terça-feira, 4 de junho de 2019

‘O sistema político ficou falido, não serve mais’

Senador tucano critica ‘falta de aptidão’ do atual governo e diz que uma administração ruim pode levar ‘à crise institucional’

Entrevista com

Tasso Jereissati, senador (PSDB-CE)

Naira Trindade, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - Um dos parlamentares mais experientes no Congresso, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) afirmou ao Estado não ver saída para a sucessão de crises no atual sistema político, o qual considera “torto e falido”. “Não serve mais. É crise após crise. Não tem clima mais para impeachment, e essas questões de um mau governo ou de um desgoverno levam à crise institucional”, disse.

TASSO JEREISSATITasso afirma que área econômica ‘está no rumo certo’, mas critica o tom ‘retrógrado’ na área de costumes Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

O tucano, que passou a ser um dos conselheiros do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), aposta no parlamentarismo como alternativa, mas avaliou ser inoportuna uma discussão mais aprofundada do tema neste momento, “porque seria considerado golpe, ilegítimo e irracional”.

Depois de três mandatos como governador do Ceará e 12 anos de experiência no Senado, Tasso demonstrou preocupação com a onda dos colegas de consultar as redes sociais antes de votar. “A população nem sempre está com a razão e isso começa com o julgamento de Jesus Cristo e Barrabás.”

O sr. tem participado de discussões sobre o parlamentarismo. Isso vai ser analisado pelo Congresso?

Há uma preocupação em relação às crises políticas, desencontros e até antagonismos entre os Poderes. Sem estabilidade, o País não cresce. Pode passar a reforma da Previdência, (mas), se não houver um clima de estabilidade e confiança, vamos continuar com os mesmos problemas. A economia está mal. Todo governo procura estabilidade e a oposição tenta desestabilizar. Mas, aqui, o próprio governo cria crises para desestabilizar e cria um clima que não é propício ao investimento, que é fundamental.

E sobre o parlamentarismo?

Algumas pessoas, inclusive eu, defenderam – não para agora porque seria considerado golpe, ilegítimo e irracional, mas para o futuro –, começar uma discussão sobre parlamentarismo. A minha ideia, e do próprio senador José Serra (PSDB-SP), autor da proposta, é que o sistema político que estamos vivendo ficou torto e falido, não serve mais. É crise após crise. Não tem clima mais para impeachment, e essas questões de um mau governo ou de um desgoverno levam à crise institucional. No parlamentarismo, o Congresso vai ter mais compromisso na hora de votar ou deixar de votar em função de que seu mandato vai estar em jogo também.

E o sr. tem esperança no governo do presidente Jair Bolsonaro?

A área econômica está no rumo certo. Mas pode se tornar um governo extremamente ineficiente em função de outras áreas. É um governo liberal na economia, mas conservador nos costumes e comportamento social. Sou menos pessimista porque acho que a economia está indo na direção correta. Existe uma possibilidade grande de essas reformas serem aprovadas no Congresso. Há uma consciência de que elas são necessárias, apesar dos desacertos do governo, e as reformas vão andar por si só. Ele (Bolsonaro) se complica muito se mantiver essa visão retrógrada em relação à liberdade das pessoas e suas opções de vida e manifestação de opiniões.

O sr. também consulta as redes sociais antes de votar?

Antigamente, eram proibidas manifestações na galeria do Senado, sob o princípio de que os senadores não poderiam votar sob pressão das galerias. As votações eram de acordo com a convicção. Agora, as pessoas votam com medo de apanhar das redes sociais. E a população nem sempre está com a razão, a começar com o julgamento de Jesus Cristo e Barrabás. É preciso ter equilíbrio. As redes sociais devem ser ouvidas, mas tem de seguir as convicções, porque o nível de informações que você tem é maior que a multidão como um todo.

O sr. será o relator da reforma da Previdência no Senado. Como vai conduzi-la?

A reforma é essencial. Só tenho medo porque está se apostando tudo nela. Ela é essencial para evitar que o País não caia no precipício, mas não resolve todos os problemas. Ela vai dar as condições para a gente crescer e tomar iniciativas. Há uma certa visão de que o governo precisa agir e motivar um crescimento econômico mais acelerado. Meu medo é de que fique essa expectativa de que passou e está tudo resolvido. Não está.

E o governo indicou alguma alternativa?

Até agora, não. Estamos na expectativa, mas, concretamente, ainda não. E acho que isso está quebrando o ânimo dos investidores do mercado, porque parece música de uma nota só: Previdência.

E a reforma tributária?

A reforma tributária é mais difícil de aprovar do que a da Previdência. Se ele (Bolsonaro) imagina uma reforma tributária que vai elevar a arrecadação, não é o que a população nem o setor produtivo estão esperando. Se o ministro da Economia (Paulo Guedes) conseguir aprovar isso em três anos, eu dou um beijo na testa dele.

O sr. defendeu o pacto entre os Poderes. É o caminho?

É uma boa iniciativa. No Brasil, está todo mundo contra todo mundo. É preciso, como sociedade, ter alguma visão comum de rumo de Estado, que as pessoas se compreendam e marchem para pontos que são comuns a todos. A iniciativa é boa, mas precisamos muito do saneamento, educação, que está parada, e é importante porque vivemos no mundo do conhecimento. Não adianta ter reforma da Previdência se não tiver uma população preparada para esse mundo novo da internet, da inteligência.

O sr. é um dos conselheiros de Davi Alcolumbre. Vai aconselhá-lo a assinar o acordo?

Não conheço o texto, mas imagino que seja mais de propósitos e intenções do que uma coisa concreta. Acho que vale como um gesto das autoridades. Mas não vejo muito sentido um papel escrito. Existe uma má vontade grande com o governo. Tanto no Senado como na Câmara e isso precisa ser desfeito.

Essa má vontade é normal em início de governo?

Claro que não. Há uma inexperiência enorme, falta de aptidão para governar muito grande e um desconhecimento da coisa pública. Isso é uma coisa inédita. Eu nunca vivi isso. É tão novo para mim quanto para um garoto de 18 anos que está chegando agora. E ainda tem essa influência dos filhos (de Bolsonaro) de uma maneira negativa para o próprio governo, que cria um atrito e desestabiliza, que é contra o governo. Bolsonaro ainda não conseguiu cair a ficha: sou o presidente da República e é preciso estabilidade, que é importante cada coisa que falo e que tem reflexos e consequências. E precisamos ter a condição necessária para fazer as coisas acontecerem. No momento que cair essa ficha, as coisas vão melhorar e (ele pode) até dar umas palmadas nos filhos.

O PSDB já comandou o Ministério da Educação. Como o sr. vê o trabalho do atual ministro?

Eu pensei até que era brincadeira quando vi o ministro (Abraham Weintraub)cantando o musical de Gene Kelly. Isso é uma coisa que leva a uma frustração muito grande a quem está preocupado com o País. Dá um certo desânimo. A sensação que temos é de uma educação parada.

O sr. foi relator da MP do Saneamento, que caducou. Como pretende reverter isso?

O saneamento está entre os problemas mais sérios no Brasil e, infelizmente, não é dada a relevância. Crianças brincam em cima do esgoto. A iniciativa privada precisa ser atraída para investir por uma razão simples: são necessários R$ 550 bilhões nos próximos dez anos para chegar a 80% da cobertura.

O sr. vai apoiar o governador de São Paulo, João Doria, à Presidência em 2022?

É muito cedo. Qualquer governador de São Paulo é um “candidatável” a presidente. Mas minha vida política ensina que temos muita água para rolar embaixo da ponte até lá. Aprendi isso quando FHC era senador, não era lembrado para candidato à reeleição do Senado porque tinham opções mais fortes, e acabou virando presidente da República. Tem muita água para correr ainda.

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38% concordam com o fechamento do STF

O percentual de brasileiros que concordam com o fechamento do STF, segundo a pesquisa encomendada pela Universidade Vanderbilt, passou de 13%, em 2012, para 38%, em 2019.

Um pesquisador da FGV comentou com a Folha de S. Paulo:

“O STF não está conseguindo agradar ninguém.”


O Antagonista

FRASE DO DIA–04.06.2019

Eu temo explicações que explicam coisas já explicadas.

A. Lincoln

Renan e petistas entre os que votaram contra a MP Antifraude

Eis a lista dos 12 senadores que, na noite de ontem, votaram contra a MP 871, que trata do combate a fraudes no INSS:

— Renan Calheiros, MDB de Alagoas;

— Angelo Coronel, PSD da Bahia;

— Otto Alencar, PSD da Bahia;

— Veneziano Vital do Rêgo, PSB da Paraíba;

— Zenaide Maia, Pros do Rio Grande do Norte;

— Randolfe Rodrigues, Rede do Amapá;

— Eliziane Gama, PPS do Maranhão;

— Humberto Costa, PT de Pernambuco;

— Jaques Wagner, PT da Bahia;

— Paulo Paim, PT do Rio Grande do Sul;

— Rogério Carvalho, PT de Sergipe;

— Paulo Rocha, PT do Pará.


O Antagonista


AOS POUCOS O BRASIL VAI MUDANDO...
XVIII- 161/18 - 04.06.2019

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POVO IMPACIENTE

Ainda que o sofrido povo brasileiro esteja muito impaciente com a morosidade do Congresso Nacional quanto à necessária aprovação das medidas que propõem o enfrentamento das múltiplas doenças, que ao longo de mais de 30 anos produziram danos econômicos e sociais extraordinários, o fato é que nos últimos dias, para o bem do nosso empobrecido  Brasil, algumas coisas boas foram aprovadas.

EM DEZ DIAS

Como bem lembra o pensador Fernando Schuller, num espaço de dez dias o Congresso aprovou:

1- a MP das CIAS AÉREAS, que permite 100% de capital estrangeiro nas empresas deste setor;

2- a nova lei geral das AGÊNCIAS REGULADORAS, que proíbe indicações políticas nas agências reguladoras e cria mecanismos para evitar a influência de empresas privadas nas agências que as regulam;

3- a MP do pente-fino no INSS, que cria regras para combate a fraudes no INSS.

REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Este notável interesse, nunca antes mostrado com tamanho afinco e preocupação pelos nossos congressistas, já nos leva a crer, ainda com todo o cuidado que a tradição impõe, que a REFORMA DA PREVIDÊNCIA deverá, enfim, ser votada em plenário bem antes prazo previsto pelos deputados.

BASE SÓLIDA

Isto tudo, arremata Schuller, a despeito das manifestações dos teóricos do caos (leia-se notadamente os principais veículos de comunicação, tipo Globo, Folha e Estadão), que seguem bradando que nada funcionará sem que o governo tenha uma -base sólida- no Congresso.

DISPOSIÇÃO

Mais: se os deputados federais, principalmente aqueles que formam o CENTRÃO já demonstram alguma disposição no sentido de aprovar as medidas que podem levar o Brasil a viver uma nova era, com boas e reais perspectivas de crescimento (muito provavelmente porque ouviu o povo nas ruas), os senadores não deixam dúvidas do quanto estão querendo colaborar. Basta ver o que fizeram ontem, 2ª FEIRA, ao aprovar a MP do -pente-fino- do INSS.

QUEM PERDE OU GANHA É A SOCIEDADE

De novo: as decisões tomadas no ambiente do LEGISLATIVO, diferentemente do que dizem, constantemente, os equivocados noticiários, não são vitórias ou derrotas do governo. Quem perde ou ganha é tão somente a SOCIEDADE. Afinal, como já referi em artigo anterior, GOVERNO é um composto que reúne EXECUTIVO, LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO.

MARKET PLACE

PRODUÇÃO INDUSTRIAL - A produção industrial brasileira subiu 0,3% em abril em relação a março, eliminando, assim, parte da queda de 1,4% (dado revisado) observado no mês anterior, em base mensal, segundo dados divulgados pelo IBGE.
INSEGURANÇA JURÍDICA - A LyondellBasell abandonou as conversas para comprar a Braskem. Duas fontes próximas à situação disseram ao Brazil Journal que o motivo maior da desistência é  a INSEGURANÇA JURÍDICA,  ainda considerada como o grande fantasma que assusta os investidores internacionais.
NOVAS LOJAS - A rede de cosméticos Belshop inaugura duas lojas nos shoppings da AIRAZ Administradora até a primeira quinzena de junho. Passam a contar com unidades da marca os shoppings Bourbon Wallig, que recebe uma operação com 130m², e o Porto Alegre CenterLar, cuja loja terá 114m².

FRASE DO DIA

Eu temo explicações que explicam coisas já explicadas.
A. Lincoln

ESTADO DE S.PAULO (03) ENTREVISTA PRESIDENTE DA CÂMARA RODRIGO MAIA!

ESP: Cin­co me­ses de go­ver­no de­pois, qual a sua ava­li­a­ção so­bre a ges­tão Bol­so­na­ro?
RM: Em cin­co me­ses, o pre­si­den­te es­tá ven­do que os de­sa­fi­os do Bra­sil são enor­mes e que to­do mun­do quer aju­dar, ca­da um com seu pon­to de vis­ta. E que ele vai con­se­guir cons­truir, co­mo tem cons­truí­do nas úl­ti­mas se­ma­nas, por meio do Onyx (Lo­ren­zo­ni, mi­nis­tro da Ca­sa Ci­vil), o diá­lo­go ne­ces­sá­rio pa­ra que as coi­sas pos­sam avan­çar.
ESP: O sr. apoia a ini­ci­a­ti­va de al­guns se­na­do­res de en­ca­mi­nhar pro­pos­ta de emen­da à Cons­ti­tui­ção pa­ra ins­ti­tuir o par­la­men­ta­ris­mo no Bra­sil, a par­tir de 2022?
RM: Dis­cu­tir is­so ago­ra é an­te­ci­par um de­ba­te. Acho que po­de ser o me­lhor me­ca­nis­mo pa­ra go­ver­nar o Bra­sil, mas não es­tá na ho­ra. Tem cin­co me­ses de go­ver­no. Po­de en­fra­que­cer um go­ver­no que co­me­çou com gran­des ex­pec­ta­ti­vas e elas es­tão se re­du­zin­do. Não é bom pa­ra o Bra­sil que as ex­pec­ta­ti­vas po­si­ti­vas des­se go­ver­no, com a cri­se que a gen­te vi­ve, es­te­jam cain­do tão rá­pi­do.
ESP: O sr. se re­fe­re ao im­pac­to so­bre in­ves­ti­men­tos?
RM: Quan­do a po­pu­la­ri­da­de do pre­si­den­te cai, a con­fi­an­ça dos in­ves­ti­do­res em apli­car os seus re­cur­sos no Bra­sil tam­bém cai. Se vo­cê olhar os nú­me­ros da eco­no­mia, vai ver da­dos de­sas­tro­sos. Não é bom que ele já es­te­ja em al­gu­mas pes­qui­sas com 25% de óti­mo e bom, que en­tre os for­ma­do­res de opi­nião no mer­ca­do fi­nan­cei­ro te­nha caí­do de 80% pa­ra 14%. Vai ver o que es­tá acon­te­cen­do com a cons­tru­ção ci­vil. Pa­ra­ram o Mi­nha Ca­sa Mi­nha Vi­da, e is­so é mui­to gra­ve.
ESP: Ago­ra há mui­tos pro­tes­tos em re­la­ção ao blo­queio de re­cur­sos na edu­ca­ção...
RM: Acho que tem de se per­gun­tar o que a di­rei­ta pen­sa so­bre ha­bi­ta­ção, saú­de, edu­ca­ção. Edu­ca­ção não po­de ser o que es­se mi­nis­tro es­tá fa­zen­do. Eu acho que, na área de edu­ca­ção, qu­em es­tá tra­zen­do a cri­se pa­ra o go­ver­no é o mi­nis­tro (Abraham Wein­traub) por­que ele pri­mei­ro fa­lou de cor­te, de­pois, de con­tin­gen­ci­a­men­to. Ele cha­mou as uni­ver­si­da­des pa­ra o con­fli­to e de­pois fa­lou: “Eu não dis­se is­so, eu dis­se que era con­tin­gen­ci­a­men­to”. Aí faz um ví­deo, um mu­si­cal da Dis­ney, no qual ata­ca a ban­ca­da do Rio. Ago­ra, tem re­be­lião na ban­ca­da do Rio. Boa par­te vai vo­tar a Pre­vi­dên­cia com o go­ver­no. Ata­car a ban­ca­da por­que bo­tou uma emen­da pa­ra o mu­seu e a emen­da foi con­tin­gen­ci­a­da? On­de es­ta­mos?
ESP: O sr. acha que é ne­ces­sá­rio um pac­to pe­la go­ver­na­bi­li­da­de en­tre Exe­cu­ti­vo, Le­gis­la­ti­vo e Ju­di­ciá­rio? Is­so não é um che­que em bran­co pa­ra o go­ver­no?
RM: De­pen­de do que se­ja es­cri­to. Um pac­to com com­pro­mis­sos re­a­fir­man­do a im­por­tân­cia das ins­ti­tui­ções, com prin­cí­pi­os, po­de avan­çar. Pac­tos com agen­da que ca­mi­nhem pa­ra de­ba­te ideológico te­rão di­fi­cul­da­de de pas­sar por to­dos os Po­de­res, não só na Câ­ma­ra. Mas acho que a ini­ci­a­ti­va é po­si­ti­va.
ESP: O sr. foi al­vo de ata­ques em ma­ni­fes­ta­ções pró-go­ver­no. Na sua opi­nião, o pre­si­den­te es­ti­mu­lou a ofen­si­va con­tra o Con­gres­so?
RM: Acho que as ma­ni­fes­ta­ções são le­gí­ti­mas. O pre­si­den­te te­ve apoio num gru­po mui­to ra­di­cal. Não é um gru­po que fa­le com o meu elei­tor, com os se­to­res mé­di­os da so­ci­e­da­de. Ago­ra, na ho­ra em que vai o gru­po mais pró­xi­mo do pre­si­den­te pa­ra a rua, e da for­ma com que ele se co­mu­ni­cou nos úl­ti­mos me­ses, que­ren­do trans­fe­rir a res­pon­sa­bi­li­da­de pa­ra o Par­la­men­to, o elei­tor de­le viu aqui­lo co­mo ne­ces­sá­rio. Tal­vez de for­ma in­co­e­ren­te por­que, mo­dés­tia à par­te, se não fos­se pe­lo meu tra­ba­lho, a Pre­vi­dên­cia es­ta­va ain­da nas ga­ve­tas da CCJ (Co­mis­são de Cons­ti­tui­ção e Jus­ti­ça). O mo­vi­men­to ata­ca aque­les que têm sal­va­do o go­ver­no.
ESP: De que for­ma?
RM: O Af­fon­so Cel­so Pas­to­re (ex­pre­si­den­te do Ban­co Cen­tral) deu uma entrevista ( ao Es­ta­do, pu­bli­ca­da em 02/06 ) e, no fi­nal, fa­la qu­an­tos vo­tos nós ti­ve­mos. O Par­la­men­to te­ve 97 mi­lhões de vo­tos. O pre­si­den­te foi elei­to em dois tur­nos. O nú­cleo de­le con­ti­nua com ele, mas o elei­tor que não era des­se nú­cleo já saiu.
ESP: O go­ver­no não tem ba­se de sus­ten­ta­ção no Con­gres­so. Co­mo apro­var as re­for­mas as­sim?
RM: A Pre­vi­dên­cia tem cons­tru­ção no Par­la­men­to e va­mos tra­ba­lhar pa­ra apro­var. A re­for­ma tri­bu­tá­ria tem con­sen­so mai­or ain­da, os mar­cos re­gu­la­tó­ri­os de ga­ran­tia de in­ves­ti­men­to pa­ra o se­tor pri­va­do, tam­bém. Es­ta­mos com co­mis­são tra­tan­do das par­ce­ri­as pú­bli­cos-pri­va­das. Che­ga­mos num pon­to on­de ou nós cons­truí­mos es­sa agen­da em con­jun­to ou va­mos pa­ra o co­lap­so. Vai en­trar no co­lap­so de rup­tu­ra das re­la­ções so­ci­ais. É nis­so que vai che­gar. Já es­ta­mos num co­lap­so fis­cal, num co­lap­so pre­vi­den­ciá­rio. A po­lí­ti­ca es­tá dis­tan­te da so­ci­e­da­de, foi cri­mi­na­li­za­da. To­dos os pro­ble­mas que a so­ci­e­da­de vi­ve ho­je pas­sa­ram a ser da po­lí­ti­ca. Al­guns pon­tos são cor­re­tos, mas às ve­zes es­se pên­du­lo é exa­ge­ra­do. Pa­ra que a gen­te pos­sa dar so­lu­ção pa­ra o co­lap­so so­ci­al, pre­ci­sa­mos ter uma agen­da que ve­nha do Exe­cu­ti­vo.
ESP: O go­ver­no con­ti­nua um de­ser­to de idei­as, co­mo o sr. dis­se an­tes?
RM: Acho que a coi­sa es­tá me­lho­ran­do. Nós es­ta­mos aqui que­ren­do aju­dar. O pró­prio pre­si­den­te do Ban­co Cen­tral (Ro­ber­to Cam­pos Ne­to) es­te­ve aqui com agen­da mui­to po­si­ti­va. Vou mon­tar um gru­po pa­ra tra­ba­lhar com ele e tra­tar de re­du­ção de ju­ro no che­que es­pe­ci­al, co­mo mon­tei ou­tro pa­ra tra­tar de mo­der­ni­za­ção do Es­ta­do.
ESP: Mas o pre­si­den­te ain­da cri­ti­ca a “ve­lha po­lí­ti­ca”...
RM: Ao lon­go do tem­po ele vai com­pre­en­der, até por­que foi de­pu­ta­do, que a mai­o­ria dos de­pu­ta­dos quer aju­dar. Ou to­dos. Ca­da um do seu pon­to de vis­ta. Pa­ra mim, a re­for­ma da Pre­vi­dên­cia é vi­tal; pa­ra o Ivan Va­len­te (de­pu­ta­do do PSOL), não é. E a po­si­ção de­le é tão le­gí­ti­ma quan­to a mi­nha. O go­ver­na­dor do Rio Gran­de do Sul (Edu­ar­do Lei­te) dis­se na con­ven­ção do PSDB uma fra­se mui­to boa: “Co­ra­gem mes­mo pre­ci­sa qu­em tem a ou­sa­dia de ser pon­de­ra­do”. Acho que a gen­te tem de ra­di­ca­li­zar na pon­de­ra­ção, no equi­lí­brio, no diá­lo­go.
ESP: Por que o DEM quer ago­ra se des­co­lar do Cen­trão?
RM: Eu não en­tro nes­sa ques­tão de “eu não sou da­qui, eu não sou da­li”. A pre­si­den­te do Par­la­men­to es­pa­nhol, quan­do es­te­ve aqui, me per­gun­tou: “Co­mo vo­cês vão fa­zer pa­ra go­ver­nar sem par­ti­do? Por­que na Es­pa­nha is­so é im­pos­sí­vel”. En­tão, va­mos cri­ti­car as pes­so­as que er­ram, mas não va­mos des­qua­li­fi­car os par­ti­dos. Qu­em co­lo­ca vo­cê nu­ma po­si­ção ou ou­tra são seus atos ou ati­tu­des. Se os par­ti­dos que es­tão no Par­la­men­to pro­va­rem que tem agen­da das re­for­mas co­mo pri­o­ri­da­de... A for­ma pe­jo­ra­ti­va co­mo se tra­ta o tal Cen­trão ho­je, ama­nhã na his­tó­ria vai en­trar co­mo os par­ti­dos que sal­va­ram o Bra­sil do co­lap­so so­ci­al, do cres­ci­men­to da de­si­gual­da­de, da po­bre­za, da fal­ta de edu­ca­ção e da fal­ta de mé­di­cos.
ESP: O sr. acha que a re­for­ma da Pre­vi­dên­cia vai ser apro­va­da?
RM: Te­nho cer­te­za.
ESP: Quan­do o mi­nis­tro Pau­lo Gue­des diz que, se a re­for­ma vi­rar uma “re­for­mi­nha”, pe­ga as coi­sas e vai em­bo­ra, is­so aju­da?
RM: A gen­te que es­tá na po­lí­ti­ca há mui­tos anos sa­be que nin­guém é in­subs­ti­tuí­vel. O mer­ca­do fi­nan­cei­ro, há um ano, que­ria R$ 500 bi­lhões. E se o go­ver­no es­tá com pres­sa, a re­for­ma do Mi­chel (ex-pre­si­den­te Mi­chel Te­mer) co­me­çou com R$ 1 tri­lhão e o úl­ti­mo tex­to fa­la­va em R$ 500 bi­lhões. Eles po­de­ri­am ter apro­va­do em mar­ço a (pro­pos­ta) do Mi­chel, se ti­ves­sem vo­to.


Ex-Blog do Cesar Maia



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Gleisi quer Haddad na prefeitura

Gleisi Hoffmann quer candidatar Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo.

Ela disse para O Globo:

“Haddad cresceu muito como político. Do ponto de vista partidário é o melhor nome. Ele tem dito que não quer, mas não desistimos totalmente. Estou impressionada com a força dele nas universidades.”

Gleisi Hoffmann faz o que Lula manda: como o poste “cresceu muito” na disputa presidencial, é preciso diminuir seu tamanho na disputa municipal.


O Antagonista

Itamaraty fecha embaixadas criadas por Lula


Ernesto Araújo está fechando as inúteis embaixadas abertas por Lula.

Cinco já foram enxugadas: Roseau (Dominica), St. John’s (Antígua e Barbuda), St. George’s (Granada), Basseterre (São Cristóvão e Névis) e Kingstown (São Vicente e Granadinas).

Segundo o Valor, outras duas devem encerrar suas atividades: Monróvia (Libéria) e Freetown (Serra Leoa).

Lula abriu 67 embaixadas no exterior. Ainda há muito a se fechar.


O Antagonista

Regras mais rígidas para concurso público entram em vigor

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Governo quer que órgãos invistam em soluções tecnológicas para simplificar acesso a serviços públicos

Estabelecidas por decreto editado em março, as novas regras para a realização de concursos públicos entraram em vigor no sábado (1º). Caberá ao Ministério da Economia analisar e autorizar todos os pedidos de concursos públicos na administração federal direta, nas autarquias e nas fundações.

Agora, o Ministério da Economia levará em conta 14 critérios para autorizar a realização de concursos. Um deles é a evolução do quadro de pessoal nos últimos cinco anos pelo órgão solicitante, com um documento que deve listar movimentações, ingressos, desligamentos, aposentadorias consumadas e estimativa de aposentadorias para os próximos cinco anos.

O ministério também avaliará o percentual de serviços públicos digitais ofertados pelo órgão. O governo quer que os órgãos invistam em soluções tecnológicas para simplificar o acesso aos serviços públicos, de forma a atender melhor à população e reduzir a necessidade de pessoal.

Todos os anos, os órgãos federais encaminham os pedidos para a realização de concursos até 31 de maio. Após esse prazo, a SGP (Secretaria de Gestão e Desempenho de Pessoal) examina todas as demandas, de acordo com as prioridades e necessidades do governo. O resultado desse processo é levado em conta na elaboração do Orçamento do ano seguinte, que é enviado ao Congresso no fim de agosto.

Somente após a análise, o Ministério da Economia autoriza o concurso, por meio de portarias no Diário Oficial da União. Cada órgão ou entidade federal estará liberado para organizar o concurso conforme o número de vagas liberadas.

O Artigo 169 da Constituição condiciona a admissão ou a contratação de pessoal à autorização específica da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que define metas e prioridades para o Orçamento. Discutido pelo Congresso ao longo dos últimos quatro meses do ano, o Orçamento Geral da União reserva os recursos para as contratações.

Fonte: Folha Online - 03/06/2019 e SOS Consumidor



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Em novo corte, mercado reduz projeção de crescimento do PIB para 1,13%

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Para 2020, porém, estimativa continua em 2,5%

A expectativa para o crescimento econômico do Brasil foi reduzida mais uma vez na pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira (3) após o país voltar a registrar contração no primeiro trimestre.

O levantamento mostrou que os economistas consultados cortaram pela 14ª vez seguida a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano, passando a ver uma expansão de 1,13%, de 1,23% antes.

A economia brasileira iniciou 2019 com contração de 0,2% no primeiro trimestre, com fraqueza em indústria, agropecuária e investimentos, na primeira queda trimestral desde o fim de 2016.O cenário confirma o quadro de dificuldades da economia e as preocupações com as perspectivas, embora a estimativa do PIB para 2020 no Focus tenha permanecido em uma expansão de 2,50%.

A pesquisa semanal mostrou também ajuste nas contas para a inflação, com a alta do IPCA neste ano estimada em 4,03%, de 4,07% antes. Para 2020 permanece a perspectiva de uma inflação de 4%.

O centro da meta oficial de 2019 é de 4,25% e, de 2020, de 4%, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Apesar da fraqueza da economia, o BC deve manter a taxa básica Selic no atual patamar de 6,5% até o final do ano, segundo os economistas consultados, elevando a taxa para 7,25% no fim de 2020, em cenário inalterado.

O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, também manteve suas contas, com a Selic a 6,5% este ano e a 7,0% em 2020.

Fonte: Folha Online - 03/06/2019 e SOS Consumidor


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