(O Estado de S. Paulo, 30) Jen Schradie é socióloga e professora do Observatório Sociológico da Mudança, do Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po), e lançou um livro para explicar como os grupos conservadores se beneficiam mais das redes sociais.
O livro The Revolution that Wasn’t: How Digital Activism Favors Conservatives (“A revolução que não houve: como o ativismo digital favorece os conservadores”, em tradução livre) aponta que o uso das redes sociais é desigual – e essas desigualdades são determinantes para o sucesso do ativismo digital.
Mestre por Harvard e PhD pela Universidade da Califórnia Berkeley, Schradie analisou 30 grupos políticos na Carolina do Norte, nos EUA, para identificar quais tendem a ser mais bem-sucedidos na internet. Ela questiona o quanto a internet abre portas para uma sociedade mais plural.
Segundo a pesquisadora, desigualdades, ideologias e instituições moldam a participação na nova sociedade da informação. Em 2010 e 2011, segundo ela, o foco no estudo de ativismo digital estava nos grupos de esquerda, impulsionados pela Primavera Árabe e pelo movimento Occupy Wall Street. Schradie decidiu olhar para o outro lado.
“Vejo a internet neutra, similar a outras formas de comunicação como telefone, rádio ou jornal, se você pensar na tecnologia de forma genérica. Mas havia uma ideia, num tempo mais utópico, de que a internet permitiria um movimento político social porque, diferentemente dos jornais, por exemplo, poderia ser feita por muitas pessoas para muitas pessoas, numa comunicação ao mesmo tempo. Mas, como as outras ferramentas, ela exige recursos para gerar conteúdo online”, disse Schardie, em entrevista ao Estado.
Em seu estudo, a pesquisadora identificou que os grupos com maior infraestrutura tendem a ter um ativismo digital mais persistente.
“Não é apenas uma questão de conservadores terem mais recursos financeiros, mas também de haver uma conexão entre os conservadores e a forma de organização”, afirmou Schradie. Ela menciona, por exemplo, que o sucesso do ativismo digital exige grupos com habilidade e conhecimento de uso da internet, para criar conteúdo, o que novamente remete a uma parcela da sociedade que tem mais acesso a recursos financeiros.
“Outra parte desse quebra-cabeça é que os conservadores estavam sentindo como se a mídia não os estivesse representando e estiveram muito focados nessa ideia de liberdade de informação. Já a esquerda estava preocupada em ter diversas vozes envolvidas, discutir questões trabalhistas, ambientais e de gênero”, afirmou.
Segundo Schradie, nem sempre o alcance na internet é tão amplo quando se tenta incluir várias mensagens diferentes – mais um fator que deixa os conservadores à frente. “Conservadores tendem a focar em questões de forma mais simples”, disse.
Ao analisar os gastos dos grupos, a pesquisadora indica que os grupos conservadores tendem a investir em patrocínios de postagens com artigos, enquanto grupos de esquerda preferem focar em imagens de encontros com grupos que mostrem diversidade.
Para ela, a pesquisa com foco na Carolina do Norte partiu de uma hipótese que, atualmente, tem mostrado descobertas ainda mais importantes sobre o papel dos conservadores no ativismo das redes sociais. “O uso do WhatsApp nas eleições no Brasil, por exemplo, é particularmente interessante. É uma ferramenta que muitas pessoas com menos recursos também podem usar.”
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