sexta-feira, 7 de outubro de 2016

O que fazer quando os avanços tecnológicos causam desemprego?


Por Instituto Liberal

desemprego-tecnologia

Ricardo Bordin*

É grande o alarido toda vez que alguma inovação tecnológica ameaça tornar obsoletos determinados postos de trabalho. Imaginar o trocador do ônibus sendo substituído por uma leitora de cartão magnético é penoso até para o mais bruto dos corações. Mas este processo de adaptação a novos tempos seria bem melhor recebido caso os benefícios de tal prática fossem melhor esclarecidos à sociedade, e esta transição de métodos rudimentares de produção para sistemas modernos fosse acompanhada pela regulamentação do olvidado inciso XXVII do artigo 7º da Constituição Federal, no sentido de proporcionar algum suporte aos cobradores do busão que perderam o emprego em sua busca por uma nova ocupação. Se tais providências ainda vierem acompanhadas de melhoramentos na Educação Básica, será motivo de festejo nacional.

Comecemos pelo referido comando da Carta Magna. Sua redação determina que:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;

Trata-se de norma constitucional de eficácia limitada, ou seja, incapaz de gerar os efeitos jurídicos pretendidos sem a edição de norma infraconstitucional. Portanto, até que seja aprovada lei que pormenorize que proteção é essa que o Estado deve proporcionar aos afetados pela automação de processos, ela, na prática, não existe.

E que tipo de assistência poderiam os prejudicados receber em situações provocadas quando postos de gasolina resolvem substituir os frentistas por dispositivos eletrônicos, ou quando os operadores de pedágio são supridos por sistema de pagamento eletrônico? Certamente não imaginei protestos organizados por sindicatos ou greves intermináveis – as quais somente logram motivar ainda mais as empresas a investir em tais tecnologias, tal qual ocorre durante a atual paralisação dos bancários. Afinal, na tentativa desastrada de mostrar seu desagrado com as agências virtuais (uma das bandeiras do movimento, além do “Fora Temer”), os “companheiros” dos bancos só fazem estimular ainda mais as instituições financeiras a adotarem técnicas de Machine Learning, Data Mining e Big Data para reduzirem custos operacionais com pessoal.

Em vez de vociferar palavras de ordem contra a evolução da humanidade, empunhando bandeiras vermelhas e servindo de massa de manobra, seria salutar reivindicar que a travessia do trabalhador para um novo ofício seja facilitada de alguma forma pela administração pública, especialmente em relação àqueles de idade mais avançada. Custear capacitações para outras atividades, propiciar um período mais elástico de salvaguarda financeira, desonerar os empregadores que oportunizarem vagas para os substituídos por braços robóticos: todas essas seriam medidas eficazes no intuito de facilitar a reintegração destes profissionais no mercado de trabalho, em setores diversos do quais laboravam, e nos quais sua mão de obra não mais é requerida.

É claro que a acomodação destas pessoas em novas ocupações seria bem menos traumática se a educação no Brasil fosse de melhor qualidade, e proporcionasse ao brasileiro uma base em ciências mais sólida. Tirar alguém de um trabalho essencialmente manual, tentando fazê-lo assimilar novos conhecimentos e realizar tarefas mais complexas, é missão ingrata em nosso país, dado o baixo nível intelectual com que nossos alunos saem das escolas. Neste sentido, torna-se fundamental permitir que o estudante possa direcionar sua aprendizagem para as áreas com as quais possui mais afinidade: ponto positivo para este aspecto da reforma do ensino médio proposta pelo ministro Mendonça Filho. E ponto negativo para os professores militantes que desperdiçam o tempo dos alunos (o recurso mais escasso do planeta) com doutrinação ideológica e proselitismo político.

O que não se pode tolerar é a resistência ao advento de novos meios de produção que viabilizem a geração de mais valor a custos minorados, pois esse progresso da indústria possibilita que os consumidores gastem menos para comprar bens de consumo dotados de mais qualidade intrínseca (basta visualizar o brasileiro trocando um carro por um computador na década de 1980, e carregando um processador portátil em seu telefone nos dias atuais por menos de mil reais), gerando, destarte, um enriquecimento generalizado da população. Este capital poupado, eventualmente, será gasto na compra de outros produtos e serviços, o que representará geração de empregos em outras atividades econômicas. Ou seja, os empregos extintos serão supridos por tantos outros neste processo, enquanto a vida de todos melhora com a tecnologia.

E que não percamos de vista: uma das principais causas dos altos índices de acidentes do trabalho e adoecimento ocupacional no Brasil é, justamente, o atraso tecnológico de boa parte do parque fabril nacional. Máquinas mais sofisticadas são sinônimo de equipamentos mais seguros e ambiente laboral mais saudável – especialmente no que tange a operadores que sofrem com problemas ergonômicos. Neste mister, reduzir o protecionismo também seria essencial, visto que facilitaria a entrada de maquinário moderno a preços reduzidos.

Os condutores de charrete devem ter sofrido quando os carros começaram a tomar as ruas, e os fabricantes de espadas certamente lamentaram a invenção da pólvora. Não será muito diferente quando a indústria petrolífera for totalmente trocada por fontes de energia renováveis. A nanotecnologia pode custar o trabalho até mesmo de alguns cirurgiões. Mas a lamúria dessas pessoas é apenas a casca destes eventos: olhando por dentro, constata-se uma significativa elevação do padrão de vida de todos. E por isso devemos considerar os desempregados apenas um efeito colateral destes benefícios? Não necessariamente. Que sabe nossos parlamentares, tão ocupados de terça a quinta em Brasília, possam materializar a vontade do legislador constituinte de 1988, tornando o impacto da inovação menos gravoso aos trabalhadores menos qualificados. Melhor ainda se nossos alunos saírem do ensino médio com muito conhecimento teórico e prático em suas mentes, e menos “consciência crítica” – eufemismo para mentalidade anticapitalista em estado puro.

Uma última advertência: que não se use a oportunidade de regulamentar o inciso XXVII do artigo 7º da CF/88 para limitar a modernização da indústria, criando “cotas para trabalhadores manuais”. Acho que eu nem deveria ter dado a ideia, mas sempre é bom antecipar-se a iniciativas bizarras como essa. Com entidades de classe monopolísticas que recebem R$3,5 bilhões de forma compulsória anualmente, e demais pelegos do gênero, não se brinca. Reservas de mercado, neste contexto, podem representar um grande obstáculo ao progresso da humanidade. E isso que eles costumam repetir que “não aceitam retrocesso”…

Sobre o autor: Atua como Auditor-Fiscal do Trabalho, e no exercício da profissão constatou que, ao contrário do que poderia imaginar o senso comum, os verdadeiros exploradores da população humilde NÃO são os empreendedores. Formado na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR) como Profissional do Tráfego Aéreo e Bacharel em Letras Português/Inglês pela UFPR. Também publica artigos em seu site: https://bordinburke.wordpress.com/

 

SOBRE O AUTOR

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O Instituto Liberal é uma instituição sem fins lucrativos voltada para a pesquisa, produção e divulgação de idéias, teorias e conceitos que revelam as vantagens de uma sociedade organizada com base em uma ordem liberal.

 

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Ministro da Fazenda diz que ′não há espaço′ para socorro financeiro ao Rio

por MARCELO NINIO

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta sexta (7) que não recebeu nenhum pedido de socorro financeiro do Estado do Rio de Janeiro, mas ressaltou que não há espaço para ajudas deste tipo num momento em que o governo federal tenta equilibrar suas contas com limitações aos gastos públicos.
Segundo notícia do jornal "Estado de S. Paulo", o governo do Rio quer a liberação de um socorro em torno de R$ 14 bilhões da União e aceitaria até uma intervenção federal, com um nome indicado por Meirelles para gerir as finanças do Estado, que estão em grave crise.
Após participar de um almoço organizado pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, em Washington, o ministro disse que não há espaço para conceder um socorro dessa dimensão, num momento em que o governo busca cumprir suas metas fiscais.
"Se tentando ajudar os Estados nós pudéssemos descumprir as metas fixadas pelo governo federal, nós estaríamos prejudicando a confiança, a recuperação da atividade e, em última análise, prejudicando a União, os Estados, municípios e empresas", disse. "Não há espaço para ajuda dessa dimensão para um Estado específico, porque evidentemente, outros Estados em situação difícil também precisariam e aí e entraríamos de novo nessa rota".

Meirelles disse que ligou de Washington para o ministério da Fazenda em Brasília e confirmou que não houve pedido de socorro do Rio. Ele contou ter recebido "várias delegações" de governadores do Nordeste, Norte e Centro-Oeste pedindo apoio financeiro, e lembrou que o governo concedeu uma ajuda ao Rio para a segurança da Olimpíada.
Reiterou, no entanto, que não há como liberar novos montantes para os Estados neste momento.
"Nossa resposta é a seguinte: o que está fazendo com que a situação de todos os Estados piore e fique bastante aguda recentemente é a queda da arrecadação. Que segue a um aumento de despesas consistente nos últimos anos, mas é a queda da arrecadação que a tornou mais aguda", disse.
"Para a arrecadação dos Estados voltar a subir, a primeira coisa a fazer é recuperar a economia. Para isso, é importante o governo federal cumprir as metas e principalmente a meta de superavit primário de 2016 e 2017, o orçamento de 2017, além de ter todas as medidas aprovadas."
O ministro afirmou que a repatriação de capitais de brasileiros no exterior, que está em andamento, terá um efeito positivo nas finanças dos Estados, pois parte dos recursos será encaminhada a eles. "Isso irá ajudá-los bastante. É uma questão de aguardar mais algumas semanas", disse.
Fonte: Folha Online - 07/10/2016 e Endividado

Bancários da Caixa encerram a greve em todo o país

por TÁSSIA KASTNER

Os bancários da Caixa decidiram encerrar a greve nesta sexta-feira (7), um dia após o fim da paralisação dos trabalhadores do setor privado e do Banco do Brasil. Voltaram ao trabalho os funcionários da Caixa de São Paulo, Rio de Janeiro, Amapá, Bahia e Pernambuco, segundo a Contraf (confederação dos trabalhadores do setor).
Na noite de quinta, quando a maior parte da categoria aprovou a proposta dos bancos e decidiu voltar ao trabalho, eles haviam decidido continuar com o movimento.
Menos de 100 votos haviam definido a manutenção da greve em São Paulo, disse Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo na quinta, após a decisão de manutenção da paralisação. Os trabalhadores da Caixa representam 6% dos empregados do setor na capital.
A proposta agora aprovada garante aumento de 8% neste ano mais o pagamento de um abono R$ 3.500. O percentual de reajuste é inferior à inflação do período (de 9,62%). O acordo fechado com a Fenaban (entidade que representa dos bancos) prevê que, no ano que vem, os trabalhadores deverão receber aumento de 1% acima da inflação.
O pedido dos trabalhadores era de aumento real de 5% neste ano, além da equiparação de benefícios adicionais (como vale-refeição e vale-alimentação, por exemplo) a um salário-mínimo cada.
REPERCUSSÃO
No auge da greve, mais de 13 mil agências foram fechadas, o equivalente a 57% dos pontos de atendimento, segundo acompanhamento da Contraf (confederação que representa os trabalhadores do setor financeiro).
No entanto, a maior parte dos serviços bancários já é realizada pelos canais eletrônicos de atendimento, o que diminui o impacto da greve sobre a população.
O REAJUSTE DOS BANCÁRIOS
Em 2016
>> Aumento de 8% (a inflação acumulada pelo INPC em 12 meses até agosto foi de 9,62%)
>> Abono de R$ 3.500
>> Reajustes de 15% no vale-alimentação e 10% no vale-refeição e no auxílio-creche
>> Abono dos dias parados na greve
Em 2017
>> Aumento real de 1% + a variação do INPC
Fonte: Folha Online - 07/10/2021 e Endividado

Veganos militantes: quando a defesa dos animais se torna violenta


Por Thiago Kistenmacher

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Há dias que um vídeo de militantes veganos circula pelas redes sociais. Trata-se de um festival de horrores organizado em Paris. É nítido que aqueles que ali se expõem provavelmente possuem problemas psicológicos. Ajudar os animais? Legal. Fazer disso um espetáculo sectário? Acho melhor não.

Logo no início do vídeo aparece uma mulher sendo aplaudida por se deixar marcar a ferro quente. Isso para protestar contra a dor que os animais sentem. Vários dos militantes estão manchados de vermelho e são levados para uma barraca como se fossem gados conduzidos ao curral.

Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=EWWr9hUJF4A

Um deles alega que fez tal escolha “porque os animais estão vivendo isso todos os dias antes de serem mortos.” Além disso, afirma: “Eu quero pagar um tributo a eles para mostrar minha solidariedade. Isto é só humanismo e empatia.”

Compreendo que o ser humano se comova. Ninguém – com algumas exceções – acha a morte de animais uma coisa bonita. Mas não fomos nós que criamos isso aqui, muito menos nós que escolhemos a cadeia alimentar. Esse pessoal que diz lutar pelos animais pode alegar que a espécie humana é a única capaz de plantar alface e que pode prescindir do consumo de carne. No entanto, parece esquecer que exatamente o ser humano é o único capaz de suavizar o abatimento, diferentemente do que acontece na selva, onde tudo é natural, ambiente geralmente idolatrado por esse tipo de gente.

Negar a morte é negar a vida, que tem um fim. É renegar o mundo tal como ele é. Recomendaria um pouco de Nietzsche e Darwin. De nada adianta ficar idealizando um mundo vegano. Se procurarmos por documentários sobre abatimento animal e que denunciam maus tratos e brutalidades cometidas gratuitamente, é chocante, claro. Só um louco se diverte com um animal agonizando degolado em abatedouros clandestinos e sem estrutura.

O grande problema dessas seitas é que, sem dúvida, seus integrantes se consideram moralmente superiores aos que consomem carne. Outra coisa intrigante é que geralmente pessoas do tipo são a favor do aborto independentemente do mês de gestação. Duvido muito que qualquer um deles participe de protestos contrários aos fetos abortados e arrancados aos pedaços. Querendo ou não, o sofrimento faz parte da nossa casa comum e, assim como amanhã inúmeros bebês serão despedaçados em abortos, vários bois serão mortos para servir o churrasco do final de semana.

Esses grupos também costumam se opor à sociedade de mercado, pois alegam que a vida animal se tornou mero produto. De novo esquecem que é exatamente para dar conta da demanda que os abatedouros não podem mais levar uma hora para abater cada boi, afinal, é preciso agilidade e, por conseguinte, menos agonia.

Não é de se duvidar que num futuro próximo o radicalismo desse pessoal chegue ao ponto de querer distribuir carne de soja aos leões para que eles não matem as zebras. Talvez surjam movimentos para conscientizar os animais carnívoros, ou, quem sabe tentem utilizar a biotecnologia animal para alterar a natureza carnívora substituindo-a por uma vegana. Isso até surgir o primeiro movimento a defender os sentimentos da maçã, claro. Mas é melhor não dar ideia.

Que o mundo tem violência, sabemos, mas bem que ele poderia ter menos idiotas.

 

SOBRE O AUTOR

Thiago Kistenmacher

Thiago Kistenmacher

Thiago Kistenmacher é estudante de História na Universidade Regional de Blumenau (FURB). Tem interesse por História das Ideias, Filosofia, Literatura e tradição dos livros clássicos.

 

Instituto Liberal

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O que esperar da autonomia do Banco Central?

por Samy Dana

Uma das bandeiras do presidente da República, Michel Temer, é a independência do Banco Central, a principal instituição financeira do governo, cuja função é regular a economia brasileira. O que Temer e sua equipe econômica têm defendido é a desvinculação total deste órgão do Poder Executivo, como forma de dar mais autonomia para a autoridade monetária.
A Constituição brasileira de 1988 estabeleceu restrições importantes para a atuação do BC, dentre os quais o poder do Governo Federal para destituir membros da instituição sem aprovação do Congresso e a estrita subordinação do BC ao Conselho Monetário Nacional, órgão do Poder Executivo chefiado pelo presidente da República.
A proposta de reforma do BC pretende dar autonomia orçamentária e liberdade de uso da taxa básica de juros como instrumento para cumprir a meta da inflação.
Ela deverá ser feita por uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para dar foro privilegiado à diretoria do BC (que só pode ser concedido por emenda constitucional), ao mesmo tempo em que retira o status de ministro que é conferido hoje ao presidente do Banco Central. Não há ainda definição sobre a questão dos mandados fixos para a diretoria do BC, mas planeja-se que os membros possuam mandatos fixos de seis anos, de modo que o período de escolha de quadros da instituição não coincida com o período eleitoral.
Outra questão que se coloca como parte da proposta de autonomia é a limitação para o Banco Central gerar despesas fiscais, seja na sua função de concessor de crédito de última instância em momentos de crise bancária ou nas operações do mercado de câmbio. A ideia seria a de estabelecer um limite de perdas que o BC possa ter nas operações socorro ao sistema financeiro ou como carregador de reservas cambiais - acima do qual a instituição teria que receber autorização do Conselho Monetário Nacional (CMN). O limite seria objeto de regulamentação, mas não deveria ultrapassar algo na faixa de 0,2% do PIB ao ano, como chegou a sugerir o ex-presidente do BC Armínio Fraga.
Na reunião do G20, Temer defendeu a total autonomia do BC como importante medida para a reconstrução de uma economia estável, após anos de desacertos macroeconômicos na gestão de Dilma Rousseff. Além de Temer, o atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já defendeu publicamente também a independência do Banco Central.
Este atual consenso entre o Banco Central, o Palácio do Planalto e o Ministério da Fazenda sobre a autonomia do BC nunca aconteceu na história. Em 2002, na transição do governo de Fernando Henrique Cardoso para a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, foi elaborada uma proposta de alteração na atuação BC por seu então presidente, Armínio Fraga, e entregue a seu sucessor, Antonio Palocci. No entanto, naquele momento o debate centrava-se apenas em conceder mandatos fixos aos integrantes do BC. Interessante notar que o atual presidente do BC, Ilan Goldfajn, participou da elaboração do projeto, como diretor do Banco Central.
Autonomia, mandato fixo e não coincidente com o período eleitoral são premissas para o bom funcionamento do regime de metas para a inflação. É a forma de isolar o Banco Central das pressões políticas que, em geral, se traduzem pela leniência no combate contra a inflação em troca de mais crescimento e menos juros no curto prazo em detrimento a uma crescimento maior no médio e longo prazos.
A PEC, agora, vai tratar da autonomia operacional e deverá consolidar o que já existe de fato, mas não de direito. Desse modo, a ideia central da PEC é que a independência do Banco Central seja um passo importante para a recuperação da credibilidade perdida pela instituição nos últimos anos.
O BC e a sociedade brasileira pagaram caro por esta perda de credibilidade ao longo do governo passado, quando tivemos indícios de que a instituição abandonou seu compromisso de alcançar a meta de inflação devido a pressões políticas – 2009 foi o último ano em que o BC fixou o objetivo de inflação em 4,5% ao ano.
A ex-presidente Dilma Rousseff avaliou em 2014, durante a corrida à presidência da República, que seria contraproducente dar autonomia para a autoridade monetária, deixando-a na mão do “capital financeiro”. O Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou, em seu horário eleitoral, uma peça em que mostrava a comida sendo retirada da mesa dos trabalhadores por conta de uma possível autonomia da instituição.
O custo desta desmoralização do BC nos últimos anos veio em forma de desalinhamento das expectativas de inflação e maior taxa de juros para conter a escalada dos preços. Afinal, se a autoridade monetária sistematicamente não cumpre a meta de inflação, os agentes econômicos perdem a confiança de que o BC consiga controlar a alta dos preços e reajuste os preços de forma a compensar uma alta inflação.
Agora precisamos esperar e ver se a PEC será aprovada – caso seja, é uma emenda que poderá trazer bons frutos para a economia brasileira.
Post em parceria com Carlos Augusto Egreja, graduando em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas e consultor pela Consultoria Júnior de Economia (www.cjefgv.com)
Fonte: G1 - 06/10/2016 e Endividado

Justiça determina bloqueio de contas do governo do Rio

A Justiça do Rio determinou o arresto –medida preventiva que consiste na apreensão judicial dos bens do devedor, para garantir futura cobrança da dívida– de contas do Governo do Estado devido ao não pagamento do salário dos servidores nos moldes determinados por decisão judicial.
Contrariando liminar do STF proferida em julho, o governo do Rio, imerso em grave crise fiscal, pagou nesta quarta-feira (5) apenas parte dos vencimentos de seus servidores.
O STF havia concedido liminar em que obrigava o Estado a pagar a totalidade de sua folha salarial no terceiro dia útil do mês.
O Estado anunciou que descumprira a decisão, ao pagar os salários dos servidores ativos da educação e 70% dos vencimentos da segurança.
Trabalhadores da área da saúde e aposentados e pensionistas só seriam pagos no próximo dia 17.
Não é a primeira vez que o governo descumpre decisão do STF a respeito do calendário de pagamentos de sua folha.
A 8a Vara de Fazenda Pública decidiu pelo bloqueio de contas correntes do Estado nesta quinta-feira (8).
Dessa forma, a Justiça pretende que todos o dinheiro bloqueado seja usado no pagamento de todos os servidores. Em agosto, o Estado também teve arresto de suas contas.
O processo foi motivado por ação civil pública movida pela Fasp (Federação das Associações de Servidores do Estado do Rio).
A ação corre em segredo de justiça. O Tribunal de Justiça do Rio confirmou apenas o arresto, mas não deu maiores detalhes quanto a valores.
Fonte: Folha Online - 06/10/2016 e Endividado

O recado das urnas no 1º turno

 

Publicado em 7 de out de 2016

Rafael Cortez, da consultoria Tendências, analisa o resultado das urnas nas principais capitais do país e comenta a perda de prefeituras do PT e seu impacto para 2018.

Enem: dicas para quem vai enfrentar a prova

 

Publicado em 7 de out de 2016

As professoras Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora pedagógica do Colégio Objetivo, e Suzana Vaz Hungaro, coordenadora de Português do Colégio Bandeirantes, orientam os candidatos sobre os testes dos dias 5 e 6 de Novembro de 2016 e dão estratégias de como fazer uma boa redação.

Comissão Especial da Câmara aprova PEC que limita gastos públicos por 20 anos


Saiba Mais

A Comissão Especial da Câmara que analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos à correção da inflação, aprovou há pouco, por 23 votos a favor e sete contrários, o substitutivo apresentado pelo relator da proposta, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS). Os oito destaques apresentados à proposta com o objetivo de alterá-la precisam ainda ser votados.

A votação ocorreu depois de muitas horas de discussão e de uma obstrução cerrada feita pelos deputados de partidos de oposição ao governo. A oposição tentou por diversas vezes aprovar requerimentos de adiamento de votação. No entanto, todos os requerimentos foram derrotados pelos aliados do governo.

Concluída a votação da proposta na comissão, ela será levada à votação no plenário da Câmara, em primeiro turno de votação na próxima segunda-feira (10).

 

Agência Brasil