segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Senador diz dominar órgão federal: “Isso aqui é nosso. A melancia que eu quiser aqui eu vou botar”


Em áudio, após nomear ex-assessor para a Secretaria de Patrimônio da União, Hélio José afirma que manda na SPU e que adversários terão de “limpar as gavetas”. Conversa com funcionários do órgão federal vazou na internet. Novo superintendente sofre resistência


Edilson Rodrigues/Agência Senado
Edilson Rodrigues/Agência Senado
Segundo o senador, o funcionário indicado por ele para a SGU é um "gestor financeiro de elevada capacitação"
Responsável pela indicação do novo superintendente da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), vinculada ao Ministério do Planejamento, o senador Hélio José (PMDB-DF) disse que põe a “melancia” que quiser no órgão e que quem não “estiver com ele” pode “cair fora”. “Isso aqui é nosso. Isso aqui eu ponho quem eu quiser aqui. A melancia que eu quiser aqui eu vou botar”, afirmou o senador na última terça-feira (2), ao apresentar aos servidores da SPU o novo superintendente da secretaria, Francisco Nilo Gonsalves Junior, que foi seu assessor no Senado. O áudio das declarações foi vazado pela internet.
Ouça o primeiro trecho:

A nomeação do ex-assessor do senador, que assumiu a superintendência na terça, despertou a oposição de um grupo de servidores da SPU. Os funcionário alegam que o novo superintendente é dono de uma imobiliária particular — característica considerada conflituosa para um gestor da SPU, que gerencia as terras da União.
Ouça a segunda parte:

Na gravação, o senador ainda afirma que Francisco Nilo “tem lado” e que o “lado dele é o do senador Hélio José”.  Hélio José diz ser o “responsável pela SPU a partir de hoje (terça, 2)”. Em outro trecho, o peemedebista acusa a superintendente substituta da SPU, Valéria Veloso, de divulgar informações contra o novo titular. A servidora não foi encontrada pela reportagem para comentar o assunto.
Ouça:

Em nota enviada ao Congresso em Foco, o senador afirmou que Francisco Nilo é um profissional autônomo e não detém propriedade de empresa no ramo imobiliário. Disse ainda que o seu indicado não é “nem é sócio administrador e nem sócio cotista de qualquer imobiliária no DF e no país”. Para reforçar seu argumento, Hélio José enviou à reportagem certidões emitidas pela Junta Comercial do Distrito Federal. A reportagem aguarda retorno do novo superintendente de Patrimônio da União.
Muitos assessores e partidos
Suplente de Rodrigo Rollemberg (PSB), Hélio José herdou o mandato quando o titular assumiu o governo do Distrito Federal. Como revelou a Revista Congresso em Foco, o senador tem 86 funcionários à sua disposição, a maior equipe de gabinete entre os 81 senadores. Embora seja hoje do partido do presidente interino, Michel Temer (PMDB), o parlamentar é um dos que ainda não anunciaram como vão votar pela abertura do processo penal contra a presidente Dilma Rousseff na próxima terça-feira (9).
Ex-petista,  Hélio José assumiu no Senado como representante do PSD, no início do ano passado. No fim de 2015, filiou-se ao Partido da Mulher Brasileira (PMB). Em março se filiou ao PMDB.
A SPU administra o patrimônio imobiliário da União e é vinculada ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Desde o primeiro governo Lula quem administra o órgão é o PT do Distrito Federal. Até a chegada de Hélio José, que já foi dirigente do partido no DF, quem dava as cartas na secretaria era o ex-deputado federal Geraldo Magela.
Veja a íntegra da nota do senador Hélio José:
“O senador Hélio José (PMDB-DF) vem por meio desta, esclarecer que o sr. Francisco Nilo Gonsalves Junior é profissional autônomo e não  detém propriedade de empresa no ramo imobiliário. Francisco Nilo também, não detém  nenhum título de sócio administrador de qualquer empresa no País e tão pouco faz parte, na condição de acionista, de qualquer imobiliária, apesar daqueles que tentaram fazer crer nas inverdades construídas por parte de alguns servidores da Superintendência do Patrimônio da União no Distrito Federal (SPU/DF).
O sr. Nilo é gestor financeiro, devidamente inscrito no Conselho Regional de Administração, de elevada capacitação técnica, a quem o senador confiou e sugeriu uma indicação técnica para assumir a SPU-DF, que tem por finalidade zelar, manter, administrar e sobretudo, ajudar a destravar o sistema fundiário inclusive na regularização dos condomínios de uma forma técnica, honesta e totalmente dentro da legalidade.
Segue em anexo, Certidões emitidas pela Junta Comercial do Distrito Federal, que comprovam a veracidade dos fatos e evidencia que Francisco Nilo, nem é sócio administrador e nem sócio cotista de qualquer imobiliária no DF e no País.”

Congresso em Foco



Maia diz que Câmara vota amanhã projeto de renegociação de dívidas dos estados

Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, fala sobre o projeto de renegociação das dívidas dos estados (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia disse acreditar que a discussão sobre a matéria será encerrada ainda hojeFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O projeto que trata da renegociação das dívidas dos estados e do Distrito Federal com a União será votado amanhã (9) na Câmara dos Deputados. A afirmação é do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), após reunião com o relator do projeto, Esperidião Amin (PP-SC), e líderes partidários nesta segunda-feira (8).

“Hoje, conseguimos terminar um texto que representa a opinião da maioria dos líderes dos partidos da Casa. Se tudo der certo, vamos encerrar a discussão ainda hoje, com a apresentação do texto final por parte do relator e dar tempo para que cada deputado possa ler a versão final e apresentar destaques até amanhã, às 10h da manhã”, afirmou Maia.

Relator da proposta, Esperidião Amin, disse que, após as negociações, retirou do texto o que, em sua opinião, feria o Pacto Federativo, como o aumento da contribuição previdenciária dos servidores público e a inclusão, no limite de 60%, das receitas correntes líquidas, gastos com terceirizados e benefícios como auxílio-moradia e gratificações atualmente não incluídos na conta. Esse limite consta da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

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Segundo ele, a nova versão do texto está mais enxuta e vai garantir a repactuação das dívidas contraídas com a União em 1997 por 20 anos. “Estamos retirando do projeto tudo que falava sobre Previdência e sobre o aumento da contribuição previdenciária dos servidores públicos [...], limite de gastos e modificação da LRF”, disse.

Brasília - O deputado Esperidião Amim fala sobre o projeto da renegociação das dívidas dos estados (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Para Esperidião Amim, o governo cedeu em pontos que serão tratados em outras propostasFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

De acordo com o relator, o governo cedeu nesses pontos que serão tratados em outras proposições, algumas já em tramitação na Câmara, como a proposta de emenda à Constituição (PEC 241/16) que fixa teto de gastos para os próximos 20 anos e outras em negociação, como a reforma da Previdência. O governo também estuda promover mudanças na LRF, mas ainda não deu detalhes da proposta. 

Um dos pontos polêmicos, o que trata do reajuste de servidores, foi mantido. Pelo projeto, os estados que aceitarem renegociar dívidas terão de adotar um teto para o crescimento dos gastos públicos e proibir por dois anos a concessão de vantagens e aumentos para os servidores públicos.

“Por dois anos haverá um limite de despesas, que é da inflação do ano anterior, valendo ao Estado, respeitada a discricionariedade federativa, despender mais recursos aqui ou acolá. Ou seja, o preceito federativo está respeitado, diferentemente da regra que tinha sido estabelecida no projeto de lei original”, informou Amin.

O acordo que prorroga o pagamento das dívidas e impõe o teto de gastos precisa ser ratificado pelas assembleias estaduais. “Caberá às assembleias legislativas tomar a decisão de aceitar o limite ou não. A União já acertou o limite com os estados. Estamos deixando claro que esse limite tem de ser aprovado pela assembleia. Se não for aprovado, não vale”, explicou. “Depois de dois anos, os estados voltam a respeitar a Lei da Responsabilidade Fiscal se ela não for mexida”, acrescentou.

A negociação em torno da proposta enfrenta obstáculos dos estados e de parlamentares, inclusive da base aliada do governo do presidente interino Michel Temer, por impor condicionantes, entre elas o aumento do percentual de contribuição da Previdência pago pelos servidores estaduais.

Na manhã desta segunda-feira, o governo conseguiu fechar um acordo em torno da proposta depois da reunião, no Palácio do Planalto, entre Rodrigo Maia, Esperidião Amin, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o presidente interino Michel Temer, o líder do Governo na Câmara, André Moura (PSC-SE),e o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.

 

 

Agência Brasil

Antenas de celular não fazem mal à saúde, defendem especialistas

Brasília - Ministério Público do Distrito Federal e Territórios considera que torres de celular podem prejudicar a saúde (Marcelo Camarg/Agência Brasil)

Ministério Público do Distrito Federal e Territórios considera que torres de celular podem prejudicar a saúde; especialistas contestam Marcelo Camargo/Agência Brasil

A polêmica sobre a determinação de que as operadoras de telefonia retirem as antenas de celularde áreas próximas a escolas públicas no Distrito Federal trouxe o debate sobre a possibilidade de esses equipamentos fazerem mal à saúde da população. Mas, segundo especialistas, não há estudos que comprovem a relação da radiação emitida pelas antenas com o surgimento de doenças.

O professor de engenharia elétrica Leonardo Menezes, da Universidade de Brasília (UnB), diz que é praticamente consenso que a exposição à radiação das antenas não tem efeito notável nenhum sobre a saúde. “O que se estudou até hoje a respeito é que não se encontrou nada que leve a doenças como o câncer, por exemplo”, explicou.

Mas, segundo ele, ainda há dúvidas dos efeitos do uso prolongado dos aparelhos de celular. “Já houve dúvidas muito tempo atrás em relação às antenas, mas com o avanço das pesquisas já se chegou à conclusão de que, se houver efeito, é muito pequeno. É muito mais provável o efeito do telefone em si do que da torre.”

Legislação

Ao exigir o cumprimento de uma lei distrital de 2004 – que proíbe a instalação de antenas em áreas destinadas a atividades educacionais e prevê a distância mínima de 50 metros dos equipamentos de unidades imobiliárias –, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) determinou a retirada de 32 antenas que ficam em áreas de escolas. As operadoras dizem que não podem cumprir a determinação, porque não há onde realocar as antenas.

Para o presidente da consultoria de telecomunicações Teleco, Eduardo Tude, a legislação que restringe a instalação das antenas é baseada no desconhecimento técnico sobre o tema. “A lei não reflete o conhecimento científico que se tem no mundo sobre o assunto. Esse tipo de restrição vem mais do medo e do desconhecimento, mas não tem nenhuma base científica.”

Ele lembra que, quando a lei foi elaborada, já existiam estudos sobre o assunto que demonstravam não haver riscos à saúde. Segundo Eduardo Tude, os limites colocados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a instalação das antenas já trazem uma margem grande para garantir a segurança da população.

Prejuízos à saúde

Na determinação para a retirada das antenas das escolas, o MPDFT considera que as antenas em áreas urbanas provocam impactos importantes na paisagem e na qualidade de vida de quem mora perto, além dos possíveis malefícios à saúde. Segundo o órgão, pesquisas apontam efeitos negativos possivelmente causados pelas radiações não ionizantes oriundas dos aparelhos e das antenas de celular, em especial, os efeitos não térmicos, como distúrbio do sono, crises epiléticas em algumas crianças expostas à radiação de antenas, severa diminuição da produção de leite, perda de massa muscular, abortos espontâneos e ocorrência de natimortos.

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Os promotores consideraram que as áreas escolares são frequentadas por crianças e adolescentes, que, por estarem em desenvolvimento físico e mental, podem sofrer danos maiores por causa da presença das antenas.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) destaca que algumas pessoas podem apresentar efeitos como aumento na temperatura do corpo quando expostas a campos eletromagnéticos intensos. Mas, segundo a agência, a população em geral não se aproxima o suficiente das antenas transmissoras para sentir esses efeitos, pois o acesso às antenas é protegido por cercas ou edificações que impossibilitam essa aproximação.

“Todos os dias, muitas pessoas são expostas a ondas eletromagnéticas de radiofrequências de baixa intensidade, provenientes de diversas fontes, sem perceber qualquer efeito. Apesar disso, pesquisas científicas continuam investigando a possibilidade da existência de efeitos ainda não detectados”, informa a Anatel.

Regulamentação

Os níveis seguros de exposição às ondas de rádio emitidas pelas antenas de celulares estão estabelecidos em regulamento da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) – responsável por definir os limites para exposição humana a ondas eletromagnéticas e fiscalizar o cumprimento da regulamentação.

“As avaliações feitas em estações transmissoras de telecomunicações, em diversas localidades brasileiras, têm demonstrado que seus campos eletromagnéticos estão abaixo dos valores limites adotados. A Anatel, ao estabelecer limites de exposição a campos eletromagnéticos de radiofrequências e fiscalizar seu atendimento, busca garantir que, em locais passíveis de ocupação humana, não sejam excedidos os limites de exposição”, ressalta a agência.

O diretor do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), Ricardo Dieckmann, garante que a instalação das antenas segue critérios técnicos de acordo com os limites de exposição estabelecidos pela Anatel, que também certifica e homologa os equipamentos. “Cada instalação que é feita passa pelo processo de licenciamento da Anatel para garantir que os padrões estão de acordo com a regulamentação.”

Serviço

Na avaliação do professor Leonardo Menezes, a retirada das antenas poderá prejudicar a população porque vai reduzir a cobertura do serviço de voz e tornar o acesso à internet móvel mais lento. “As antenas não estão lá só para enfeitar. Nas regiões onde se retirarem as antenas, o sinal da internet vai piorar, a taxa de transmissão vai cair, ou seja, vai ser mais difícil acessar a internet.”

As plataformas de altas altitudes para a colocação de antenas de celulares poderiam ser uma alternativa, de acordo com Menezes, mas seu uso é mais recomendado para áreas isoladas, como florestas e áreas rurais. A ideia é usar drones, balões ou dirigíveis que funcionam como antenas de celular, mas em grandes altitudes. Segundo ele, nas áreas urbanas, como em Brasília, seria preciso haver muitos equipamentos para garantir a qualidade do sinal, e o custo desses equipamentos é mais alto.

A Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) havia notificado as operadoras e já retirou uma das antenas, na região administrativa do Guará. Uma nova reunião entre o governo do DF, as operadoras de telefonia e o Ministério Público deve ocorrer nos próximos dias para debater a questão. Se o MP não aceitar o argumento das empresas sobre a impossibilidade da retirada das antenas, a Agefis poderá fazer novas ações para retirar equipamentos.

O Distrito Federal é a unidade da Federação onde há mais linhas de telefones celulares ativas por habitante, com 1,8 linhas para cada morador da região.

 

 

Agência Brasil

O presente de Rosemary: protegida de Lula ganhou apartamento

Nova investigação do MP indica que Rosemary Noronha, a protegida de Lula, obteve um imóvel da Bancoop sem tirar um centavo do bolso, num desdobramento do esquema que beneficiou o ex-presidente com o tríplex no Guarujá. Outros personagens ligados ao petista também foram contemplados

 

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Pedro Marcondes de Moura

 

Em março deste ano, o Ministério Público de São Paulo pediu a prisão preventiva do ex-presidente Lula pelos crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica no caso do tríplex do Guarujá. Agora, se descobre que o esquema do imóvel ocultado pela família Lula da Silva tem mais capilaridade do que se imagina e não se limitou a beneficiar o petista. Privilegiou também outros personagens ligados a Lula, à cúpula do PT e à Central Única dos Trabalhadores. É o que demonstra o Ministério Público de São Paulo em nova fase da investigação, batizada de Operação Alcateia. Mais de sete volumes de documentos colhidos pelos promotores até agora dão segurança para eles afirmarem que a amiga de Lula, Rosemary Noronha, recebeu um apartamento da falida Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) sem tirar um centavo do bolso. Rose, como era conhecida no governo quando, a pedido de Lula, ocupou a chefia de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo, teria sido favorecida com um duplex de cerca de 150 metros quadrados no Condomínio Residencial Ilhas D’ Itália, numa área nobre do bairro paulistano da Mooca. “Rosemary Noronha não conseguiu provar que pagou o imóvel”, afirmou à ISTOÉ o promotor Cássio Conserino. “Ela, assim como outros personagens ligados a Lula, não apresentou um mísero comprovante bancário de pagamento de uma parcela”, complementa. Os outros personagens íntimos de Lula a que Conserino se refere são o presidente da CUT, Vagner Freitas, e a própria Central Única dos Trabalhadores. O lado mais sórdido disso tudo é a consequência desta e de outras fraudes da Bancoop. Com a falência da cooperativa, mais de sete mil famílias perderam as economias de uma vida e o sonho da casa própria ao investirem na entidade ligada ao sindicato dos bancários. Enquanto cooperados de boa-fé foram lesados em suas poupanças, Lula e amigos, de acordo com a investigação, acabaram contemplados com imóveis sem precisar mexer no bolso.

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A nova fase da investigação, filhote daquela que chegou ao tríplex de Lula, está prestes a ser concluída. O nome Alcateia foi escolhido pela semelhança entre a cadeia hierárquica existente entre os investigados e a adotada pelos lobos. Em ambos os casos, acreditam os promotores, há um líder central que designa o papel e garante a sobrevivência dos outros integrantes do bando. Neste caso, o chefe seria o ex-presidente Lula, como mostram documentos e depoimentos. Em um deles, uma testemunha narra ter presenciado João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT preso na Lava Jato e então presidente da Bancoop, afirmar, aos risos, que em breve a cooperativa iria quebrar. Mas a bancarrota, segundo Vaccari, pouparia o tríplex do chefe no Guarujá e apartamentos de pessoas íntimas dele. Os promotores já sabem que Vaccari não blefou. O que o ex-tesoureiro do PT implicado na Lava Jato não revelou, naquela ocasião, é que muitos desses imóveis sequer seriam pagos pelos futuros proprietários. O MP chegou a essa conclusão ao enviar para Rosemary Noronha e outras doze pessoas próximas ao “chefe” uma lista de questionamentos. Perguntaram quais imóveis eles teriam adquirido da Bancoop e pediram que comprovassem o pagamento das parcelas.

A protegida

De acordo com o MP, Rose possui dois apartamentos da Bancoop. Ambos localizados no bairro paulistano da Mooca. Em relação ao mais valioso deles, um duplex de 150 metros quadrados no Condomínio Residencial Ilhas D’ Itália, a amiga de Lula não apresentou um documento sequer que atestasse o pagamento. “Rosemary não apresentou um comprovante e ainda omitiu que era dona deste imóvel em sua resposta”, afirmou o promotor Cássio Conserino.

Algumas das respostas chamaram a atenção do Ministério Público. Em documento enviado em junho, Rose passou com louvor na prestação de contas de um outro imóvel construído pela Bancoop também na Mooca. Juntou uma série de comprovantes que mostram o pagamento do apartamento no Condomínio Torres da Mooca. Não falou, no entanto, uma palavra sobre um imóvel mais valioso localizado na mesma rua: o duplex de 150 metros quadrados, que está em nome de sua filha Mirelle. Às autoridades, a própria Mirelle confirmou que quem comprou o duplex da Bancoop, avaliado em R$ 1,5 milhão, foi sua mãe. Em janeiro de 2014, o apartamento teria sido repassado para a filha. “A partir deste momento, passei a arcar com os pagamentos do imóvel”, disse Mirelle em documento enviado para as autoridades paulistas.

Amigos de Lula

Ocorre que Mirelle também não conseguiu comprovar o pagamento de uma parcela sequer. Apresentou uma planilha da empreiteira OAS, que assumiu o empreendimento da Bancoop, e uma declaração de quitação em que não aparecem nem o valor total pago nem a forma como se deu o pagamento. “Além dos documentos apresentados não terem validade, é estranho que ela não tenha feito nenhuma referência ao pagamento da taxa de migração para a OAS que todos os cooperados tinham de arcar. Há cada vez mais indícios de que os suspeitos receberam um tratamento diferenciado”, complementa Cássio Conserino. Para os promotores, está claro que o apartamento não foi pago. Foi doado pela Bancoop em uma das muitas fraudes que levaram a cooperativa à falência. “Quaisquer vantagens obtidas ocorreram em detrimento das famílias lesadas”, lamentou o promotor.

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No meio político, Rosemary Noronha ganhou notoriedade pela proximidade com o ex-presidente. A relação dos dois remonta a 1988, quando ela trabalhava como caixa da agência bancária onde o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC detinha conta corrente em São Bernardo do Campo. A amizade levou Rose a administrar as contas pessoais de Lula, que depois a convidou para ser secretária da sede do PT em São Paulo. Lá, ela trabalhou por 12 anos. Quando ascendeu à Presidência, Lula nomeou Rosemary como assessora do gabinete em São Paulo. Depois, como chefe de gabinete do escritório da presidência da República, também na capital paulista. Em diversas viagens de Lula ao exterior, ela esteve presente na comitiva. Nos bastidores, o poder alcançado por Rose incomodava a ex-primeira-dama Marisa Letícia. Em dezembro de 2012, Rosemary deixou o governo após ser um dos alvos da Operação Porto Seguro. A protegida de Lula foi acusada de envolvimento com uma organização criminosa que fazia tráfico de influência em órgãos públicos.

As informações colhidas até agora pelo Ministério Público complicam outro aliado do ex-presidente. O presidente da Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas, não conseguiu demonstrar ter pago à Bancoop por um apartamento registrado em seu nome no condomínio Altos do Butantã. Apresentou apenas uma explicação fajuta de que teria comprado a unidade na capital paulista a partir da soma de valores de cotas que teria adquirido de dois apartamentos. “É estranho que ele tenha investido em duas unidades e não tenha mostrado comprovantes de nenhuma”, diz Conserino. Segundo o Ministério Público, a matrícula registrada em cartório não comprova que Vagner Freitas quitou o imóvel. “A questão é se ele pagou. Isso ele não conseguiu mostrar”, afirma o promotor.

As provas reunidas até agora pelo Ministério Público demonstram também que a Central Única dos Trabalhadores, fundada por Lula e braço sindical do PT, também teria sido aquinhoada com imóveis da Bancoop de maneira irregular. Questionado pelos promotores, Vagner Freitas se limitou a dizer que as unidades, sem mencionar quais, foram negociadas diretamente com a Bancoop e que não ocorreram repasses para a OAS. Não demonstrou um comprovante bancário, transferência ou boleto atestando que a CUT realmente pagou alguma parcela das duas unidades que possui em um empreendimento construído pela Bancoop no bairro paulistano do Tatuapé. Com três quartos, cada apartamento está avaliando em cerca de R$ 400 mil. “Há uma simbiose grande entre a CUT e Bancoop, cooperativa do sindicato dos bancários. Inclusive, há, atualmente, integrantes da CUT que participam do alto escalão da cooperativa”, complementa o promotor Cássio Conserino.

Rosemary, assim como outros, não apresentou um mísero comprovante bancário de pagamento do imóvel” - Cássio Conserino, promotor de Justiça de São PauloRosemary, assim como outros, não apresentou um mísero comprovante bancário de pagamento do imóvel” – Cássio Conserino, promotor de Justiça de São Paulo

Houve, entre os investigados pela Operação Alcateia, quem conseguisse comprovar que desembolsou pelos imóveis. Carlos Gabas, ex-ministro de Dilma Rousseff, forneceu comprovantes suficientes para lotar uma pasta. Freud Godoy, ex-segurança de Lula, e a esposa dele também enviaram uma série de registros de pagamentos dos apartamentos que compraram da Bancoop. No entanto, nessa nova fase da investigação, os promotores ainda vão periciar os documentos. Em pelo menos um caso, mantido em sigilo, constam recibos pela metade ou boletos sem autenticação bancária. O Ministério Público ainda pretende cruzar as informações de pagamento dos investigados com os dados fiscais da Bancoop, obtidos em outra denúncia sobre fraudes na cooperativa.

Uma cooperativa de fraudes

Na lista de suspeitos do Ministério Público aparecem ainda conhecidos da Operação Lava Jato. São os casos do ex-tesoureiro do PT e ex-presidente da Bancoop, João Vaccari Neto, e da cunhada dele, Marice Corrêa de Lima. Ambos foram presos por envolvimento no Petrolão. Ao responder aos promotores, Marice disse que as escrituras dos apartamentos que teria adquirido da Bancoop já estavam com a força-tarefa do Petrolão. Enviou apenas uma planilha da Bancoop. Nela, estão as somas das parcelas pagas. Para os promotores, o documento por si só não serve para afastar as suspeitas que recaem sobre eles. “Não há como levar a sério uma planilha referendada pela cooperativa se os acusados são dirigentes ou pessoas próximas a ela”, afirma o promotor do MP-SP. Em um despacho sobre Marice, o próprio juiz Sergio Moro disse que “enquanto vários foram prejudicados pela gestão da BANCOOP”, “a investigada aparenta ter lucrado em decorrência de aparente generosidade da OAS”. A cunhada de Vaccari recebeu da empreiteira envolvida no Petrolão mais de duas vezes o valor que pagou ao devolver um apartamento no prédio em que está o tríplex atribuído à família Lula. O mesmo imóvel foi vendido, em seguida, pela construtora por um valor abaixo do pago a Marice.

A situação de Vaccari é ainda mais grave. O ex-tesoureiro do PT se tornou um personagem onipresente nas investigações da Bancoop. Sua passagem pela presidência da cooperativa, entre 2004 e 2008, foi marcante. Cooperados reclamam de assembleias fraudadas e cobranças de taxas irregulares. Foi pelas mãos dele que a Bancoop foi à bancarrota e iniciou as controversas transferências de empreendimentos inacabados. Desde 2010, ele é réu de uma ação por lavagem de dinheiro, estelionato e formação de organização criminosa. Recentemente, teve a sua prisão pedida no caso do tríplex do Guarujá, apesar de já estar detido, desde abril de 2015, por envolvimento na Operação Lava Jato.

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Operação Alcatéia

Promotores paulistas estão prestes a concluir a segunda fase da investigação do tríplex de Lula. Suspeitas chegam à Rosemary Noronha, amiga do ex-presidente. Confira:

> A investigação é a segunda etapa da que pediu a prisão do ex-presidente. Ela recebeu o nome de Operação Alcatéia pela semelhança entre a hierarquia existente entre os investigados e a dos lobos. Em ambos os casos, há um líder central que designa o papel e garante a sobrevivência dos outros integrantes do bando. Neste caso, seria o ex-presidente Lula

> Com base em mais de sete volumes repletos de documentos, os promotores suspeitam que personagens ligados a Lula, ao PT e à CUT receberam vantagens da Bancoop. Há fortes indícios de que alguns chegaram a ganhar apartamentos sem pagar nada. Rosemary Noronha, amiga de Lula, não conseguiu comprovar o pagamento de um duplex na capital paulista.

 

Isto É

Esgrima: Toldo perde para italiano e está fora da semifinal no florete masculino

Após bela escalada nas provas de florete individual masculino, o brasileiro Guilherme Toldo perdeu as quartas de final para o italiano Daniele Garozzo e está fora da disputa nessa modalidade.

O brasileiro ganhou três provas hoje (7), passando pela primeira e segunda fases e pelas oitavas de final de manhã, mas não conseguiu passar pelo italiano, que foi muito superior desde o início do jogo.

Garozzo encerrou a competição ainda no primeiro tempo, por 15 a oito e segue para a semifinal em busca do ouro olímpico. Mais cedo, Toldo chegou a vencer o atual campeão do mundo, Yuki Ota, e atingiu um dos melhores desempenhos de esgremistas brasileiros em olimpíadas.

Ele se emocionou ao final e recebeu o apoio da torcida pelo belo desempenho.

 

Agência Brasil

 

Ciência sem Fronteiras deve acompanhar bolsistas na volta ao país, diz Capes

 

Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil*

O programa Ciência sem Fronteiras deve se preocupar em aproveitar a experiência dos bolsistas quando retornam ao Brasil. É o que defende o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Abilio Baeta Neves, em entrevista à TV Brasil: “O programa tem que ter reinserção para que depois o estudante não fique rolando no mercado de trabalho ou fique sem a inserção adequada. Isso não é interessante”.
O programa Ciência sem Fronteiras foi lançado em 2011 com a meta de conceder inicialmente 101 mil bolsas - 75 mil bancadas pelo setor público e 26 mil por empresas privadas. As bolsas são voltadas para as áreas de ciências exatas, matemática, química e biologia, engenharias, áreas tecnológicas e de saúde. Uma segunda fase do programa deveria ter começado no ano passado, mas em ano de ajuste fiscal, após concluir a meta inicial, o programa foi suspenso para avaliação.

No último dia 25, a Capes anunciou algumas das modificações que deverão ocorrer, entre elas o fim das bolsas para a graduação. Na primeira fase, 78,9% das bolsas foram concedidas a graduandos. 

Neves diz que os critérios para a selação de bolsistas na pós-graduação, que inclui análise de projeto e adequação às linhas de pesquisa das instituições internacionais, deve ser mantido, mas que o Ciência sem Fronteiras deve se preocupar com o aproveitamento dos estudantes quando retornam ao país. Ao falar sobre as bolsas de doutorado e pós-doutorado, lembra que é preciso pensar na inserção dos pesquisadores.

“A ideia de mandar para o exterior é que isso seja proveitoso para o nosso sistema de pesquisa”, afirma o presidente. “Reinserir esses indivíduos em um sistema universitário de pesquisa ou inovação é importante para que o programa tenha o impacto desejado desde o início”.

A reformulação ainda está sendo feita e Neves não detalhou como será o acompanhamento do retorno dos bolsistas. Segundo ele, o governo está dialogando com as universidades para aumentar a participação delas no acompanhamento dos intercambistas. “De certo modo, o programa aconteceu sem grande envolvimento das universidades brasileiras. Houve um ganho significativo pessoal, mas não houve impacto, não agregou tanto valor assim aos cursos das universidades do Brasil”.

 

Agência Brasil

 

Primeiro avião do mundo específico para atletas é apresentado na Casa da Rússia

 

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil

Foi apresentado hoje (7) na Casa da Rússia, no Clube Marimbás, no Rio de Janeiro, o protótipo do primeiro avião do mundo voltado especialmente para o transporte de atletas profissionais. Desenvolvido pela empresa Sukhoi Civil Aircraft, o SportJet é equipado com aparelhos médicos que realizam exames variados. É a primeira vez que o avião é exposto ao público.

Rio de Janeiro - Casa da Rússia, em Copacabana, apresenta o protótipo do primeiro avião desenvolvido especialmente para atletas profissionais, o SportJet, e mostra sua cultura (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Casa da Rússia, em Copacabana, apresenta o protótipo do primeiro avião desenvolvido especialmente para atletas profissionais, o SportJet, e mostra sua culturaTânia Rêgo/Agência Brasil

A aeronave tem operação prevista para o final de 2017, informou o vice-presidente sênior da companhia russa, Evgeniy Andrachnikov. A ideia, segundo ele, é que os atletas possam, durante uma viagem, se recuperar de algum problema, como uma contusão ou estresse devido ao longo voo, por exemplo, com auxílio dos equipamentos e equipes médicas a bordo.

O avião tem capacidade para equipes esportivas de cerca de 50 pessoas, incluindo médicos, fisioterapeutas, técnicos, mas pode ser adaptado para mais assentos. Há camas específicas para massagens, fisioterapia, tratamento de lesões e inflamações. Entre os equipamentos, está uma cápsula para diagnósticos precisos dos atletas, aparelhos para treinos, entre outras novidades.

A médica do SportJet, Irina Zelenkova, disse à Agência Brasil que representantes do Comitê Olímpico Internacional (COI) e dos comitês dos Estados Unidos e Grécia já visitaram o protótipo, mostrando interesse no projeto. “Acreditamos que vai ser útil para atletas de todo o mundo”, externou. “A aeronave ajuda a atender de forma mais ágil as necessidades dos atletas que, assim, podem relaxar”.

Rio de Janeiro - Casa da Rússia, em Copacabana, apresenta o protótipo do primeiro avião desenvolvido especialmente para atletas profissionais, o SportJet, e mostra sua cultura (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O avião tem capacidade para equipes esportivas de cerca de 50 pessoas, incluindo médicos, fisioterapeutas, técnicos, mas pode ser adaptado para mais assentosTânia Rêgo/Agência Brasil

Evgeniy Andrachnikov informou que atualmente, times de atletas costumam usar aeronaves de até 180 lugares, cujo custo de manutenção durante uma viagem é em torno de US$ 3 mil mais caro que o do SportJet. O avião russo pode transportar até 100 passageiros. 

A companhia decidiu construir o avião para atletas quando percebeu que não havia nada igual no mercado desportivo mundial, que movimenta US$ 1 bilhão em viagens, informou. Segundo ele, a ideia não é restringir a venda dessa aeronave à Rússia, mas para todos os países. Os principais mercados identificados são Estados Unidos, Rússia, Ásia, Américas e Oriente Médio.

O avião tem autonomia para voar cinco horas direto, sem escalas. Os voos esportivos, explicou o vice-presidente sênior, são feitos obedecendo a escalas para não cansar os atletas. Times de basquete e hóquei, por exemplo, têm um máximo de 50 integrantes, em geral.

O público poderá visitar o protótipo do SportJet  a partir do próximo dia 10 até o dia 18, na Casa da Rússia, a partir das 10h. Não é preciso inscrição prévia. A empresa fabricante é patrocinadora da casa de hospitalidade russa.

 

Agência Brasil

 

Há algumas semanas, a imprensa do Japão já havia falado sobre a possibilidade Akihito abdicar. ‪#‎GloboNews‬

Imperador japonês se diz preocupado com dificuldade de exercer o cargo

G1.GLOBO.COM

 

O comitê Rio 2016 disse que o disparo acidental aconteceu durante um teste do próprio alarme. ‪#‎GloboNews‬ ‪#‎Rio2016‬

Alarme de incêndio dispara no centro de mídia da Olimpíada e dá susto em jornalistas

G1.GLOBO.COM

 

Eles enfrentam a dupla sérvia com Djokovic na próxima rodada:http://glo.bo/2axIddn

Bruno Soares e Marcelo Melo vencem nas duplas masculinas de tênis

G1.GLOBO.COM

 

 

Só o motorista estava a bordo e teve ferimentos graves nas pernas:http://glo.bo/2aEWsCH

Ônibus cai em uma encosta e vai parar em um canteiro de obras no Sudoeste da China

G1.GLOBO.COM

 

Marcelo Rebelo de Souza esteve em São Paulo e visitou parte das instalações do museu, que está fechado após incêndio:http://glo.bo/2b4QtHa

Museu da Língua Portuguesa poderá ser reinaugurado em 2018, diz presidente de Portugal

G1.GLOBO.COM

 

Maria da Penha: lei foi eficiente, mas precisa ampliar serviços, diz educadora

 

Maiana Diniz - Repórter da Agência Brasil*

Brasília - A Casa da Mulher Brasileira reúne serviço integrado e humanizado de atendimento às mulheres em situação de violência (Wilson Dias/Agência Brasil)

Brasília - A Casa da Mulher Brasileira reúne serviço integrado e humanizado de atendimento às mulheres em situação de violência (Wilson Dias/Agência Brasil)Wilson Dias/Agência Brasil

A gota d´água para que Maria* buscasse ajuda a fim de romper o ciclo de violência em que vivia foi ter sido estuprada pelo companheiro com quem está há dez anos. Mas, para ela, esse episódio não foi o pior que enfrentou. Antes disso, Maria viveu anos do que hoje reconhece como tortura psicológica.

Segundo ela, Roberto* nunca foi um homem carinhoso, mas atribuía isso ao fato de ele ser 22 anos mais velho que ela, que tem 54. Ela disse que desde o início da relação, ele se mostrou muito ciumento e machista. “Mas eu achava o namoro normal, até que começou o desrespeito total, depois de uns quatro anos juntos”.

Roberto agredia Maria de diversas maneiras. “Me jogava para baixo, dizia que eu não servia para nada, que eu fazia tudo errado, que eu não era uma boa mulher e que ele ia procurar outras. Se passava uma mulher atraente, ele a cantava na minha frente”. Os xingamentos foram se tornando cada vez mais frequentes. “Até que um dia ele começou a ejacular nas cuecas que eu tinha que lavar e me dizia que tinha sido fulana ou sicrana quem havia provocado o desejo dele”, conta, indignada.

Depois de tanta humilhação, Maria percebeu que estava adoecendo e decidiu tomar uma atitude por conta própria. “Parei de fazer sexo com ele. Disse ao Roberto que ele não me tocaria mais. A briga foi feia. Ele me castigou parando de me dar dinheiro, além de parar de pagar meu aluguel. Eu moro com a minha filha de 18 anos no mesmo prédio que ele, mas não é no mesmo apartamento. Três meses depois, fui despejada. Passei um período na casa de uma vizinha mas, nesse ínterim, peguei uma pneumonia e afundei numa depressão. Era muita pressão, vergonha, tudo. Depois de um tempo não vi saída, tive que me humilhar e acabei voltando com ele.”

Maria limpa, lava, passa e cozinha para Roberto, mas ele insiste em dizer que ela não trabalha. Ele sempre lembra quem paga as contas e, logo, quem manda. “Como se o que eu faço não fosse trabalho. A única diferença é que não sou remunerada, porque trabalho e muito. E é essa a única razão, eu continuo com ele porque dependo financeiramente dele.”

Ela relatou que há alguns meses apareceu uma moça na sua vizinhança que passava todos os dias em frente à loja de Roberto, a caminho da academia. “Ele ficou fascinado por ela e não fazia questão nenhuma de esconder isso. Dizia que sonhava com ela, que ela era mulher de verdade. De novo, aquilo me feriu muito. Agora, já parei de chorar, mas estava tão doente que não conseguia nem falar dos meus problemas.”

A máquina de lavar do prédio de Roberto é coletiva e fica no corredor para uso comunitário. “Eu fui à casa dele lavar as roupas e estava deitada na cama enquanto a máquina funcionava. De repente, ele subiu, minutos depois da hora que eu sabia que a moça passava e me estuprou. Aí, eu me toquei do que ele estava fazendo, ele estava com tesão por outra e me usou. Para mim, foi o fim.”

Após o episódio, Maria procurou o Centro Especializado em Atendimento à Mulher para buscar um psicólogo. “Fui bem atendida por uma equipe multidisciplinar. Perguntaram se eu queria fazer a denúncia, mas eu disse que não podia. Por que eu não posso? Ele é muito conhecido e eu preciso dele. Eu quero é me curar e me livrar dele.”, disse.

Maria continua com Roberto, mas está se preparando para deixá-lo. “Eu penso em ter a minha independência, por isso estou me reciclando e me empenhando, porque preciso dessa estabilidade.” Aos 54 anos, está fazendo o curso de recepcionista ofertado gratuitamente na Casa da Mulher Brasileira (CMB), em Brasília. “O amor acabou, não tinha como durar. Eu tenho vontade de amar de novo e ter uma relação saudável, mas o trauma é muito grande.”

A história de Maria é um caso clássico de violência doméstica, mas até a Lei Maria da Penha o senso comum dizia que era um problema de foro íntimo e, portanto, não cabia interferência.

A secretária especial de Políticas para as Mulheres, Fátima Pelaes, destacou que a Lei Maria da Penha foi criada justamente para mudar esse cenário. “Hoje, aquele chavão 'em briga de marido e mulher ninguém mete a colher´, perdeu o sentido. Mete e devemos meter porque temos uma lei já conhecida por 98% da população, que sabe que quem comete atos de violência contra a mulher será punido”.

A Lei 11.340 foi sancionada no dia 7 de agosto de 2006 com o objetivo de coibir a violência doméstica e familiar no país. A legislação foi batizada em homenagem à farmacêutica cearense Maria da Penha, que ficou paraplégica após levar um tiro do marido, pai de suas três filhas, em sua segunda tentativa de homicídio contra ela, em 1983.

A história de Maria da Penha ganhou repercussão internacional quando ela acionou a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) em busca de uma solução, após aguardar a Justiça brasileira por 15 anos. O caso mostrou a fragilidade enfrentada pelas brasileiras que eram vítimas de violência e não eram acolhidas pelo Estado.

Diretora de Conteúdo do Instituto Patrícia Galvão, organização social sem fins lucrativos que atua no direito das mulheres, a psicóloga Marisa Sanematsu avalia que a lei é bem formulada e completa, uma vez que define claramente as formas de violência doméstica como moral, sexual ou patrimonial. “Muita gente nem sabia que violência psicológica era um crime enquadrado, passou a saber com a divulgação da lei. Antes, a sociedade só considerava a violência contra a mulher aquela violência física. E não bastava ser simples, tinha que deixar a mulher com muitas marcas para as pessoas aceitarem que, dessa vez, o marido exagerou”, disse.

Brasília - Iara Lobo, coordenadora da Casa da Mulher Brasileira de Brasília (Wilson Dias/Agência Brasil)

Brasília - Iara Lobo, coordenadora da Casa da Mulher Brasileira de Brasília (Wilson Dias/Agência Brasil) Wilson Dias/Agência Brasil

A coordenadora da Casa da Mulher Brasileira de Brasília, Iara Lobo, concorda. “Ter essa tipificação que a lei traz dos tipos de violência clareou a mente das pessoas, que antes nem percebiam que algumas agressões se configuram crimes.”

A socióloga e educadora Carmen Silva, da organização SOS Corpo e da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), considera que a divulgação da Lei Maria da Penha foi muito eficiente nos últimos anos, mas precisa se transformar em mais serviços, especialmente para as mulheres de baixa renda. “Todo mundo conhece a lei. Mas isso tem favorecido especialmente as mulheres mais esclarecidas, dos setores médios e que têm mais recursos financeiros, a maioria branca, que têm mais possibilidade de sair do ciclo de violência. A violência contra as mulheres brancas diminuiu, mas contra as negras, que estão na base da pirâmide e têm menos acesso à informação, a trabalho e aos serviços públicos, não.”
Serviços especializados

Na última semana, a ONU Mulheres, entidade das Nações Unidas para a igualdade de gênero, o Instituto Maria da Penha e o Consórcio de Organizações Não Governamentais Feministas pela Lei Maria da Penha divulgaram nota pública em defesa da lei e da institucionalização das políticas de enfrentamento à violência contra as mulheres. No documento, a ONU diz que o aniversário da Lei Maria da Penha traz à tona “o desafio urgente de implementar de maneira mais efetiva as políticas de enfrentamento à violência contra as mulheres com perspectiva de gênero”.

Como principais obstáculos, o manifesto cita a necessidade de ampliar a dotação de recursos financeiros e humanos em serviços especializados para atendimento com perspectiva de gênero, promover ações preventivas nas escolas por meio do ensino da igualdade de gênero, criar e implementar os serviços de responsabilização para homens agressores, aprimorar a produção de informação nacional e garantir a expansão de serviços especializados em municípios no interior do país.

O documento considera que a Lei Maria da Penha é um “legado feminista para o Brasil” e que a necessidade de “enfrentar a violência machista com o pleno atendimento de mulheres negras, jovens e rurais, por exemplo, mostra os rumos que a Lei Maria da Penha tem de seguir, de maneira implacável, nos próximos anos”. Segundo a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), no entanto, ainda não há ações planejadas nesse sentido.

Saiba Mais

Além da Lei Maria da Penha, a organização destaca a criação de mais dois instrumentos fundamentais para o combate à violência - a Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, instituída em 2005, e a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180.

Rede integrada

A delegada Ana Cristina Melo atua à frente da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher do Distrito Federal desde novembro de 2011. Ela é uma defensora da ampliação dos espaços especializados para o acolhimento dessas vítima. Segundo Ana Cristina, quem trabalha com a temática percebe o caráter essencialmente cultural da violência de gênero. “E quando você tem um caráter cultural, ele perpassa toda a sociedade, sejam homens ou mulheres. Os agentes públicos, como integrantes dessa sociedade, têm também muitos preconceitos, valores e esteriótipos que demandam capacitação, trabalho e tempo para serem desconstruídos. É preciso sim um espaço especializado para o acolhimento das mulheres”, argumenta.

De acordo com a SPM, atualmente existem no Brasil 502 delegacias especializadas, 45 defensorias da mulher, 95 promotorias especializadas, 238 centros de referència de atendimento à mulher, 80 casas-abrigo e 596 serviços especializados de saúde, números considerados inexpressivos para o tamanho da violência que se vive no país. São 1.651 serviços especializados de atendimento à mulher disponíveis para atender a todas as brasileiras, mais de 70% deles concentrados nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul.

Enquanto o Distrito Federal tem 18 núcleos da Deam, uma casa-abrigo, 19 varas especializadas, um núcleo de Defensoria Pública Especializada, 39 promotorias, 51 serviços especializados de saúde e uma Casa da Mulher Brasileira, que reúne inúmeros serviços, em Alagoas, por exemplo, só existem quatro delegacias especializadas, uma casa abrigo, uma vara especializada, um núcleo da Defensoria Pública, uma promotoria e dois serviços especializados de saúde para atender a mulheres de todo o estado.

A secretária Fátima Pelaes reconhece que é preciso “romper algumas questões com os estados” e aumentar o número limitado de delegacias especializadas, definir como viabilizar que as mulheres que fazem uma denúncia possam ter acesso a medida protetiva imediata, nos casos em que as mulheres devem ser afastadas imediatamente do agressor. Para isso, é necessária a atuação integrada da polícia com os órgãos da Justiça”, afirma.

A delegada Ana Cristina Melo contou que quando conversa com colegas de outros estados, se ressente da realidade do país. Segundo ela, sem uma atuação em rede entre os órgãos públicos, não é possível combater esse tipo de violência. “Porque colocar na mão só da polícia e dar esse caráter só repressivo não é o caminho. A repressão é muito importante para a responsabilizar o agressor, é extremamente importante, mas a violência doméstica tem muita coisa que a circunda”, disse. Ela explicou que muitas mulheres dependem de outros serviços do estado para sair do ciclo de violência. “Muitas têm demandas jurídicas, questões das quais dependem para que a situação seja resolvida. Aqui em Brasília é muito comum. Um casal por exemplo tem um lote, é a única coisa que aquela mulher tem. Eles não estão vivendo mais juntos, mas estão dentro da casa. Aí começam os atritos, mas ela não tem acesso aos serviços jurídicos para resolver o problema e continua lá, o que pode acabar em morte”.

Para enfrentar os problemas, Fátima Pelaes lembrou que no fim de maio foi criado o Núcleo de Proteção à Mulher pelo Ministério da Justiça – desde que o governo interino assumiu, a SPM deixou de ser subordinada à Presidência da República e passou para o Ministério da Justiça. Já foram feitas duas reuniões, mas as agenda de trabalho ainda não foram definidas. “Com o núcleo, estamos trabalhando propostas como o protocolo único de atendimento às mulheres, para que possamos reproduzir boas experiências em nível nacional”, disse a secretária.

Casa da Mulher Brasileira

Brasília - Casa da Mulher Brasileira reúne serviço integrado e humanizado de atendimento às mulheres em situação de violência (Wilson Dias/Agência Brasil)

Brasília - Casa da Mulher Brasileira reúne serviço integrado e humanizado de atendimento às mulheres em situação de violência (Wilson Dias/Agência Brasil)Wilson Dias/Agência Brasil

Uma das políticas mais bem-sucedidas nesse sentido é a Casa da Mulher Brasileira, que reúne diversos serviços públicos em um só espaço para fazer um atendimento integral às mulheres vítimas de violência. “A CMB foi idealizada para atender de forma plena uma única vez. Quando chega aqui, ela tem a delegacia, a Defensoria Pública, o Ministério Público e uma equipe multidisciplinar para fazer o atendimento psicossocial e ajudá-la a ter uma vida mais ou menos normal, porque a violência doméstica de todos os tipos, seja física, moral, psicológica ou patrimonial, deixa sequelas na alma”, afirma a subsecretária de Políticas para as Mulheres do Distrito Federal, Lúcia Bessa. A casa também oferece brinquedoteca e cuidadores para as crianças.

Atualmente, só existem duas casas da Mulher Brasileira em funcionamento no país - em Brasília e em Campo Grande, e três em construção - em São Paulo, Fortaleza e Curitiba. O plano é criar uma casa em cada capital. Lúcia defende a ampliação desse instrumento o quanto antes. “Esses locais permitem que as mulheres se sintam acolhidas, amparadas, respeitadas e dignas. Quando a mulher é obrigada a ir a vários órgãos públicos para contar e recontar a sua história, ela vai revivendo tudo o que passou e isso é uma forma de violência institucional”.

Números da violência

A eficiência da Lei Maria da Penha no combate à violência doméstica é difícil de ser medida em números, pois sabe-se que na maior parte dos casos os agressores não são denunciados. Mas os dados do Mapa da Violência de 2015 indicam impacto positivo. Enquanto o índice de crescimento do número de homicídios de mulheres no Brasil foi de 7,6% ao ano entre 1980 e 2006, quando a Lei Maria da Penha entrou em vigor, entre 2006 e 2013 o crescimento foi de 2.6% ao ano.

Mesmo com os avanços, as estatísticas mostram que a violência de gênero ainda é comum. O Mapa da Violência de 2015 revela que, entre 2003 e 2013, o número de vítimas de homicídio do sexo feminino passou de 3.937 para 4.762, um aumento 21% na década. Essas 4.762 mortes em 2013 representam 13 homicídios femininos diários.

Em 2015, a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 recebeu 76.651 relatos de violência. Entre esses relatos, 50,16% corresponderam à violência física; 30,33% à violência psicológica; 7,25% à violência moral; 2,10% à violência patrimonial; 4,54% à violência sexual; 5,17% a cárcere privado; e 0,46% ao tráfico de pessoas.

A violência doméstica é uma realidade mundial. Números recentes da Organização Mundial da Saúde com a London School de Higiene e Medicina Tropical e pelo Conselho de Pesquisa Médica, com base em dados de mais de 80 países, estimam que uma em cada três mulheres (35%) no mundo já foi vítima de violência física ou sexual pelo menos uma vez, e que em 30% dos casos, os agressores eram os parceiros.

Ajuda

A delegada especializada em violência de gênero, Ana Cristina Melo, garante que a violência doméstica não escolhe idade, renda ou aparência física, todas as mulheres estão sujeitas. Apesar de o ideal ser buscar ajuda antes que a violência se agrave, segundo a delegada não é possível definir o que leva cada mulher a ter coragem de fazer uma denúncia para tentar colocar um ponto final na violência. “Há mulheres que buscam logo no início, em situações que não são vistas ainda como graves pelo senso comum, como por exemplo um xingamento do tipo "sua vagabunda". Há mulheres que relatam que sofreram violência por mais de 20 anos antes de denunciar e outras que já fizeram várias ocorrências, muitas mesmo, mas ainda não conseguiram sair desse ciclo de violência”. Ela alerta que “quanto antes denunciar, melhor”.

A especialista Iara Lobo sugere que as mulheres fiquem atentas aos sinais, como excesso de ciúme e controle, que podem indicar uma relação doentia. Quem vive relacionamentos em que o parceiro controla a roupa, o comportamento ou o celular, deve ficar atenta. “Muitos desses sinais estão dentro de nós. A consciência de que isso não está fazendo bem é um sinal”, observa.

Segundo Iara, as mulheres precisam refletir e levar em conta que “a gente também tem o machismo dentro da gente”, o que pode dificultar o reconhecimento de que algo vai mal.

A secretária Fátima Pelaes defende que combater o machismo é o passo mais importante para combater a violência contra as mulheres. “Ao mesmo tempo em que trabalhamos para que essa rede de enfrentamento atenda à grande demanda, temos que trabalhar a prevenção e entrar na raiz do problema, que é essa cultura machista que vem de muitos anos. Temos que atuar nas escolas e sensibilizar a sociedade como um todo. E temos que trabalhar com o agressor, porque muitos vezes ele está reproduzindo um comportamento, não reconhece como violência.”

Em caso de dúvida sobre como buscar ajuda ou ajudar vítimas de violência doméstica, Ligue 180.
*Os nomes dos personagens são fictícios

 

Agência Brasil

 

Mulheres na Rio 2016: futuro no esporte é “feminino”, diz vice-presidente do COI

 

Isabela Vieira - Repórter Agência Brasil

Onu Mulher

Este ano, a vice-presidente disse que a participação de mulheres em pelo menos 30 delegações – como a do Brasil-- mostra que o futuro no esporte e das olimpíadas “será feminino”Isabela Viera - Repòrter Agência Brasil

O recorde na participação feminina nos Jogos Olímpicos Rio 2016 ainda não colocou mulheres e homens lado a lado no pódio da igualdade. Elas são 45% do total de atletas que participam da competição. Somam 4,7 mil – um salto desde a primeira vez que competiram, em Paris, em 1900, quando eram apenas 22 em um total de 977 atletas de todo o mundo. Este ano, elas estreiam norugby e no golf – uma modalidade que foi reinserida nesta edição.

Durante a passagem da tocha olímpica ontem (5), antes da abertura dos jogos, a diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka disse que a participação de mulheres na competição está quase equilibrada, mas defendeu a ampliação do número de contratadas em atividades administrativas das instituições de esporte nacionais e internacionais.

Referência na promoção da equidade no esporte, a ex-nadadora olímpica norte-americana Dona De Varona acredita que mulheres na organização dos jogos fizeram avanços para que as mais jovens pudessem competir, ao longo dos anos. No entanto, defendeu que é preciso assegurar e ampliar esse espaço, especialmente nos cargos administrativos, destacou durante evento da ONU Mulheres para incentivar meninas na prática, no Rio de Janeiro. 

Rio de Janeiro - A presidenta da Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional para os Jogos Olímpicos Rio 2016, a marroquina Nawal El Moutawakel, faz balanço da reunião (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Rio de Janeiro - A vice-presidenta do Comitê Olímpico Internacional, a marroquina Nawal El MoutawakelFernando Frazão/Agência Brasil

Saiba Mais

Além da atuação nas entidades esportivas, De Verona citou a importância de organização de mulheres na defesa de políticas públicas com equidade, para o esporte. Lembrou que, nos Estados Unidos, elas tiveram de pressionar universidades para que aceitassem treiná-las na década de 1970, oportunidade que já era dada aos homens. “Foi preciso aprovar uma lei”, lembrou. “A medida abriu as portas para que pudéssemos ser advogadas, médicas, executivas e atletas. Sou muito orgulhosa de que Nawal [El Moutawake] pode ir assim treinar”, lembrou, sobre a vice-presidenta do Comitê Olímpico Internacional (COI). Ex-corredora olímpica, a atleta do Marrocos frequentou a Universidade Estadual de Iowa e foi a primeira africana a ganhar um ouro olímpico.

No evento, Nawal disse que o COI leva a sério a igualdade e que muito tem sido feito, com apoio de ex-atletas como De Varona, para acelerar a equiparação. Lembrou que, há quatro anos, na olimpíada de Londres, o boxe foi a última modalidade a incluir as atletas na competição e que três países foram obrigados a levar ao menos uma mulher: Catar, Arábia Saudita e Brunei.

Este ano, a vice-presidente disse que não tem todos os números consolidados, mas o indicativo, com maior participação de mulheres em pelo menos 30 delegações – como a do Brasil-- mostra que o futuro no esporte e das olimpíadas “será feminino”. 

Brasileiras em pé de igualdade

O Brasil está em seu caminho para promover a igualdade entre os gêneros, acrescentou a ex-jogadora de vôlei de praia e a medalhista olímpica, Adriana Behar. Presidenta da Comissão das Mulheres no Esporte do Comitê Olímpico do Brasil COB), ela contou que por meio de cursos, a entidade brasileira capacita atletas que se aposentaram para atuar em outras áreas.

“O COB atendeu muitas atletas, a Shelda, Fabiana Molina, Daiane dos Santos, Maurren Maggi, que se destacaram e hoje estão fazendo outras coisas, são comentaristas, líderes de programas e projetos de suas entidades ou estão na gestão. Quando são abertas oportunidades, temos mais chance de ter mulheres envolvidas no ambiente esportivo”, ressaltou.

Bastante aplaudida pela plateia de jovens no evento da ONU Mulheres, Adriana aposta no avanço de modalidades coletivas, como futebol, vólei e o handebol onde brasileiras são favoritas, mesmo que as condições de treinamento e salários não sejam os mesmos que os dos homens.

 

Agência Brasil

 

Cinemateca exibe documentários sobre o esporte olímpico brasileiro

 

Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil

A Cinemateca Brasileira, em São Paulo, irá exibir documentários sobre o esporte olímpico do país até o dia 14 de agosto. As sessões são diárias e mostram a trajetória dos atletas que representaram o Brasil nos Jogos Olímpicos.

Os 47 documentários compõem o acervo do projeto Memória do Esporte Olímpico Brasileiro, que vem sendo criado desde 2011. Além da exibição em tela grande na Cinemateca, os documentários podem ser assistidos também por meio de uma plataforma online, além de já terem sido distribuídos em formato DVD para bibliotecas públicas de todo o país.

Entre os documentários que serão exibidos está a produção de cineastas renomados como Cacá Diegues, um dos diretores de No Meio do Caminho Tinha um Obstáculo; Murilo Salles, que dirigiuReinaldo Conrad: A Origem do Iatismo Vencedor; Ugo Giorgetti, com sua obra México 1968 – A Última Olimpíada Livre e Laís Bodansky, com o filme Mulheres Olímpicas.

Com cinco edições realizadas, o projeto recebeu mais de 600 inscrições de projetos de filmes via seleção pública, aberta para qualquer produtora de vídeo do Brasil e que contempla um documentário de 26 minutos. O objetivo do projeto é promover o resgate da história dos grandes atletas que representaram o país nos Jogos Olímpicos. Neste ano, sete documentários foram contemplados na seleção.

A programação e a sinopse dos filmes pode ser conferida no site da Cinemateca.

 

Agência Brasil

Presos do Rio Grande do Norte já foram transferidos para outros estados

Os 21 detentos apontados como líderes e mandantes dos ataques ocorridos no Rio Grande do Norte desde a semana passada já foram transferidos para presídios federais de outros estados. Em nota divulgada hoje (7), o Departamento Penitenciário Nacional, do Ministério da Justiça (Depen/MJ), informou que oito deles foram para Porto Velho (RO), oito para Campo Grande (MS) e cinco para Catanduvas (PR).

A transferência, feita pelo governo do estado, foi autorizada por juízes federais e corregedores de cada unidade prisional federal que serviu como destino dos presos. De acordo com o Depen, a operação conduzida por agentes penitenciários, policiais militares e federais começou na manhã de ontem (6) e foi concluída no final da manhã de hoje (7).

Os mais de 100 ataques registrados em 38 cidades do Rio Grande do Norte, incluindo incêndios, disparos contra prédios públicos, depredações e queima de ônibus e micro-ônibus, começaram após a instalação de bloqueadores de celular na Penitenciária Estadual de Parnamirim. Pelo menos 100 pessoas foram detidas, suspeitas de envolvimento com as ações.

No último dia 3, militares do Exército, da Marinha e da Força Aérea foram enviados ao estado para atuar na Operação Potiguar, reforçando o trabalho de policiais locais. O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, quer que as tropas continuem no estado até que os bloqueadores de sinal de celular sejam instalados em todas as unidades prisionais.

 

Agência Brasil

 

Seleção brasileira segue sem fazer gol na Olimpíada

 

Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil*

O segundo jogo da Seleção Brasileira masculina de futebol, na Olimpíada 2016, terminou novamente em 0 a 0 na noite de hoje (7), no Estádio Mané Garrincha. Ao enfrentar o time do Iraque, os brasileiros tiveram mais chances de gol, mas isso não foi suficiente para garantir a vitória da equipe.

Na próxima quarta-feira (10), o Brasil enfrentará a equipe da Dinamarca, na Arena Fonte Nove, em Salvador. Se não vencer a partida, o time estará desclassificado da Olimpíada. Na última quinta-feira (4), a seleção enfrentou a África do Sul, e a partida também terminou em 0 a 0.

No primeiro tempo, o time do Brasil teve várias oportunidades para sair na frente. Aos 20 minutos, Neymar chutou com força de fora da área, mas a bola subiu demais e passou por cima do travessão. Aos 27 minutos, Neymar fez uma nova tentativa, mas o goleiro Hameed defendeu e Gabigol aproveitou a sobra, mas o árbitro já havia impedido a jogada. Aos 35 minutos, Gabriel Jesus recebeu a bola de Gabigol na grande área e chutou para o gol. A bola passou muito perto da trave do Iraque, mas não entrou.

No segundo tempo, o nervosismo e a pressão da torcida dificultaram ainda mais o desempenho dos brasileiros. Para provocar os jogadores, os torcedores gritavam o nome de Marta, artilheira da seleção feminina de futebol. Aos 42 minutos do segundo tempo, um torcedor invadiu o campo, agitando a camisa pra cima enquanto a bola estava parada. Três seguranças o imobilizaram e tiraram do gramado. O jogo teve sete minutos de acréscimo.

O time do Iraque também deu alguns sustos, especialmente no primeiro tempo, quando, aos 11 minutos, em uma cobrança de lateral, na área, Abdul-Raheem fez a bola bater na trave. Aos 28 minutos, Attwan chutou de fora da área, mas a bola passou perto do travessão.

 

Agência Brasil

 

Pedro e Evandro perdem para dupla cubana no vôlei de praia

 

Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil

A dupla masculina Pedro Solberg e Evandro Gonçalves foi derrotada hoje (7) pelos cubanos Díaz Gomez e Gonzalez Bayard por 2 sets a 1 na disputa do vôlei de praia masculino. A partida, realizada na Arena do Vôlei, na Praia de Copacabana, foi apertada, disputada nos três sets.

A dupla cubana venceu o primeiro set por 24 pontos a 22, numa luta ponto a ponto. No segundo set, os cubanos iniciaram à frente, mas o Brasil virou o jogo e venceu por 23 a 21, com o apoio da torcida, que vibrava a cada jogada brasileira e vaiava quando os cubanos tocavam na bola. O terceiro set foi decisivo, com vitória dos cubanos por 15 a 13.

Na próxima terça-feira (9), Pedro e Evandro voltam à arena da Praia de Copacabana para enfrentar o Canadá e precisam vencer para melhorar a posição na chave. O último jogo da dupla brasileitra na fase classificatória é contra a Letônia, na próxima quinta-feira (11).

Esta foi a primeira derrota brasileira no vôlei de praia nos Jogos do Rio. Pela manhã, as brasileiras Larissa e Talita ganharam das russas Ekaterina Birlova e Evgenia Ukolova por 2 sets a 0. O Brasil já tinha conquistado outras duas vitórias ontem (6), com Ágatha e Bárbara, que venceram a dupla Barbora Hermannová e Marketa Sluková, da República Checa; e a dupla Alison e Bruno, que derrotou os canadenses Josh Binstock e Samuel Schachter.

O vôlei de praia distribui seis medalhas na Olimpíada, três para duplas femininas e três para as masculinas. O esporte é uma das esperanças de medalha do Brasil na Olimpíada deste ano, com expectativa de vitória para as quatro duplas brasileiras.

 

Agência Brasil

 

Fraudes privadas cheiram tão mal quanto as estatais

Por Márcio Juliboni

O economista Aurélio Valporto não se acanha diante de gigantes do capitalismo brasileiro. Em seu currículo, consta o processo que moveu contra o empresário Eike Batista e conselheiros de peso do Grupo EBX, como os ex-ministros Pedro Malan e Roberto Tourinho e a ex-presidente do STF Ellen Gracie. Sua nova cruzada é provar que os principais acionistas da Oi lesaram deliberadamente a operadora durante a fusão com a Portugal Telecom (hoje, rebatizada de Pharol).

Em uma representação ao Ministério Público Federal, a Associação Nacional de Proteção dos Acionistas Minoritários (ANA), da qual Valporto é vice-presidente, acusa os controladores da Oi e da Portugal Telecom de omitirem informações vitais sobre o negócio que culminou na fusão das empresas. Basicamente, os ativos que os portugueses apresentaram para capitalizar a Oi e entrar na sociedade eram uma grande roubada. De um lado, havia papéis de dívidas podres, como os da Rioforte; de outro, ativos superavaliados, como as operações na África.

No meio, Valporto aponta o silêncio do Banco Santander, responsável pela avaliação desses ativos, e de acionistas relevantes, como o BNDES. A lição disso tudo? A corrupção e as fraudes em empresas privadas cheiram tão mal quanto as praticadas em estatais. E só há uma solução: “a livre concorrência é um ótimo remédio para minimizar os efeitos da corrupção, privada ou estatal”. Veja os principais trechos da entrevista a O Financista:

O FINANCISTA: Fala-se muito de fraudes em estatais, como a Petrobras. As empresas privadas podem ser tão fraudulentas quanto as estatais?

Aurélio Valporto: Este é um ponto importantíssimo. As fraudes em empresas estatais ganham facilmente visibilidade, porque o povo entende que é sócio delas. Portanto, se uma estatal está sendo roubada, estão roubando a sociedade. No entanto, as fraudes em empresas privadas lesam toda a sociedade da mesma forma. A corrupção está em todo o país, no setor público ou privado. A corrupção privada prejudica a economia, muitas vezes de maneira mais grave que a estatal. Isso é particularmente sério, quando se trata de uma empresa monopolista, pela sua facilidade de repassar os altos custos para a sociedade. Livre concorrência é um ótimo remédio para minimizar os efeitos da corrupção – privada e estatal. Se houvesse livre concorrência no mercado de petróleo brasileiro, as margens para corrupção seriam muito menores e não teríamos os combustíveis mais caros das Américas.

O FINANCISTA: De todos os fatos que culminaram na recuperação judicial da Oi, qual é o mais grave?

Valporto: Todo o episódio é gravíssimo. Trata-se de um crime não somente contra a Oi, mas contra a economia. Inúmeras pessoas vão sofrer por isso. Primeiro, pelo desvio de poupança nacional para pagar dívidas contraídas na Europa pela Portugal Telecom e jogadas para dentro da Oi. Segundo, por destruir a credibilidade do nosso mercado de capitais, em que o acionista minoritário é invariavelmente lesado e não possui nenhuma segurança jurídica. Terceiro, pelos efeitos nefastos da recuperação judicial sobre os credores nacionais, que são apenas as primeiras pedras de um dominó no jogo da atividade econômica.

O FINANCISTA: Além de criticar a avaliação dos ativos pelo Santander, você também destaca o BNDES e os conselheiros da Oi. Houve omissão? Eles podem ser acionados judicialmente?

Valporto: As fraudes na Oi foram bem mais sofisticadas do que as cometidas na OGX [atual OGPar, fundada por Eike Batista]. Mas algumas ficaram bem evidentes. É o caso dos títulos da Rioforte: ativos podres deliberadamente usados na “capitalização” da Oi. Essa fraude é investigada por uma CPI em Portugal e vários dos responsáveis já estão indiciados. O aporte desses títulos foi uma operação criminosa. O mais incrível é que, no laudo de avaliação do Santander, não constavam esses papéis. Foi extrema imperícia ou conivência com o crime? O Ministério Público pode esclarecer isso, mas, de qualquer maneira, independentemente de dolo, tanto o Santander como a Pharol são culpados. Já o BNDES foi absolutamente omisso em todo o processo. O banco é um acionista relevante da operadora e também uma instituição que pertence ao povo brasileiro; portanto, é seu representante.

O FINANCISTA: A associação de minoritários pretende pedir o ressarcimento de perdas?

Valporto: Sim, claro! A ação civil pública de nossa associação contra os responsáveis deverá ser apresentada, caso a própria Oi não entre com ação de ressarcimento, conforme decidido em assembleia. Nesse caso, houve claramente dano direto aos investidores, que foram induzidos ao erro por informações falsas e incompletas, por dolo ou imperícia.

O FINANCISTA: Essa não é a primeira vez que minoritários enfrentam problemas com companhias abertas. Não mudou nada desde a recuperação judicial da OGX em 2013?

Valporto: Os acionistas minoritários não gozam de nenhuma proteção jurídica no Brasil. Como eu declarei na CPI dos fundos de pensão, o mercado de capitais brasileiro, em especial a bolsa de valores, se degenerou em um mero cassino. Os crimes contra investidores ocorrem diariamente, mas quase nenhum é apurado. A própria BM&FBovespa já admitiu que, em um ano, enviou informações sobre mais de 10 mil atividades suspeitas para a CVM. Essa não apura quase nada por falta de pessoal, de equipamento e por outros motivos, alguns suspeitos. O resultado é que o mercado de capitais perdeu sua função econômica. Não serve mais para capitalizar empresas. A recente decisão da 7ª Vara empresarial do Rio de Janeiro, extinguindo a ação civil pública contra Eike Batista, no caso da OGX, mostra bem o despreparo e a falta de compreensão do Judiciário nesses casos.

 

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Brasil empolga torcida, mas perde para Lituânia na estreia do basquete masculino

 

Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil

Brasil e Lituânia no basquete masculino

a seleção brasileira de basquete ainda esboçou uma reação, mas perdeu para a Lituânia por uma diferença de seis pontosReuters/Elsa/Pool/Direitos Reservados

Momentos emocionantes marcaram a estreia da seleção brasileira masculina de basquete, que jogou na tarde de hoje (7) contra a Lituânia, terceira seleção no ranking da Federação Internacional de Basquete (Fiba). Apesar da derrota por 82x76, o Brasil emocionou e fez a torcida ficar em pé por mais da metade do tempo total de jogo, com a reação nos últimos quartos de jogo, que chegou a ter uma diferença de mais do que o dobro de pontos.

Os jogadores brasileiros pressionaram só na metade da partida e conseguiram reduzir a vantagem da Lituância. A seleção lituana, com um time muito mais alto que o do Brasil, comandou os primeiros minutos do jogo, que começou por volta das 14h20, investindo principalmente nos arremessos de três pontos, o que facilitou o time adversário a conquistar uma vantagem crescente e manter a diferença por quase toda a partida.

O Brasil chegou a ficar à frente nos primeiros minutos do jogo, começando com placar de 4 a 2. Enquanto os lituanos insistiam nos arremessos de três pontos, a seleção brasileira repetiu uma série de erros em lances livres e marcou faltas. O primeiro a ir para o banco de reservas foi Leandrinho, que fez duas faltas logo no início da partida.

Quando o placar chegou a 23x14 contra o Brasil, o técnico Rubén Magnano pediu tempo para tentar acertar o passo com a seleção brasileira. O recado pareceu surtir efeito, mas temporário, quando o Brasil marcou mais três pontos nos últimos minutos do primeiro quarto de jogo, com um arremesso de Marquinhos. Em uma nova tentativa, a Lituânia contra atacou e marcou mais um, abrindo dez pontos à frente do Brasil. (27x17)

Felício abriu o segundo quarto do jogo fazendo uma boa defesa, cortando a bola do lituano Sabonis, mas o brasileiro acabou fazendo falta no adversário, abrindo oportunidade para que a Lituânia começasse o segundo quarto de jogo marcando mais um ponto com um acerto de dois lances livres.

Brasil e Lituânia no basquete masculinoA reação brasileira começou no terceiro quartoReuters/Jim Young/Direitos Reservados

Apesar de tentar pressionar o adversário, os brasileiros continuaram sem sorte. Kuzminskas marcou mais três para a Lituânia, que chegou a 33 pontos contra 19 nos primeiros instantes.

Após uma sequência de erros de lances livres, o Brasil quebrou o jejum quando Marquinhos, que sofreu falta, marcou dois pontos. A vantagem da Lituânia alcançou 16 pontos na metade do tempo e seguiu em uma sequência progressiva.

Nos últimos minutos deste quarto de jogo, Seibutis acertou mais um arremesso de três pontos, marcando o dobro de pontos da seleção brasileira: 48 a 24. Nos minutos seguintes, a diferença só aumentou, chegando a 30 pontos e só reduzido com um lance livre, dando mais um ponto para o Brasil, que chegou ao fim do segundo quarto com 29 pontos contra 58.

A recuperação da seleção brasileira chegou com o terceiro quarto de jogo, marcada pelos acertos de arremesso de Leandrinho dentro do garrafão sinalizando uma reação e dando mais velocidade ao jogo. O técnico da Lituânia Jona Kazlauskas pedia calma para o time que ainda na frente sentia mais dificuldade.

Cada lance foi comemorado pelas torcidas dos dois países que acompanhavam nas arquibancadas. Oitava bola de três pontos da Lituânia na partida voltou a abrir a diferença novamente (68x39), minutos antes de Marquinhos fazer uma falta e tirar do jogo o lituano Valanciunas que precisou ir para o banco para se recuperar da pancada.

Um arremesso de dois pontos de Raulizinho ajudou a reduzir ainda mais a diferença, que, com pontos separados, vencia o terceiro quarto de jogo por 13x10, mas na pontuação total ainda havia uma diferença de mais de 20 pontos. A vantagem da Lituânia caiu diante do novo ânimo da seleção brasileira, que conseguiu reduzir para 18 pontos, levantando a torcida na arquibancada da Arena Carioca 1.

O Brasil manteve o ritmo no último quarto e seguiu reduzindo a vantagem da Lituânia passe a passe. A torcida brasileira ficou de pé quase todo o tempo e animou a arena. A seleção brasileira encostou no adversário, reduzindo a diferença para quatro pontos em um momento.

O jogo foi parado várias vezes a pedido dos técnicos. O lituano chegou a parar a partida quando faltava apenas 13 segundos para o fim, diante de um placar de 80x76, ainda em vantagem para eles, mas com forte pressão brasileira.

 

Agência Brasil

 

 

Brasil fica em quarto lugar na classificatória da ginástica artística feminina

 

Agência Brasil

Brasil fica em quarto na ginástica artística

Flávia Saraiva aqjudou o Brasil a ficar em quarto na ginástica artísticaReuters/Damir Sagolj/Direitos Reservados

Com 174.054 pontos, a equipe brasileira feminina de ginástica artística ficou em quarto lugar na classificatória de hoje na Arena do Rio (7). A atleta brasileira Rebeca Andrade está no topo da lista na classificação individual.

As chinesas lideram a modalidade, com 175.279 pontos, seguidas das russas (174.620)  e das britânicas (174.064).

Na classificação individual, as brasileiras Flávia Saraiva e Jade Barbosa estão respectivamente em sétimo e décimo primeiro lugar.

 

Agência Brasil

 

Rugby feminino do Brasil vence a Colômbia por 24 a 0

 

Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil

A seleção brasileira feminina de rugby venceu a Colômbia na tarde de hoje (7) por 24 a 0. A partida abre as semifinais pelo 9º lugar que podem garantir às tupis uma vaga na Série Mundial de Sevens Feminina 2016-17.

Mantendo a invencibilidade contra as colombianas, com a décima vitória em dez jogos oficiais, as brasileiras começaram a partida dominando o placar já com 5 a 0.

A vaga no circuito será definida às 13h de amanhã (8), quando as brasileiras enfrentam a seleção do Japão. As asiáticas que venceram hoje o Quênia, perderam mais cedo a disputa para as brasileiras, o que garantiu ao Brasil o terceiro lugar no grupo C e a luta pelo 9º lugar geral do Torneio Olímpico.

Quem conseguir a vaga garantirá a participação dos torneios do circuito ao lado da Austrália, Nova Zelândia, Fiji, do Canadá, dos Estados Unidos, da Inglaterra, França, Espanha, Rússia e Irlanda.

 

Agência Brasil

 

Melo e Soares vencem irmãos tailandeses na estreia de duplas no tênis

 

Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil

A dupla brasileira de tenistas Marcelo Melo e Bruno Soares venceu hoje (6), por dois sets a zero, os irmãos tailandeses Sanchai Ratiwatana e Soncheat Ratiwatana. O jogo, realizado no Centro Olímpico de Tênis, na Barra da Tijuca, durou 1h12, com parciais de 6-0 e 7-6.

Amanhã (8), a dupla brasileira enfrenta o tenista número um do mundo, Novak Djokovic, e seu parceiro Nenad Zimonjic, que representam a Sérvia.

 

Agência Brasil