, Mark Ghilarducci. Nessa mesma área, um incêndio foi declarado em um parque de trailers, o que fez temer que o fogo se espalhasse. "Temos informes sobre incêndios em prédios, provocados, basicamente, por vazamento de gás, assim como relatos de rompimento de tubulação de água", resumiu Ghilarducci. "Casas se deslocaram, há muros rachados, paredes desabadas. Há um ferido (leve) assistido pelos bombeiros", tuitaram os socorristas de San Bernandino.

Ainda segundo Ghilarducci, prédios desabaram na pequena cidade de Trona, de cerca de 2.000 habitantes. Em toda região, houve cortes de energia, água e de comunicação. Especialistas preveem fortes réplicas para as próximas horas. "É uma sequência de terremotos relacionados", disse a sismóloga da Universidade Caltech, Lucy Jones, garantindo que há pelo menos 10% de possibilidade de que este terremoto seja seguido de um de magnitude 7, ou ainda maior. Desde quinta de manhã, Ridgecrest registrou cerca de 20 sismos de magnitude 4 e mais de 1.200 tremores de diferentes magnitudes, alguns inclusive acima de 5.

O tremor dessa sexta é o mais forte a atingir o estado nos últimos 20 anos, e supera o abalo de 6,4 graus que sacudiu a mesma zona na quinta-feira. O terremoto desta sexta foi sentido com força na região de Los Angeles, constataram jornalista da AFP na cidade. Em Ridgecrest, cidade de 30 mil habitantes há 182 km de Los Angeles, existe uma base militar da Marinha americana, a Naval Air Weapons Station China Lake, onde em um amplo espaço deserto são testados bombas e mísseis. O abalo de quinta-feira provocou "danos consideráveis" na base, com "incêndios e vazamento de água e de produtos perigosos", segundo uma oficial.

O terremoto de 6,4 graus também deixou um número indeterminado de pessoas com ferimentos leves na zona, provocados sobretudo por vidros quebrados ou pela queda de objetos ou prateleiras em lojas, segundo o corpo de bombeiros do condado de Kern, onde Ridgecrest está localizada. Os dois tremores fazem ressurgir o fantasma do "O Grande" (The Big One), um mega-terremoto potencialmente devastador que teme-se que golpeie em algum momento o oeste americano. A Califórnia é o estado mais populoso dos Estados Unidos.

A Califórnia é o estado mais populoso dos Estados Unidos. Em Los Angeles, a polícia e os bombeiros não relataram danos, nem feridos. O aeroporto funciona normalmente. Nas redes sociais, usuários postaram vídeos do tremor, incluindo um que mostrava a água de uma piscina se movendo freneticamente. Várias atrações do Parque Disneylândia foram fechadas para inspeção, enquanto uma partida de basquete da NBA em Las Vegas foi suspensa. Já o jogo de beisebol dos LA Dodgers seguiu mesmo durante o sismo, que era captado pelas câmeras no estádio.


AFP e Correio do Povo


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Governo sírio ordena bombardeio e mata 14 civis

Balanço de vítimas fatais inclui sete crianças

Ataque tinha como alvo reduto sitiado na região

Ataque tinha como alvo reduto sitiado na região | Foto: Amer Alhamwe / AFP / CP Memória

Pelo menos 14 civis, incluindo sete crianças, morreram em um bombardeio do governo sírio contra um reduto da oposição no noroeste do país - informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) neste sábado. O ataque aconteceu na localidade de Mahambel, na província de Idlib, e matou 13 civis, entre eles sete menores, anunciou o OSDH.
Na manhã deste sábado, uma mulher morreu, vítima do impacto de um foguete lançado pelo governo Bashar al-Assad em Khan Sheikhun, no sul de Idlib, acrescentou a ONG. Idlib, onde vivem cerca de três milhões de pessoas, é o último grande bastião da oposição, após oito anos de guerra. A região de Idlib é alvo de um acordo para criar uma "zona desmilitarizada".
O pacto foi firmado em setembro de 2018 entre Ancara, que apoia os rebeldes, e a Rússia, que sustenta Damasco. Ainda assim, foi atacada reiteradamente desde o final de abril. Segundo o OSDH, mais de 520 civis morreram na região desde então.


AFP e Correio do Povo

QE – AFROUXAMENTO MONETÁRIO, PIB MAIOR!

(Roberto Macedo, professor sênior da USP - O Estado de S. Paulo, 04) Na literatura em inglês sobre política monetária, um quantitative easing (QE), no Brasil traduzido como afrouxamento monetário, ocorre quando um banco central adquire do setor financeiro, com expansão monetária, títulos privados ou públicos para estimular o crédito em situações marcadas por esfriamento da atividade produtiva, baixa inflação e fraca resposta a taxas básicas de juros muito baixas.
O QE foi muito usado nos EUA em resposta à crise econômica mundial que veio em 2008 e, mais recentemente, pelo Banco Central Europeu (BCE) na crise que chegou à sua jurisdição em 2012. Há poucos dias Mario Draghi, presidente do BCE, disse que pretende expandir o QE.
Bancos centrais, incluído o nosso, na sua prática ortodoxa têm como principal ferramenta a taxa básica de juros – no Brasil, a Selic –, usada para controlar a inflação. Mas aqui o Banco Central (BC), sem explicitar isso, também olha o nível de atividade, e tanto assim é que recentemente anunciou uma redução de R$ 16 bilhões dos depósitos compulsórios que os bancos mantêm no BC. O ministro Paulo Guedes falou em valor maior, de R$ 100 bilhões. Creio ser melhor fazer um QE, e bem mais forte.
A Selic está em 6,5% ao ano (a.a.). Apesar de a inflação do IPCA prevista para o fim do ano estar em 3,8% a.a., e abaixo da meta (4,25% a.a.), e a economia muito carente de estímulos, o BC vem adiando uma redução adicional da Selic. Disse que aguarda a reforma previdenciária em face dos riscos que o quadro fiscal do governo, sem essa reforma, apresenta para a política monetária.
No Brasil uma queda da Selic tem efeitos muito prejudicados pelo elevadíssimo spread bancário, que faz com que os juros em geral não caiam proporcionalmente a essa queda. Estudo da Confederação Nacional do Comércio mostrou que a Selic caiu 54,4% desde 2016 até abril deste ano, mas os juros no varejo recuaram apenas 26%. E continuam as reclamações de tomadores quanto às taxas ainda muito altas. Assim, uma queda da Selic para 5,5%, prevista pelo mercado até o fim do ano, estimularia muito pouco a economia.
A liberação de depósitos compulsórios é também afrouxamento monetário, mas um QE pode direcioná-lo para fins específicos, como investimentos em capacidade produtiva adicional, que são a principal força a impulsionar o crescimento econômico e a geração de empregos.
Em países desenvolvidos o QE passou a ser usado quando se percebeu que a taxa básica de juros, próxima de zero como a inflação, não produzia os estímulos necessários. Aqui se poderia argumentar que a Selic e a taxa de inflação não estão próximas de zero, mas vale lembrar que a economia brasileira é muito indexada, como ocorre com rendimentos pagos pelo INSS, com o salário mínimo, com reajustes salariais dos trabalhadores com contrato formal e vários preços e tarifas. Assim, esperar que a inflação e a Selic cheguem a zero para fazer um QE é inconcebível. Ambas já estão em níveis muito baixos para nossa cultura inflacionária, o estímulo de uma Selic um pouco menor não funcionaria a contento, e há assim um quadro adequado à adoção de um QE.
Haveria demanda por financiamentos estimulados por ele? Quanto ao habitacional, um dos mais estimulados pelo QE nos EUA, falei com o ex-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) no governo Temer, Nelson Antônio de Souza, que também nela trabalhou por 40 anos como funcionário de carreira. Dele soube que sempre houve forte demanda por esse tipo de financiamento. Soube também que a taxa de inadimplência na CEF nesse caso é de apenas 1,4%, excluído o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), mostrando que as hipotecas a serem objeto do QE são de baixo risco. O MCMV tem subsídio, é assunto da política fiscal, e não caberia num QE.
Assim, um objetivo bem adequado de um QE no Brasil seria comprar hipotecas de financiamentos habitacionais já concedidos para que estes se expandissem. O déficit habitacional é enorme e a garantia do imóvel reduz fortemente o risco da operação. A construção habitacional é forte geradora de empregos, sua cadeia produtiva é ampla, nela predominam insumos nacionais, e mesmo prontos os imóveis demandam serviços geradores de emprego.
Na redução dos compulsórios o dinheiro liberado iria para os bancos, mas estes atuam mais no financiamento do consumo das famílias e de capital de giro das empresas. Mas os juros são tão altos que absorvem rendimentos das famílias, e novo ciclo de endividamento delas ampliaria a inadimplência. O financiamento de capital de giro faz jus ao nome, pois os juros deixam tontos os devedores. E há também agiotagem oficializada nas contas de cheque especial e no rotativo de cartão de crédito, cujas taxas superam 10% ao mês (!).
Creio que o BC deveria examinar também a possibilidade de um QE alcançar contratos do BNDES de financiamento empresarial, em particular os voltados para infraestrutura. Ignoro se é possível liberar depósitos compulsórios apenas para fins específicos.
Insisto: a economia está numa situação calamitosa e é preciso financiar o investimento. A política fiscal não comporta estímulos e é necessário recorrer à política monetária. Manchetes, títulos de artigos e recado de palestra a que assisti recentemente dão um quadro atual dessa calamidade, além das más notícias da atividade econômica e do emprego: “Quanto pior, pior”, “PIB per capita volta ao valor que tinha em 2010”, “Brasil, quase 200, envelhece mal”.
Deve ficar claro que o QE que defendo deve alcançar apenas papéis e contratos privados, todos sujeitos a garantias reais como os de financiamento habitacional, e equivalentes no caso do BNDES. E estou falando de financiamentos que mesmo nas condições atuais cobram menos ou pouco mais de 10% ao ano(!).
A política fiscal não comporta estímulos e cabe recorrer à política monetária.


Ex-Blog do Cesar Maia