sábado, 20 de agosto de 2016

Lula diz que Dilma vai se expor a 'Judas' no Senado: 'História muitas vezes demora séculos para julgar'

 

Júlia Dias Carneiro

Em São Paulo

 

  • Paulo Whitaker/Reuters

    "Não tenho medo de ser preso", afirma Lula em entrevista à BBC Brasil

    "Não tenho medo de ser preso", afirma Lula em entrevista à BBC Brasil

A menos de uma semana do início do julgamento final da presidente Dilma Rousseff no Senado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz ter "esperança" em uma vitória, embora às vezes fale como se o afastamento da sucessora estivesse consumado.

Em entrevista à BBC Brasil, Lula disse apostar no julgamento da história. "Às vezes a história demora séculos para julgar e eu trabalho com isso. A história não termina dia 29. Ela começa dia 29."

Sem citar nomes, Lula diz que Dilma irá se "expor corajosamente" no Senado "para que o Judas Iscariotes possa acusá-la na frente dela". Afirma que o presidente interino, Michel Temer, é constitucionalista e "sabe" que a antecessora é vítima de um "golpe parlamentar".

Principal líder do projeto político do PT e réu sob acusação de obstrução da Justiça na Operação Lava Jato, Lula se diz alvo de mentiras e afirma que seu partido não deve pedir desculpas pelas acusações de corrupção. "Quem tem que pedir desculpas é quem está inventando acusações."

Confira a íntegra da entrevista concedida à repórter Júlia Dias Carneiro:

BBC Brasil: O senhor é agora réu em processo por tentativa de obstrução da Justiça nas investigações de corrupção na Petrobras e decidiu apelar ao Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas. Por que o senhor decidiu recorrer a essa instância internacional?

Luiz Inácio Lula da Silva: Tem uma coisa muito esquisita aqui no Brasil. Você tem uma investigação, eu sou vítima de acusações em que você não tem uma única prova.

Eu penso que os procuradores e os delegados que acusaram estão com uma dificuldade muito grande, e a imprensa numa dificuldade maior, porque como eles mentiram muito tempo a respeito das acusações, em algum momento isso vai vir à tona, eles vão ter que provar se procede alguma das coisas que eles me acusaram.

Por falta de prova, eles começaram a preparar um discurso, que você deve conhecer bem, que é a teoria do domínio do fato. Ou seja, se o Lula é presidente, ele deveria saber. Não existe essa de você julgar em tese. Ou você prova ou não prova. Ou você pede desculpa ou não pede desculpa.

Ricardo Stuckert/Instituto Lula

"Porque ninguém nunca cuidou tanto dos pobres desse país como nós cuidamos"

E eu não quero nada, só quero que peçam desculpas pelas mentiras que contaram a meu respeito. Nós temos uma força-tarefa nesse processo. Que envolve um juiz, procurador e Polícia Federal. Então, você não sabe quem investiga, quem acusa e quem vai julgar. Uma mistura, todo mundo faz tudo.

E eu não quero nada, só quero que peçam desculpas pelas mentiras que contaram a meu respeito

Então, nós entramos com um processo no escritório da ONU em Genebra para que a gente mostre que há, no mínimo, uma certa suspeição no comportamento, ou seja, as pessoas querem transformar uma mentira que eles inventaram num processo.

Estão procurando razões para justificar o processo. Eu estou tranquilo, tenho consciência do meu papel nessa história toda, estou tranquilo porque eles inventaram que eu tenho um apartamento e vão ter que provar que o apartamento é meu, ou me dar um apartamento.

Disseram que eu tenho uma chácara que eu frequentava, e a chácara não é minha, a chácara tem dono, foi pago com cheque administrativo, e acho que em algum momento eles vão ter que dizer: "Olha, presidente Lula, desculpa, pensávamos que tinha, mas não tem".

A imprensa mentiu muito e não sei se a imprensa vai ter caráter para pedir desculpas. É por isso que eu recorri a uma instância das Nações Unidas para ver se existe pelo menos um comportamento exemplar de uma Justiça a serviço da justiça.

E eu não quero nada, só quero que peçam desculpas pelas mentiras que contaram a meu respeito

BBC Brasil: O que o senhor acha que a ONU pode trazer de efeitos concretos aqui no Brasil?

Lula: Eu não sei se pode trazer efeito concreto. O que eu acho é que pode haver um debate. E esse debate já começou por advogados, sindicalistas e políticos de outros países. E pela imprensa. Se não fosse a imprensa estrangeira cobrir com uma certa isenção e autonomia o impeachment da presidente Dilma, a versão da imprensa brasileira é um horror.

Porque a versão da imprensa brasileira, ela não quer saber da verdade, ela sabe que a Dilma não tem culpa, sabe que a Dilma está sendo cassada politicamente e não cometeu nenhum crime, mas finge que não sabe.

Ueslei Marcelino/Reuters

"Eu tenho esperança [de que Dilma não será afastada]"

Então graças a Deus, foi através da imprensa estrangeira que a gente conseguiu fazer com que líderes importantes no mundo inteiro se dessem conta de que o país está rasgando a sua Constituição, está rompendo com a nossa democracia incipiente. É isso que eu quero, que haja um debate no mundo sobre o que está acontecendo no Brasil.

BBC Brasil: O senhor tem falado muito em uma caça às bruxas, mas por outro lado o senhor tem enfrentado alegações muito sérias, que precisam ser investigadas.

Lula: Nenhum presidente na história desse país fez o que a presidenta Dilma e eu fizemos para dotar o Estado de instrumentos de combate à corrupção. Se você perguntar para qualquer procurador qual foi o governo que mais criou condições para autonomia do Ministério Público, eles vão dizer que foi o PT.

Se você perguntar para qualquer delegado qual foi o partido que mais investiu na PF, que mais investiu na inteligência da PF, eles vão dizer que foi o PT. Se você perguntar quem fez as maiores transformações na legislação, inclusive com a lei da delação premiada, foi PT que fez, numa demonstração que o PT entende que a lei é para todos, e que ninguém está livre de qualquer investigação.

Depois de dez acusações em horário nobre na televisão ou na primeira página dos jornais, você, mesmo inocente, estará condenado dentro da opinião pública

O que não queremos e não poderemos aceitar é que as pessoas façam um pacto com a imprensa, contem mentiras para a imprensa, ou a imprensa conte mentiras para eles, porque tanto a imprensa serve alguns procuradores como os procuradores servem à imprensa, tanto o delegado serve à imprensa quanto a imprensa serve ao delegado. É uma alimentação mútua na perspectiva de criar fato consumado.

Eu não acho isso um comportamento inteligente da Justiça. Um comportamento inteligente é aquele que você investiga, você prova, você acusa, julga, e condena. Um julgamento que não é inteligente, você faz um pacto com a imprensa, a imprensa faz a manchete de jornal, ela vai te criminalizando junto à opinião pública sem nenhuma prova. Depois de dez acusações em horário nobre na televisão ou na primeira página dos jornais, você, mesmo inocente, estará condenado dentro da opinião pública.

Suamy Beydoun/Futura Press/Estadão Conteúdo

"PT continua sendo o partido de maior credibilidade eleitoral"

BBC Brasil: O senhor tem dado indicações de que poderia voltar a se candidatar, mas as pesquisas mais recentes mostram que esta bem atrás daquela popularidade lá em cima de alguns anos atrás, e isso tem a ver com todas as acusações de corrupção que vem afetando tanto o PT como o senhor. Como o senhor reage a isso?

Lula: Olha, primeiro eu reajo com muita naturalidade, ou seja, estou há praticamente seis anos fora da política, até por respeito à presidenta Dilma, que acho que ela tinha que ter liberdade para governar o país. Então é normal que a pesquisa não seja mais a pesquisa do ano que eu saí da Presidência, com 87% de "bom e ótimo".

Mas tenho clareza de que na hora que a gente começar a debater neste país, que a gente começar a mostrar o que o PT fez nesse país, da diferença do governo do PT com os governos do passado, eu tenho certeza que o povo vai se lembrar que o que o PT trouxe em 12 anos de benefício para esse povo --com educação, saúde, trabalho, politica agrícola-- eles não fizeram em 200 anos.

Então, eu estou tranquilo que eles não vão conseguir nem criminalizar o PT, e muito menos criminalizar o Lula. É preciso que a verdade venha à tona e é isso que estamos buscando, que o Judiciário tenha liberdade, que o Ministério Público tenha liberdade, e defendo a tese de que toda instituição, quando ela é forte, ela tem que ser séria.

Na medida em que a economia não estava bem, na medida em que a pesquisa não estava ajudando a presidente Dilma, eles resolveram dar um golpe político, um golpe parlamentar

Os que representam aquela instituição têm que ser sérios, não podem brincar, não podem mentir. E hoje o que a gente percebe são pessoas se colocando a serviço de uma revista, de um jornal. Muitas vezes a imprensa recebe o relatório antes do advogado de defesa. Isso não é inteligência, é brincar com o direito que todo cidadão tem de ser respeitado pela lei, de ser investigado corretamente, de ser julgado corretamente. É para isso que brigo, é por isso que mudei leis neste país, é por isso que a Dilma mudou leis.

Você veja, é tão grave o que esta acontecendo no Brasil que mesmo os 81 senadores, sabendo que a presidente Dilma não cometeu nenhum crime contra a Constituição, eles resolveram cassá-la politicamente por interesse.

Ou seja, na medida em que a economia não estava bem, na medida em que a pesquisa não estava ajudando a presidente Dilma, eles resolveram dar um golpe político, um golpe parlamentar. Imagina se isso prevalece no mundo inteiro. Cada vez que um governante baixa na pesquisa, a gente manda derrubar o governante.

Na verdade, não foi a Dilma que foi cassada, o que está sendo cassado é o voto de 54 milhões de brasileiros que votaram na Dilma. E amanhã os senadores vão ter que prestar conta aos eleitores, aos seus filhos e netos. Porque eles não querem ser chamados de golpistas, mas o que fizeram foi dar um golpe na Constituição e dar um golpe parlamentar contra uma presidenta democraticamente eleita pelo povo brasileiro.

BBC Brasil: O senhor tem usado a expressão golpe para falar do que está se passando com a presidente Dilma Rousseff, mas o senhor também viveu o golpe militar. Pode-se usar a mesma expressão?

Dá. Da mesma forma como usamos a palavra golpe militar porque foi um golpe militar em 31 de março de 64, e naquele tempo a gente vivia tempo de Guerra Fria, havia acusação de que o comunismo ia tomar conta do Brasil, então os militares e os conservadores desse país deram um golpe para evitar a ascensão da esquerda neste país. Agora não tem essa razão. O comunismo já não amedronta mais. Não tem a Guerra Fria.

Por que o golpe na Dilma? Não foi o golpe militar. Foi um golpe parlamentar. Uma maioria eventual se juntou para tirar a presidente Dilma da Presidência da Republica. Uma maioria no Senado e uma maioria na Câmara resolveram afastar a presidenta. O que é um absurdo.

As pessoas que estão fazendo isso não querem que a gente fale golpe, porque diz que é feio, que não é golpe militar. O presidente interino [Michel Temer] é constitucionalista. E ele sabe que o que eles estão fazendo é ilegal, porque a Dilma não cometeu crime e segundo porque é um golpe parlamentar.

BBC Brasil: O que isso representa para o legado do PT depois de tantos anos, porque este período está terminando com um quadro bastante ruim, com recessão, inflação, desemprego aumentando e com a presidente saindo desta forma, com o impeachment. O senhor tem alguma responsabilidade nesta situação?

Lula: Olha, se fossem tirar os governantes do mundo hoje por conta de crise econômica, por conta do desemprego, não tinha um governo no mundo. Já tinham caído todos. O governo inglês, americano, alemão, italiano, francês, chinês. Porque a crise é geral. E é uma crise causada pela irresponsabilidade do sistema financeiro que começou com o problema habitacional americano, o subprime, e terminou com quebra do [banco] Lehman Brothers. A partir daí todos os países entraram em crise.

Quando fizemos o G20 em Londres, em 2009, nós decidimos que, para evitar uma crise econômica muito grande, era necessário não adotar políticas protecionistas e aumentar o comércio exterior para poder gerar mais emprego para as pessoas. Foi feito exatamente o contrário. Cada país tentou se proteger, a crise aumentou e 90% dos países ainda não resolveram seus problemas.

Parte da elite política e econômica desse país não admite a ascensão social dos mais pobres

Aqui no Brasil a gente poderia não estar em crise. A gente poderia não estar na situação em que a gente está, porque poderíamos ter tomado decisões mais rápidas. Mas não tomamos. Agora, não é uma coisa do Brasil. Mas se a Dilma está se afastando não é por uma questão econômica. É porque uma parte da elite política e econômica desse país não admite a ascensão social dos mais pobres.

Os mais pobres subiram um degrau na escada social. E isso já começou a incomodar, porque muito pobre começou a andar de avião, ir a restaurante, comprar coisa que era só de 30% da população. Pobre na universidade, nós colocamos em universidade mais jovens na universidade que 100 anos de conservadores, criamos em 12 anos quatro vezes mais escolas técnicas do que eles criaram em 100 anos.

BBC Brasil: Mas essa parcela mais pobre da população que teve ascensão social também está sofrendo com a recessão. E é difícil argumentar que é uma crise global porque a situação do Brasil no momento está pior do que em outros países.

Lula: Onde é que o crescimento foi retomado? Estados Unidos, muito menos do que se imaginava, na Europa, muito menos do que se esperava. A crise no Brasil chegou por último. Alguns anos depois que chegou nos EUA e na Europa. O que que eu acho que o Brasil deveria ter feito? O Brasil tem um mercado interno extraordinário. São 204 milhões de pessoas.

E defendo a ideia de que os pobres nesse país, toda vez que está em crise, os pobres são a solução. Basta que a gente permita que o pobre receba o crédito necessário para poder consumir alguma coisa, e que a gente faça investimentos necessários em infraestrutura, de que o Brasil tanto precisa. Isso não foi feito e a gente está pagando o preço por isso.

E o Brasil vai sair da recessão, todos os países vão sair. E o que vai fazer o país sair da recessão é investimento, consumo e produção. E isso está diminuindo em tudo que é lugar. O que nós temos que admitir é que só para resolver o problema do sistema financeiro já foram gastos mais de US$ 13 trilhões, e ainda não resolveu. Se esses US$ 13 trilhões fossem colocados para financiar desenvolvimento nos países pobres, a gente não teria essa crise durante o tanto que durou.

BBC Brasil: Como isso deixa o legado do seu governo? Um pouco atrás estava se falando no Brasil como superpotência econômica e agora a realidade é totalmente outra, a recessão no pior nível das últimas décadas. O que isso representa para o legado dos 13 anos do governo do PT?

Lula: Primeiro nós temos que ter em conta o que aconteceu até 2014. Até 2014, esse país tinha gerado 22 milhões de empregos formais, enquanto na Europa tinha 100 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho. Até 2014, todas as categorias tiveram reajuste salarial acima da inflação. Até 2014, a massa salarial brasileira crescia muito e o desemprego era de apenas 4,7%, igual a Dinamarca, Suécia, Noruega, menos do que outros países europeus grandes.

Então o que aconteceu a partir de 2014 foi isso. É que a presidenta se deu conta de que o Orçamento tinha diminuído porque ela fez R$ 500 bilhões de desoneração, ou seja, para manter a economia crescendo.

De repente, a presidenta demorou ou não percebeu que estava entrando menos dinheiro no caixa e ela foi obrigada a fazer uma proposta de ajuste.

Essa proposta de ajuste foi para a Câmara. Ao invés do presidente da Câmara [Eduardo Cunha] colocar em votação, ele começou a apresentar pautas aumentando cada vez mais o gasto, contrário àquilo que a presidente deveria fazer.

Foi se perdendo a confiança. Os empresários não investiam, o Estado perdeu capacidade de investimento e nós chegamos a isso.

Eu sou muito otimista com relação ao Brasil. Quando fui em 2009 a Copenhague para conquistar as Olimpíadas, a gente defendia que o Brasil chegaria em 2016 sendo a quinta economia mundial. Nós tínhamos passado a Inglaterra naquele tempo, nós já éramos uma economia mais rica do que a Inglaterra.

Esse país é muito grande. Não sei se eu sou excessivamente otimista, mas eu sinceramente acho que é muito fácil fazer o Brasil voltar a crescer. É muito fácil.

Não sei se eu sou excessivamente otimista, mas eu sinceramente acho que é muito fácil fazer o Brasil voltar a crescer

O que precisa é acreditar no Brasil e acreditar que nossa solução está aqui dentro, confiando no povo brasileiro e fazendo esse país voltar a acreditar em si próprio como fizemos nos últimos 12 anos.

Não dá para a gente ficar dependendo apenas da economia mundial. Nós temos um potencial interno muito grande, um mercado interno muito forte e um povo precisando de muita coisa.

Portanto, é preciso a gente pensar outra vez que o pobre pode ser a solução do nosso país, e não o problema.

BBC Brasil: O seu partido vem dizendo que a situação econômica irá se deteriorar se o presidente interino, Michel Temer, ficar no mandato. Então o recado para investidores é que se a situação for essa é melhor se afastar do país?

Lula: Pelo contrário. Quando eu fui eleito, em 2002, você sabe o que os economistas e os especialistas diziam? Que o país não tinha jeito. Que o país estava quebrado. Que eu não ia conseguir governar o Brasil.

E o Brasil se recuperou, pagou a sua dívida com o Fundo Monetário Internacional. O Brasil é o único país do G20 que fez superavit primário todo ano.

Quando eu fui eleito, em 2002, você sabe o que os economistas e os especialistas diziam? Que o país não tinha jeito

Quando as pessoas falarem para você que o Brasil tem uma dívida pública alta, você lembre às pessoas que a Alemanha tem mais do que o Brasil, que os Estados Unidos em 2007 tinham 64,8% de dívida pública em relação ao PIB e hoje tem 107%.

E por que aumentou a dívida pública? Para poder fazer a economia crescer.

BBC Brasil: A grande questão é que isso foi longe demais e será muito difícil trazer de volta o equilíbrio econômico.

Lula: É nada. Não é difícil não. Eu, sinceramente, não vou ficar fazendo profecias aqui porque eu vou esperar o que acontece lá. Não é difícil.

Eu acho que tem uma palavra mágica, que vale para qualquer país do mundo, que é credibilidade. É preciso recuperar a credibilidade do país no próprio país. E o importante é fazer que o povo acredite que as coisas vão acontecer. Se o sistema financeiro não tem crédito, se os empresários não confiam na política, se o Estado não tem dinheiro para investir, não tem como acontecer um milagre.

Nós precisamos recuperar a capacidade do Estado de investir, a confiança para o sistema financeiro fazer crédito e do empresário para investir. E isso nós já fizemos. É possível fazer.

Quando você tem uma crise no país, a política existe para isso. O problema não é técnico. Se fosse técnico, eu iria na melhor universidade da Inglaterra, nos EUA ou na Alemanha, pegaria os dez melhores economistas do mundo e colocaria aqui. Mas não vai acontecer, sabe por quê? Porque a decisão é política.

BBC Brasil: O senhor está falando de credibilidade, mas o problema é que para o PT é um momento de muito descrédito por causa de todos os escândalos de corrupção e investigação em andamento. O senhor acha que é o momento de fazer algum pedido de desculpas?

Lula: Eu não. Quem tem que pedir desculpas é quem está inventando acusações. Eu vou te dar um dado impressionante. Você sabe qual era a preferência eleitoral do PT em 2002, quando fui eleito presidente da República? 11%. Você sabe qual é a credibilidade do PT e a preferência eleitoral em 2016? 12%. É o dobro do PSDB. O dobro do PMDB.

Significa que o PT continua sendo o partido de maior credibilidade eleitoral mesmo depois de sete anos de massacre. Sabe por quê? Porque nós temos história. E temos vínculo com a sociedade com nenhum outro partido teve. Obviamente, eu defendo a tese de que toda denúncia de corrupção seja apurada ao limite máximo e que as pessoas envolvidas sejam condenadas. É isso que eu espero do Brasil.

O PT continua sendo o partido de maior credibilidade eleitoral mesmo depois de sete anos de massacre

É por isso que nós criamos leis. É por isso que nós aperfeiçoamos o sistema de investigação no Brasil. O que nós queremos é que as pessoas tenham o direito de se defender. E queremos que as pessoas não sejam condenadas pelas manchetes de jornais.

Se um jornal inglês fizer cinco manchetes dizendo que você é corrupta, mesmo você sendo absolvida pela Justiça, você está condenada diante da sociedade. É isso que está acontecendo no Brasil. O que menos importa é a investigação. O que mais importa é a especulação.

BBC Brasil: Do jeito que as coisas estão caminhando, o senhor tem medo de ser preso?

Lula: Não. Não tenho medo de ser preso. Tenho a consciência de que eles não têm acusação, da minha inocência. Vamos aguardar com a maior tranquilidade possível.

Eu não sou o primeiro ser humano a ser vítima de um processo de calúnia e não serei o último. A história da humanidade está cheia desse tipo de processo. Eu só encontro uma explicação para tentarem fazer o que estão fazendo comigo: é tentar tirar o Lula da vida política desse país. Eu que fiz tão bem.

E no dia da inauguração da Olimpíada eu me senti como o menino do filme Esqueceram de Mim

A coisa é tão grave que todo mundo sabe o esforço que eu fiz para trazer essa Olimpíada para o Brasil. E no dia da inauguração da Olimpíada eu me senti como o menino do filme Esqueceram de Mim. Ou seja, eu não estava presente numa festa em que fui responsável dela vir para cá.

Você pergunta se eu tenho lamentações, frustrações. Eu não tenho porque eu acho que política você não deve fazer esperando agradecimento. A gente faz política porque a gente acredita, faz política por convicção e eu tenho consciência de que vai demorar muito para um governante, um partido, construir um legado como o PT construiu aqui no Brasil.

Porque ninguém nunca cuidou tanto dos pobres desse país como nós cuidamos. Não é só cuidar materialmente, de melhorar qualidade de vida. É cuidar da autoestima desse povo. É acabar com esse complexo de vira-lata. O Brasil passou a ser importante no mundo, interlocutor, protagonista.

Porque eu aprendi desde pequeno que ninguém respeita quem não se respeita. E eu aprendi a me respeitar desde muito cedo.

BBC Brasil: O senhor acha que dá para ignorar o fato de que a situação agora é totalmente diferente de cinco anos atrás, quando era um momento de otimismo no Brasil? São dois momentos muito diferentes. O legado se perdeu?

Lula: É como se uma pessoa com boa saúde, ficasse doente e perdesse a esperança que fosse ficar boa outra vez. Até hoje o mundo se lembra do New Dealfeito por [pelo presidente americano Franklin] Roosevelt. E já faz quanto tempo? Foi na década de 1930. E todo mundo lembra. Aquilo que é bom as pessoas vão lembrar a vida inteira.

Alguém pode querer que as pessoas esqueçam, mas esse país um dia acreditou que era possível ser diferente e o povo sabe disso.

BBC Brasil: Neste caso, o problema é que começou com uma esperança de que havia um futuro promissor e a coisa não se realizou.

Lula: Tem dia que a gente levanta muito bem de saúde e daqui a pouco tem um infarto. Não significa que a vida acabou. Você vai para o hospital, você volta e a luta continua.

O Brasil tem potencial econômico, um povo que gosta de trabalhar, fronteira com 12 países, é um país que estabeleceu relações comerciais com o mundo inteiro. Na minha opinião é fácil o Brasil se recuperar.

BBC Brasil: Qual o legado planejado que as Olimpíadas trariam para o Rio durante o planejamento e como você acha que está no momento atual?

Lula: Você não briga para trazer uma Olimpíada e resolver os problemas sociais do país. Você briga para trazer uma Olimpíada para fazer uma disputa esportiva e mostrar o seu país ao mundo e deixar como legado tudo o que você gastou com as Olimpíadas.

E obviamente que o Rio de Janeiro está muito mais bonito, com muito mais metrô, com uma cara mais limpa, vai ficar muito melhor.

Resolveu todos os problemas? Não. Mas não era para isso. Nós não estamos fazendo as Olimpíadas de restauração do bem-estar social.

Eu tenho certeza que o mundo viu o Rio de Janeiro como nunca em 500 anos. Um povo extraordinário, alegre, simpático. As praças esportivas melhores do que em qualquer país do mundo, Atlanta, Berlim.

Fui à China e as nossas praças esportivas estão muito mais bonitas. Nós somos capazes.

E isso é o mais importante. Que depois das Olimpíadas o povo vai ter transporte melhor, praças melhores, obras extraordinárias, espeço público para eles.

Eu sinceramente acho que ganhamos as Olimpíadas porque a gente estava em um momento de ascensão econômica e política, e porque a crise nos Estados Unidos estava maior do que no Brasil. A crise na Espanha era pior do que no Brasil e nós fomos mais convincentes.

E acho que dificilmente algum país vai conseguir apresentar uma proposta como a do Brasil porque era 100% paixão, 100% alma e 100% razão.

Lamentavelmente os resultados, tanto na Copa do Mundo contra a Alemanha e agora nas Olimpíadas, não são aquilo que a gente esperava, mas eu te confesso uma coisa. Eu faria tudo outra vez. Iria chorar, conquistar a Olimpíada e participar.

BBC Brasil: Com a situação que está hoje, o senhor se preocupa com o país no próximo ano?

Lula: Eu me preocupo todo dia com o Brasil. Eu acho que a gente nesse instante de crise tem que pensar como sair da crise, não ficar discutindo a crise.

Eu dizia, no G20 de 2009, que o problema da crise era a falta de lideranças políticas para decidir politicamente o que tinha que ser feito. E eu acho que aqui no Brasil a gente poderia ter saído da crise mais rápido.

Quando você demora para tomar uma decisão, pode virar um século. Nós demoramos, o Congresso quis prejudicar a presidenta. A presidenta e o governo exageraram na política de desoneração.

É uma lição. A nossa briga agora é para não permitir que os trabalhadores percam aquilo que conquistaram nos bons períodos do país. Aumento de salário, programas sociais que não permitiram que a miséria voltasse.

Lamentavelmente, nós estamos com o desemprego crescendo e isso é muito ruim. O emprego é uma coisa que dá cidadania ao ser humano. O ser humano, se tem emprego, saúde e salário, ele está muito bem.

Vai ser um momento importante, um momento histórico porque a presidenta vai ao Senado se expor. Ela corajosamente vai se colocar diante de seus acusadores para que o Judas Iscariotes possa acusá-la na frente dela

Eu torço para o Brasil ficar bem em qualquer momento. Porque se o Brasil estiver mal, eu também estou mal. Se o Brasil for mal, o povo vai sofrer.

Primeiro, eu estou torcendo para dia 29 o Congresso não afastar a Dilma. Eu tenho esperança. Eu sou um homem de muita esperança.

Vai ser um momento importante, um momento histórico porque a presidenta vai ao Senado se expor. Ela corajosamente vai se colocar diante de seus acusadores para que o Judas Iscariotes possa acusá-la na frente dela.

E ela vai tentar mostrar para eles o erro que estão cometendo. Se a Dilma não conseguir convencer os 28 senadores [número necessário para evitar o impeachment], ela vai estar fazendo um gesto histórico neste país.

É uma mulher de coragem se expor diante de 81 senadores e ouvir de cada um, olho no olho de cada um, a acusação e poder, olho no olho, se defender.

Eu quero saber como os senadores vão voltar para casa e olhar para suas mulheres, filhos, netos. Eles vão ter que reconhecer que ilegalmente eles afastaram uma pessoa eleita nesse país.

E a história não julga na mesma semana. Às vezes a história demora séculos para julgar e eu trabalho com isso. A história não termina dia 29. Ela começa dia 29.

 

UOL Notícias

Arrecadação federal em julho tem o menor resultado em seis anos

A contração na economia continua a ter impacto no caixa do governo. A arrecadação federal somou R$ 107,416 bilhões em julho, queda de 5,8% em relação ao mesmo mês do ano passado descontada a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo a Receita Federal, o resultado é o menor para o mês desde 2010.

No acumulado do ano, a arrecadação federal também continua caindo. De janeiro a julho, as receitas do governo somaram R$ 724,673 bilhões, queda de 7,11% em relação aos mesmos meses de 2015 também descontado o IPCA. O valor também é o menor para o período desde 2010.

Julho foi o 16º mês seguido em que a arrecadação caiu na comparação com o mesmo mês do ano anterior ao considerar o IPCA. Segundo a Receita, a queda de 9,64% na produção industrial, a redução de 9,61% na venda de bens e o crescimento de 3,47% na massa salarial (abaixo da inflação acumulada) de janeiro a julho são os principais fatores que têm provocado a queda nas receitas federais neste ano.

Os tributos que mais puxaram a queda na arrecadação foram o Programa de Integração Social e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins), com retração real (descontada a inflação) de R$ 10,955 bilhões (-6,67%) em relação aos sete primeiros meses do ano passado. Por incidirem sobre o faturamento, esses tributos refletem a queda no consumo.

Por causa do aumento do desemprego, que reduz o pagamento das contribuições ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a receita da Previdência Social caiu R$ 10,681 bilhões (-4,72%) descontado o IPCA. A queda de 29,95% no valor em dólar das importações fez a arrecadação de Imposto de Importação e do Imposto sobre Produtos Industriais (IPI) cobrados sobre mercadorias importadas cair R$ 10,076 bilhões (-27,52%), também considerando o IPCA.

A queda no lucro das empresas levou a uma queda de R$ 4,410 bilhões (-3,39%) nas receitas com o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). A arrecadação de IPI dos produtos nacionais caiu R$ 3,058 bilhões (-14,58%) descontada a inflação oficial.

O recuo na arrecadação só não foi maior em 2016 por causa da reversão parcial de algumas desonerações concedidas nos últimos anos. De janeiro a julho, o governo deixou de arrecadar R$ 52,842 bilhões por causa das reduções de tributos. No mesmo período de 2015, a renúncia fiscal tinha chegado a R$ 63,571 bilhões.

As desonerações que tiveram mais impacto sobre as contas do governo neste ano foram a da folha de pagamentos, que reduziu a arrecadação em R$ 8,476 bilhões nos sete primeiros meses do ano, e a inclusão de setores da economia no Simples Nacional (regime simplificado de pagamento tributário), com impacto de R$ 7,193 bilhões em 2016.

 

Agência Brasil

Senado e Câmara farão relatório sobre impeachment para OEA no fim de semana

A equipe de advogados do Senado vai preparar no fim de semana o relatório sobre o processo de impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff a ser enviado à Organização dos Estados Americanos (OEA). A entidade pediu informações ao Senado em razão de petição protocolada por parlamentares petistas que alegam que o impeachment é um golpe.

“O Senado vai produzir um relatório do que ocorreu, como foi o processo. Não é uma contestação como em um processo comum”, disse o advogado-geral da Casa, Alberto Cascais. A OEA também pediu informações sobre o caso à Câmara dos Deputados e à Presidência da República.

Saiba Mais

A Consultoria Legislativa da Câmara também produzirá um relatório sobre a admissibilidade do processo de impeachment, reportando desde o acatamento da denúncia por parte do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ) até a votação pelos parlamentares.

Depois, os relatórios da Câmara e do Senado serão encaminhados conjuntamente à OEA. O prazo termina na segunda-feira (22) e Cascais espera encaminhar a resposta até as 18h.

“A equipe deve trabalhar todo o fim de semana para se dedicar à pesquisa e elaborar o texto”, disse advogado-geral, que se queixou do prazo exíguo para produzir o relatório. Segundo Cascais, o Senado recebeu o pedido de informações ontem (18). “Quem pediu teve todo o tempo do mundo para elaborar o pedido. Nós temos só cinco dias, contando com o fim de semana”, criticou.

A OEA quer saber detalhes do andamento do processo de impeachment, a jurisprudência aplicada, se as decisões tomadas serão passíveis de recursos judiciais e se Dilma teve direito a defesa, entre outros. O pedido foi enviado via Ministério de Relações Exteriores e as respostas deverão ser remetidas também pelo Itamaraty.

 

Agência Brasil

Lewandowski nega suspensão de duas testemunhas de Dilma no impeachment

Brasília - Sessão do impeachment no Senado, conduzida pelo presidente do STF, Ricardo Lewandowski, para decidir se a presidenta Dilma Rousseff será julgada por crime de responsabilidade (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Para Lewandowski, as alegações não estão entre as causas de impedimento de testemunhasArquivo/Antonio Cruz/Agência Brasil

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do processo de impeachment, Ricardo Lewandowski, negou hoje (19) pedido da acusação para suspender os depoimentos de duas testemunhas arroladas pela defesa da presidenta afastada Dilma Rousseff.  O ministro também proferiu mais três decisões.

Lewandowski entendeu que as alegações apresentadas pelos autores do processo deimpeachment para evitar o depoimento do economista Luiz Gonzaga Beluzzo e do jurista Geraldo Prado não estão entre as causas de impedimento de testemunhas previstas no Código de Processo Penal (CPP).

Em outras decisões, o ministro aceitou pedido do jurista Miguel Reali Júnior, um dos autores do pedido de impeachment, para corrigir um erro no processo e que conste a justificação dos fatos imputados a Dilma.

O presidente do STF também negou requerimento da defesa de Dilma para convocação de peritos e rejeitou pedido da acusação para que um vídeo do jurista Hélio Bicudo fosse transmitido durante o julgamento. Bicudo tem 94 anos e está com problemas de saúde.

Julgamento

O início do julgamento definitivo de Dilma está marcado para começar no próximo dia 25, às 9h, no plenário do Senado. Para afastar definitivamente a presidenta do mandato, serão necessários dois terços dos votos, ou seja, o apoio de, no mínimo, 54 dos 81 senadores.

Se esse cenário se confirmar, o presidente interino assume definitivamente o cargo e a petista fica inelegível por oito anos. Se o mínimo necessário para o impeachment não for alcançado, ela retoma o mandato e o processo no Senado é arquivado.

 

 

Agência Brasil

Ingresso encalhado para Paralimpíada gera déficit à Rio 2016, diz prefeito

A menos de um mês da Paralimpíada, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse hoje (19) que o encalhe dos ingressos da competição é uma das causas do déficit do Comitê Rio de 2016. Para tapar o buraco no orçamento da entidade, a prefeitura repassará R$ 150 milhões e terá apoio do governo federal, que liberará mais R$ 100 milhões. Uma liminar derrubou a decisão judicial que impedia o repasse de dinheiro público para entidade esportiva.

Eduardo Paes explicou que, no contrato com o comitê organizador, em 2009, já estava previsto um repasse de U$ 700 milhões para completar o orçamento de R$ 7,5 bilhões da Rio 2016, "principalmente da prefeitura, que assina o dossiê de candidatura", informou. Os governos tentaram evitar a transferência, mas como a venda de entradas ficou abaixo do esperado não conseguiram contornar o repasse para a organização.

Em entrevista, o prefeito Eduardo Paes pede que a população evite os deslocamentos pela cidade amanhã e no fim de semana

Para Eduardo Paes, a venda de ingressos em cima da hora pode aliviar o tamanho do montante a ser transferidoArquivo/Cristina Indio/Agência Brasil

"Como a gente ia saber que o povo não ia comprar ingressos"?, criticou. "Trabalhamos para não ter [o repasse de U$ 700 milhões] e ainda trabalhamos para não ter", acrescentou, confirmando que a venda de ingressos em cima da hora pode aliviar o tamanho do montante a ser transferido.

Paes aposta no carisma dos atletas paralímpicos para encher as arenas em cima da hora e cobra a torcida brasileira. "Para nós, será uma honra receber as Paralímpíadas. O Rio de Janeiro vai fazer a competição com qualidade, dignidade e respeito aos atletas. Se a Olimpíada já ocorre sobre superação, sobre exemplo, motivação, imagine os paralímpicos."

Apesar de a Justiça Federal ter autorizado a transferência de recursos públicos, o montante ainda está embargado por uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio, que viu fins eleitoreiros na medida às vésperas de eleições e proibiu a transação. A prefeitura recorreu da decisão.

Sucesso da Olimpíada

Ainda faltando dois dias para o fim da competição olímpica, Paes informou que o evento foi um catalisador para mudanças na cidade e voltou a defender o uso de recursos privados, apesar das críticas.

Para o Comitê Popular da Copa e da Olimpíada, que reúne organizações não governamentais e institutos de pesquisa, o patrimônio público foi vendido ou concedido à iniciativa privada por valores abaixo da tabela. Um exemplo são terrenos na Barra da Tijuca, onde foi levantada a Vila dos Atletas e cujos imóveis serão vendidos diretamente pelas construtoras.

Conforme Eduardo Paes, a parceria evitou o aporte de recursos públicos e de "elefantes brancos". "Uma vez que tínhamos um orçamento pequeno, temos orgulho da organização. Na comparação com outras olimpíadas, como a de Pequim, essa é uma das mais baratas".

Paes falou à imprensa ao lado da governadora da cidade de Tóquio, Yuriko Hoike, durante entrevista à imprensa sobre a passagem da bandeira olímpica. Em 2020, o Japão será a sede da próxima edição dos jogos.

 

 

Agência Brasil

 

Para cortar custo, Comitê Paralímpico muda instalação e reduz oferta de ingresso

 

Marcelo Brandão - Enviado Especial da Agência Brasil

O Comitê Paralímpico Internacional (IPC) anunciou hoje (19) que fará cortes estruturais para os Jogos Paralímpicos, que começam dia 7 de setembro, para reduzir despesas. Entre as principais mudanças está a saída da esgrima em cadeira de rodas da praça de Deodoro, e sua ida para o Parque Olímpico, na Arena Carioca 3. Seria a única modalidade disputada na Arena da Juventude e com a mudança, o espaço não será mais usado. Além disso, haverá redução no número de ingressos disponíveis para os jogos.

O objetivo é diminuir as estruturas e pessoal que atendem ao público e aos locais de competição. “Você tem uma economia de escala. Ter menos espectadores para atender significa realmente você ter menos despesas. Você está adequando o orçamento de uma forma global, reduzindo espaços, arenas e reduzindo serviços”, explicou o vice-presidente do IPC, Andrew Parsons.

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Deodoro ainda receberá, na Paralimpíada, o hipismo, as competições de tiro e o futebol de 7, que ocorrerá onde foram disputadas as partidas de rugby durante a Olimpíada. “O que vamos fazer é otimizar as instalações que ficam fora da vista dos atletas e espectadores. Vamos otimizar a operação. Vamos ter menos gente e menos espaço, para que a gente possa guardar recursos e fazer com que nada falte ao atleta”, disse Parsons na tarde de hoje, no Rio de Janeiro.

Ele se disse otimista com o encontro que teve ontem (18) com o presidente interino da República, Michel Temer, quando falaram sobre o repasse de recursos para realização dos jogos. Serão, no total, R$ 250 milhões de verba pública. Desse valor, R$ 150 milhões virão da prefeitura do Rio de Janeiro e R$ 100 milhões do governo federal. Parsons disse que, durante a reunião, Temer fazia ligações para solucionar entraves.

“Foi muito importante e deu muita confiança que no meio da reunião ele fazia ligações telefônicas para fazer com que alguns entraves fossem resolvidos. Agora, vamos continuar monitorando. Contratos foram assinados ontem, alguns ainda serão assinados”, disse. Segundo ele, o setor público está colocando “o dinheiro que é possível colocar” em face da situação financeira do país e que “cada um dá sua cota de sacrifício”; no caso do IPC, são os cortes estruturais.

Embora reconheça que os Jogos Paralímpicos, no formato e dimensões atuais, nunca havia passado por um problema semelhante, Parsons garante que não haverá cortes de modalidades ou quaisquer problemas para os atletas. Ele também comentou a decisão da Justiça eleitoral do Rio de Janeiro, que vetou o repasse de recursos públicos em ano eleitoral. Segundo o vice-presidente do IPC, a questão é simples de ser esclarecida.

“Desde 2009 existe a previsão, e isso está no dossiê de candidatura, de uma garantia de recursos vindos do setor federal exclusivamente para operações dos jogos paralímpicos. Acho que o Tribunal Regional Eleitoral do Rio vai entender. Bastam algumas explicações muito simples e alguns documentos, como o próprio dossiê de candidatura, para ver que essa despesa já estava planejada há sete anos”.

 

Agência Brasil

 

Olimpíada de Tóquio 2020 também será sustentável, diz governadora japonesa

 

Douglas Corrêa - Repórter da Agência Brasil

A governadora da cidade de Tóquio, Yuriko Koike, em entrevista no Rio Media Center ao lado do prefeito do Rio, Eduardo Paes

A governadora da cidade de Tóquio, Yuriko Koike, em entrevista no Rio Media Center ao lado do prefeito do Rio, Eduardo PaesJM Coelho/Rio Media Center

A Olimpíada de Tóquio 2020 dará continuidade ao conceito de sustentabilidade desenvolvido na Rio 2016. O anúncio foi feito hoje (19) pela governadora da cidade de Tóquio, Yuriko Koike, em entrevista no Rio Media Center ao lado do prefeito do Rio, Eduardo Paes. A bandeira olímpica será entregue aos representantes de Tóquio no domingo (21), durante a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio.

“Queremos dar continuidade ao que está sendo feito no Rio, seguindo o exemplo do baixo custo, da sustentabilidade e sem elefante branco e desperdício. Vamos trabalhar ainda com o que chamamos de 'conceito de 3Rs', que é reduzir, reutilizar e reciclar. Esses são os princípios que nortearão os Jogos Olímpicos de 2020”, disse Yuriko Koike.

Paes disse que o governo de Tóquio está no Rio acompanhando de perto a organização dos Jogos para levar a experiência para 2020. “Ela [Tóquio] é uma cidade que tem uma infraestrutura muita desenvolvida, que já está pronta, mas, ainda assim, os Jogos sempre trazem grandes desafios. Que assim como nos inspiramos nos Jogos de Londres eles se espelhem nos Jogos do Rio para que de lá também saiam jogos incríveis.”

Entre iniciativas sustentáveis do Jogos do Rio, o prefeito destacou a recuperação ambiental do Parque Olímpico e do Campo Olímpico de Golfe, que trouxe animais de diferentes espécies, e a ampliação da biodiversidade em uma área degradada, na Barra da Tijuca; os avanços na mobilidade urbana; as construções nômades, como a Arena do Futuro, que será desmontada e reutilizada na edificação de quatro escolas públicas na cidade; e a produção de medalhas sustentáveis, feitas com materiais recicláveis.

Tóquio já foi sede de Jogos Olímpicos, em 1964. Em 2020, a capital japonesa volta a receber o megaevento, entre os dias 24 de julho e 9 de agosto.

 

Agência Brasil

 

 

Lochte pede desculpas

Michael Sohn/AP

O nadador norte-americano Ryan Lochte publicou nas redes sociais um texto pedindo desculpas aos brasileiros pelo 'falso assalto' no Rio de Janeiro.
O atleta inventou que passou por um incidente de roubo à mão armada em uma falsa blitz junto com outros três companheiros da delegação dos Estados Unidos. Lochte mencionou o idioma como um dos pontos principais para o início da confusão que gerou a mentira. Leia mais

 

 

Lula tem esperança

Leonardo Benassatto/Futura Press/Estadão Conteúdo

A menos de uma semana do início do julgamento final do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, no Senado, o ex-presidente Lula diz ter esperança de vitória.
Sem citar nomes, o petista diz que Dilma irá se 'expor corajosamente' no Senado 'para que o Judas possa acusá-la na frente dela'. Ele afirma ainda que o presidente interino, Michel Temer, é constitucionalista e sabe que a Dilma é vítima de um 'golpe parlamentar'. Leia mais

 

 

 

Freio na Samarco

Antonio Cruz/Agência Brasil

A mineradora Samarco terá de enfrentar um novo processo de licenciamento ambiental do complexo de barragens de Germano, em Minas Gerais.
Isso porque a Justiça do Estado aceitou pedido do Ministério Público de suspender todas as licenças, o que potencialmente coloca mais dificuldades para que a empresa retome as operações. Leia mais

 

 

Mercado financeiro

Tony Gentile/Reuters

A Bovespa teve pequena queda de 0,11% hoje, com 59.098,92 pontos. Apesar do desempenho negativo no dia, a valorização na semana foi de 1,37%. O resultado foi puxado, principalmente, pela queda nas ações de Petrobras, Itaú Unibanco e Bradesco.
Já no mercado de câmbio, o dólar caiu 0,81% e está cotado em R$ 3,207. No mês, a moeda norte-americana acumula valorização de 0,69%. Leia mais

 

 

 

Arrecadando menos

Beto Barata/PR

A arrecadação federal continua a cair, mas o ritmo de queda foi menor em julho, de acordo com dados divulgados pela Receita Federal. No mês passado, houve redução real, na qual já é descontada a inflação, de 5,8% em relação ao mesmo período de 2015. Em junho, a baixa foi de 7,14%.
A diminuição da arrecadação é reflexo da recessão econômica, que derruba a produção industrial, as vendas de bens e serviços e o nível de emprego. Leia mais

 

Globo parabeniza SBT

Lourival Ribeiro/SBT

Mesmo sendo uma rival de audiência, a Rede Globo parabenizou o SBT pelo aniversário de 35 anos da concorrente hoje. Pelo Twitter, a emissora carioca desejou "vida longa" à rede de Silvio Santos.
Não é a primeira vez que os canais interagem na internet. Em abril de 2015, o SBT homenageou a Globo pelos 50 anos da inauguração em um anúncio publicado em revistas e jornais e também nas redes sociais. Leia mais

Futebol masculino: busca do ouro do Brasil já parou três vezes na final

O jogo contra Alemanha neste sábado (20) é a quarta vez que o futebol masculino brasileiro chega à final do torneio olímpico. Nas outras três vezes, a seleção bateu na trave e ficou com a prata em Los Angeles 1984 (contra a França), Seul 1988 (diante da União Soviética) e em Londres 2012 (contra o México). Em comum, nas três derrotas os brasileiros levaram dois gols. Por outro lado, a seleção, apenas em 1984, não marcou um gol. Nas finais seguintes, na Coreia do Sul, Romário descontou, e na Inglaterra, o gol foi de Hulk.

Ao todo, o futebol olímpico brasileiro participou 11 vezes do torneio. Nas quatro primeiras vezes, em 1952 (em Helsinque, Finlândia), em 1964 (em Tóquio, Japão), em 1968 (na Cidade do México) e em 1972 (em Munique, Alemanha), a seleção não passou da primeira fase. Entre 1936 e 1980, a Federação Internacional de Futebol (Fifa) só autorizava que o torneio masculino fosse disputado por jogadores amadores, levando a uma supremacia dos países socialistas no pódio olímpico.

Nos Jogos de Los Angeles 1984, a Fifa passou a permitir que atletas que não tivessem jogados Copas do Mundo participassem das Olimpíadas. Somente a partir dos Jogos de Barcelona 1992, que teve início as regras atuais, que limitou a competição para jogadores de até 23 anos, abrindo uma execeção para apenas três atletas mais experientes.

Brasília - Seleção olímpica brasileira de futebol estreia nas Olimpíadas com empate sem gols contra a África do Sul, no Estádio Mané Garrincha (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O jogo contra Alemanha  é a quarta vez que o futebol masculino brasileiro chega à final do torneio olímpicoMarcelo Camargo/Agência Brasil

Em Montreal 1976, foi quando pela primeira vez a seleção chegou perto da medalha, ficando em  quarto lugar. Perdeu, naquela ocasião, por 2 a 0 para a União Soviética na disputa do quarto lugar. Em 1996, conseguiu o bronze ao vencer Portugal por 5 a 0, em um time que tinha Bebeto e Ronaldo. Mas, em 2000, um novo fiasco. Caiu para a seleção de Camarões nas quartas (perdeu por 2 a 1). Em 2008, o Brasil conquistou o segundo bronze ao derrotar a Bélgica por 3 a 0. Antes, a seleção havia sido derrotada pela Argentina por 3 a 0 nas semifinais.

 

Agência Brasil

 

Forças Armadas vão ampliar incentivos para atleta paralímpico de alto rendimento

 

Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil

O programa piloto das Forças Armadas para incentivo a atletas paralímpicos, que atualmente conta com dez pessoas, será ampliado. Segundo o ministro da Defesa, Raul Jungmann, o nome provisório é João do Pulo e o objetivo é que o programa tenha tanta expressão e resultado como os atletas militares estão tendo na Olimpíada.

Rio de Janeiro - O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse durante treinamento da Brigada de Infantaria Paraquedista para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, que suspeitos não conseguirão entrar no país po

Jungmann lembrou que, das 15 medalhas conseguidas pelo Brasil até o momento nos Jogos Rio 2016, 12 são de atletas militaresArquivo/Tomaz Silva/Agência Brasil

“Mas para isso você tem de adequar equipamentos e a parte de apoio pela especificidade que tem. E também tem de fazer um projeto onde os editais sejam voltados para atletas paralímpicos e tenha um pessoal profissional, treinadores, formadores, que tenham também essa expertise. Temos um piloto pequenininho, mas ele vai crescer. Hoje são dez pessoas, porque temos de aprender como fazer isso, mas tenha certeza que vai crescer e vai ganhar volume nos próximos anos”, acrescentou Jungmann.

O ministro lembrou que, das 15 medalhas conseguidas pelo Brasil até o momento nos Jogos Rio 2016, 12 são de atletas militares, incluindo as cinco medalhas de ouro. Com isso, a meta de dobrar as cinco medalhas dos atletas militares conquistadas em Londres 2012 foi superada.

“Oferecemos segurança e estabilidade para o atleta. Não é que o atleta militar seja um super-atleta ou um super-homem. São condições. Só isso. Tem um salário digno, um lugar onde possa treinar com bom equipamento, atendimento médico´e fisiológico. É só isso. Por isso, temos essa diferença e espero que isso se espraia pelo Brasil.”

Conforme Jungmann, os recursos para continuidade do programa foram negociados com o Ministério do Planejamento e estão garantidos. Ele visitou hoje o Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan) da Marinha, onde conheceu o Programa Forças no Esporte (Profesp), projeto social em parceria com os ministérios da Defesa, Esporte e do Desenvolvimento Social e Agrário. Atualmente, são beneficiadas 21 mil crianças em situação de vulnerabilidade social em 89 municípios de 26 estados brasileiros.

Jungmann explicou que o Profesp é a ponta oposta do programa de alto rendimento.

“Temos também um programa de formação de cidadania e iniciação com os jovens que, no contraturno, quando não estão na escola, vêm para as unidades militares, têm alimentação, atendimento médico, odontológico e, obviamente, iniciação nos esportes que eles têm talento e que eles gostam de se desenvolver. Hoje, já temos jovens que começaram no Forças do Esporte e já integram a equipe olímpica brasileira. É um programa de base que chega até o alto rendimento.”

A estudante Camila Fernandes Freire, de 12 anos, começou a frequentar o Cefan este ano. Segundo Camila, a rotina melhorou até o rendimento escolar. “Sou novata aqui, mas já treino vôlei há mais tempo. Comecei a treinar e fui gostando. Estou melhorando na natação, futebol e vôlei. Quero mesmo é fazer o vôlei de praia.”

Sobre segurança, o ministro informou que será feito esquema especial para a maratona no domingo (20), com presença ostensiva do Exército em todo o percurso. Afirmou que o mesmo esquema da abertura será repetido no encerramento, mesmo sem a presença do presidente interino Michel Temer.

 

Agência Brasil

 

Rio 2016: passageiro deve chegar ao Galeão 6 horas antes de voos internacionais

 

Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil

Prestes a completar um ano à frente da operação do aeroporto, a concessionária RIOgaleão, alcança 60% das obras de melhoria da infraestrutura do aeroporto a menos de um ano dos Jogos Olímpicos (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Na segunda-feira (22), 85 mil pessoas devem passar pelo Aeroporto Internacional Rio Galeão/Tom Jobim Tânia Rêgo/Agência Brasil

Passageiros de voos internacionais marcados para ao Aeroporto Internacional Rio Galeão/Tom Jobim, no Rio de Janeiro, nos dois dias seguintes ao encerramento da Olimpíada, no próximo domingo (21), devem chegar ao terminal com seis horas de antecedência. A orientação é da concessionária do aeroporto, que preparou uma série de medidas para garantir o bom fluxo de passageiros nesse período.

De acordo com o gerente de operações da concessionária, Carlos Rodriguez, a próxima segunda-feira (22) deve registrar movimento recorde em toda a história do aeroporto, que em dias normais recebe cerca de 40 mil passageiros. A expectativa é que até 85 mil pessoas passem pelo local e que cerca de 28 mil bagagens sejam despachadas.

“Foram mais de dois anos de preparação, com grandes simulados. Nosso objetivo é tirar a medalha de ouro agora na segunda-feira”, disse.

Check-in na Vila

Um esquema de check-in remoto será montado na Vila Olímpica para atender aos cerca de 7 mil atletas e integrantes de delegações, o que, segundo Rodriguez, será vital para garantir o sucesso da operação. “Conseguimos colocar 65 balcões de check-in espalhados pela Vila dos Atletas, que serão abertos a partir de domingo”, explicou. “É a primeira vez na história das olimpíadas que se faz [check-in] na Vila Olímpica e isso vai desafogar todo esse movimento que teríamos no aeroporto.”

Para entreter o público durante a longa espera, o aeroporto terá música ao vivo, apresentação da escola de samba da Mangueira, exposição de fantasias, oficina de samba, food trucks e vídeos dos melhores momentos da Rio 2016. “Será uma festa muito grande, toda a área de alimentação será reforçada para que o público tenha uma experiência agradável de despedida do Rio de Janeiro.”

As empresas aéreas farão uma força-tarefa para que os balcões de check-in funcionem a partir das 6h até o último voo. Devem ser registrados 430 movimentos de aeronaves no pátio, sendo 46 voos Charter, com mais de 350 passageiros.

O momento mais crítico da operação está previsto para as 19h de segunda-feira, segundo o gerente. “Haverá cerca de 23 grandes aeronaves de grande porte, além das aeronaves domésticas. Teremos uns 70 aviões estacionados nos pátios do Galeão.”

A partida do primeiro-ministro japonês, Shinz Abe, que participará do encerramento da Rio 2016, e da bandeira olímpica também ocorrerão neste dia, aumentando a complexidade na logística do aeroporto. Mais de 130 funcionários extras devem atuar neste dia, além dos voluntários da Rio 2016.

Batismo

Outro fato inédito da próxima segunda-feira no Galeão será a chegada da maior aeronave comercial do mundo, o Airbus 380, da delegação francesa, com capacidade para 540 passageiros. O avião será recebido no pátio com tradicional batismo de primeiro pouso em aeroporto, com jatos de água jogados pelos bombeiros.

Rodriguez ressaltou que a Paralimpíada será outro desafio tão complexo quanto a Olimpíada para o aeroporto, embora receba menos passageiros. “Em termos de logística é um desafio maior pois o atleta paralímpico tem geralmente de cinco a sete malas. O plano para esse fluxo paralímpico é totalmente diferenciado, preparamos as equipes e fizemos simulados com várias empresas para ter certeza quero embarque e desembarque, principalmente de cadeirantes, sejam feitos da melhor maneira possível”, disse.

 

Agência Brasil

 

Brasil se classifica para final do 4x400 masculino

 

Da Agência Brasil

A equipe brasileira de revezamento 4x400m masculino se classificou na noite de hoje (19) na oitava vaga para a final da competição da modalidade com o tempo de 3:00.43 minutos. O melhor tempo foi conquistado pela equipe jamaicana, que fez 2:58.29 minutos. O Brasil conseguiu sua classicação após a equipe da Grã-Bretanha ser desclassificada porque a troca dos bastão ocorreu fora da área permitida.

Pedro Luiz de Oliveira, Alexander Russo, Peterson dos Santos e Hugo Souza retornam neste sábado (20) ao Estádio Olímpico para a disputa da final da prova, que será disputada às 22h35, segundo o site da Rio2016.

 

Agência Brasil

 

 

Meninas sem medalha no futebol

Julia 
Chequer/Folhapress

A seleção brasileira feminina de futebol ficou apenas com o 4º lugar nas Olimpíadas do Rio de Janeiro.
As meninas não conseguiram segurar o Canadá na disputa pelo bronze, e perderam por 2 a 1 na Arena Corinthians, em São Paulo. Na disputa pelo ouro, a Alemanha se deu melhor e venceu a Suécia por 2 a 1. Leia mais

 

 

Favoritos na canoagem

Damien 
Meyer/AFP

Atuais campeões mundiais, Isaquias Queiroz e Erlon Silva começaram bem a busca pela terceira medalha do Brasil na canoagem nos Jogos Olímpicos.
Hoje, a dupla brasileira ficou em primeiro eliminatória e avançou direto para a final da categoria C2 – 1000 m.  A decisão acontecerá amanhã de manhã. Leia mais

 

 

Dream Team na final

REUTERS/Shannon

A Espanha bem que tentou, mas não foi párea para impor a primeira derrota da seleção norte-americana de basquete masculino em dez anos.
Em jogo muito disputado, o chamado Dream Team bateu os espanhóis por 82 a 76 e faz no domingo a grande final. Leia mais

 

 

Queixa de estudante contra deputado Marco Feliciano chega ao Supremo

 

André Richter – Repórter da Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu ontem (18) queixa apresentada pela estudante de jornalismo Patrícia Lélis contra o deputado Marco Feliciano (PSC-SP). Em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal no início do mês, Patrícia acusou o parlamentar de tentativa de estupro. O caso foi remetido ao Supremo pelo fato de o deputado ter foro privilegiado. O processo já está com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Marco Feliciano

O processo contra Marco Feliciano está com a Procuradoria-Geral da RepúblicaArquivo/Agência Brasil

Saiba Mais

Patrícia é da juventude do PSC, partido de Feliciano. A estudante contou que foi chamada por Feliciano para ir ao apartamento funcional dele, em Brasília, no dia 15 de junho, para participar de uma reunião sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigaria a União Nacional dos Estudantes (UNE).

Segundo Patrícia, ao chegar à casa do deputado, ela descobriu que ele estava sozinho e que não havia reunião. Feliciano então, segundo a estudante, tentou estuprá-la. Patrícia relata que gritou e que uma vizinha do deputado bateu à porta para saber o que estava acontecendo, o que colaborou para que o fato não se concretizasse.

Na Polícia Civil de São Paulo, Patrícia Lélis foi indiciada por denunciação caluniosa e extorsão por acusar Talma Bauer, assessor do deputado, de cárcere privado e sequestro.

Em um vídeo postado em sua página na internet logo após a denúncia, Marco Feliciano negou as acusações e disse que com o tempo ficará provado que as acusações não passam de “engodo” e “mentira”.

 

Agência Brasil

 

 

Paes aceita desculpas, mas diz sentir desprezo por nadadores dos EUA

 

Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil

Depois de a Polícia Civil do Rio de Janeiro revelar a farsa dos nadadores norte-americanos, que forjaram um assalto no último sábado (13), o prefeito Eduardo Paes disse hoje (18) ter pena dos atletas e aceitou o pedido de desculpas do Comitê Olímpico dos Estados Unidos. Conforme a polícia, os atletas não foram assaltados, mas se envolveram em um confusão em um posto de gasolina na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade.

O nadador norte-americano Ryan Lochte teria sido assaltado no Rio. Comitê Rio 2016 não confirma

Paes descartou medidas judicias contra Ryan Lochte e os demais nadadors norte-americanosReuters/David Gray/Direitos Reservados

Mais cedo, nas redes sociais, o nadador Ryan Lotche, pivô do caso, pediu desculpas aos colegas de equipe. Dois atletas que estavam com o grupo na noite da confusão, sexta-feira (12), chegaram a ser retirados de um avião para prestar depoimento

"As desculpas [do comitê norte-americano] estão mais que aceitas", afirmou o prefeito, durante evento no Rio com representantes do governo de Tóquio. “Confesso que, em relação a eles [nadadores], meu sentimento é de desprezo, por falhas de caráter, o que é um problema deles, não do comitê”. O prefeito descartou medida judicial contra os atletas, por terem prejudicado a imagem do Rio.

Apesar do ocorrido, ele agradeceu e elogiou a participação dos atletas norte-americanos que deram "um show" na Rio 2016 e conquistaram o topo do ranking de medalhas. Em especial, citou o nadador Michael Phelps, que se tornou "um ídolo brasileiro", brincou. "Não é um caso ruim desses que vai manchar a imagem dos norte-americanos aqui no Brasil", acrescentou.

Ao fazer um balanço das relações institucionais, o prefeito também enalteceu o Comitê Olímpico Internacional (COI) e alfinetou a Federação Internacional de Futebol (Fifa), que organizou a Copa do Mundo de 2014 no Brasil.

"A gente teve uma experiência muito ruim com a Fifa no Brasil. Arrogante, ela diminuía muito o Brasil. O COI [não] sempre esteve preocupado com legado para a cidade. A Fifa nunca me perguntou sobre nada", criticou.

O prefeito deu entrevistas durante encontro com a governadora de Tóquio, Yuriko Hoike, sobre a passagem da bandeira olímpica. O Japão será a sede da próxima edição dos jogos, em 2020.

 

Agência Brasil

 

 

Nadador Ryan Lochte pede desculpas após falso relato de assalto

 

José Romildo - Correspondente da Agência Brasil

O medalhista olímpico norte-americano Ryan Lochte divulgou hoje (19) pelas redes sociais um pedido de desculpas "por não ser mais cuidadoso e sincero" ao explicar o que ocorreu no domingo passado (14) após participar dos Jogos Rio 2016. 

O nadador norte-americano Ryan Lochte teria sido assaltado no Rio. Comitê Rio 2016 não confirma

O nadador norte-americano Ryan Lochte pediu desculpas depois de ter relatado falto assalto no Rio de JaneiroReuters/David Gray/Direitos Reservados

Lochte e mais três nadadores da equipe dos Estados Unidos haviam dito que tinham sofrido um assalto no Rio. Porém, ontem (18), a Polícia Civil informou que os atletas não foram assaltados e se envolveram em uma confusão em um posto de gasolina. 

"Quero me desculpar por meu comportamento na semana passada - por não ter sido mais cuidadoso e sincero - quando descrevi os acontecimentos daquela manhã cedo [domingo, 14] e por meu papel em levar para longe o foco dos muitos atletas que cumpriam os seus sonhos de participar nos Jogos Olímpicos", disse Lochte em um comunicado.

"Eu queria compartilhar esses pensamentos até que ficasse confirmada a situação jurídica e que ficasse claro que os meus companheiros de equipe estariam chegando em casa com segurança."

Em seu pedido de desculpas, Ryan Lochte disse que a experiência foi "traumática".

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"É traumática por ter acontecido com os seus amigos em um país estrangeiro - inclusive com a barreira da língua - e por ter acontecido em um ponto estranho com uma arma apontada para você e pela exigência de dinheiro para deixá-lo sair. Mas, independentemente do comportamento de qualquer outra pessoa naquela noite, eu deveria ter sido muito mais responsável e, por isso, lamento por meus companheiros de equipe, por meus fãs, por meus colegas concorrentes, por meus patrocinadores, e pelos anfitriões deste grande evento ", disse ele no comunicado.

Ryan Lochte também reconheceu que "esta foi uma situação que poderia e deveria ter sido evitada". Ele também falou em sua responsabilidade: "Eu aceito a responsabilidade pelo papel [que exerci] neste incidente e aprendi algumas lições valiosas".

Falso relato

Ryan Lochte afirmou no domingo (14), quando estava ainda no Rio de Janeiro, que ele e três outros nadadores - Gunnar Bentz, Jack Conger e James Feigen - foram roubados em um táxi de manhã cedo enquanto se dirigiam para a Vila Olímpica, após terem saída de uma festa.

Lochte disse, em entrevista à NBC News, na última quarta-feira (17), que os nadadores tinham usado um banheiro em um posto de gasolina e quando eles voltaram ao seu táxi, o motorista não se mexeu. Então dois homens se aproximaram com armas e distintivos e, segundo Lochte, ordenaram que ele e os demais atletas saíssem do carro.

Mas a história contada por eles foi desmentida ontem (18) pelo delegado brasileiro Fernando Veloso. O delegado declarou, no Rio, que os quatro nadadores dos Estados Unidos não foram roubados. Ao desmentir a história, o delegado disse que um ou mais atletas olímpicos dos Estados Unidos agiram como vândalos no banheiro do posto de gasolina. Os atletas quebraram espelhos e danificaram outros objetos, segundo a polícia.

Os atletas tentaram sair do local, mas os seguranças do posto pediram que eles permanecessem até a chegada da polícia. Outra pessoa que estava no local pediu para interceder em favor de uma tentativa de diálogo entre os atletas e os guardas.

Ryan Lochte e Jame Feigen foram indiciados por falsa comunicação de crime depois que fizeram o registro de ocorrência do roubo que não ocorreu. Feigen teve que pagar R$ 35 mil a uma instituição assistencial para poder deixar o Brasil,  informou hoje (19) a Polícia Civil. 

Ontem, Conger e Bentz prestaram depoimento e desmentiram a versão do colega. O Comitê Olímpico dos Estados Unidos (Usoc, sigla em inglês) pediu desculpas ao Rio de Janeiro e aos brasileiros pelo incidente causado pelos nadadores norte-americanos.

 

Agência Brasil

Defesa diz que Bumlai não pode voltar à prisão por problemas de saúde

São Paulo - O pecuarista José Carlos Bumlai na saída da sede da Justiça Federal, onde participou de acareação com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, por videoconferência, no processo da Operação Lava Jato (

O pecuarista José Carlos Bumlai na saída da sede da Justiça Federal, onde participou de acareação com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares no processo da Operação Lava Jato Rovena Rosa/Arquivo/Agência Brasil

A defesa do empresário José Carlos Bumlai pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki que o pecuarista seja colocado em liberdade ou que a sua prisão seja substituída pelo uso de tornozeleira eletrônica ou outras medidas alternativas. Os advogados tentam evitar que o réu retorne à prisão. O documento entregue ontem (18) ao STF complementa o pedido de habeas corpus apresentado no começo da semana.

Saiba Mais

Bumlai está cumprindo prisão domiciliar para tratamento de um câncer na bexiga e de problemas cardíacos. Na semana passada, o juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, determinou que o empresário se apresente à Polícia Federal (PF) no dia 30 de agosto para que seja novamente levado ao Complexo Médico Penal da capital paranaense.

“A aplicação de qualquer uma dessas medidas, justas e adequadas à situação do paciente, permitirá que ele possa continuar cuidando dignamente de sua saúde”, argumenta a defesa.

No documento, advogados destacam a situação de saúde de Bumlai e dizem que o empresário vem “sofrendo diversos males”, que os sintomas estão sendo “sistematicamente” informados a Moro e que o quadro se agravou nos últimos dias.

“Afinal, a simples notícia de que terá que voltar a cumprir prisão preventiva em regime fechado causou-lhe forte abalo emocional, o que contribuiu para que seu estado físico, já bastante debilitado, ficasse ainda mais vulnerável. Assim é que, desde o dia 10 de agosto, os sintomas que o acometem tem se tornado mais frequentes, inclusive com a necessidade de consultas médicas de emergência”, diz o documento.

A defesa também argumenta que, mesmo com a recomendação médica para ser internado, Bumlai compareceu à Polícia Federal para prestar depoimento. Na quarta-feira (17) o pecuarista foi ouvido em São Paulo sobre sua participação na reforma do sítio em Atibaia investigado na Operação Lava Jato. “Tal fato, por si só, já demonstra que o paciente não apresenta nenhum risco à ordem pública nem tampouco oferece qualquer óbice à aplicação da lei penal”, dizem os defensores.

 

 

Agência Brasil

 

Brasil vence Rússia e garante vaga na final no vôlei masculino

 

Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil

De quase eliminada na primeira fase à final olímpica. Após superar lesões de personagens importantes do time, como o ponta Lucarelli, a seleção brasileira masculina de vôlei atropelou hoje (19) o forte time da Rússia, por 3 a 0, e volta pela quarta vez a disputar o ouro.

Brasil vence Rússia e garante vaga na final no vôlei masculino

Brasil vence Rússia e enfrenta a Itália no domingoReuters/Ricardo Moraes/Divulgação

Com o apoio da torcida, a seleção do técnico Bernardinho não deu chances à Rússia e devolveu a derrota na final olímpica de Londres, há quatro anos. Em 1 hora e 23 minutos de jogo, o Brasil ganhou o primeiro set por 25 a 21, o segundo por 25 a 20 e o terceiro por 25 a 17.

Wallace foi decisivo e Lucarelli, mesmo ainda se recuperando, foi importante na recepção. Lipe, que superou uma contração muscular na lombar, fez uma excelente partida.

Com a vitória sobre a Rússia, o lídero Serginho, mais experiente e líder da equipe, disputa agora sua quarta final olímpica, contra a Itália, no domingo, às 13h15.

 

Agência Brasil

 

Alemanha vence Suécia e leva ouro do futebol feminino pela primeira vez

 

Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil

Seleção de futebol feminino da Alemanha vence Suécia e ganha ouro na Rio 2016

Seleção de futebol feminino da Alemanha vence Suécia, algoz das seleções do Brasil e dos Estados UnidosReuters/Murad Sezer/Direitos Reservados

Algoz das brasileiras e norte-americanas, favoritas ao ouro olímpico, as suecas não conseguiram hoje (19), na final olímpica, repetir a estratégia de jogar na defesa para levar o jogo para os pênaltis. Perderam o ouro do futebol femino para as alemãs, que venceram  por 2 a 1. Sem correr risco e maior posse de bola, a Alemanha conseguiu superar as adversárias para conquistar, pela primeira vez, a medalha olímpica de ouro.

Depois de um primeiro tempo sem muitas chances claras, as alemãs conseguiram furar o bloqueio da Suécia aos três minutos do segundo tempo, com Dzsenifer Marozsan. Aos 17, a Alemanha ampliou com um gol contra de Linda Sembrant.

Com o placar adverso, a Suécia abdicou de apenas se defender e partiu para o ataque. Aos 22 minutos da segunda etapa conseguiu diminuir a diferença com o gol de Stina Blackstenius. Mas a reação não foi suficiente. As alemãs conseguiram controlar o jogo até o final e ficaram com o ouro.

Mais cedo, o Canadá venceu a seleção brasileira também por 2 a 1 e conquistou, pela segunda vez consecutiva, a medalha de bronze.

 

Agência Brasil

 

"Sensacionalista" com muito orgulho


Por Mario Sabino

Quando atacam O Antagonista, os detratores do site costumam usar o adjetivo "sensacionalista", entre outras delicadezas.

O sensacionalismo é definido pelo Dicionário Aurélio como "divulgação e exploração de matéria capaz de emocionar, impressionar, indignar ou escandalizar".

Em geral, aplica-se o qualificativo aos tabloides que se dedicam a vasculhar a intimidade de celebridades dos mais diversos campos e tirar proveito de tragédias.

Não há como negar que O Antagonista divulga e explora a política brasileira como um dado emocionante, impressionante, capaz de indignar e escandalizar. O adjetivo "sensacionalista" é, portanto, aplicável ao site.

Para infortúnio dos detratores de O Antagonista, no entanto, esse é justamente o motivo do nosso sucesso. Conseguimos transformar o sensacionalismo em algo positivo, ao tratar sem mesuras -- e, quando é o caso, aos gritos escandalizados -- esse espetáculo indecoroso que é a política brasileira. Com isso, atraímos uma legião de leitores que andava entorpecida pelo jornalismo de gabinete que contamina as publicações tradicionais. Com isso, atraímos uma legião de leitores que jamais havia se interessado por política, pelo fato de a enxergarem lá longe, como um mundo apartado da vida real -- quando é justamente o contrário, a política é que está por trás de todas, absolutamente todas, as mazelas que infernizam o cotidiano do país.

No Brasil, confunde-se equilíbrio jornalístico com medo do poder e, não raro, certa cumplicidade com mandachuvas. Ouve-se com "imparcialidade" até bandido flagrado com dólar encontrado na cueca. Como sou "extremista", permito-me dizer que, estivesse cobrindo o Tribunal de Nuremberg, a imprensa nacional de hoje em dia iria ouvir o choro dos advogados de Hermann Goering ou Alfred Rosenberg, a fim de "compensar" as acusações contra esses monstros nazistas. E todos eles "teriam exterminado judeus e outras minorias", porque a "presunção de inocência" deve valer até o fim. O mais curioso é que tanta "isenção" não levou a que os jornais errassem menos. Só se tornaram mais anódinos.

Agradeço, portanto, o adjetivo "sensacionalista" que volta e meia nos dirigem. Enquanto tivermos leitores, continuaremos a emocioná-los, indigná-los e escandalizá-los com o escândalo que é a política brasileira, porque estamos do lado dos cidadãos do bem e queremos que eles (nós) mudem o país. E também seguiremos tentando diverti-los, porque às vezes só dá mesmo para fazer piada com as mentiras que essa gente nos conta.

 

O MELHOR DO DIA


O palhaço pede desculpas

Farsa desmontada, Ryan "Curtindo a Vida Adoidado" Lochte pediu desculpas pelo seu comportamento e pela forma como descreveu o falso assalto - mas voltou a dizer que... [leia na íntegra

- Palhaço
- Comité Olímpico dos EUA pede desculpas
- O efeito positivo de Lochte
- Ainda bem que a Olimpíada está acabando


À espera do cuspe

Dilma Rousseff vai adotar a velha estratégia da vitimização em sua defesa no julgamento final do impeachment, dia 29. A petista está sendo orientada a apelar para a emoção. A bancada da chupeta também... [veja o texto completo

- Dilma não entendeu nada
- Faz parte do show


O agenciamento da VTPB

Gilmar Mendes anexou ao processo de contas de Dilma Rousseff no TSE um ofício do secretário da Fazenda de São Paulo, Renato Villela, sobre a VTPB. Amigo do ex-ministro de Dilma Joaquim Levy, Villela diz que... [leia mais

- Não vacile, Gilmar


A estratégia de Lula

Em entrevista à BBC, Lula explica sua estratégia daqui para frente: "Então graças a Deus, foi através da imprensa estrangeira que a gente conseguiu fazer com que líderes importantes no mundo inteiro se dessem conta...” [veja mais

- Lula 2018

- Presidente?


O triplex da Folha

A Folha noticia o indiciamento de Nelci Warken, afirmando que a Operação Triplo X foi deflagrada para investigar a relação de Lula com um triplex no condomínio Solaris, no Guarujá. Não é... [leia mais


Está chegando a hora de Gleisi

Beatriz Bula, do Estadão, informa que o STF vai marcar a partir do dia 30 a sessão para decidir se aceita denúncia contra Gleisi Hoffmann. Ela e Paulo Bernardo são acusados... [veja o texto completo


Perícia do TSE quase pronta

Os peritos do TSE prometeram à ministra Maria Thereza entregar o relatório final sobre as gráficas fantasmas até a segunda-feira. Lá estará a análise do Coaf... [leia mais

- O que está acontecendo no TSE?


Temer-PSDB

De Renan Calheiros, na saída do encontro com Dilma Rousseff no Palácio do Alvorada, comentando a relação entre Michel Temer e o PSDB: "Eu acho que é fundamental...” [veja mais


Olho no reajuste dos ministros

Ricardo Ferraço avisou a O Antagonista que os projetos de reajustes do STF e da PGR serão votados na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado na próxima terça-feira. Os reajustes criam... [leia mais


Cuba privatiza

O governo cubano anunciou a privatização do aeroporto internacional José Martí, em Havana, que será operador agora pela francesa Aéroports de Paris. As obras de expansão ficarão a cargo da empreiteira... [veja mais

- Hino de Cuba



O que não está dito

A edição de fim de semana do Valor traz uma longa reportagem sobre por que os governos Lula e Dilma entregaram instabilidade econômica e política para o país. Uma série de entrevistados falam em... [leia mais

- Arrecadação cai 5,8% em julho

- Vamos torcer pelo 0x0
- Preto com bolinhas roxas, ou roxo com bolinhas pretas?
- O rolê internacional de Temer
- O BC afinou

 

 

Hugo Parisi passa para a semifinal dos saltos ornamentais

 

Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil

Hugo Parisi passa para a semifinal dos saltos ornamentais

Hugo Parisi passa para a semifinal dos saltos ornamentaisReuters/Stefan Wermuth/Direitos Reservados

O brasileiro Hugo Parisi conseguiu hoje (19) se classificar para a semifinal dos saltos ornamentais na plataforma de 10 metros. O atleta brasiliense passou para a próxima fase da Rio 2016 na 13ª colocação, com 422.45 pontos, entre os 18 melhores saltadores do mundo.

O britânico Thomas Daley, de 22 anos, passou para a próxima fase com 571.85. Em um dia mágico, Daley, bronze em Londres, conseguiu ultrapassar a marca dos 100 pontos no quarto dos seis saltos.

Disputando sua quarta olimpíada, é a primeira vez que Parisi consegue avançar de fase em Jogos. Antes, seu melhor resultado tinha sido a 19ª colocação, em Pequim. Em Londres, ele havia ficado na 30º e 32ª, em Atenas.

A semifinal da plataforma de 10 metros será disputada amanhã (20), às 11h, penúltimo dia da Rio 2016. Classificam-se para a final, que também será disputada amanhã, às 16h30, os 12 melhores saltadores.

 

Agência Brasil

 

Bolt se aposenta com medalha de ouro no 4 x 100 metros com equipe da Jamaica

 

Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil

Bolt se aposenta com medalha de ouro 4 x 100 metros com equipe da Jamaica

Bolt é o único tricampeão dos 100, 200 e do revezamento 4 por 100 na história dos jogos olímpicosReuters/Phil Noble/Direitos Reservados

O jamaicano Usain Bolt conquistou hoje (19) sua terceira medalha de ouro na Rio 2016 e a nona na carreira ao vencer a prova dos 4 por 100 metros com a equipe da Jamaica. Bolt diz que esta será sua última olímpiada e que está se aposentando das pistas.

Correndo os últimos 100 metros da prova, o mito a abriu larga vantagem dos demais competidores. A prata ficou com os japoneses. Os norte-americanos ue chegaram em terceiro lugar, mas foram desclassificados por invadirem a raia adversária e o bronze ficou com os canadenses. A equipe brasileira ficou na sexta colocação. Trinidad e Tobago também foi desclassificado.

Alem do "raio", o time jamaicano é formado por Asafa Powell,  Yohan Blake  e Mickel Ashmeade.

Bolt é o único tricampeão dos 100, 200 e do revezamento 4 por 100 na história dos jogos olímpicos.

 

Agência Brasil

 

Yane Marques adia decisão sobre aposentadoria: “vou sentir meu corpo”

 

Nathália Mendes - Enviada Especial do Portal EBC

Yane Marques chegou na encruzilhada que todo atleta precisa encarar: saber qual é a hora de parar. Dona da única medalha olímpica da América Latina no pentatlo moderno, a pernambucana tem duas opções: ou se mantém na briga por uma vaga nos Jogos de 2020 ou coloca um ponto final em sua vitoriosa carreira. O martelo só deve ser batido em 2017.

Rio de Janeiro - Brasileira Yane Maeques compete na final do pentatlo moderno dos Jogos Olímpicos Rio 2016, no Estádio de Deodoro (Fernando Frazão/Agência Brasil)

A pentatleta considera que a condição para seguir em frente é a capacidade de se manter competindo em alto nívelFernando Frazão/Agência Brasil

“Esse ano de 2017 vai ser um ano-teste para mim. Eu vou sentir meu corpo. Se eu perceber que não vivo sem isso aqui, vou continuar e vou tentar Tóquio. Se eu perceber que a magia acabou e não tenho mais o mesmo sentimento, o legado que deixei para o esporte já vai ter valido a pena”, afirma Yane.

A pentatleta considera que a condição para seguir em frente é a capacidade de se manter competindo em alto nível. “Ir para Tóquio por ir, para dizer que eu estive em quatro Olimpíadas, eu não vou não. Só vou se eu for competitiva”. A brasileira atingiu o seu ápice com o bronze de Londres 2012, duas medalhas pan-americanas e o vice-campeonato mundial, em 2013.

Yane é uma das grandes responsáveis por colocar o pentatlo moderno no radar do esporte nacional. O terceiro lugar em Londres e seus feitos no último ciclo olímpico fizeram com que ela passasse a ser reconhecida pelos brasileiros, apontada como esperança de medalha no Rio de Janeiro e escolhida, por votação popular, para carregar a bandeira do país na cerimônia de abertura.

“A gente ter conseguido lotar isso aqui (o estádio de Deodoro) para assistir o pentatlo, um esporte que até há pouco tempo ninguém sabia o que era, é incrível. E sei que tenho alguma contribuição para isso, porque este ainda não é um esporte muito acessível”, conta a atleta.

A idade e os sacrifícios da vida regrada de atleta são o que mais pesam para a aposentadoria. “Eu tenho 32 anos e sou atleta desde os 12. São vinte anos de treino, e isso significa que você não tem um final de semana, não pode dormir tarde, tem que acordar cedo, não pode fazer extravagância. É muita coisa”, desabafa.

2016 Rio Olympics - Modern Pentathlon - Ranking Round - Women's Fencing Ranking Round - Youth Arena - Rio de Janeiro, Brazil - 18/08/2016. Yane Marques (BRA) of Brazil. REUTERS/Jeremy Lee FOR EDITORIAL USE ONLY. NOT F

Na Rio 2016, Yane terminou em 23º lugarReuters/Jeremy Lee/Direitos Reservados

Formada em Educação Física e terceiro-sargento do Exército, Yane só sabe que quer se manter no esporte: “Eu vou continuar vivendo neste âmbito do desporto. Fazendo o que, eu ainda não sei. Vai depender das oportunidades que me aparecerem. Acho que eu tenho muito o que contribuir para essa garotada”, diz.

A pernambucana considera que é preciso preparar novos atletas na modalidade. “Eu queria muito que essa geração Yane acabasse e fosse substituída por gerações melhores. A gente tem condições, tem muito talento, mas há um vácuo entre a minha geração para essa galera mais jovem”.

Por ora, Yane tem aspirações muito simples: quer descansar e voltar a dormir com a família depois de terminar em 23º lugar nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. “Que fiquem as lições. Se, daqui desta torcida, meia dúzia de crianças procurem saber onde se treina pentatlo, já vai ter sido uma grande vitória”.

 

Agência Brasil