Foram 38 votos contra contra 31 a favor
Senado da Argentina rejeita projeto para legalizar aborto | Foto: Eitan Abramovich / AFP / CP
O Senado argentino rejeitou, nesta quinta-feira, um projeto para legalizar o aborto, com 38 votos contra a iniciativa, 31 a favor e duas abstenções - informou a presidente da Câmara, Gabriela Michetti. A proposta havia sido aprovada em primeiro debate pela Câmara dos Deputados, mas precisava da ratificação do Senado para virar lei.
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Aprovada em primeira discussão pela Câmara dos Deputados em 14 de junho passado, a proposta que teria permitido a interrupção voluntária da gravidez até a 14ª semana de gestação precisava da ratificação do Senado para se tornar lei. A decisão foi recebida com uma explosão de alegria pelos manifestantes contrários ao texto, os quais estavam desde ontem do lado de fora do Congresso, junto com a multidão pró-aborto. "Essa votação nos permite um tempo de reflexão para fazer propostas melhores e humanistas para as mulheres vulneráveis. Não há vencedores nem vencidos", disse à AFP, em tom conciliador, Alberto Bochatey, arcebispo de La Plata e responsável pela Conferência Episcopal para o diálogo com o Congresso neste tema.
Já a Anistia Internacional considerou que a decisão "representa a perda de uma oportunidade histórica para o exercício dos direitos humanos de mulheres, meninas e pessoas com capacidade de gestar". Entre os que apoiavam o "sim", reconhecidos por seus lenços verdes, a reação oscilou entre tristeza e raiva. Alguns jogaram pedras e queimaram latas de lixo, enquanto a Polícia usava jatos d'água e gás lacrimogêneo para dissipar a multidão. Os incidentes, isolados, deixaram sete detidos, segundo a Polícia. "Nunca acreditamos que chegaríamos até aqui. E ter chegado tão perto e deixar que isso nos escape das mãos dá muita raiva e indignação", disse à AFP Mailén, uma manifestante de 24 anos.
Cedo ou tarde
Os promotores da legalização do aborto garantem que não se darão por vencidos. "O futuro não pertence ao 'não'. Cedo ou tarde, as mulheres terão a resposta normativa de que precisam. Cedo ou tarde, o 'sim' vai ganhar este debate", disse o senador Miguel Angel Pichetto, chefe do bloco do Partido Justicialista (peronista) em seu discurso de encerramento. Setores a favor da lei avaliam convocar um referendo.
"Quando há uma Câmara que opina de uma maneira e outra que pensa de outra maneira, caso seja rejeitado, isso mostra que a representação do povo está dividida. Isso faz necessário, talvez, um sistema de decisão de democracia direta previsto pela Constituição, por meio da consulta vinculante. É possível que proponhamos isso", antecipou Daniel Lipovetzky, deputado do governista Cambiemos, encarregado do debate na Câmara baixa. Terra do papa Francisco, a Argentina tem grande influência da Igreja católica. Em 2010, porém, tornou-se pioneira na região, ao aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Na América Latina, o aborto é legal apenas em Cuba, desde 1965, e no Uruguai, desde 2012. Também é permitido na Cidade do México. Com a rejeição do Senado, as únicas possibilidades de se submeter a um aborto na Argentina continuarão sendo em caso de risco de vida da mulher, ou quando a gravidez for fruto de estupro.
Sem projeto alternativo
Na sessão, interveio a ex-presidente e atual senadora Cristina Kirchner, em sua primeira aparição pública em semanas. Ao defender a legalização do aborto, Cristina declarou que "se pode concordar, ou não", mas não é possível "rejeitar o projeto sem propor qualquer alternativa e a situação permanecer a mesma", com milhares de abortos clandestinos. Segundo uma ONG, são cerca de 500 mil ao ano. Kirchner, que durante seus dois mandatos (2007-2015) se recusou a apresentar o projeto para descriminalizar o aborto, revelou ao Senado que "foram as milhares de jovens que ocuparam as ruas que a fizeram mudar de opinião".Promotor do debate, o presidente Mauricio Macri disse que "não importa qual seja o resultado, hoje ganhará a democracia". Vários senadores a favor da proposta criticaram que não se tenha promovido a iniciativa com mais força.
Verdes versus celestes
Durante todo dia, milhares de manifestantes a favor da legalização, identificados com lenços verdes, e os pró-vida, com lenço azul, mantiveram-se do lado de fora do Congresso. "Isso não é 'aborto sim, aborto não'. É 'aborto legal ou aborto clandestino'", afirmou Adriana Saucedo, de 57 anos, referindo-se a um dos lemas da Campanha Nacional pelo Aborto Legal, Seguro e Gratuito, lançada há 15 anos. Entre os "celestes", o padre Federico Berruete, de 35, comemorou o que considerou uma "grande demonstração de fé". "Muita gente se mobilizou para um país mais humano. É preciso defender a criança por nascer", afirmou.
AFP e Correio do Povo
O GOSTO PELO CAOS ESTÁ NO AR
XVII- 204/17 - 08.08.2018
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PONTO DE VIRADA
Por tudo que ouvi, li e assisti nesses últimos meses, a impressão que os eleitores passaram, notadamente através das redes sociais, é de que estariam prontos para fazer destas eleições o decisivo ponto de virada no destino do nosso empobrecido Brasil.
A VOZ DAS PESQUISAS
Pois, faltando exatos 60 dias para o importante pleito, pelo que informam -todas- as pesquisas de intenção de voto o número de eleitores que se mostram dispostos em ver o Brasil fora do grande atoleiro fiscal, que foi dramaticamente aprofundado ao longo dos governos corruptos/petistas -Lula e Dilma-, é pra lá de reduzido.
SALVO-CONDUTO
Ainda que Lula não consiga o esperado SALVO-CONDUTO, cuja concessão depende do TSE e/ou STF para que o corrupto-mor confirme a sua candidatura, o fato é que todas as pesquisas indicam que o condenado segue como grande preferido do povo.
FORO DE SÃO PAULO
Ora, apenas considerando o percentual de preferência pelo condenado já se vê que grande parte do povo brasileiro aprova o programa econômico-social defendido e orquestrado pelo Foro de São Paulo, cujo exemplo maior está na situação caótica que vive a pobre Venezuela.
HOMENAGENS
Se alguém ainda pudesse colocar em dúvida esta vontade do PT e demais partidos identificados na mesma linha, basta ver o que decidiram os membros do Foro de São Paulo na última reunião realizada em Havana, Cuba, nos dias 15, 16 e 17 de julho, quando Lula, Maduro e Ortega (Nicarágua) foram alvos de muitas homenagens.
GOSTO PELO CAOS
Somando os votos -intencionais- de Lula com os de Ciro Gomes, Marina, Boulos, etc., fica mais do que evidente que a maioria dos brasileiros não que um BRASIL MELHOR. O gosto pelo CAOS é algo que realmente chama a atenção e preocupa seriamente.
MARKET PLACE
IPCA AMPLO - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, subiu 0,33% em julho, desacelerando-se em relação à alta de 1,26% em junho, mesmo assim marcou a maior taxa para o mês desde 2016, informou IBGE.
DIA DOS PAIS - Para homenagear o Dia dos Pais, o Boulevard Assis Brasil irá realizar a Oficina Pais e Filhos – Montagem de Avião 3D. A atividade, que acontece no sábado (11/08), das 13h às 18h, é uma parceria com o Colégio Sinodal do Salvador. Na oficina, as crianças e os pais aprenderão juntos a montar um quebra-cabeça de avião 3D composto por peças de madeira de reflorestamento, e poderão levar o novo brinquedo para casa após o final das atividades.
A oficina é indicada para crianças entre 3 e 10 anos. Para participação, serão distribuídas fichas gratuitamente a partir das 12h30, que serão entregues aos participantes por ordem de chegada.
ESPAÇO PENSAR+
Eis o artigo do pensador Percival Puggina, com o título - DISCURSO DE ÓDIO E HIPOCRISIA-:
O escrutínio das causas que levaram ao impeachment de Dilma Rousseff ainda não mereceu consideração nas avaliações internas do seu partido. Depoimentos só foram prestados e confissões só foram ouvidas em processos de colaboração premiada. O que mais aparece no noticiário é uma vitimização atacando o que denomina “discurso de ódio”, ante o qual o partido e suas iniciativas seriam vítimas indefesas e consternadas.
Entre as vantagens que advêm dos meus 73 anos, incluo, sem dúvida, o acompanhamento ao vivo da política nacional durante largo período de tempo. A isso agrego o fato de ser colunista de jornais ao longo das últimas três décadas e meia. Se houve um traço nítido na ação política do PT durante esse período, foi, precisamente, a incitação ao ódio em pluralidade de formas e expressões.
Quase como parte de minha atividade cotidiana acompanhei o surgimento e o crescimento desse partido, mas qualquer um que já tenha idade para estacionar em vaga de idoso também assistiu a tudo. Observei a natureza das ações, o trabalho de organização dos movimentos sociais, o lado trotskista que reconhecia a centralidade da política, e o diálogo com organizações da luta armada (as tais frentes de “libertação nacional” em países da América do Sul, na América Central e na África).
Em todas as atividades compareciam, sempre, os elementos apontados por José Hildebrando Dacanal em “A Nova Classe - o governo do PT no Rio Grande do Sul. São eles: 1) a culpa é do sistema; 2) a sociedade tem que se revoltar; 3) os que se revoltarem votarão em nós; 4) a solução virá com a revolução socialista que nós faremos”. Cada passo dessa sequência não envolve qualquer generosa declaração de amor, mas exige a construção do antagonismo e a percepção do ódio como instrumento de luta.
Coerentemente, então, foram décadas de louvação a um homicida furioso como Che Guevara, para quem “O ódio é o elemento central de nossa luta! Ódio é tão violento que impulsiona o ser humano além de suas limitações naturais, convertendo-o em uma máquina de matar com violência e a sangue frio”. Não pensava diferente outro ícone frequentemente lembrado. Carlos Marighella, em seu mini manual do guerrilheiro urbano alerta que o guerrilheiro somente poderá sobreviver se estiver disposto a matar os policiais e todos aqueles dedicados à repressão e se for verdadeiramente dedicado a expropriar a riqueza dos grandes capitalistas, dos latifundiários, e dos imperialistas. Não, a adoção de modelos não é uma tarefa inconsequente.
Como produto, a violência foi se tornando rotineira. Todo um divisionismo foi minuciosamente semeado entre raças, etnias, sexos, gerações, grupos e classes sociais. Gradualmente, num crescendo, desencadearam-se as invasões de propriedades rurais seguidas de corredor polonês para retirada dos proprietários, as destruições de patrimônio, as invasões de parlamentos e prédios públicos, os enfrentamentos às autoridades policiais, os trancamentos de rodovias e queimas de pneus, as destruições de lavouras, os black blocs, as campanhas pela mudança de nomes de ruas e todas as ações voltadas para o quanto pior melhor.
Não preciso que alguém me descreva os danos causados pelo ódio dentro de uma sociedade. Eu vi isso acontecer. Eu o rejeitei então e o rejeito agora. Ele não se confunde com a indignação contra a injustiça, contra o mal feito, nem com a denúncia do malfeitor. O que refugo, por absolutamente hipócrita, é a denúncia do “discurso de ódio” formulada como escudo protetor de quem dele se serviu para suscitar tanta divisão, antagonismo e malquerença no ambiente social e político brasileiro!
FRASE DO DIA
Nossas esquerdas não gostam dos pobres. Gostam mesmo é dos funcionários públicos. São estes que, gozando de estabilidade, fazem greves, votam no Lula, pagam contribuição para a CUT. Os pobres não fazem nada disso.
Roberto Campos