sábado, 2 de junho de 2018

Morena Baccarin, atriz brasileira radicada nos Estados Unidos

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Morena Baccarin

Morena Baccarin na San Diego Comic-Con, em 2016.

Nome completo
Morena Silva de Vaz Setta Baccarin

Nascimento
2 de junho de 1979 (38 anos)
Rio de Janeiro, RJ

Nacionalidade
brasileira
norte-americana

Ocupação
Atriz

Atividade
2001-presente

Cônjuge
Ben McKenzie (2014-presente)

Outros prêmios

Wine Country Film Festival
Melhor Atriz (2001)

IMDb: (inglês)

“"Ser brasileira e voltar ao Brasil é a oportunidade de me conectar às minhas origens. Quando estou no Brasil, algo acontece dentro de mim. Mas me considero metade americana, metade brasileira".”

— Morena Baccarin, em 2010[1]

Loira no San Diego Comic Con International, em 2010

Morena Silva de Vaz Setta Baccarin[2] (Rio de Janeiro, 2 de junho de 1979) é uma atriz brasileira radicada nos Estados Unidos desde os sete anos de idade. Tornou-se célebre pelo papel de Inara Serra na série de televisão Firefly, no filme Serenity (2005), baseado na série, no papel de Anna na série V , no papel de Ádria em Stargate SG-1 e por seu trabalho na série dramática Homeland. Trabalha no seriado Gotham, no papel da Dra. Lee Thompkins. Também participou do filme solo do Deadpool da Marvel Comics.

Índice

Biografia

Filha do jornalista Fernando Baccarin e da atriz Vera Setta, mudou-se com a família para os Estados Unidos, quando tinha sete anos de idade, se estabelecendo em Nova Iorque.[3][4] Ali estudou no Juilliard School,[1] e foi colega de escola da também atriz Claire Danes (com quem contracenou na série Homeland).[3]

Seu nome foi escolhido por sua mãe, que ao saber que a maquiadora com quem trabalhou tinha batizado sua filha de "Morena", gostou da ideia e decidiu fazer o mesmo.

Trabalhou, desde o ano 2000, como atriz no circuito off-Broadway, onde chegou a substituir nos ensaios de uma peça de Tchecov a atriz Natalie Portman e contracenou com Meryl Streep, de quem recebeu então um elogio indireto: "Ninguém pode ficar doente aqui, pois os substitutos são melhores que nós"; apesar disto, ganhava mal pelos trabalhos e resolveu experimentar conseguir algo melhor em Los Angeles, em 2001, dando a si mesma um prazo de 7 dias para conseguir algo.[1]

Em menos de uma semana, contudo, fez um teste para Firefly, sendo então contratada,[1] fazendo parte do elenco da série de ficção-científica ambientada no ano 2517, interpretando Inara Serra, uma cortesã de luxo.[3] Fez também aparições em seriados como The O.C. e How I Met Your Mother.[5]

Também em 2001, ganhou o prêmio de melhor atriz no Wine Country Film Festival pelo seu trabalho no filme Way Off Broadway[6]

Mais tarde interpretou Adria, uma personagem meio humana e meio alienígena, no seriado Stargate SG-1.[3] Com o lançamento da série V, em 2009, onde interpreta a antagonista principal, como Anna, a líder da raça extraterrestre que planeja conquistar a Terra, teve seu rosto estampado em todos os lugares e mídias, numa projeção que a surpreendeu ao longo dos dez anos de carreira que completava naquele ano.[1] Graças à série, Baccarin foi indicada, em 2010, ao Scream Awards como atriz revelação.[7]

Em 2014 ela foi anunciada para integrar o elenco principal de Warriors, uma série médica da Rede ABC com previsão de estreia em setembro daquele ano.[8]

Baccarin casou-se em 2011 com o escritor e diretor Austin Chick. Desta união tiveram um filho, Julius, em 2013. Morena e Austin separaram-se em junho de 2015.

Em 2015, Austin Chick pediu o divórcio alegando diferenças irreconciliáveis.[9]

Desde agosto de 2015 tem um relacionamento com o ator Ben McKenzie. Os dois são parceiros de cena na série Gotham.

No dia 24 de setembro de 2015 foi divulgado que Morena estava esperando um bebê de Ben McKenzie.[10] A filha do casal, Frances Laiz Setta Schenkkan, nasceu no dia 2 de março de 2016.[11]

Filmografia

Morena Baccarin, em 2005.

Ano
Título
Papel
Notas
Outras observações

2001
Way Off Broadway
Rebecca

Perfume
Monica

2002
Roger Dodger
Garota no bar

Firefly
Inara Serra
Série de TV
14 episódios

2003
Still Life
LerMaggie Jones
6 episódios

2005
Justice League Unlimited
Black Canary
Série Animada
3 episódios

Serenity
Inara Serra
Série de TV

2006
Kitchen Confidential
Gia

How I Met Your Mother
Chloe
Segunda temporada, episódio 7, "Swarley"

The O.C.
Maya Griffin
3 episódios

Justice
Lisa Cruz

2007
Heartland
Enfermeira Jessica Kivala
9 episódios

Sands of Oblivion
Alice Carter

Las Vegas
Sara Samari
Série de TV

Stargate SG-1
Adria
5 episódios

2008
Death in Love
Namorada do filho mais velho

Stargate: The Ark of Truth
Adria

Dirt
Claire Leland
Série de TV
1 episódio

Stolen
Rose Montgomery

Numb3rs
Lynn Potter
Série de TV
Episódio 503; "Blowback"

T Takes
Hóspede do quarto 111
(internet)
Episódio 2 "Room 111"

2009
Medium
Brooke Hoyt
Série de TV
Episódio 509;"All In The Family"

V
Anna

2011
The Mentalist
Erica Flynn
Episódio 319;"Every Rose Has Its Thorn"

Batman: The Brave and the Bold
Cheetah
Série de desenho animado)
Terceira Temporada, Episódio 8: "Triumvirate of Terror!"

Homeland
Jessica Brody
Série de TV

Look Again
Allison
Filme

2014
Warriors

Back In The Day
Laurie Miller

Son of Batman
Talia Al Ghul (Voz)
Filme animado

A Tenda Vermelha
Rachel
Mini Série

The Flash
Gideon (voz)
Série de TV
Primeira Temporada: 7 episódios

Segunda Temporada: 2 episódios

Gotham
Dra. Leslie Thompkins
Recorrente

2015
A Espiã Que Sabia de Menos
Karen Walker
Filme

2016
Deadpool
Vanessa Carlysle

2018
Deadpool 2
Vanessa Carlysle

Prêmios

Ano
Prêmio
Categoria
Trabalho
Resultado

2001
Wine Country Film Festival
Melhor Atriz
Way Off Broadway
Venceu

2010
Saturn Award
Melhor Atriz Coadjuvante de Televisão
V
Indicado

2011
Indicado

2013
Prémios Screen Actors Guild
Melhor Performance de Elenco em Série Dramática
Homeland
Indicado

Emmy
Melhor Atriz Coadjuvante em Série de Drama
Indicado

Referências

  • Márcia Abos (27 de abril de 2010). «Morena Baccarin, a Anna de 'V', sonha em trabalhar na TV e cinema brasileiros». O Globo. Consultado em 20 de maio de 2017.
  • «Morena Baccarin». IMDB. Consultado em 20 de maio de 2017.
  • «Brasileira protagoniza nova série de ficção científica dos EUA». Folha de S.Paulo. 10 de novembro de 2009. Consultado em 20 de maio de 2017.
  • «Atriz brasileira de "V" se inspira em políticos para criar alien». Folha de S.Paulo. 5 de maio de 2010. Consultado em 20 de maio de 2017.
  • «Tem ziriguidum no novo 'V'». O Estado de S. Paulo. 29 de agosto de 2009. Consultado em 20 de maio de 2017.
  • «Wine Country Film Festival». IMDB. Consultado em 20 de maio de 2017.
  • «Atriz revelação». O Globo. 4 de setembro de 2010. Consultado em 20 de maio de 2017.
  • Mariela Assmann (21 de fevereiro de 2014). «'Warriors': Morena Baccarin é anunciada no elenco principal do drama». Teleséries Uol. Consultado em 6 de março de 2014.
  • «Homeland Actress Morena Baccarin's Husband Files for Divorce». People. 6 de julho de 2015
  • «Ben McKenzie & Morena Baccarin Are Expecting a Baby Together!». Just Jared. 24 de setembro de 2015
    1. Mandell, Andrea (11 de março de 2016). «Exclusive: Morena Baccarin, Ben McKenzie welcome baby girl». USA Today

    Ligações externas

    Commons

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  • Wikipédia



    Petrobras eleva preço da gasolina em 2,25% nas refinarias

    É a 2ª alta seguida após uma sequência de 5 quedas.


    Públio Cornélio Cipião (cônsul em 218 a.C.)–História virtual

    Públio Cornélio Cipião

    Cônsul da República Romana

    Consulado
    218 a.C.

    Nascimento
    254 a.C.

    Morte
    212 a.C. ou 211 a.C. (43 anos)[nota 1]

    Península Ibérica

    Procurar imagens disponíveis

    Públio Cornélio Cipião (m. 210 a.C.; em latim: Publius Cornelius Scipio) foi um político da família dos Cipiões da gente Cornélia da República Romana eleito cônsul em 218 a.C. com Tibério Semprônio Longo. Era filho de Lúcio Cornélio Cipião, cônsul em 259 a.C., e pai de Cipião, o Africano, cônsul em 205 e 194 a.C., e de Lúcio Cornélio Cipião Asiático, cônsul em 190 a.C..

    Índice

    Segunda Guerra Púnica

    Ver artigo principal: Segunda Guerra Púnica

    Primeiro consulado (218 a.C.)

    Tumba dos Cipiões, em Roma

    Foi eleito cônsul em 218 a.C. (ou 219 a.C., como prefere Lívio[4]) com Tibério Semprônio Longo, no primeiro ano da Segunda Guerra Púnica.

    Com o objetivo de interceptar Aníbal antes que ele chegasse à Itália, Cipião desembarcou com suas legiões na Gália meridional, navegando de Pisa até Massília, uma colônia fenícia aliada a Roma. A velocidade do avanço de Aníbal através dos Alpes rapidamente acabou com os planos romanos[5]. Assim, Cipião, tendo enviado seu exército para a Ibéria sob o comando de seu irmão, Cneu Cornélio Cipião Calvo, retornou à Roma e conduziu um novo alistamento para formar um novo exército para lutar na Gália Cisalpina, onde Aníbal estava acampado e recrutando aliados entre os gauleses ínsubres e boios, principalmente lutando contra os inimigos deles, como os taurinos.

    Cipião liderou as forças romanas na Batalha de Ticino, na qual explorou sua cavalaria (composta quase que totalmente por gauleses, que terminariam por desertá-lo para unirem-se em massa ao exército de Aníbal) e com a infantaria ligeira, enfrentou a vanguarda do exército cartaginês, mas foi derrotado. Cipião terminou gravemente ferido e foi salvo por seu filho (o futuro Cipião, o Africano)[6].

    Em dezembro do mesmo ano, participou da Batalha do Trébia, na qual as forças romanas, lideradas pelo outro cônsul, Tibério Semprônio Longo, aliadas aos que se juntaram ao novo exército apesar de seu parecer contrário[7], foram derrotados[8]

    Campanha na Ibéria

    Ver artigos principais: Batalha de Dertosa, Batalha de Munda (214 a.C.) e Batalha de Orongi

    Apesar da derrota, Cipião conseguiu manter a confiança do povo romano e seu mandato militar foi confirmado. Logo em seguida, ele foi enviado à Ibéria para ajudar seu irmão no combate às forças cartagineses, mantidas até então fora da Itália. A ação de Cipião na Península Ibérica foi coroada por uma série de vitórias importantes, como a Batalha de Dertosa (215 a.C.), a Batalha de Munda (214 a.C.) e a Batalha de Orongi (214 a.C.)[9], até que, em 212/211 a.C.[3] acabou morrendo durante a Campanha do Bétis Superior, durante a Batalha de Cástulo, uma derrota romana[10]. Poucos dias depois, seu irmão, Cneu, foi derrotado e morto na Batalha de Ilorci[11], ao lado de Cartago Nova[12].

    Como já havia ocorrido a Ticino em relação ao gauleses, aparentemente estas derrotas seriam também debitadas por conta de uma suposta traição da população local de celtiberos, corrompidas por Asdrúbal Barca, o irmão de Aníbal[13].

    Árvore genealógica

    [Expandir]

    Gente Cornélia Cipião

    Ver também

    Cônsul da República Romana
    SPQR.svg

    Precedido por:
    Lúcio Emílio Paulo

    com Marco Lívio Salinador

    Públio Cornélio Cipião
    218 a.C.

    com Tibério Semprônio Longo

    Sucedido por:
    Cneu Servílio Gêmino

    com Caio Flamínio Nepos II

    Notas

    1. Segundo Lívio[1], a batalha ocorreu em 212 a.C.; com ele concorda o historiador moderno Rafael Treviño Martinez[2]. Por outro lado, Gaetano De Sanctis<[3] defende que a batalha teria ocorrido em 211 a.C.

    Referências

  • Lívio, Ab Urbe Condita XXV, 32-39
  • Martinez (1986), p. 8
  • Gaetano De Sanctis (1917), vol. III.2, L'età delle guerre puniche, p. 432, n.4
  • Lívio, Ab Urbe Condita XXI, 6, 3. A data é citada antes do início do cerco de Sagunto e, depois, no capítulo seguinte, já com o cerco terminado (XXI, 15, 3-6).
  • Políbio III, 41.
  • Lívio, Ab Urbe Condita Epit 21.5-6.
  • Políbio III, 70, 3-6.
  • Lívio, Ab Urbe Condita Epit 21.7. Políbio III, 71-74.
  • Políbio III, 95 - 97; Lívio, Ab Urbe Condita Epit 23.9 e 14.
  • Lívio, Ab Urbe Condita XXV, 34.
  • Martinez (1986), p. 8.
  • Lívio, Ab Urbe Condita XXV, 36.
    1. Lívio, Ab Urbe Condita Epit 25.12.

    Bibliografia

    Fontes primárias
    Fontes secundárias
    • Broughton, T. Robert S. (1951). «XV». The Magistrates of the Roman Republic. Volume I, 509 B.C. - 100 B.C. (em inglês). I. Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas
    • Rafael Treviño Martinez; Angus McBride (illustratore) (1986). Osprey, ed. Rome's Enemies (4): Spanish Armies (em inglese). [S.l.: s.n.] ISBN 0-85045-701-7

    Controle de autoridade


  • Wikipédia



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    Públio Cornélio Cipião Emiliano Africano–História virtual

    Públio Cornélio Cipião Emiliano Africano

    Cônsul da República Romana

    Cipião Emiliano e seu amigo Políbio nas ruínas de Cartago.

    Consulado
    147 a.C.
    134 a.C.

    Nascimento
    185 a.C.

    Roma

    Morte
    129 a.C. (56 anos)

    Roma

    Públio Cornélio Cipião Emiliano Africano (185–129 a.C.; em latim: Publius Cornelius Scipio Aemilianus), conhecido também como Cipião Africano Menor ou Cipião Emiliano, foi um político da família dos Cipiões da gente Cornélia da República Romana eleito cônsul por duas vezes, em 147 e 134 a.C., com Caio Lívio Druso e Caio Fúlvio Flaco respectivamente. Era filho natural de Lúcio Emílio Paulo Macedônico e foi adotado por Públio Cornélio Cipião, o filho de Cipião Africano, vencedor da Segunda Guerra Púnica.[1]

    Índice

    Família

    Seu irmão mais velho, Quinto Fábio Máximo Emiliano, foi adotado da gente Fábia. Casou-se com sua prima Semprônia, filha de Tibério Semprônio Graco com Cornélia, irmã de seu pai adotivo, Públio Cornélio Cipião. Ela era irmã dos irmãos Graco, que muito desgosto lhe trariam no final de sua vida.

    Primeiros anos

    Desde muito jovem, Cipião se debateu entre o tradicionalismo romano e a influência helenística. Aos dezessete anos, acompanhou seu pai, Emílio Paulo Macedônico, à Grécia e lutou sob seu comando na Batalha de Pidna, que encerrou a Terceira Guerra Macedônica, em 168 a.C..[2][3]

    Foi nesta época que conheceu o historiador Políbio e, em 167 a.C., quando ele foi enviado a Roma com outros exilados da Liga Acaia, Cipião passou a patrociná-lo, formando uma grande amizade que continuou sem interrupções durante toda a sua vida. Dele, aprendeu muito sobre a literatura grega e teve contato com a refinada cultura grega, mas, por outro lado, manteve-se como um exemplo das virtudes romanas.

    Sua amizade com Caio Lélio Sapiente foi tão forte quanto foi a do pai dele, Caio Lélio, com Cipião Africano, e foi imortalizada pelo célebre tratado de Cícero intitulado "Laelius sive de Amicitia".

    Cipião Emiliano rapidamente assumiu o comando da família dos Cipiões, que agregava outros políticos, como Lúcio Calpúrnio Pisão Cesonino e Quinto Fábio Máximo Emiliano, filósofos, como Panécio de Rodes, escritores, como Lucílio e Terêncio, e historiadores como Políbio. Casado com Semprônia, sua prima , opô-se, apesar disto, às propostas de ambos e não simpatizava com o partido conservador, de cunho extremista.

    Carreira

    Cipião atraiu a atenção pública pela primeira vez em 151 a.C., quando, depois de vários desastres na Hispânia, não se apresentaram voluntários para um alistamento que estavam sendo promovido pelos novos cônsules. Ele próprio se ofereceu para servir onde quer que os dois considerassem necessário e acabou nomeado tribuno militar do cônsul Lúcio Licínio Lúculo, destacando-se por sua coragem. Matou um líder militar celtibero em combate singular e teve a honra de ser o primeiro a escalar os muros da cidade de Intercatia. Estas façanhas aumentaram sua admiração entre inimigos e aliados.

    Em 150 a.C., Lúculo o enviou à África para conseguir alguns elefantes e o rei númida o recebeu muito bem. Ele próprio estava em guerra contra Cartago e pediu a Emiliano que atuasse como mediador, mas nada conseguiu. Finalmente, Emiliano conseguiu alguns elefantes e voltou para a Hispânia.

    Terceira Guerra Púnica

    Ver artigo principal: Terceira Guerra Púnica

    Início da guerra

    Cerco de Cartago, a mais importante vitória de Cipião na Terceira Guerra Púnica

    Maquete do porto militar de Cartago

    A guerra contra Cartago foi declarada logo depois. Em 149 a.C., os romanos desembarcaram em Útica e começaram o cerco de Cartago, que precisou ser interrompido no ano seguinte por motivos logísticos. Cipião Emiliano atuou como tribuno militar nesta campanha, destacando-se por sua inteligência e habilidade militar, um grande contraste em relação aos seus superiores. Por sua valentia pessoal e habilidade militar, conseguiu reparar, em grande medida, os erros e a incompetência do cônsul Mânio Manílio, cujo exército Emiliano salvou da destruição em uma ocasião. Suas habilidades lhe valeram a confiança absoluta de Massinissa e das tropas romanas, enquanto que a confiança em sua própria palavra lhe valeu a admiração de seus inimigos. Como resultado, os enviados especiais do Senado para inspecionar o estado das coisas no acampamento romano, fizeram um relato muito favorável de suas habilidades e de sua conduta.

    No ano seguinte, Lúcio Calpúrnio Pisão Cesonino assumiu o comando do exército romano e Cipião voltou para Roma, apesar do desejo de seus soldados de que ele rapidamente voltasse para comandá-los. Muitos deles escreveram aos seus amigos em Roma afirmando que somente Cipião poderia conquistar Cartago. Esta situação fez crescer entre os romanos a crença de somente um descendente de Cipião Africano, o vencedor de Aníbal em Zama, poderia vencer, em Cartago, uma guerra que já durava tempo demais.

    Até mesmo os mais velhos e conservadores, como Catão, o Velho, que estava sempre mais disposto à crítica do que ao elogio, elogiou-o com as palavras de Homero[4]: "Só ele é sábio, o resto são sombras vazias".[5]

    Consulado (147 a.C.)

    Em 147 a.C., a predisposição em relação a Cipião aumentou ainda mais depois do fracasso das campanhas de Pisão e, por isso, no dia no qual estava indo apresentar-se como candidato a edil, foi eleito cônsul com Caio Lívio Druso, apesar da pouca idade (37 anos): "Que as leis durmam por uma noite", teriam proclamado os romanos, e Cipião foi proclamado em sua primeira magistratura. Druso, como era o costume, exigiu um sorteio para decidir as províncias de cada cônsul, o que foi vetado por um dos tribunos da plebe, que propôs que a decisão sobre as províncias fosse tomada pela Assembleia da plebe, que escolheu entregar a guerra contra Cartago a Cipião Emiliano.[6][7]

    Depois de receber o comando da campanha na África contra Cartago, com a ajuda de seus amigos Caio Lélio e Políbio, Cipião reiniciou o bloqueio naval e realizou várias ações complementares no interior do país.

    Anos finais

    Ver artigo principal: Cerco de Cartago

    Em 146 a.C., realizou o assalto final contra Cartago, incendiando e destruindo a cidade. Segundo Políbio, chorou nas ruínas de Cartago citando um verso da Ilíada: "Chegará também o dia em que perecerá a sagrada Troia",[8] afirmando que, assim como naquele dia a frase se aplicava a Cartago, algum dia poderia ser aplicada a Roma. A África foi transformada numa província romana e Cipião Emiliano voltou para Roma, onde celebrou um magnífico triunfo. O sobrenome "Africano", que havia recebido por herança, lhe foi confirmado por mérito próprio.

    Censor (142 a.C.)

    Cipião Emiliano foi eleito censor em 142 a.C. com Cneu Lúcio Múmio. A postura de Emiliano foi severa na repreensão à imoralidade e o luxo, mas suas ações foram boicotadas por seu colega, que vivia ostensivamente e era muito mais indulgente com seus colegas.[9][10]

    Na oração solene oferecida durante a celebração do lustrum, Cipião substituiu a súplica pela ampliação da República Romana por uma pedindo a preservação de suas posses atuais.[11]

    Em 139 a.C., Cipião foi acusado por Tibério Cláudio Aselo, um tribuno da plebe que havia sido reduzido à condição de erário por Emiliano e privado de seu cargo público, mas foi absolvido.[12] Nesta mesma época, comandou uma embaixada ao Egito ptolomaico e Ásia,[13] missão para a qual levou consigo apenas cinco escravos para tentar dar o exemplo contra o luxo.[14]

    Conquista de Numância

    Ver artigo principal: Guerra Numantina

    Ruínas de Numância

    Os irmãos Graco, cunhados e inimigos de Cipião

    Em 134 a.C., Cipião foi novamente eleito cônsul, desta vez com Caio Fúlvio Flaco, e recebeu a província da Hispânia, com o mandato expresso de acabar com a Terceira Guerra Celtibera, na qual os exércitos romanos simplesmente estavam alternando de desastre em desastre.

    Ao chegar, encontrou um exército indisciplinado, o que o levou a evitar o combate. Depois de algumas poucas escaramuças, iniciou o cerco à cidade de Numância. A fome e as epidemias acabaram com a resistência dos numantinos em 133 a.C.. Quase todos eles assassinaram seus familiares e depois se suicidaram. Os poucos sobreviventes foram vendidos como escravos e a cidade foi completamente arrasada. Cinquenta de seus principais habitantes desfilaram como cativos no triunfo de Emiliano, ao fim do qual foram todos executados.[15]

    Emiliano recebeu o epíteto de "Numantino" depois desta campanha.

    Luta política

    Enquanto Cipião estava ocupado com a pacificação de Numância, Roma estava em convulsão por causa das medidas do tribuno Tibério Graco. Tribuno da plebe em 133 a.C., Graco aprovou uma nova lei agrária que previa a distribuição ao povo os territórios italianos recém-conquistados. Porém, estes territórios haviam sido deixados até então nas mãos de algumas das mais importantes famílias patrícias da cidade, que utilizavam nas terras principalmente mão de obra escrava. A intenção de Graco era distribuir estas propriedades entre a plebe. Por conta disto, Tibério acabou sendo assassinado no mesmo ano. Apesar de Cipião ser casado com uma irmã dele, Semprônia, ele não nutria nenhuma simpatia pelas suas reformas e, ao receber a notícia do assassinato em Numância, conta-se que teria exclamado um verso de Homero[16]: "Assim perecem todos os que fazem o mesmo outra vez".

    No ano seguinte (132 a.C.), ao regressar a Roma, não escondeu sua aprovação em relação à morte de Tibério Graco e, quando o tribuno Caio Papírio Carbão lhe perguntou, durante a Assembleia das centúrias, o que pensava do assassinato, Cipião lhe respondeu que havia sido "justo" (em latim: "jure caesum"). O povo, que esperava uma resposta diferente de seu ídolo, expressou violentamente sua opinião, o que levou Cipião, com o típico desprezo aristocrático pela multidão, a afirmar: "Taceant quibus Italia noverca est" ("Silêncio aos que a Itália é madrasta").[17][18][19][20]

    O povo não se esqueceu deste insulto e Cipião perdeu grande parte de sua popularidade e influência. Numa situação bastante conflituosa, os patrícios defendiam medidas duras para conter a plebe e chegaram a propor nomear Cipião Emiliano como ditador. A ditadura em si era uma magistratura excepcional, com mandato limitado a seis meses, mas com poderes ilimitados, mas que havia caído em desuso. O último ditador antes de Sula, nomeado em 81 a.C., havia sido Caio Servílio Gêmino, mais de um século antes, em 201 a.C. Graças principalmente à sua influência sobre o partido aristocrático, conseguiu derrotar o projeto de lei do tribuno Carbão que permitia a reeleição indefinida dos tribunos da plebe.[21][20]

    A partir daí, Cipião Emiliano passou a ser considerado o líder dos aristocratas (os optimates) e impôs medidas, em 129 a.C., que tiveram como consequência a derrogação, na prática, da lei agrária de Tibério Graco, apesar de furiosa oposição dos três membros da comissão agrária, Marco Fúlvio Flaco, Caio Papírio Carbão e Caio Semprônio Graco.

    Morte misteriosa

    Cipião foi acusado publicamente por Carbão de ser inimigo público enquanto o povo gritava "Abaixo o tirano!" À noite, voltou para casa acompanhado por senadores e um grande número de aliados, mas rapidamente se retirou para seu quarto de dormir com o objetivo de escrever um discurso para o dia seuginte.

    Pela manhã, foi encontrado morto em seu quarto. Muitos rumores, muitos deles contraditórios, se seguiram por conta de sua morte inesperada, mas quase todos acreditavam que ele havia sido assassinado. Uns poucos acreditavam que ele teria morrido naturalmente ou se suicidado, mas o que é fato, corroborado por todos os relatos, é que não houve investigação alguma sobre a causa de sua morte, o que reforça a tese de que ele teria sido mesmo assassinado.

    Entre os suspeitos estavam Semprônia, sua esposa, ou Cornélia, sua mãe, além de Carbão, Fúlvio ou Caio Graco.[22][23] Cícero cita explicitamente que o assassino foi Papírio Carbão.[24]

    Influência

    Sabemos por causa de "De re publica", de Cícero, que Cipião era o político preferido do orador Arpino. Ele é também um protagonista nas obras de Cícero, que via nele a síntese perfeita entre a mos maiorum e a nova sabedoria helênica. Na realidade, Cícero acreditava que Catão, o Velho, teria sido seu mestre, mas reconhecia também em suas atitudes filohelênicas a figura do historiador Políbio e de seu pai biológico, Emílio Paulo, o conquistador da Macedônia.

    Árvore genealógica

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    Gente Cornélia Cipião

    Ver também

    Cônsul da República Romana
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    Precedido por:
    Espúrio Postúmio Albino Magno

    com Lúcio Calpúrnio Pisão Cesonino

    Públio Cornélio Cipião Emiliano Africano
    147 a.C.

    com Caio Lívio Druso

    Sucedido por:
    Cneu Cornélio Lêntulo

    com Lúcio Múmio Acaico

    Precedido por:
    Quinto Calpúrnio Pisão

    com Sérvio Fúlvio Flaco

    Públio Cornélio Cipião Emiliano Africano II
    134 a.C.

    com Caio Fúlvio Flaco

    Sucedido por:
    Lúcio Calpúrnio Pisão Frúgio

    com Públio Múcio Cévola

    Referências

  • Veleio Patérculo, Historiae romanae ad M. Vinicium libri duo I,12.
  • Lívio, Ab Urbe Condita XLIV 44.
  • Plutarco, Aemil. Paul. 22
  • Homero, Odisseia X 495
  • Plutarco, Cat. Maior 27
  • Boatwright, Mary Taliaferro, The Romans: From Village to Empire (2004), pg. 154
  • Apiano, VIII 112
  • Homero, Ilíada VI 448
  • Aulo Gélio IV 20, v. 19.
  • Valério Máximo, Nove Livros de Feitos e Dizeres Memoráveis VI 4. § 2
  • Valério Máximo, Nove Livros de Feitos e Dizeres Memoráveis IV 1. § 10*
  • Aulo Gélio II 20; III 4; VII 11; Cícero, De Orat. II 64, 66
  • Cícero, De Rep. VI 11.
  • Athen. VI P. 273
  • Veleio Patérculo, Historiae romanae ad M. Vinicium libri duo II,4.
  • Homero, Odisseia I 47.
  • Valério Máximo, Nove Livros de Feitos e Dizeres Memoráveis VI 2. § 3.
  • Plutarco, Vidas Paralelas, Tib. Gracch. 21.
  • Aurélio Vítor, De Vir. Ill., 58.
  • Cícero, Lael. 25.
  • Lívio, Ab Urbe Condita Epit. LIX.
  • Apiano, I 19, 20; Veleio Patérculo II 4.
  • Plutarco, Vidas Paralelas, C. Gracch. 10
    1. Cícero, De Or. II 40; Ad Fam. IX 21. § 3; Ad Q. Fr. II 3. § 3.

    Bibliografia

    Fontes primárias
    Fontes secundárias

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    • Broughton, T. Robert S. (1951). The Magistrates of the Roman Republic. Volume I, 509 B.C. - 100 B.C. (em inglês). I, número XV. Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas
    • Historia universal siglo XXI. La formación del imperio romano ISBN 84-323-0168-X (em espanhol)
    • Akal Historia del mundo antiguo. Roma. El dualismo patricio-plebeyo (em espanhol)
    • (em alemão) Carolus-Ludovicus Elvers: [I 70] C. Scipio Aemilianus Africanus (Numantinus). In: Der Neue Pauly (DNP). Volume 3, Metzler, Stuttgart 1997, ISBN 3-476-01473-8, Pg. 178–182.

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