terça-feira, 1 de maio de 2018

Aristóteles–História virtual

Aristóteles

Busto de Aristóteles
Cópia romana de uma escultura de Lísipo

Nome completo
Ἀριστοτέλης

Escola/Tradição:
Escola peripatética, aristotelismo

Data de nascimento:
384 a.C.

Local:
Estagira, Calcídica, Grécia Antiga

Data de falecimento
322 a.C. (62 anos)

Local:
Cálcis, na ilha Eubeia[1]

Principais interesses:
Física, metafísica, poesia, teatro, música, retórica, política, governo, ética, biologia, zoologia

Ideias notáveis
Doutrina do meio-termo, razão, lógica, Doutrina do meio-termo, Silogismo, Alma, Frônese, Hilemorfismo

Influências:
Parmênides, Sócrates, Platão, Heráclito, Demócrito

Influenciados:
Virtualmente toda a filosofia ocidental, islâmica e judaica, Alexandre, o Grande, Avicena, Averróis, Maimônides, Alberto Magno, Tomás de Aquino, Duns Scotus, Ptolomeu, Copérnico, Galileu Galilei, filosofia cristã, e a ciência em geral.

Aristóteles (em grego clássico: Ἀριστοτέλης; transl.: Aristotélēs; Estagira, 384 a.C.Atenas, 322 a.C.) foi um filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande.[2] Seus escritos abrangem diversos assuntos, como a física, a metafísica, as leis da poesia e do drama, a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, a biologia e a zoologia. Juntamente com Platão e Sócrates (professor de Platão), Aristóteles é visto como um dos fundadores da filosofia ocidental. Em 343 a.C. torna-se tutor de Alexandre da Macedónia, na época com treze anos de idade, que será o mais célebre conquistador do mundo antigo. Em 335 a.C. Alexandre assume o trono e Aristóteles volta para Atenas onde funda o Liceu.

Índice

Vida

Aristóteles ensinando Alexandre, o Grande gravura de Charles Laplante

Aristóteles era natural de Estagira, na Trácia,[3] sendo filho de Nicômaco, amigo e médico pessoal do rei macedônio Amintas III, pai de Filipe II.[4] É provável que o interesse de Aristóteles por biologia e fisiologia decorra da atividade médica exercida pelo pai e pelo tio, e que remontava há dez gerações.

Segundo a compilação bizantina Suda, Aristóteles era descendente de Nicômaco, filho de Macaão, filho de Esculápio.[5]

Com cerca de 16 ou 17 anos partiu para Atenas, maior centro intelectual e artístico da Grécia. Como muitos outros jovens da época, foi para lá prosseguir os estudos. Duas grandes instituições disputavam a preferência dos jovens: a escola de Isócrates, que visava preparar o aluno para a vida política, e Platão e sua Academia, com preferência à ciência (episteme) como fundamento da realidade. Apesar do aviso de que, quem não conhecesse Geometria ali não deveria entrar, Aristóteles decidiu-se pela academia platônica e nela permaneceu vinte anos, até a morte de Platão,[6] no primeiro ano da 108a olimpíada (348 a.C.).[7]

Em 347 com a morte de Platão, a direção da Academia passa a Espeusipo[6][7] que começou a dar ao estudo acadêmico da filosofia um viés matemático que Aristóteles (segundo opinião geral, um não-matemático) considerou inadequado,[8] assim Aristóteles deixa Atenas e se dirige, provavelmente, primeiro a Atarneu convidado pelo tirano Hérmias e em seguida a Assos, cidade que fora doada pelo tirano aos platônicos Erasto e Corisco, pelas boas leis que lhe haviam preparado e que obtiveram grande sucesso.[9]

Durante 347 a.C e 345 a.C, dirige uma escola em Assos, junto com Xenócrates, Erasto e Corisco e depois em 345/344 a.C. conhece Teofrasto e com sua colaboração dirige uma escola em Mitilene, na ilha de Lesbos e lá se casa com Pítias, neta de Hérmias , com quem teve uma filha, também chamada Pítias e Nicômaco.[10] Em 343/342 a.C Filipe II escolhe Aristóteles como educador de seu filho Alexandre, então com treze anos,[11] por intercessão de Hérmias[9]

Pouco se sabe sobre o período da vida de Aristóteles entre 341 a.C e 335 a.C, ainda que se questiona o período de tempo da tutela de Alexandre, alguns estimam em apenas dois ou três anos e outros em sete ou oito anos.[12][13]

Em 335 a.C. Aristóteles funda sua própria escola em Atenas, em uma área de exercício público dedicado ao deus Apolo Lykeios, daí o nome Liceu.[14] Os filiados da escola de Aristóteles mais tarde foram chamados de peripatéticos.[15] Os membros do Liceu realizavam pesquisas em uma ampla gama de assuntos, os quais eram de interesse do próprio Aristóteles: botânica, biologia, lógica, música, matemática, astronomia, medicina, cosmologia, física, história da filosofia, metafísica, psicologia, ética, teologia, retórica, história política, do governo e da teoria política, retórica e as artes. Em todas essas áreas, o Liceu coletou manuscritos e assim, de acordo com alguns relatos antigos, se criou a primeira grande biblioteca da antiguidade.[16]

Em 323 a.C, morre Alexandre e em Atenas começa uma forte reação antimacedônica, em 322 a.C. por causa de sua ligação com Alexandre, Aristóteles foge de Atenas e se dirige a Cálcides, onde sua mãe tinha uma casa, explicando, "Eu não vou permitir que os atenienses pequem duas vezes contra a filosofia"[17][18]> uma referência ao julgamento de Sócrates em Atenas. Ele morreu em Cálcis, na ilha Eubeia de causas naturais naquele ano.[1] Aristóteles nomeou como chefe executivo seu aluno Antípatro e deixou um testamento em que pediu para ser enterrado ao lado de sua esposa.[19]

Campos de estudo

Em 335 a.C. Aristóteles funda sua própria escola em Atenas, em uma área de exercício público dedicado ao deus Apolo Lykeios, daí o nome Liceu.[14] A escola de Aristóteles, afresco de Gustav Adolph Spangenberg, 1883-1888

A filosofia de Aristóteles dominou verdadeiramente o pensamento europeu a partir do século XII.[20] A revolução científica iniciou-se no século XVI e somente onde a filosofia aristotélica foi dominante é que sobreveio uma revolução científica.[21]

Parte das afirmações a respeito da Física e da Química de Aristóteles são desmentidas nos dias de hoje e a principal razão disso é que nos séculos XVI e XVII os cientistas aplicaram métodos quantitativos ao estudo da natureza inanimada, assim algumas observações de de Aristóteles são irremediavelmente inadequadas em comparação com os trabalhos dos novos cientistas.[10]

Apesar do alcance abrangente que as obras de Aristóteles gozaram tradicionalmente, os acadêmicos modernos questionam a autenticidade de uma parte considerável do Corpus aristotelicum.[22]

Lógica

A Lógica de Aristóteles, que ocupa seis de suas primeiras obras, constitui o exemplo mais sistemático de filosofia em dois mil anos de história. Sua premissa principal envolve uma teoria de caráter semântico desenvolvida por ele para servir de estrutura para a compreensão da veracidade de proposições. Foi por meio de sua lógica que se estabeleceu a primazia da lógica dedutiva.[23]

Aristóteles sistematizou a lógica, definindo as formas de interferência que eram válidas e as que não eram - em outras palavras, aquilo que realmente decorre de algo e aquilo que só aparentemente decorre; e deu nomes a todas essas diferentes formas de interferências. Por dois mil anos, estudar lógica, significou estudar a lógica de Aristóteles.[24]

A lógica, como disciplina intelectual, foi criada no século IV a.C. por Aristóteles.[25] Sua teoria do silogismo constitui o cerne de sua lógica e através dela tenta caracterizar as formas de silogismo e determinar quais deles são válidas e quais não, o que conseguiu com bastante sucesso. Como primeiro passo no desenvolvimento da lógica, a teoria do silogismo foi extremamente importante.[25]

Física

Aristóteles não reconhecia a ideia de inércia, ele imaginou que as leis que regiam os movimentos celestes eram muito diferentes daquelas que regiam os movimentos na superfície da Terra, além de ver o movimento vertical como natural, enquanto o movimento horizontal requereria uma força de sustentação.[26] Ainda sobre movimento e inércia, Aristóteles afirmou que o movimento é uma mudança de lugar e exige sempre uma causa, o repouso e o movimento são dois fenômenos físicos totalmente distintos, o primeiro sendo irredutível a um caso particular do segundo.[10] No livro II, Do Céu, ele afirma explicitamente que quando um objeto se desloca para seu estado natural o movimento não é causado por uma força, assim ele afirma que o movimento daquilo que está no processo de locomoção é circular, retilíneo ou uma combinação dos dois tipos.[20]

Óptica

Na época de Aristóteles, a óptica matemática era ainda uma disciplina nova, contrariamente às outras matemáticas e especialmente à geometria, ele faz recorrentes referências à cor, à sua "unidade" e à sua constituição, nos mesmos contextos em que se fala de outros setores do real que pertencem a outras ciências matemáticas, e do que neles é unidade.[27]

Aristóteles fez objeções à teoria de Empédocles e ao modelo de Platão que considerava que a visão era produzida por raios que se originavam no olho e que colidiam com os objetos então sendo visualizados. Ao refutar as teorias então conhecidas, ele formulou e fundamentou uma nova teoria, a teoria da transparência: a luz era essencialmente a qualidade acidental dos corpos transparentes, revelada pelo fogo.[28]

Aristóteles sugeria que a óptica contempla uma teoria matemático-quantitativa da cor, que corresponde a uma teoria da medição da luz, assim ele afirma que a luz não era uma coisa material mas a qualidade que caracterizava a condição ou o estado de transparência: "Uma coisa se diz invisível porque não tem cor alguma, ou a tem somente em grau fraco" [29]

Química

Os quatro elementos fundamentais segundo Aristóteles

Enquanto Platão, seu mestre, acreditava na existência de átomos dotados de formas geométricas diversas, Aristóteles negava a existência das partículas e considerava que o espaço estava cheio de continuum, um material divisível ao infinito.[10]

Sua obra Meteorologia, sintetiza suas ideias sobre matéria e química, usando as quatro qualidades da matéria e os quatro elementos, ele desenvolveu explicações lógicas para explicar várias de suas observações da natureza. Para Aristóteles a matéria seria formada, não a partir de um único, mas por quatro elementos: terra, água, ar e fogo, mas existiria sim um substrato único para toda a matéria, mas que seria impossível de isolar - serviria apenas como um suporte que transmite quatro qualidades primárias: quente, frio, seco e úmido.[30] A fundação da Alquimia se baseou nos ensinamentos de Aristóteles, curiosamente ele afirmou que as rochas e minerais cresciam no interior da Terra e, assim com os humanos, os minerais tentavam alcançar um estado de perfeição através do processo de crescimento, a perfeição do mineral seria quando ele se tornasse ouro.[10]

Astronomia

Aristóteles concorda com seu mestre (Platão) em considerar a astronomia uma ciência matemática em sentido pleno, não menos do que a geometria, ele também concordava que os movimentos estudados pela astronomia, como diz a A República, não se percebem "com a vista".[27]

O cosmos aristotélico é apresentado como uma esfera gigantesca, porém finita, à qual se prendiam as estrelas, e dentro da qual se verificava uma rigorosa subordinação de outras esferas, que pertenciam aos planetas então conhecidos e que giravam em torno da Terra, que se manteria imóvel no centro do sistema (sistema geocêntrico).[31]

Biologia

Considerado o fundador das ciências como uma disciplina, Aristóteles deixou obras naturalistas como História dos Animais, As partes dos animais, A geração dos animais e opúsculos como Marcha dos animais, Movimentos dos animais e Pequeno tratado de história natural e muitas outras obras sobre anatomia e botânica que se perderam e tratavam sobre o estudo de cerca de 400 animais que buscou classificar, tendo dissecado e cerca de 50 deles. Também realizou observações anatômicas, embriológicas e etológicas detalhadas de animais terrestres e aquáticos (moluscos e peixes), fez observações sobre cetáceos e morcegos. Embora suas conclusões sejam muitas vezes equivocadas atualmente, sua obra não deixa de ser notável.[32] Seus escritos de biologia e zoologia correspondem a mais de uma quinta parte de sua obra, nelas trabalha sobre a noção de animal, a reprodução, a fisiologia e a classificação.[33]

Segundo alguns cientistas da atualidade, Aristóteles teria "descoberto" o DNA, por ele identificar a forma, isto é, o eidos preexistente no pai que é reproduzido na prole.[34]

Aristóteles foi quem iniciou os estudos científicos documentados sobre peixes sendo o precursor da ictiologia (a ciência que estuda os peixes), catalogou mais de cem espécies de peixes marinhos e descreveu seu comportamento. É considerado como elemento histórico da evolução da piscicultura e da aquariofilia,[35] separou mamíferos aquáticos de peixes e sabia que tubarões e raias faziam parte de grupo que chamou de Selachē (Chondrichthyes).[36]

O papel da mulher

A análise sobre a procriação de Aristóteles descreve um elemento masculino ativo, animante trazendo vida a um elemento do sexo feminino inerte e passivo. Por este motivo, as feministas acusam Aristóteles de misoginia[37] e sexismo.[38] No entanto, Aristóteles deu igual peso para a felicidade das mulheres assim com dos homens e comentou em sua obra A Retórica que uma sociedade não pode ser feliz a menos que as mulheres também estejam felizes. Sobre as mulheres, ainda disse que eram totalmente incapazes de serem amigas, e ele com certeza não esperava que a esposa se relacionasse com o marido em nível de igualdade.[39]

A homossexualidade

Visto não contribuir para a fundação de famílias, Aristóteles tinha a homossexualidade em conta de desperdício, não apenas inútil, mas até perigoso. Porém, isso não significa que o a condenava sempre em toda parte, ele tomou em consideração as circunstancia em que era praticada, assim, em Creta, onde havia um problema de superpopulação, a relação entre o mesmo sexo era difundida,[40] ele propôs que esse tipo de relação fosse regulamentada e tolerada pelo Estado, a fim de contornar a superpopulação, pois a ilha dispunha de poucos recursos.[41] Em um fragmento sobre amor físico, embora referindo-se ao tema com indulgência, parece ter feito distinção entre a homossexualidade congênita anormal e o vício homossexual adquirido.[42]

Metafísica

Platão e Aristóteles na Escola de Atenas (1509-1510), fresco de Rafael Sanzio, na Stanza della Segnatura, nos Museus Vaticanos

Ver também: Metafísica (Aristóteles)

O termo Metafísica não é aristotélico; o que hoje chamamos de metafísica era chamado por Aristóteles de "filosofia primeira", sendo por isso identificada com a teologia.[10]

Não é fácil discutir a metafísica de Aristóteles, em parte porque está profusamente espalhada por toda a obra, e em parte por certa ausência de uma exposição bem detalhada.[2]

A Metafísica de Aristóteles é, em essência, uma modificação da Teoria das ideias de Platão. Grande parte dessa obra parece uma tentativa de moderar as muitas extravagâncias de Platão. Seus dois principais aspectos são a distinção entre o "universal" e a mera "substância" ou "forma particular" e a distinção entre as três substâncias diferentes que formar a realidade cada uma com sua essência fundamental.[23]

Psicologia

Ver também: Da alma (Aristóteles)

Na medida em que se ocupa das mais elaboradas entidades naturais, a psicologia foi considerada também o ápice da filosofia natural de Aristóteles.[43] A palavra psychê (de que deriva nosso termo psicologia) costumar ser traduzida como "alma", e sob a rubrica psyche Aristóteles de fato inclui as características dos animais superiores que pensadores posteriores tendem a associar com a alma.[10] Objeto geral da psicologia aristotélica é o mundo animado, isto é, vivente, que tem por princípio a alma e se distingue essencialmente do mundo inorgânico, pois, o ser vivo diversamente do ser inorgânico possui internamente o princípio da sua atividade, que é precisamente a alma, forma do corpo.[44]

Muitas das hipóteses de Aristóteles sobre a natureza da lembrança e dos esquecimentos deram origem a grande número de experimentos na área da aprendizagem. Sua doutrina da associação afirmava que a memória é facilitada quer pela semelhança e dessemelhança de um fato atual e um passado, quer por sua estreita relação no tempo e espaço.[45]

Sua obra De Anima (Sobre a Alma) trata-se do primeiro objetivo em larga escala para estudar a psicologia. Muitas das questões que levanta continuam por responder até hoje, e ainda são objeto de exame.[46] Aristóteles formulou teorias sobre desejos, apetites, dor e prazer, reações e sentimentos. Sua doutrina da catarse ensinava, por exemplo que os temores podem ser transferidos ao herói da tragédia - ideia que muito mais tarde veio formar uma das teses da psicanálise e da terapia do jogo.[45]

Ética

Ver também: Ética a Nicômaco

Alguns veem Aristóteles como o fundador da Ética, o que se justifica desde que consideremos a Ética como uma disciplina específica e distinta no corpo das ciências.[47] Em suas aulas, Aristóteles fez uma análise do agir humano que marcou decisivamente o modo de pensar ocidental. O filósofo ensinava que todo o conhecimento e todo o trabalho visam a algum bem. O bem é a finalidade de toda a ação. A busca do bem é o que difere a ação humana da de todos os outros animais.[48]

Para Aristóteles, estudamos a ética, a fim de melhorar nossas vidas e, portanto, sua preocupação principal é a natureza do bem-estar humano. Aristóteles segue Sócrates e Platão ao dispor as virtudes no centro de uma vida bem vivida. Como Platão, ele considera as virtudes éticas (justiça, coragem, temperança etc.), como habilidades complexas racionais, emocionais e sociais, mas rejeita a ideia de Platão de que a formação em ciências e metafísica é um pré-requisito necessário para um entendimento completo de bem. Segundo ele, o que precisamos, a fim de viver bem, é uma apreciação adequada da maneira em que os bens tais como a amizade, o prazer, a virtude, a honra e a riqueza se encaixam como um todo. Para aplicar esse entendimento geral para casos particulares, devemos adquirir, através de educação adequada e hábitos, a capacidade de ver, em cada ocasião, qual curso de ação é mais bem fundamentada. Portanto, a sabedoria prática, como ele a concebe, não pode ser adquirida apenas ao aprender regras gerais, também deve ser adquirida através da prática. E essas habilidades deliberativas, emocionais e sociais é que nos permitem colocar nossa compreensão geral de bem-estar em prática em formas que são adequados para cada ocasião.[49] Aristóteles propõe que a vida contemplativa (intelectual) traria uma felicidade maior e mais constante ao ser humano, quando comparada à vida política (procura da honra) e da vida baseada em prazeres sensoriais.[50]

Retórica

Aristóteles de Francesco Hayez,1811

Ver artigo principal: Retórica

A retórica de Aristóteles teve uma enorme influência sobre o desenvolvimento da arte da retórica. Não apenas sobre os autores que escrevem na tradição peripatética, mas também os famosos professores romanas de retórica, como Cícero e Quintiliano, frequentemente usaram elementos decorrentes aristotélica.[51]

É na obra Retórica de Aristóteles que se assentam os primeiros dados cuja articulação passa a definir a Retórica como a "faculdade de descobrir especulativamente sobre todo dado o persuasivo".[52]

No proêmio do Livro I de sua Arte Retórica, ele se refere à possibilidade se ter uma técnica da retórica, de um método rigoroso não diferente do que seguem as ciências lógicas, políticas e naturais. É evidente a diferença entre as concepções de Aristóteles sobre a arte da oratória entre o Livro I e o Livro II, enquanto neste último destaca o estudo das paixões, desfazendo a caracterização da retórica como puramente dialética, no Livro I Aristóteles valoriza a função da sedução da alma. A retórica deve ser, portanto, demonstrativa e emocional.[53]

Artes

Aristóteles concedia às artes uma importância valiosa, na medida em que poderiam reparar as deficiências da natureza humana, contribuindo na formação moral dos indivíduos.[54]

Música

Em Política, Aristóteles questiona a participação da música na educação, pois sua associação imediata com o prazer faz com que o autor oponha a música a qualquer atividade, pois esta parece se adequar melhor ao desfrute no tempo livre. No decorrer do texto, ele enfatiza que o ensino da música deve ter ênfase na escuta e não à prática instrumental, já que a execução de instrumentos se relaciona aos trabalhos manuais, atividade imprópria para a educação de um homem livre.[54] A obra Problemas constitui uma das mais antigas discussões sobre música, se no livro VII da Política Aristóteles procurou mostrar a importância da música na educação, no livro XIX de Problemas ele levanta questões de várias ordens: referentes à acústica, às escalas, aos intervalos, à voz, aos encordoamentos, aos harmônicos, aos tipos de composição etc., o autor levanta cinquenta problemas e a esses ele mesmo procura responder.[55]

Poética

Ver também: Poética (Aristóteles)

Aristóteles foi o primeiro filósofo a consagrar todo um tratado, ainda que incompleto, ao exame do fenômeno poético, a Arte Poética. Ele propunha-se a refletir acerca do objeto estético, ou antes, acerca da criação do objeto estético.[56]

Em Arte Poética, o filósofo trata da arte poética a partir de duas perspectivas, a definição da poética como imitação e a apresentação da estrutura da poesia de acordo com suas diferentes espécies. No primeiro caso, reduz a essência da poética à imitação - que crê ser congênita no homem. A sua importância, contudo, deriva do fato de que a mimese é capaz de fornecer, ao ser humano, dois elementos essenciais: prazer e conhecimento.[57][58]

Aristóteles era um apurado colecionador sistemático de enigmas, folclores e provérbios, ele e sua escola tinham um interesse especial nos enigmas da Pítia e estudaram também as fábulas de Esopo.[59]

Política

Ver também: Política (Aristóteles)

A política aristotélica é essencialmente unida à moral, porque o fim último do estado é a virtude, isto é, a formação moral dos cidadãos e o conjunto dos meios necessários para isso. O estado é um organismo moral, condição e complemento da atividade moral individual, e fundamento primeiro da suprema atividade contemplativa. A política, contudo, é distinta da moral, porquanto esta tem como objetivo o indivíduo, aquela a coletividade. A ética é a doutrina moral individual, a política é a doutrina moral social. Desta ciência trata Aristóteles precisamente na Política, de que acima se falou.[60]

Em Ética a Nicômaco Aristóteles descreve o assunto como ciência política, que ele caracteriza como a ciência mais confiável. Ela prescreve quais as ciências são estudadas na cidade-estado, e os outros - como a ciência militar, gestão doméstica e retórica - caem sob a sua autoridade. Desde que rege as outras ciências práticas, suas extremidades servem como meios para o seu fim, que é nada mais nada menos do que o bem humano.[60]

A escravidão

Aristóteles não nega a natureza humana ao escravo,[60] para ele a escravidão faz parte da própria natureza, de modo que o escravo nasce para ser escravo e é na sua função de escravo que ele realiza finalidade para a qual existe. Ele não sacrifica nada, pois sua natureza não exige mais do que compete na sociedade. Ele discorda da opinião daqueles que pretendem que o poder do patrão é contra a natureza, para ele, a natureza em vista da conservação, criou alguns seres para mandar e outros para obedecer, é ela que dispõe que o ser dotado de previdência mande como patrão, e que o ser, capaz por faculdades corporais execute ordens.[61]

Obra

Começo do livro 7 da Metafísica de Aristóteles, traduzido para o latim por Guilherme de Moerbeke. Manuscrito do século XIV

Ver artigo principal: Corpus aristotelicum

De acordo com a distinção que se origina com o próprio Aristóteles, seus escritos são divididos em dois grupos: os "exotéricos" e os "esotéricos".[62] É difícil para muitos leitores modernos aceitar que alguém pudesse tão seriamente admirar o estilo daquelas obras atualmente disponíveis para nós.[63] No entanto, alguns estudiosos modernos têm advertido que não podemos saber ao certo se o elogio de Cícero foi dirigido especificamente para as obras exotéricas. Alguns estudiosos modernos têm realmente admirado o estilo de escrita concisa encontrado nas obras existentes de Aristóteles.[64]

As obras de Aristóteles que sobreviveram desde a antiguidade através da transmissão de manuscrito medieval são coletados no Corpus Aristotelicum. Esses textos, ao contrário de obras perdidas de Aristóteles, são tratados filosóficos técnicos de dentro da escola de Aristóteles. A referência a eles é feita de acordo com a organização da edição da obra de August Immanuel Bekker (Aristotelis Opera edidit Academia Regia Borussica, Berlin, 1831–1870) pela Academia Real da Prússia, que por sua vez é baseado em classificações antigas dessas obras. Acredita-se que a maior parte de sua obra tenha sido perdida, e apenas um terço de seus trabalhos tenham sobrevivido.[65]

Legado

Biblioteca de obras de Aristóteles.

Mais de 2.300 anos depois de sua morte, Aristóteles continua sendo uma das pessoas mais influentes que já viveram. Ele contribuiu para quase todos os campos do conhecimento humano e foi o fundador de muitas áreas novas. De acordo com o filósofo Bryan Magee, "é duvidoso que qualquer ser humano saiba o tanto quanto ele sabia".[66] Entre inúmeras outras realizações, Aristóteles foi o fundador da lógica formal[67] e pioneiro no estudo da Zoologia, deixando cada futuro cientista e filósofo em débito para com ele por suas contribuições para o método científico.[68][69] Apesar dessas realizações, a influência dos erros de Aristóteles é considerada por alguns como tendo sido de grande empecilho para o desenvolvimento da ciência. Bertrand Russell observa que "quase todo o avanço intelectual sério teve de começar com um ataque a alguma doutrina aristotélica". Russell também se refere à ética de Aristóteles anacronicamente como "repulsiva", e sobre sua lógica disse ser "definitivamente antiquada como a astronomia ptolomaica". Russelll observa que esses erros tornam difícil fazer uma justiça histórica a Aristoteles, até o momento em que lembramo-nos de quão grande foi o avanço que ele fez em cima de todos os seus predecessores.[70]

Filósofos gregos posteriores

A influência obra de Aristóteles foi sentida quando o Liceu se transformou na Escola peripatética. Entre os estudantes notáveis de Aristóteles estão Aristóxenes, Dicearco, Eudemo de Rodes,[71] Demétrio de Faleros, Hárpalo, Heféstion, Mênon, Mnason de Fócis, Nicômaco e Teofrasto.

Influência sobre os eruditos bizantinos

Os escribas cristãos gregos desempenharam um papel crucial na preservação das obras de Aristóteles, copiando todos os manuscritos gregos existentes do "corpus". Os primeiros cristãos gregos que muito comentaram Aristóteles foram João Filopono, Elias e David, no século VI, e Estéfano de Alexandria no início do século VII.[72]

Referências

  • Vinicius de Figueiredo (2007). Filósofos na sala de aula -Vol 3. [S.l.]: Berlendis & Vertecch. p. 15. ISBN 978-85-7723-009-9
  • Bertrand Russell; Laura Alves (2004). História do Pensamento Ocident. [S.l.]: Ediouro Publicações. p. 122. ISBN 978-85-00-01355-3
  • Descrição da Grécia, 6.4.8, por Pausânias (geógrafo)
  • Stirn, F (2006). Compreender Aristóteles 2 ed. Petrópolis: Vozes. p. 15. ISBN 978-85-326-3380-4
  • Suda, nu,399
  • Dicionário de filosofia. 2. (E - J) Volume 2 Por José Ferrater-Mora. Barcelona: Ariel, 1994.
  • Papiros de Oxirrinco, pOxy 12, Crônicas de Oxirrinco [em linha]
  • Kenneth Mcleish (2000). Aristoteles. [S.l.]: Unesp. p. 9. ISBN 978-85-7139-285-4
  • Giovanni Reale (2001). Metafísica de Aristóteles I. [S.l.]: Loyola. p. 277. ISBN 978-85-15-02361-5
  • "(denominamos essa ciência "metafísica" e Aristóteles a estuda em sua "Metafísica". Mas ele nunca usa o termo "metafísica", tendo o ´titulo "Metafísica" o sentido literal de 'aquilo que vem depois da física ou ciência natural. Jonathan Barnes. Aristóteles (em inglês). [S.l.]: Edicoes Loyola. p. 47. ISBN 978-85-15-02214-4
  • "Em 343, a pedido de Filipe, o rei da Macedônia, Aristóteles deixou Lesbos para Pela, capital da Macedónia, a fim de ser o tutor de seus filho de treze anos de idade, Alexander, que viria a tornar-se Alexandre, o Grande."Standford Encylopedia of Philosphy Aristotle (em inglês)
  • "Depois de cerca de 12 anos no norte da Grécia (sete dos quais passados como tutor do futuro Alexandre, o Grande), retornou a Atenas em 335. a.C." Kenneth Mcleish (2000). Aristoteles. [S.l.]: Unesp. p. 9. ISBN 978-85-7139-285-4
  • "Embora a especulação sobre a influência de Aristóteles sobre o desenvolvimento de Alexandre se prova irresistível para os historiadores, na verdade, pouco de concreto se sabe sobre sua interação. No balanço, parece razoável concluir que algumas aulas aconteceram, mas que durou apenas dois ou três anos, quando Alexandre foi tinha 13 a 15 anos. Aos 15 anos, Alexandre aparentemente já servia como comandante militar para seu pai, uma circunstância que prejudicaria, se inconclusivamente, o julgamento desses historiadores que conjecturam um longo período de tutela. Seja como for, alguns supõem que a sua associação durou até oito anos."Standford Encylopedia of Philosphy Aristotle (em inglês)
  • "Liceu, porque o edifício que ocupava fora dedicado ao Apolo Liceu, deus dos pastores" Leopoldo de Meis (2002). Ciência, Educação e o Conflito Humano-tecnológico. [S.l.]: Senac. p. 65. ISBN 978-85-7359-277-1
  • "...a escola aristotélica foi logo denominada "Peripato", e os seus seguidores "perimatpéticos": em grego, como efeito, significa "passeio" e peripatéticos "passeante"." Giovanni Reale (2008). História da filosofia antiga III - Os sistemas da era helenística. [S.l.]: Loyola. p. 111. ISBN 978-85-15-00848-3
  • «Standford Encylopedia of Philosphy Aristotle» (em inglês)
  • Jones, W.T. (1980). The Classical Mind: A History of Western Philosophy. [S.l.]: Harcourt Brace Jovanovich. p. 216
  • Ingemar Düring (1987). Aristotle in the Ancient Biographical Tradition. [S.l.]: Garland Publishing, Incorporated. ISBN 978-0-8240-6912-4
  • Aufstieg und Niedergang der römischen Welt by Hildegard Temporini, Wolfgang Haase Aristotle's Will
  • "A Europa redescobriu Aristóteles através de traduções árabes, e do séc XII ao XVI, a Filosofia dominante mudou de Platão para Aristóteles."Antonio S.T. Pires. Evolução das Ideias da Física. [S.l.]: Editora Livraria da Física. p. 64. ISBN 978-85-88325-96-8
  • YOAV BEN-DOV (1996). Convite à Física. [S.l.]: Jorge Zahar Editor Ltda. p. 28. ISBN 978-85-7110-355-9
  • Terence Irwin and Gail Fine, Cornell University, Aristotle: Introductory Readings. Indianápolis, Indiana: Hackett Publishing Company, Inc. (1996), introdução, pp. xi–xii.
  • Martyn Oliver (1998). História ilustrada da filosofia. [S.l.]: Manole. p. 20. ISBN 978-85-204-0820-9
  • Bryan Magee (1999). Historia de la filosofía. [S.l.]: lume. p. 32. ISBN 978-85-15-01929-8
  • Cezar A. Mortari (2001). Introdução à lógica. [S.l.]: Comped. p. 28. ISBN 978-85-7139-337-0
  • PAUL G. HEWITT (2002). Física Conceitual. [S.l.]: Bookman. p. 56. ISBN 978-85-363-0040-5
  • Elisabetta Cattanei (2005). Entes matemáticos e metafísica. [S.l.]: Edições Loyola. pp. 156, 456. ISBN 978-85-15-03073-6. Consultado em 13 de maio de 2013
  • ALFREDO ROQUE SALVETTI. A História da Luz. [S.l.]: Editora Livraria da Física. p. 19. ISBN 978-85-7861-002-9
  • Aristóteles, Metafísica, XXII, 1022 b 34-35
  • Grupo de Pesquisa em Educação Quimica (2002). Interações e Transformações: Professor - A Química e a Sobrevivência - Atmosfera/Fonte de Materiais Vol. 3. [S.l.]: EdUSP. p. 12. ISBN 978-85-314-0718-5
  • Zylberstajn, Arden. «A Evolução das Concepções sobre Força e Movimento» (doc). Consultado em 21 de agosto de 2009
  • Paulo DALGALARRONDO. A Evolução do Cérebro. [S.l.]: Artmed. p. 34. ISBN 978-85-363-2491-3
  • Anamaria Feijó (2005). Utilização de animais na investigação e docência: uma reflexão ética necessária. [S.l.]: EDIPUCRS. p. 25. ISBN 978-85-7430-523-3
  • Enrico Berti. Aristóteles no século XX Enrico Berti, Dion Davi Macedo. [S.l.]: Edicoes Loyola. p. 310. ISBN 978-85-15-01557-3
  • João Silva. «História da Aquariofilia». Vida Aquática. Consultado em 18 de abril de 2009
  • Singer, Charles. A short history of biology. Oxford 1931.
  • Freeland, Cynthia A. (1998). Feminist Interpretations of Aristotle. [S.l.]: Penn State University Press. ISBN 0-271-01730-9
  • Morsink, Johannes (primavera de 1979). «Was Aristotle's Biology Sexist?». Journal of the History of Biology. 12 (1): 83–112
  • Dinesh D ́Souza. A verdade sobre o cristianismo. [S.l.]: Thomas Nelson Brasil. p. 79. ISBN 978-85-60303-79-3
  • REINHOLDO ALOYSIO ULLMANN. Amor e sexo na Grécia antiga. [S.l.]: EDIPUCRS. p. 130. ISBN 978-85-7430-540-0
  • Juan Eslava Galán (2 de setembro de 1997). Amor y Sexo en la Antigua Grecia (em espanhol). [S.l.]: Ediciones Temas de Hoy. p. 67. ISBN 978-84-7880-869-4
  • Havelock Ellis. Inversão Sexual: 1 Introdução. [S.l.]: INDEX ebooks. p. 36. ISBN 978-989-97764-8-7
  • Aristóteles (2006). De Anima. [S.l.]: Editora 34. p. 17. ISBN 978-85-7326-351-0
  • «Aristóteles - A Psicologia». PUC São Paulo. Consultado em 11 de maio de 2013
  • Eysenck, H. J. Dicionário de psicologia (3 volumes capa dura). [S.l.]: LOYOLA. p. 160. ISBN 978-85-15-00962-6
  • Edward F. Edinger. Psique Na Antiguidade, a. [S.l.]: Editora Cultrix. p. 100. ISBN 978-85-316-0642-7
  • Henrique Cláudio de Lima Vaz (2008). Escritos de filosofia IV - Introdução à ética filosófica 1. [S.l.]: Edições Loyola. p. 109. ISBN 978-85-15-01988-5
  • Ética e cidadania: caminhos da filosofia. [S.l.]: Papirus Editora. 1997. p. 54. ISBN 978-85-308-0458-9
  • «Standford Encylopedia of Philosphy Aristotle's Ethics» (em inglês)
  • Vasconcelos, V. V. Apontamentos sobre a Ética a Nicômaco, de Aristóteles. Universidade Federal de Minas Gerais, 2002.
  • «Aristotle's Rhetoric» (em inglês)
  • Aristóteles; Antônio Pinto de Carvalho; Jean Voilquin; Goffredo Telles Júnior (1969). Arte retórica e arte poética. [S.l.]: Tecnoprint. p. 33
  • Retóricas de ontem e de hoje. [S.l.]: Editora Humanitas. 2004. p. 145. ISBN 978-85-98292-27-4
  • Lia Tomás (2004). Música E Filosofia. [S.l.]: Irmãos Vitale. p. 24. ISBN 978-85-7407-179-4. Consultado em 9 de junho de 2013
  • Maria Luiza Carvalho. Aristóteles, Problemas Musicais. [S.l.]: Thesaurus Editora. ISBN 978-85-7062-279-2
  • Massaud Moisés (1997). A Criação literária. [S.l.]: Editora Cultrix. p. 105. ISBN 978-85-316-0091-3
  • EDGAR ROBERTO KIRCHOF. A Estética Antes Da Estética de Platão, Aristóteles, Agostinho, Aquino E Locke a Baumgarten. [S.l.]: Editora da ULBRA. p. 74. ISBN 978-85-7528-089-8
  • Aristóteles, Arte Poética, p. 27
  • Temple, Olivia, and Temple, Robert (translators), The Complete Fables By Aesop Penguin Classics, 1998. ISBN 0-14-044649-4 Cf. Introduction, pp. xi–xii.
  • «Aristóteles - A Política». PUC São Paulo. Consultado em 11 de maio de 2013
  • Nedilso Lauro Brugnera (1998). A Escravidão em Aristóteles. [S.l.]: EDIPUCRS. p. 103. ISBN 978-85-7430-011-5
  • Jonathan Barnes, "Life and Work" em The Cambridge Companion to Aristotle (1995), p. 12; o próprio Aristóteles: Ética a Nicômaco 1102a26-27. O próprio Aristóteles nunca usa o termo "esotérico" ou "verbal". Para outras passagens em que Aristóteles fala de exōterikoi logoi, ver W. D. Ross, Aristotle's Metaphysics (1953), vol. 2, pp. 408–410. Ross defende uma interpretação segundo a qual a expressão, pelo menos nas próprias obras de Aristóteles, geralmente se refere a "discussões não peculiares à escola peripatética", em vez de trabalhos específicos do próprio Aristóteles.
  • Barnes, "Life and Work", p. 12.
  • Barnes, "Roman Aristotle", in Gregory Nagy, Greek Literature, Routledge 2001, vol. 8, p. 174 n. 240.
  • Jonathan Barnes, "Life and Work" in The Cambridge Companion to Aristotle (1995), p. 9.
  • Magee, Bryan (2010). The Story of Philosophy. [S.l.]: Dorling Kindersley. p. 34
  • W. K. C. Guthrie (1990). "A history of Greek philosophy: Aristotle : an encounter". Cambridge University Press. p.156. ISBN 0-521-38760-4 (em inglês)
  • «Aristotle (Greek philosopher) – Britannica Online Encyclopedia». Britannica.com. Consultado em 26 de abril de 2009. Cópia arquivada em 22 de abril de 2009
  • Durant, Will (1926 (2006)). The Story of Philosophy. United States: Simon & Schuster, Inc. p. 92. ISBN 978-0-671-73916-4 Verifique data em: |ano= (ajuda)
  • Bertrand Russell, "A History of Western Philosophy", Simon & Schuster, 1972
  • Giovanni Reale. A History of Ancient Philosophy III: Systems of the Hellenistic Age. SUNY Press; 1985. ISBN 978-0-88706-027-4. p. 101.
    1. Richard Sorabji. Aristotle transformed: the ancient commentators and their influence. Duckworth; 1990. ISBN 978-0-7156-2254-4. p. 35 – 36.

    Bibliografia

    Ligações externas

    Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:

    Wikiquote
    Citações no Wikiquote

    Commons
    Imagens e media no Commons

    Commons
    Categoria no Commons

    Escritos de Aristóteles (coleções)
    em inglês
    em francês

    [Esconder]

    ve

    Corpus aristotelicum

    Lógica Organon

    Física e Biologia

    Parva Naturalia

    Tratados menores

    Metafísica

    Ética e política

    Retórica e poética

    [Esconder]

    ve

    Filosofia da ciência

    Filósofos

    Alfred North Whitehead · Aristóteles · Augusto Comte · Averroés · Carl Gustav Hempel · Charles Sanders Peirce · Daniel Dennett · Epicuro · Francis Bacon · Friedrich Schelling · Galileu Galilei · Henri Poincaré · Herbert Spencer · Hugo de São Vitor · Immanuel Kant · Imre Lakatos · Isaac Newton · John Dewey · John Stuart Mill · Jürgen Habermas · Karl Pearson · Karl Popper · Karl Jaspers  · Mário Bunge · Otto Neurath · Paul Feyerabend · Pierre Duhem · Pierre Gassendi · Platão · René Descartes · Roger Bacon · Rudolf Carnap · Estoicismo · Thomas Hobbes · Thomas Kuhn · Círculo de Viena · W.V.O. Quine · Wilhelm Windelband · Wilhelm Wundt · William of Ockham · William Whewell · mais...

    Conceitos

    Análise · Distinção sintético-analítica · A priori e a posteriori · Inteligência artificial · Causalidade · Comprovação científica · Construto · Experiência científica · Fato · Falsificabilidade · Natureza · Ignoramus et ignorabimus · Investigação · Materialismo · Objetividade · Observação · Paradigma · Poder explicativo · Problema da indução · Problema da demarcação · Método científico · Revolução científica · Teoria científica ·

    Metateoria da ciência

    Contextualismo · Determinismo · Empiricismo · Falibilismo · Fundacionalismo · Infinitismo · Instrumentalismo · Positivismo · Pragmatismo · Racionalismo · Reducionismo · Realismo científico · Cientificismo · Antirrealismo científico · Cepticismo · Uniformitarismo · Vitalismo

    Relacionados

    Epistemologia · História da ciência · Filosofia da biologia · Filosofia da química · Filosofia da física · Filosofia da mente · Filosofia da inteligência artificial · Filosofia da informação · Filosofia da percepção · Filosofia da ciência da computação · Pseudociência ·

    [Esconder]

    Lógica

    [Esconder]

    Visão global

    Áreas
    acadêmicas

    Conceitos
    fundamentais

    [Esconder]

    Lógica filosófica

    Pensamento crítico
    and
    Lógica informal

    Teorias da dedução

    [Esconder]

    Metalógica e Metamatemática

    [Esconder]

    Lógica matemática

    Geral

    Lógica aristotélica

    Cálculo proposicional
    e Lógica booliana

    Predicativa

    Teoria dos conjuntos

    Teoria dos modelos

    Teoria da prova

    Teoria da computabilidade

    [Esconder]

    Lógica não clássica

    Lógica modal

    Intuicionismo

    Lógica difusa

    Lógica subestrutural

    Lógica paraconsistente

    Lógica de descrição

    [Esconder]

    Lógicos

    [Esconder]

    Listas

    Tópicos

    Outros

    Controle de autoridade



  • Wikipédia

    Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.)

    Resultado de imagem para aristóteles

    Filósofo e estudioso da natureza, Aristóteles foi mestre de Alexandre, o Grande, e fundou o seu famoso Liceu em Atenas. Seu pensamento – para o bem e para o mal – influenciou as ciências e os cientistas de todos os séculos seguintes.

    Atentados em Cabul matam ao menos 37 pessoas

    Oito jornalistas estão entra as vítimas

    Atentados em Cabul matam mais de 30 pessoas | Foto: Reprodução / Youtube / CP

    Atentados em Cabul matam mais de 30 pessoas | Foto: Reprodução / Youtube / CP

    Ao menos 37 pessoas, incluindo um fotógrafo da AFP e outros nove jornalistas, morreram em uma série de atentados em Cabul e no sul do Afeganistão, nesta segunda-feira. Um duplo atentado suicida atingiu a capital na parte da manhã, deixando ao menos 25 mortos, entre eles o chefe de Fotografia da AFP em Cabul, Shah Marai. Outros oito jornalistas morreram igualmente no segundo ataque. Horas depois, outro atentado suicida em Kandahar (sul) matou 11 crianças, enquanto um repórter afegão do serviço em pastó da emissora britânica BBC foi morto a tiros em Jost (sudeste).

    "É com enorme tristeza que a BBC confirma a morte do nosso repórter afegão Ahmad Shah como consequência de um atentado", disse a BBC em um comunicado. O duplo ataque suicida em Cabul foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI). Em um comunicado divulgado por sua agência de propaganda Amaq, o grupo afirma que o primeiro atentado atingiu a sede em Cabul do serviço de Inteligência e das forças de segurança afegãs, e o segundo, os jornalistas que seguiram para o local.

    "Os apóstatas das forças de segurança, dos meios de comunicação e outras pessoas compareceram ao local da operação, onde um irmão os surpreendeu com seu colete de explosivos", completou o braço do EI no Afeganistão.

    O Ministério do Interior divulgou um balanço de 25 mortos e 49 feridos. A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e o Centro de Jornalistas do Afeganistão anunciaram que nove profissionais da imprensa morreram no atentado, entre ele Shah Marai, diretor de fotografia do escritório da AFP em Cabul.

    Marai, que seguiu para o local da primeira explosão para registrar imagens, morreu na segunda detonação, que aconteceu 30 minutos após o ataque inicial. Com 48 anos, o fotógrafo trabalhava para a AFP desde 1996 e cobriu amplamente a situação no país sob o regime talibã e a invasão americana do Afeganistão em 2001, posterior aos atentados da Al-Qaeda em Nova York e em Washington.

    "Aprendi a fotografia sozinho, estou sempre tentando melhorar. Agora, minhas fotos são publicadas em todo o mundo", afirmou uma vez Shah Marai sobre seu trabalho. De acordo com uma fonte das forças de segurança, o homem-bomba que atacou a imprensa estava disfarçado como um fotógrafo, com uma câmera.

    Talibãs e Estado Islâmico

    "Essa tragédia nos recorda o perigo incessante enfrentado por nossas equipes no terreno e o papel fundamental dos jornalistas para a democracia", reagiu o CEO da AFP, Fabrice Fries. "Estamos devastados pela morte do nosso fotógrafo Shah Marai, que era testemunha há mais de 15 anos da tragédia que afeta o país. A direção da AFP saúda o valor, o profissionalismo e a generosidade deste jornalista que cobriu dezenas de atentados antes de ser ele mesmo vítima da barbárie", declarou a diretora de Informação da agência, Michèle Léridon.


    AFP e Correio do Povo


    Marina defende impugnação da candidatura de Lula

    Marina Silva defendeu a impugnação da candidatura de Lula caso sejam indeferidos os recursos ao julgamento que manteve sua condenação em segunda instância... [leia mais]

    O plano Paim

    A Folha se deu ao trabalho de ouvir familiares de Lula em Caetés, no Pernambuco, sobre a condenação do petista pelo TRF-4 no caso do triplex.

    Eles "se indignaram com a possibilidade... [ leia mais]



    RESUMÃO ANTAGONISTA: Brasil 3 x 0 Lula

    Felipe Moura Brasil resume em vídeo a semana da condenação de Lula pelo TRF-4.

    Assista... [leia mais ]

    Um criminoso muito perigoso

    Como registramos, um ministro do STF disse à Folha que a eventual mudança do entendimento sobre prisão após decisão de segunda instância não necessariamente evitaria... [leia mais]

    Celso de Mello poderá votar contra a "jurisprudência sob encomenda"

    Se Cármen Lúcia cometer o desatino de colocar em julgamento a revisão da possibilidade de execução da pena para condenados em segunda instância, por causa de Lula, é muito... [leia mais]

    Moraes deve defender prisão após terceira instância

    Considerado o voto decisivo para mudar o entendimento do STF sobre o momento de prender condenados, o ministro Alexandre de Moraes deve defender que as prisões... [leia mais]


    O PT é "tão fora da lei quanto o PCC e o CV"

    O Globo, em editorial, comparou o PT ao Comando Vermelho e ao PCC... [ leia mais]

    "Nós temos uma Suprema Corte totalmente acovardada"

    A covardia do STF vai gerar um acordo indecente.

    Por um lado, os ministros concordam em barrar a candidatura de Lula; por outro, prometem mudar a lei para tirá-lo da cadeia... [ leia mais]