O juiz federal Sérgio Moro adiou para 30 de agosto o retorno do pecuarista José Carlos Bumlai ao presídio. Na decisão, Moro pediu que a defesa do empresário esclareça se Bumlai continua internado e entregue o resultado dos exames médicos. O acusado é réu em uma das ações penais da Operação Lava Jato que tramitam na Justiça Federal em Curitiba.
Saiba Mais
- Defesa entra com habeas corpus no STF para evitar que Bumlai retorne à prisão
- Moro determina que Bumlai volte à prisão
Em março, Moro autorizou Bumlai a cumprir recolhimento domiciliar para fazer tratamento contra câncer na bexiga durante três meses. Nesse período, o empresário foi monitorado por tornozeleira eletrônica. No dia 10 de agosto, Moro determinou que Bumlai voltasse à prisão no dia 23 de agosto por entender que o empresário oferece risco às investigações da Lava Jato.
Na decisão, o juiz citou que Bumlai responde ação penal na Justiça do Distrito Federal pela suposta tentativa de impedir o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró de assinar acordo de delação premiada.
“Considerando a proximidade do dia 23/08 e para evitar riscos desnecessários ao acusado, adio, por ora, para 30/08 sua reapresentação à Polícia Federal em Curitiba, sem prejuízo de nova avaliação se necessário”, decidiu o juiz.
No mesmo processo, são réus o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o filho do empresário, Mauricio Bumlai. A investigação foi aberta com base na delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral.
Jovens na faixa dos 20 vivem 1ª crise; veja dicas para organizar as finanças
por Mariana Nogueira
Poupar logo no início do mês e ter metas claras são ponto de partida.Especialistas recomendam que jovem tenha um fundo de emergência.
Acostumados a um país com renda e consumo em alta e grande oferta de empregos, jovens de pouco mais de 20 anos estão terminando a graduação e entrando no mercado de trabalho em um mundo "novo" – e bem mais difícil.
Com a crise econômica, só este ano mais de meio milhão de vagas de trabalho formais foram fechadas, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). E os jovens são os mais afetados: a taxa de desemprego entre eles cresceu de 15,25% no final de 2015 para 23,36% entre janeiro e março deste ano.
Em meio a este cenário, o G1 conversou com quatro recém-formados que têm dúvidas de como se organizar financeiramente. Especialistas no tema dão dicas práticas para ajudar a solucioná-las.
Por onde começar
Gabriela Bocaccio, 21 anos, formada no final do ano passado, ainda não encontrou um emprego fixo. Mas morar com o pai e contar com sua ajuda – incluindo gastos com mercado e plano de saúde – dão maior segurança neste momento de instabilidade. Porém, a jovem tem dificuldade de como organizar o dinheiro para cada necessidade. Por exemplo, Gabriela não tem um planejamento de quanto pode gastar com roupas e gastos em restaurantes.
Segundo o consultor financeiro Reinaldo Domingos, um bom ponto de partida é Gabriela fazer um diagnóstico da sua situação financeira. Ela deve anotar precisamente quanto ganha, quanto gasta e quanto tem guardado, durante 30 dias.
Essa atitude é importante para que ela coloque em ação uma estratégia de redução de gastos. “Se depois disso, ficar claro que há um empate- gasto mais do que ganho, ou recebo de ajuda – Gabriela deve repensar seus gastos. Posso garantir que ela consegue economizar 30% e terminar o mês bem mais tranquila”, diz.
Aplicativos de celular podem ser grandes facilitadores para essa tarefa (veja aqui e aqui)
Morando sozinho
O caso do recém-formado Pedro Camargo, 22 anos, é um pouco diferente. Também formado no final do ano passado, vindo do interior de São Paulo, ele foi efetivado no seu trabalho, divide um apartamento com dois amigos, mas vive nos limites de seu orçamento. O peso do aluguel e de outros gastos triviais fez com que ele entrasse em um embate: voltar para o interior para viver na casa dos pais ou continuar pagando aluguel?
Pedro gasta mais de 30% de seu orçamento com o aluguel. A educadora Cássia D’Aquino afirma que esse é um grande erro para quem quer economizar. A dica é que ele tente encontrar um outro apartamento, com preço de aluguel mais adequado à sua realidade atual e inferior a 30% de seu orçamento total.
“Temos que ter o pé no chão para avaliar que ‘ainda não posso manter tal padrão de vida’. O grande risco do Pedro é se habituar a gastar tudo o que ganha”, afirma Valter Police, planejador financeiro.
Segundo dados do aplicativo GuiaBolso, o caso de Pedro é comum: as contas essenciais consomem em média 60,3% da renda dos jovens entre 21 e 25 anos – os que estão iniciando a vida profissional.
Cuidado com o cartão de crédito
Gabriela Monteiro, 21 anos, entrou no Serasa, após não pagar uma conta do seu cartão de crédito. “Quando vi a conta já tinha tomado proporções imensas, cerca de R$ 1.500”, diz. Gabriela conseguiu negociar e contornou a situação, mas especialistas afirmam que esse é uma grande falha.
O uso excessivo do cartão de crédito e o parcelamento de contas são dois grandes deslizes. “As pessoas perdem o controle das suas finanças quando parcelam”, afirma Thiago Alvarez, um dos fundadores do Guia Bolso, aplicativo que ajuda a controlar as finanças. A ideia é parcelar só quando o valor for alto e sempre tentar pagar à vista.
Tenha um fundo de emergência
A educadora financeira Cássia D’Aquino é enfática ao dizer que ter um fundo de emergência é ponto de partida para estes jovens. O objetivo é conseguir juntar cerca de três a seis meses de renda. “É uma iniciativa que traz tranquilidade e que permite que todos os outros passos sejam tomados”, diz.
Essa reserva deve ser bastante segura e líquida – precisou, o dinheiro está lá. A preocupação com a rentabilidade é menor, nesse caso, porque é preciso priorizar essas duas características.
Tenha objetivos claros
Vivian Lis foi efetivada, mas confessa que não tem controle quanto aos seus gastos extras – restaurante, roupas, viagens. Ela mora com os pais, "o que alivia muito", mas mesmo assim passa por alguns perrengues. "Fui em um bar com meus amigos e o cartão não passou. Quando entrei no aplicativo do banco estava zerada na conta. Muita vergonha", conta.
Domingos afirma que ter objetivos claros e metas é a melhor saída para não gastar dinheiro sem pensar, como é o caso da Vivian. “Dinheiro guardado, sem saber o que você quer fazer com ele, é dinheiro de ninguém”, afirma.
O educador acredita que este jovem deve economizar 50% do seu salário e definir o destino deste dinheiro em três tempos: curto, médio e longo prazo. “Se o jovem não fizer isso ele não terá a motivação necessária para reduzir gastos ”, afirma. Os ′tempos′ podem envolver uma viagem, uma pós-graduação ou mesmo a compra de um apartamento, por exemplo.
O grande antídoto para o consumo não consciente são as metas. Se o jovem não defini-las, ele vai gastar todo o seu dinheiro " Reinaldo Domingos, educador financeiro Poupe no início do mês
Qualquer investimento, seja na conta poupança, na previdência privada ou em outras aplicações, deve ser feito no início do mês. Assim, o jovem cria o hábito de economizar e não terminar o mês no vermelho.
"Cada vez que uma pessoa gasta ou não gasta o dinheiro ela está fazendo uma escolha. E cada uma dessas escolhas terá uma consequência. Avaliar quais consequências ela quer ter", diz D′Aquino.
Vale a pena investir nessa faixa etária?
Segundo Police, quem começa a vida investindo, tem um futuro muito mais tranquilo de quem começa devendo. Mas esse investimento deve ser feito com cautela- não é necessário ser um expert no assunto, como muitos acreditam.
No entanto, é importante fazer uma pesquisa prévia de qual investimento responde mais às expectativas. É importante conversar com um especilista no assunto, pode ser um gerente de banco.
"Não invista em nada que não conheça. A ideia de que investir na poupança é mais seguro é uma lenda. Um fundo CDB (Certificado de Depósito Bancário), que são títulos que os bancos emitem para captar dinheiro das pessoas, é tão seguro quanto", afirma Police.
Invista de acordo com seus planos. Se você quer fazer uma reserva para viajar no final do ano, colocar esse dinheiro na poupança pode tornar o alcance do seu objetivo mais difícil, pois na poupança ele rende menos. O chamado Fundo DI- que em sua maioria investe em títulos do Tesouro Nacional- é uma ótima opção para os jovens que querem investir no curto prazo.
Começar desde cedo uma reserva para aposentadoria é uma boa ideia também. Mas é importante escolher um bom plano. "Esse dinheiro é para ser ′esquecido′ e trazer estabilidade para o futuro ", afirma Police.
*Sob supervisão de Laura Naime
Fonte: G1 - 18/08/2016 e Endividado
Consumidor tem até 7 dias para desistir de compra pela web
Dentro do prazo, o cliente tem direito de fazer a devolução do produto e exigir o dinheiro de volta
Comprar às escuras. É bem assim que os consumidores fazem ao adquirir bens pela internet. Na tela do computador, dá para ver a imagem do item, modelo, optar pela cor, dentre várias opções. Além de ser mais cômodo, pelo fato de não ter que sair de casa para fazer essas aquisições, os preços baixos também impressionam os adeptos dessa modalidade.
O risco é que nem sempre o que chega à casa do cliente, é equivalente à imagem que ele viu na hora da compra. Para garantir que as pessoas não levem gato por lebre, o Código de Defesa do Consumidor estabelece como regra o Direito de Arrependimento. Ou seja, toda vez que a compra for feita fora de lojas físicas - por telefone, através de site, dentre outros, a pessoa terá sete dias para desistir da aquisição, sem nenhum motivo aparente.
Para o advogado especialista na área, Alan Silva, o prazo de sete dias (corridos) passa a ser contabilizado a partir do recebimento do item. "A compra pode ser desfeita sem nenhum custo para o consumidor, que tem, inclusive, o direito de receber de volta o valor eventualmente pago e corrigido", explica.
Além de se atentar aos prazos, ele também alerta sobre a verificação da confiabilidade do site antes de efetivar a compra. "É preciso verificar se é conhecido, sem tem comentários de clientes satisfeitos, além de checar se está entre os mais reclamados nos órgãos de defesa do consumidor".
O estudante de 17 anos, Eduardo Barbosa, não teve esse cuidado. Ele comprou uma antena para WiFi em um site, há três meses e, até o momento, o item não chegou, apesar de constar como entregue.
Fonte: A Tarde - 18/08/2016 e Endividado
Reino Unido taxa refrigerante açucarado para combater obesidade
O Reino Unido disse nesta quinta-feira (18) que vai taxar companhias que vendem refrigerantes açucarados e investir o dinheiro arrecadado em programas de saúde para crianças em idade escolar. A decisão faz parte de uma estratégia para combater a obesidade há muito aguardada, mas que críticos dizem ser muito tímida.
Os fabricantes de bebidas também atacaram o plano, que pede a eles que reduzam urgentemente os níveis de açúcar em produtos direcionados ao público infantil sob o argumento de que quase um terço das crianças entre 2 e 15 anos já está acima do peso ou obesa.
Em comunicado com detalhes da estratégia, que tem sido desenhada por anos, o governo disse que a obesidade custa bilhões de libras ao Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS, na sigla em inglês) todos os anos.
Mas o professor de medicina cardiovascular e presidente do conselho do grupo Ação contra o Açúcar, Graham MacGregor, criticou o plano e disse que ele não é uma resposta à altura da crise de obesidade e diabetes, que "irá quebrar o NHS a menos que algo radical seja feito".
Ao estabelecer um imposto sobre o açúcar, o Reino Unido junta-se a Bélgica, França, Hungria e México, que já impuseram alguma forma de taxação sobre bebidas com adição de açúcar. Países escandinavos também têm adotado impostos similares.
Os planos do Reino Unido preveem que o imposto incida sobre bebidas com um teor de açúcares totais superior a 5 gramas por 100 ml, com possibilidade de taxas maiores para bebidas ainda mais açucaradas.
O departamento de saúde do governo diz que bebidas açucaradas são a maior fonte de açúcar para as crianças, e que uma criança pode consumir mais do que o volume diário recomendado com apenas uma lata de refrigerante, que contém nove colheres de chá de açúcar.
Por outro lado, o diretor-geral da Associação Britânica de Bebidas Leves, Gavin Partington, disse que o imposto é "punitivo" e irá "causar milhares de perdas de empregos sem causar um impacto significativo nos níveis de obesidade".
Fonte: Reuters - 18/08/2016 e Endividado
Meirelles acordará de seu sonho mais ingênuo?
Por Rodolfo Amstalden
Ontem Temer prometeu aos tucanos que acordará Henrique Meirelles do sonho de ser candidato em 2018.
Nós, Antagonistas, continuamos atentos ao toque do despertador.
Aguardemos o alarme definitivo do impeachment para tirar conclusões mais seguras.
Que Meirelles flertasse com a ideia lá perto de 2018, podia-se até imaginar, mesmo sem tolerar.
Mas logo já? De forma tão precoce e politicamente ingênua?
Como economista, eu jamais entenderia tal candidatura, por motivo elementar.
Economistas não estão preparados para se tornarem presidentes.
Talvez seja, dentre todas mil, a pior formação possível para a presidência.
FHC acabou sendo um bom ministro da Fazenda pois já reunia as condições para um bom presidente, e não o contrário.
Já imaginou o que seria Joaquim Levy presidente? Ou mesmo o brilhante Simonsen? Não ia funcionar nunca.
Economistas são técnicos, platônicos, quase científicos - enxergam a política como algo “ineficiente”; têm vergonha da retórica, desejam escondê-la por trás de deduções.
Presidentes se orgulham da retórica, e exercem a arte política com maestria.
O economista vaza notas à imprensa, enquanto a imprensa vaza notas sobre o presidente.
Reunião de Pauta - 18.08.2016 - Decisão do STF matou aplicação da Lei da Ficha Limpa para prefeitos
[Clique aqui para ver o vídeo]
O MELHOR DO DIA
Janot devolve inquérito das gráficas para Fachin
O Antagonista apurou que Rodrigo Janot devolveu ao ministro Edson Fachin o inquérito criminal sobre a VTPB, Focal e outras gráficas fantasmas da campanha de Dilma... [leia na íntegra]
"Eles não foram assaltados"
Fernando Veloso, chefe da Polícia Civil fluminense, em coletiva, sobre a mentira contada pelos nadadores americanos: "Eles não foram vítimas dos fatos criminosos..." [veja o texto completo]
- Os crimes dos playboys
- Os vândalos olímpicos
- A história dos nadadores só piora
- Perderam, playboys
Britânicos estão apavorados com o Rio
O Guardian teve acesso a um comunicado de autoridades britânicas para seus atletas olímpicos, registra O Globo. Confira dois trechos: "(O) Rio não é um ambiente seguro...” [leia mais]
- O porta-voz da Rio-2016 quer esculhambação
Autor de dossiê contra Moro é suspenso
Leandro Daiello acaba de suspender de suas funções na Polícia Federal o agente Flávio Werneck, presidente da Fenapef. Werneck foi flagrado entregando... [veja mais]
O mensalão volta a assombrar Lula
Lembram daquele inquérito que apurava a propina de US$ 7 milhões da Portugal Telecom para o PT no exterior, envolvendo Lula, Zé Dirceu, Antonio Palocci e Miguel Horta? A PF e o MPF pediram... [leia mais]
Dilma vai tomar um banho
Cientes de que a petista planeja usar sua aparição no Senado para alimentar a historieta da vítima perseguida, senadores já traçaram um plano para contra-atacar, segundo Lauro Jardim. Caberá às senadoras... [veja mais]
Movimento sai em defesa da Ficha Limpa
O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral avisou que vai "mobilizar a sociedade brasileira em defesa do estrito cumprimento da Lei da Ficha Limpa". Em texto divulgado em meio às críticas feitas por Gilmar... [leia na íntegra]
- Gilmar reforça críticas à Ficha Limpa
- Movimento quer novo julgamento no STF
- A revogação da Lei da Ficha Limpa
O petrolão não foi brincadeira, Gabrielli
De José Sérgio Gabrielli, sobre o bloqueio de seus bens pelo TCU, na Coluna do Estadão: “Não tenho comentários. Virou uma brincadeira”. De verdade mesmo, só... [veja mais]
- AGU quer processar Gabrielli
Milhões para propaganda anticorrupção?
O Antagonista soube que Onyx Lorenzoni, relator da comissão das 10 medidas contra a corrupção, está sendo procurado por pessoas preocupadas também em fazer "bons ajustes" no projeto. Um dos pontos... [leia o texto completo]
- A melhor propaganda anticorrupção
- “Emendas criminosas”
O juiz está certo
O juiz Olavo Zampol negou indenização ao fotógrafo Sérgio Andrade da Silva, que perdeu um olho ao ser atingido por uma bala de borracha nas manifestações de 2013 em São Paulo. Cabe recurso. Para o juiz... [veja mais]
Só dá Brasil
Dois fatores sustentam a alta do dólar hoje, ambos ligados à economia brasileira. O primeiro é a preocupação do mercado quanto ao ajuste fiscal. Até agora... [veja mais]
- Cada vez mais espertos
- Espaço vago
- Temer quase sofre primeira derrota no Senado
Companhia aérea Gol permanece impedida de cancelar voos sem justificativa
A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou, por unanimidade, recurso da Gol Linhas Aéreas contra decisão do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) que havia impedido a empresa de cancelar voos com destino ou originários de Cruzeiro do Sul (AC).
O Ministério Público do Acre (MPAC) ingressou com ação civil pública contra a empresa após uma série de cancelamentos de voos sem justificativa. A cidade de Cruzeiro do Sul está localizada no ponto mais a oeste do País, e em alguns períodos do ano, o único acesso ao município é por via aérea.
As decisões de primeira e segunda instâncias proibiram a Gol de cancelar voos na rota de Cruzeiro do Sul sem uma justificativa técnica intransponível (condenação de obrigação de não fazer). Além disso, determinaram a comunicação expressa quando fosse caso justificado de cancelamento da viagem.
Concessão pública
Para o ministro relator do recurso, Humberto Martins, não procedem as alegações da empresa de que o Judiciário proferiu sentença que interfere na atividade econômica da companhia aérea. O ministro destacou que o serviço é uma concessão pública, pactuada após oferta de rotas da empresa perante o Poder Público.
Ao assumir os trajetos, o magistrado explicou que a empresa assume a responsabilidade de prestar o serviço ofertado, tanto em rotas lucrativas como naquelas com poucos passageiros, como é a questão analisada.
“O caso analisa uma relação de consumo entre duas partes, empresa e consumidor, portanto não cabe a participação da Agência Nacional da Aviação Civil - Anac -, já que analisamos a frustração do consumidor de algo que ele comprou e não foi entregue”, explicou o ministro.
A empresa alegou que apenas a Anac poderia fazer algum tipo de regulação sobre o assunto, por isso deveria ter participado da ação (litisconsórcio). Argumentou também que o Judiciário não poderia ter imposto a obrigação de não fazer à empresa.
Economia
Em parecer pela rejeição do recurso, o Ministério Público Federal (MPF) considerou correta a decisão do tribunal acriano, já que o Ministério Público estadual agiu de forma exemplar ao tutelar os direitos coletivos da população afetada.
Para o MPF, cancelar voos por motivos econômicos é um desrespeito ao consumidor, agravado pelo fato de, em muitos casos, não existir nenhum tipo de comunicação ou orientação aos passageiros sobre o cancelamento.
“A questão é séria. Não há justificativa para não oferecer um produto que foi vendido. É uma pena que ainda temos que discutir esse tipo de assunto, já que é uma obrigação implícita que não deveria ser contestada”, argumentou o subprocurador da República Brasilino Pereira dos Santos.
Ineditismo
Ao acompanhar o voto do relator, o ministro Herman Benjamin destacou o ineditismo da demanda no STJ.
“É a primeira oportunidade que temos de decidir sobre um caso concreto e é algo que não é importante apenas para o Acre ou Cruzeiro do Sul, é importante para todo o Brasil”, resumiu o ministro.
Herman destacou que, ao cancelar voos sem justificativa, a empresa violou diversos artigos do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Ele rechaçou os argumentos de que o Poder Judiciário havia decidido além de sua competência.
O magistrado explicou que além de exercer jurisdição sobre as obrigações da empresa em suas relações com o consumidor, o Judiciário também tem o dever de observar a atuação das agências reguladoras para evitar prejuízo à sociedade.
Peculiaridade
A ministra Assusete Magalhães lembrou que, como magistrada no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), pôde acompanhar por diversas vezes o transtorno que os cancelamentos provocam, principalmente na região Norte, com áreas de difícil acesso, como o município de Cruzeiro do Sul, situado no vale do Rio Juruá (Amazônia).
“O serviço em questão torna-se essencial para a população, já que muitas vezes é a única forma de chegar ou sair de um local. O serviço deve ser contínuo”, afirmou.
Humberto Martins destacou que o entendimento da turma será aplicado em todo o País, independentemente da cidade ou da companhia aérea.
Fonte: STJ - Superior Tribunal de Justiça - 18/08/2016 e Endividado
Lucro líquido da Nestlé cai 8,9% no 1º semestre
por Cristian Favaro
Segundo a empresa, o resultado de US$ 4,26 bi foi influenciado pelos fracos preços globais, pouca demanda em mercados importantes como a China e a valorização do franco suíço
ZURIQUE - A Nestlé registrou lucro líquido de 4,1 bilhões de francos suíços (US$ 4,26 bilhões) no primeiro semestre de 2016, uma retração de 8,9% na comparação com os 4,5 bilhões de francos suíços reportados em igual intervalo do ano passado. O resultado, segundo a empresa, foi influenciado pelos fracos preços globais, pouca demanda em mercados importantes como a China e a valorização do franco suíço.
Nos primeiros seis meses do ano, a empresa registrou uma receita de 43,2 bilhões de francos suíços (US$ 44,9 bilhões), um crescimento orgânico (que ignora os efeitos das mudanças cambiais, aquisições e desinvestimentos) de 3,5% e real de 2,8%. As vendas orgânicas cresceram 4,7% no continente americano, 2,5% na Europa, Oriente Médio e Norte da África. Já na Ásia, Oceania e África subsaariana cresceu 2,3%. "Na China, o crescimento no mercado de alimentos e bebidas abrandou significativamente", informou a
Nestlé.
Como outras grandes empresas mundiais, a Nestlé enfrenta também desafios demográficos e globais como o crescimento nos mercados emergentes, o envelhecimento das economias avançadas e também os novos gostos dos consumidores, que mostram preferência cada vez mais pela nutrição saudável e produção local.
As vendas da Nestlé também foram prejudicadas nos recentes anos pela valorização do franco suíço, que fez a empresa perder força em mercados importantes, como China e Europa. "Os preços atingiram um nível historicamente baixo, por causa de cenários deflacionários em toda uma série de mercados desenvolvidos e os baixos preços das commodities", disse a Nestlé.
No primeiro semestre do ano passado os números também caíram se comparado com igual período de 2014, em que o lucro líquido recuou 2,5% e a receita apresentou leve queda de 42,98 bilhões de francos suíços para 42,84 bilhões.
A empresa também enfrentou um problema que vai além do mercado em meados do ano passado, quando teve que retirar o macarrão Maggi das prateleiras da Índia após alguns reguladores alegarem que as embalagens continham excesso de chumbo./ COM DOW JONES NEWSWIRES
Fonte: Estadão - 18/08/2016 e Endividado
Ouvidoria pode ser opção do consumidor para resolver pendências
Canal funciona melhor do que o Serviço de Atendimento ao Consumidor.Número de brasileiros que reclamam dos SACs aumentou 25% ante 2015.
Quem costuma ligar para o Serviço de Atendimento ao Consumidor já sabe. Muitas vezes a dor de cabeça acaba sendo maior do que o problema que você tem em casa, mas é bom ficar atento. As empresas têm um canal que funciona melhor do que o SAC, que é a ouvidoria.
Vanessa achou que já tivesse tudo resolvido com o banco. Só que a cobrança ainda chega. E quando tenta falar no SAC...
“Cai em um atendente, fala que não é ele quem resolve e passa para outro atendente e vai me passando, me passando e nunca que eu acho o tal atendente que vai resolver o meu problema”, afirmou a técnica em patologia clínica Vanessa Ramos Oliveira.
É lei federal. Depois que o consumidor tecla a opção para reclamar, sugerir, tirar dúvida, tem que ser atendido em até um minuto. A partir daí, o atendente só pode transferir a ligação se for para um coordenador. A empresa tem cinco dias para dar uma resposta. A Maria Amélia cansou de esperar. “Passa de um para o outro, você tem que estar sempre repetindo a mesma coisa”, declarou.
O número de brasileiros que procuraram os procons para reclamar dos serviços de atendimento ao cliente aumentou 25% em relação ao ano passado. As principais queixas são que o atendente não soube ajudar, demorou para responder ou porque a cobrança indevida não foi retirada.
Antes de ir ao Procon ou à Justiça, a dica é ver se a empresa tem uma ouvidora. Bancos, planos de saúde, companhias de energia elétrica, de telefonia, por exemplo, são obrigados a ter esse canal de comunicação com o cliente. Para os especialistas em direito do consumidor, a chance de resolver o problema assim é boa.
“É um órgão independente, autônomo, que deve funcionar para que a empresa não lese os consumidores. Tem penalidades e ninguém quer ser penalizado. Quando mexeu no bolso dessas empresas, o que elas fazem é tentar corrigir imediatamente”, afirmou o presidente da Comissão Direito Consumidor, Marlus Riani (OAB–MG)
O cliente precisa ter os protocolos das tentativas de atendimento pelo SAC. Seu Aloísio procurou a ouvidoria depois que o banco descontou tarifas que não devia de uma conta.
“A ouvidoria ligou para o banco e obrigou eles a resolver em poucas horas e resolveu mesmo”, afirmou o vendedor Aloísio Ribeiro de Souza.
Bom Dia Brasil: Falaram o que com o senhor?
Seu Aloísio: Ah! O senhor me desculpe, mil desculpas! E resolveram.
Fonte: G1 - 18/08/2016 e Endividado