Mais cedo, João Doria teve sua sessão solene de posse, na Câmara Municipal Rovena Rosa/Agência Brasil
O novo prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), empossado neste domingo (1), disse que a prioridade de seu governo serão os pobres. “A prioridade serão os mais humildes e mais pobres dessa cidade. Não se esqueçam. A partir de hoje, essa é a nossa prioridade”, disse. Ele afirmou ainda que não irá se candidatar à reeleição. “Não sou favorável. Não disputarei”, falou.
Após tomar posse na Câmara, Dória participou de uma cerimônia de transmissão de cargo no Theatro Municipal, junto com o vice-prefeito Bruno Covas (PSDB), o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB). Ao chegar ao local, o novo prefeito foi bastante aplaudido pelo público presente.
Segundo Dória, sua gestão será humilde, corajosa e austera e o seu governo será aberto, conciliador e transparente. ““Será um governo capaz de ouvir a opinião de todas as pessoas. Governaremos para todos, os que nos elegeram e os que não nos elegeram. Será uma gestão conciliadora”, disse.
Em seu primeiro discurso, Doria elogiou Haddad, dizendo ter orgulho “de termos feito aqui a mais solidária, transparente e mais democrática transição dessa cidade das últimas três décadas. Como governantes, vamos governar para a cidade de São Paulo, não para um partido ou ideologia”, ressaltou, lembrando que criou um conselho para reunir os ex-prefeitos da cidade, como Haddad, Gilberto Kassab, Marta Suplicy e Luiza Erundina, que se reunirá no mínimo três vezes por ano.
O ex-prefeito Fernando Haddad desejou a Dória um grande mandato e disse que ele vai governar a “cidade mais eletrizante” do país, de “grande magnitude”, que recebe constantemente “novas ondas migratórias, como do Haiti, Bolívia e Síria” e que é “um desafio enorme”.
“Fizemos uma gestão proba e honrada. Se for continuada, vai gerar efeitos positivos para a cidade. Saneamos as finanças de São Paulo. Você [Doria] recebe a cidade em ordem. Você senta na cadeira amanhã, tranquilo. A dívida [da cidade] é um terço da que herdei. São Paulo já é muito linda e ela pode se tornar mais linda cultivando a diversidade e a tolerância. Que você faça um grande governo. Fiz a transição como se tivesse feito com um irmão, em respeito não só à democracia, mas em respeito ao povo trabalhador dessa cidade”, enfatizou Haddad.
Presidente
O governador Geraldo Alckmin, que foi saudado no local sob gritos de “Presidente”, disse que a posse era um momento de renovação democrática e que os atuais prefeitos “devem entender o recado das urnas”. Ele citou diversas vezes em seu discurso o nome do ex-governador e ex-prefeito de São Paulo, Mario Covas - que, segundo ele, “estaria sorrindo” neste momento.
Alckmin teceu elogios a Dória, que disse ter “uma personalidade versátil e é um grande agregador. Mas acima de qualquer predicado, uma palavra permeia isso tudo: trabalho. João Doria é um incansável trabalhador”, ressaltou.
Ao final da cerimônia, foi apresentado o secretariado do novo prefeito.
Agência Brasil
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Rodovias paulistas registram congestionamento no retorno do litoral
Fernanda Cruz - Repórter da Agência Brasil
Motoristas que retornam na manhã de hoje (2) das praias para a capital paulista encontram lentidão em alguns pontos, de acordo com a concessionária Ecovias. O caminho para o interior paulista pelo Sistema Anhanguera-Bandeirantes tem tráfego normal.
Saiba Mais
Na Baixada Santista, a Rodovia Padre Manoel da Nóbrega apresenta tráfego lento do quilômetro (km) 282 ao 281, sentido São Paulo. Na Via Anchieta, próximo à chegada à capital, a lentidão é do km 14 ao 10. Na Rodovia dos Imigrantes, sentido São Paulo, há tráfego lento do quilômetro 51 ao 47.
A subida do litoral é feita pelas pistas norte e sul da Rodovia dos Imigrantes e norte da Rodovia Anchieta. A descida é realizada somente pela pista sul da Via Anchieta. Segundo a Ecovias, desde terça-feira (27) mais de 578 mil veículos desceram a serra. No sentido capital paulista, a concessionária registrou a passagem de 363 mil veículos.
De acordo com a concessionária CCR Autoban, o Sistema Anhanguera-Bandeirantes, que leva ao interior, registrou 561 mil veículos entre quinta-feira (29) e domingo (1º). No período ocorreram 56 acidentes, com 35 feridos e uma morte.
Agência Brasil
Brasileiro usa jiu-jitsu para aproximar árabes e judeus em Israel
Daniela Kresch - Correspondente da Rádio França Internacional
O carioca Marcos Gorinstein, ao centro, com seu alunos de jiu-jitsu em JerusalémReprodução/RFI
Marcos Gorinstein, 37 anos, deixou para trás um trabalho confortável e a praia de Tel Aviv para seguir seu sonho de trabalhar em prol da paz em Jerusalém – cidade onde 40% dos moradores são árabes e 60%, judeus. Em 2014, ele criou o projeto “Árvore da vida – nos recusamos a ser inimigos”, que tem como objetivo fazer com que alunos dos dois lados aprendam a conviver através de uma atividade em comum.
Quando chegou em Israel, em 2010, Marcos já tinha o sonho de lidar com o conflito entre árabes e judeus na região, mas não imaginava que seria por meio das artes marciais. “Eu vim para cá com o objetivo de trabalhar em algum trabalho sobre a questão do conflito palestino-israelense”, diz o carioca. “Chegando em Jerusalém, eu disse: ‘sou professor de jiu-jitsu, então vou usar essa arte marcial como ferramenta para poder criar contato entre judeus e palestinos’”
Marcos Gorinstein é faixa preta pela Academia Gracie da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde estudou com o mestre Vinicius Aieta, o Vini. Para ele, o jiu-jitsu é o esporte perfeito para quebrar o gelo entre inimigos, no caso crianças judias e árabes, que enfrentam um ambiente de desconfiança mútua.
“Muitas vezes, quando a gente tenta o contato entre povos inimigos, esse contato é feito verbalmente, as pessoas conversam, as pessoas trocam olhares. Já o jiu-jitsu tem o toque. A gente toca o tempo todo, está junto o tempo todo. É uma luta com contato total do corpo”, explica Marcos. “O jiu-jitsu tem essa capacidade de a gente elevar a relação para o contato físico, o que é um lado muito positivo da prática. Além disso, é um esporte que faz com que a gente, o tempo todo, aprenda os nossos limites e os limites dos que estão treinando conosco”.
Atualmente, Marcos tem mais de 40 alunos, principalmente estudantes do colégio “Yad BeYad”, ou “De mãos dadas”, em Jerusalém, uma escola mista de árabes e judeus que faz um trabalho de convivência exemplar. Mas seu esforço já está sendo reconhecido e ele pretende montar uma academia própria onde poderá concentrar todas as turmas, de crianças e adultos.
'Fronteiras invisíveis'
A ideia é promover a coexistência por meio do esporte para outras áreas de Jerusalém e arredores, incluindo a Cisjordânia. Porém, há obstáculos no caminho, principalmente por parte das famílias dos dois lados, que nem sempre aprovam que seus filhos lutem juntos o jiu-jitsu. “A questão principal que a gente enfrenta aqui é um preconceito. Porque as pessoas não conhecem quem está do outro lado. Há fronteiras muito invisíveis que a gente não passa por elas”, conta Marcos.
“É muito raro você ver crianças judias indo a Jerusalém Oriental. É praticamente zero o número de crianças judias que fazem isso, por conta de medo dos pais, por conta da realidade em que a gente vive. Então a ideia é buscar, através de colégios, através de instituições que trabalham com jovens, a criação de turmas para que a gente possa quebrar essas fronteiras e que as crianças passem a conhecer uns aos outros através da prática do jiu-jitsu”.
Muitos alunos do sociólogo carioca não pagam mensalidade integral por falta de condições financeiras e Marcos busca, agora, parceiros institucionais que ajudem a completar o valor para que nenhuma criança deixe de competir. O sonho do brasileiro é que seus alunos, tanto árabes quanto judeus, se tornem instrutores dejiu-jitsu e, como ele e outros, se dediquem à promoção da paz na Terra Santa.
Agência Brasil
Vamos fazer de 2017 um ano de paz, pede novo secretário-geral da ONU
Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil
“Vamos fazer de 2017 um ano de paz”. Foi com este apelo que o português António Guterres assumiu hoje (1º) o cargo de secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), posto até então ocupado pelo sul-coreano Ban Ki-moon.
Em mensagem gravada em português, Guterres lembrou das milhares de vítimas de conflitos, referindo-se a elas como populações civis em vários pontos do globo que são destroçadas sob a mais letal violência.
“Mulheres, crianças e homens são mortos ou feridos, vendo-os forçados a abandonar os seus lares, tudo perdendo. Até mesmo hospitais e comboios humanitários são atingidos sem consideração”, disse o novo secretário-geral.
António Guterres assume como secretário-geral das Nações UnidasWilson Dias/Agência Brasil
O representante da ONU destacou ainda que, nesse tipo de guerra, não há vencedores – pelo contrário: todos perdem.
“Gastam-se bilhões de dólares na destruição de sociedades e economias, alimentando ciclos de desconfiança e medo que podem se perpetuar por gerações. Vastas regiões do planeta estão inteiramente desestabilizadas e um novo fenômeno de terrorismo global ameaça a todos.”
O português concluiu sua mensagem pedindo que, em 2017, a paz seja prioridade e que todos – cidadãos, governos e dirigentes – procurem superar suas diferenças.
“Seja através da solidariedade e da compaixão nas nossas vidas cotidianas, seja através do diálogo e do respeito, independentemente das divergências políticas. Seja por via de um cessar-fogo num campo de batalha ou mediante entendimentos conseguidos à mesa de negociações para obter soluções políticas.”
Saiba Mais
“A dignidade e a esperança, o progresso e a prosperidade – enfim, tudo o que valorizamos como família humana – depende da paz. Mas a paz depende de nós. Apelo a todos para que partilhem comigo este compromisso para com a paz hoje e todos os dias. Façamos de 2017 um ano de paz”, concluiu.
Biografia
António Guterres nasceu em Lisboa em 1949 e formou-se no Instituto Superior Técnico em licenciatura em engenharia. É fluente em português, inglês, francês e espanhol. É casado com Catarina de Almeida Vaz Pinto, vereadora da Cultura da Câmara de Lisboa, e tem dois filhos, um enteado e três netos.
Antes da sua eleição como secretário-geral, Guterres serviu como Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, de junho de 2005 a dezembro de 2015, liderando uma das principais organizações humanitárias do mundo durante uma das mais graves crises de deslocamento em décadas.
Guterres também passou mais de 20 anos no governo e no serviço público português. Desempenhou funções de primeiro-ministro de Portugal de 1995 a 2002, período durante o qual esteve fortemente envolvido no esforço internacional para resolver a crise em Timor-Leste.
Como presidente do Conselho Europeu no início de 2000, liderou a adoção da Agenda de Lisboa para o crescimento e o emprego e co-presidiu a primeira Cúpula cimeira União Europeia-África. Foi membro do Conselho de Estado Português de 1991 a 2002.
Em 1976, foi eleito para o Parlamento Português, onde foi membro por 17 anos. Durante o período, presidiu a Comissão Parlamentar de Economia, Finanças e Planejamento e, mais tarde, a Comissão Parlamentar de Administração Territorial, Municípios e Meio Ambiente e também foi líder do grupo parlamentar do seu partido.
De 1981 a 1983, Guterres foi membro da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, onde presidiu a Comissão de Demografia, Migração e Refugiados.
Durante vários anos, foi ativo na Internacional Socialista, organização mundial de partidos políticos social-democratas. Foi vice-presidente do grupo de 1992 a 1999, co-presidente do Comitê Africano e, mais tarde, do Comitê de Desenvolvimento. Desempenhou ainda as funções de presidente de 1999 até meados de 2005.
Além disso, fundou o Conselho Português dos Refugiados, bem como a Associação Portuguesa de Consumidores e foi presidente do Centro de Ação Social Universitária, uma associação que desenvolveu projetos de desenvolvimento social nos bairros pobres de Lisboa, no início dos anos 70.
Guterres atualmente é membro do Clube de Madrid, uma aliança de líderes composta por ex-presidentes democráticos e primeiros-ministros de todo o mundo.
Agência Brasil