Antonio Cruz/Agência Brasil
Michel Temer se reuniu com empresários durante na sede da Confederação Nacional da Indústria
Após mais de duas horas de reunião com o presidente interino Michel Temer e com cerca de 100 empresários do Comitê de Líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, disse nesta sexta-feira (8) que, para o governo melhorar a situação do déficit fiscal, serão necessárias “mudanças duras” na Previdência Social e nas leis trabalhistas, inclusive aumentando a carga semanal para 60 horas. Temer deixou o evento sem falar com a imprensa.
LEIA MAIS: Extrato INSS: entenda o que é e como consultar o documento
Andrade citou como exemplo a França, onde as leis trabalhistas estão sendo discutidas. "Vimos agora o governo francês, sem enviar ao Congresso Nacional, tomar decisões com relação às questões trabalhistas. No Brasil, temos 44 horas de trabalho semanal. As centrais sindicais tentam passar esse número para 40. A França, que tem 36 passou, para a possibilidade de até 80 horas de trabalho semanal e até 12 horas diárias de trabalho (na verdade, são 60 horas semanais)".
O presidente da CNI ainda utilizou pontos em comum entre os dois países para defender as mudanças nas leis trabalhistas. "A França perdeu a competitividade de sua indústria com relação aos demais países da Europa. Agora, está revertendo e revendo suas medidas, para criar competitividade. O mundo é assim e temos de estar aberto para fazer essas mudanças. Ficamos ansiosos para que essas mudanças sejam apresentadas no menor tempo possível", argumentou o empresário.
Andrade também elogiou o governo após o anúncio da meta fiscal cujo rombo será de R$ 139 milhões para 2017. "Acho que foi uma demonstração de responsabilidade do governo apresentar as dificuldades que têm e o esforço que será feito para contornar essas dificuldades".
Segundo ele, ao considerar que, em 2016, o déficit será R$ 170 bilhões, a conclusão é que haverá, em algumas áreas, crescimento de despesas governamentais. "É claro que a iniciativa privada está ansiosa para ver medidas duras, difíceis de serem apresentadas. Por exemplo, a questão da Previdência Social. Tem de haver mudanças na Previdência Social. Caso contrário, não teremos no Brasil um futuro promissor", acrescentou.
LEIA MAIS: Valor do salário mínimo: entenda como é feito o cálculo
O presidente da CNI também reiterou a posição da entidade, contrária ao aumento de impostos. "Somos totalmente contra qualquer aumento de imposto. O Brasil tem muito espaço para reduzir custos e ganhar eficiência para melhorar a máquina pública antes de pensar em qualquer aumento de carga tributária. Acho que seria ineficaz e resultaria, neste momento, na redução das receitas, uma vez que as empresas estão em uma situação muito difícil", disse ele.
Investimentos públicos
Também presente no evento, a presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos Marques, informou que o banco investiu R$ 6 bilhões em inovação nos últimos dois anos.
Maria Silvia defendeu o diálogo cada vez maior com o setor privado. “Inovação é uma das prioridades do banco. Produtividade e competitividade são fundamentais para a retomada do crescimento sustentável”, disse.
IG Economia
http://www.primeciaimobiliaria.com.br/
Dólar cai mais de 2% e volta a ficar abaixo de R$ 3,30
Wellton Máximo - Repórter da Agência Brasil
Dólar fechou a R$ 3,30 após uma semana de altasArquivo/Agência Brasil
Depois de uma semana de turbulências no mercado financeiro, a moeda norte-americana teve forte queda e encerrou o dia abaixo de R$ 3,30. O dólar comercial fechou esta sexta-feira (8) vendido a R$ 3,294, com queda de R$ 0,071 (-2,12%). A cotação está no menor nível desde a última segunda-feira (4), quando tinha fechado em R$ 3,265.
Com a queda de hoje, a moeda norte-americana interrompeu uma sequência de cinco altas seguidas. Ao longo da sessão, o dólar operou em quase todos os momentos abaixo de R$ 3,30. A divisa registra alta de 2,5% em julho, mas acumula queda de 16,55% no ano.
Diferentemente das últimas cinco sessões, o Banco Central não atuou no mercado de câmbio comprando dólares no mercado futuro. Desde o dia 1º, a autoridade monetária vinha leiloando diariamente US$ 500 milhões de contratos de swap cambial reverso para conter a queda da moeda norte-americana.
Bolsa
O dia foi de fortes ganhos no mercado de ações. O índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, encerrou esta sexta-feira com alta de 2,16%, aos 53.139 pontos. É a primeira vez desde 12 de maio que o indicador fecha acima de 53 mil pontos.
As ações da Petrobras, as mais negociadas na bolsa, tiveram valorização. Os papéis ordinários, com direito a voto em assembleia de acionistas, subiram 2,76%, para R$ 12,30. Os papéis preferenciais, com preferência na distribuição de dividendos, valorizaram-se 2,93%, para R$ 9,84.
O ambiente externo também contribuiu para o desempenho do mercado financeiro. As bolsas da Ásia e dos Estados Unidos fecharam em forte alta depois da divulgação de dados de emprego nos Estados Unidos.
* Com informações da Prensa Latina
Agência Brasil
Publicada decisão que revoga eleição para a presidência da Câmara no dia 12
Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil
O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), publicou hoje (8) decisão revogando a deliberação do colégio de líderes partidários tomada na tarde de ontem (7) de convocar para a próxima terça-feira (12) sessão extraordinária para a escolha do novo presidente da Casa. Com isso, Maranhão oficializa sua decisão de marcar a eleição para quinta-feira (14), às 16h.
O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, desfez decisão do Colégio de Líderes sobre data de eleição para a presidência da CâmaraWilson Dias/Agência Brasil
Em seu despacho, o presidente interino disse que o regimento interno prevê que a escolha de novo integrante da Mesa Diretora, o que inclui o cargo de presidente, será feita “mediante eleição, dentro de cinco sessões”. A eleição teve que ser convocada depois que o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciou ao cargo ontem (7).
Saiba Mais
Maranhão argumenta que a decisão do Colégio de Líderes, mesmo sendo prevista no regimento, foi tomada depois de ele já ter publicado a convocação da eleição para o dia 14. “Em tais condições, não poderia o Colégio de Líderes, valendo-se da regra geral de convocação de sessões extraordinárias, transmudar integralmente a natureza do instituto regimental para a finalidade de desconstituir um ato da presidência.”
Waldir Maranhão disse ainda que é competência do presidente fixar o dia, a hora e a pauta das sessões extraordinárias e que a antecipação da data pelo Colégio de Líderes seria “ato de manifesta usurpação da competência [do presidente]”.
Movimentação
A sexta-feira foi movimentada na Câmara diante do impasse sobre a eleição do novo presidente. Após confirmar a convocação da eleição para o dia 14, Maranhão anunciou a exoneração do Secretário-Geral da Mesa (SGM) da Câmara, Silvio Avelino, que participou da reunião do Colégio de Líderes que antecipou o pleito. Funcionário da Casa, Avelino já comandou por 15 anos o Departamento de Comissões da Câmara e chegou à SGM com a eleição de Cunha.
No entanto, deputados do chamado centrão, que integram a base aliada, não desistiram de antecipar a eleição de quinta para terça-feira. Na segunda-feira (11), o grupo vai se reunir para confirmar a decisão do Colégio de Líderes e escolher o novo presidente da Casa no dia seguinte.
Agência Brasil
A metamorfose
Por Mario Sabino
Quando acordei na primeira manhã em Praga, depois de sonhos intranquilos, eu havia me metamorfoseado num inseto.
Como poderia ser diferente? Eu estava num país que, independente do Império Austro-Húngaro somente em 1918, após a Primeira Guerra Mundial, havia sido barbarizado pelos nazistas ao longo de sete anos, ocupado pela Rússia soviética durante mais de quarenta, se desmembrado da Eslováquia em 1993 — e, no entanto, conquistado níveis de excelência por todas as métricas disponíveis.
Com pouco mais de 20 anos de liberdade política e econômica, os tchecos privatizaram estatais, puseram a sua juventude para estudar de verdade (nada de marxismo), reabilitaram a sua indústria, revitalizaram a sua linda capital, dinamizaram o turismo, entraram para a União Europeia e passaram a exibir um padrão de vida próximo ao das grandes nações ocidentais.
Enquanto isso, o que fizemos nas últimas duas décadas — ou melhor, nos quase duzentos anos de independência? Fizemos o que os insetos fazem: avançamos poucos metros por dia, a maior parte das vezes andando em círculos ou abertamente para trás, sujamos o percurso como baratas e, neste momento, lá estamos nós outra vez com as perninhas para o alto, tentando tirar a parte cascuda do chão. Tudo para voltar a avançar poucos metros por dia, a maior parte das vezes andando em círculos ou abertamente para trás.
Não é uma imagem entomológico-literária. No ranking mundial de competitividade, para ficar apenas num exemplo, recuamos pelo sexto ano consecutivo, agora para o 57º lugar, enquanto a República Tcheca ganhou posições (figura em 27º).
Os tchecos têm Praga; os brasileiros são uma praga.
O MELHOR DO DIA
Exclusivo: Grampos de Lula não foram usados pela Lava Jato
Caso Ricardo Lewandowski resolva anular todas as interceptações telefônicas feitas na investigação contra Lula, isso não terá efeito na denúncia que o Ministério Público Federal... [veja na íntegra]
- Grampos de Lula não podem ser apagados
- Lula é o sub do sub do sub
- Lula sem Cariri
- "O Brasil não é do Lula"
Em causa própria
Ricardo Lewandowski passou por cima de Teori Zavascki e intimou Sérgio Moro a se explicar novamente sobre os grampos a Lula... [leia mais]
- Só Lewandowski salva
Cadáver putrefato
O enterro do morto-vivo Eduardo Cunha foi adiado. A escolha do novo presidente da Câmara... [veja mais]
- Interessa, sim
- PSDB e PT separados
El Bigodón vai aprontar até o fim
Lauro Jardim informa que Waldir Maranhão nomeou para postos-chave da engrenagem da Câmara... [leia mais]
- A saideira de El Bigodón
- Maranhadas: eleição na 5ª
- Ataque de estrelismo
Líder trapalhão
Michel Temer ficou bastante descontente com a derrota sofrida na Câmara, e mais ainda com seu líder, informa a Época... [leia mais]
O bunker de Paulo Bernardo
Rodrigo Janot, em parecer protocolado no STF, defendeu as buscas da PF no apartamento de Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann... [leia mais]
Temer assumiu
Michel Temer decidiu começar a governar. O Valor informa que... [veja o texto completo]
- Se cumprir a meta, Temer salva o Brasil
200 parlamentares tremendo
Esse é o número de políticos que Lúcio Funaro promete entregar em sua delação... [leia mais]
Matou o Brasil e foi ao cinema
O cinema nacional é um feudo do PCdoB. Manoel Rangel, do comitê central do partido, preside a Ancine desde 2005... [veja mais]
- Acabou a boca-livre
Eduardo Paes tem hábitos familiares
A Prefeitura do Rio contratou, sem licitação, duas construtoras do pai do líder do PMDB na Assembleia Legislativa... [veja mais]
Após anúncio da meta fiscal de 2017, Temer volta a falar em medidas impopulares
Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil
Revisão em concessão de benefícios vai racionalizar recursos públicos, diz Temer
Mudanças em auxílio-doença e aposentadoria por invalidez podem trazer de volta trabalhadores a meio-período, diz Temer
Após anúncio de meta fiscal de 2017, Temer volta a falar em medidas que não agradam
O presidente interino Michel Temer disse hoje (8) que o pente-fino anunciado pelo governo em benefícios previdenciários e assistenciais pode acarretar que o trabalhador que hoje recebe auxílio-doença ou está aposentado por invalidez que não está incapaz passe a trabalhar por meio período. Segundo ele, a revisão de concessões dos benefícios vai racionalizar recursos públicos.
Em evento na CNI, Michel Temer voltou a lembrar que terá de tomar medidas impopulares a partir de um certo momentoAntonio Cruz/ Agência Brasil
Ao participar de um evento na Confederação Nacional da Indústria (CNI), o presidente interino voltou a lembrar que terá de tomar medidas impopulares a partir de um certo momento.
"É preciso estabelecer, como estabelecendo estamos, alguns aprimoramentos da gestão pública. Dou exemplos singelos aos senhores porque um dia eu disse: 'Em um dado momento, vamos precisar de medidas que podem não agradar no primeiro momento'. Eu digo no primeiro momento, porque subsequentemente as medidas tomadas irão agradar toda comunidade brasileira", afirmou.
Nessa quinta-feira (7), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou a estimativa do governo de fechar o ano de 2017 com um déficit primário de R$ 139 bilhões, e não descartou o aumento de impostos. De acordo com a equipe econômica, a questão será definida até o fim de agosto.
A uma plateia de 100 empresários do Comitê de Líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação, Temer elogiou a sugestão do presidente da CNI, Robson Andrade, sobre as mudanças anunciadas ontem pelo Palácio do Planalto.
"Ainda agora o Robson me propunha: 'Olha, nesse projeto aí poderia pensar-se no seguinte: alguma fórmula pela qual perícia médica pudesse dizer que, já que ele está com problema, alguém está com problema, ele trabalharia apenas meio-dia'. E ele me deu um exemplo claríssimo: se ele está com depressão, se ele ficar em casa é capaz de ficar mais deprimido. Então, quem sabe, em certos momentos, você pode usar essa fórmula".
Mudanças com força de lei
O Diário Oficial da União publicou hoje a medida provisória que fixa o prazo máximo de 120 dias para cessação do auxílio-doença aos beneficiários que não têm data-limite fixada pela Previdência Social. A proposta determina a revisão dos benefícios de aposentadoria por invalidez e auxílio-doença, inclusive os concedidos judicialmente, com o objetivo de economizar mais de R$ 7 bilhões por ano.
De acordo com o texto da MP, os aposentados por invalidez e trabalhadores afastados por motivos de doença que continuam recebendo salários poderão ser convocados a qualquer momento para avaliação de suas capacidades de trabalho. Ao anunciar as mudanças, os técnicos do governo federal explicaram que a medida não gera a necessidade de os segurados telefonarem imediatamente ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para agendar perícia médica.
Para isso, a medida provisória criou uma gratificação por dois anos para os médicos peritos do INSS que promoverem perícia além da capacidade normal em beneficiados cuja revisão não ocorre há mais de dois anos. O bônus, que começará a ser concedido em setembro, valerá pelo período de dois anos. A intenção do governo é gerar 100 mil novas perícias mensalmente.
Embora precise ser aprovada no Congresso Nacional, a medida provisória tem força de lei e já começa a valer a partir de hoje.
Agência Brasil
Moro manda soltar quatro investigados na 31ª fase da Lava Jato
André Richter – Repórter da Agência Brasil
O juiz federal Sérgio Moro concedeu hoje (8) liberdade a quatro presos na Operação Abismo, a 31ª fase da Lava Jato, deflagrada na segunda-feira (4). Moro atendeu pedido dos investigadores da Polícia Federal e também entendeu que não há necessidade da prorrogação da prisão temporária, válida por cinco dias.
Com a decisão, serão libertados Genésio Schiavinato Júnior (diretor da empresa Construbase), Edison Freire Coutinho (ex-diretor da empreiteira Schain), Erasto Messias da Silva Júnior (empresário) e Roberto Ribeiro Capobianco (presidente da empresa Construcap).
Em troca de liberdade, Moro estabeleceu medidas cautelares, como comparecimento a todos os atos processuais e de investigação aos quais forem chamados. Na decisão, o juiz alertou que o descumprimento da medida acarretará na expedição de mandato de prisão preventiva.
A Operação Abismo investiga desvios em licitações para a reforma do Cenpes (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello, da Petrobras), no Rio de Janeiro, onde são feitos estudos sobre a exploração em águas profundas.
Agência Brasil