terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Nova regra do ICMS atrapalha e derruba vendas pela internet

por FILIPE OLIVEIRA


Em vídeo postado em janeiro, com 100 mil visualizações no YouTube, o empresário de Blumenau (SC) Silvano Spiess fez um desabafo.

"Se eu acordar e tiver recebido 30 pedidos na minha empresa, eu deveria ficar alegre, mas vou ficar frustrado. Para esses 30 pedidos, terei de imprimir nada menos do que 60 guias de recolhimento de imposto, pagar cada uma delas, grampear [com o produto] para, aí então, despachar para o cliente."

Nessa fala, ele explicou como as novas regras de recolhimento de ICMS o levaram a fechar sua loja virtual, a O Caneco, que vendia cervejas artesanais de Santa Catarina.

Com as mudanças introduzidas pelo convênio 93/15 do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), ligado ao Ministério da Fazenda, em vigor desde janeiro, micro e pequenas empresas do comércio virtual estão elevando preços, atrasando entregas e deixando de vender para outros Estados.

A nova regra divide o imposto entre o Estado de origem da empresa e o Estado para onde o produto foi entregue. Antes, todo o imposto da venda ficava onde a empresa estava instalada.

Além da burocracia criada com o pagamento do tributo em mais de um Estado (veja quadro abaixo), a nova regra também eleva o ICMS pago por empresas optantes pelo Simples, regime simplificado para pequenas empresas.

Isso acontece porque elas passam a ter o novo pagamento ao Estado de destino do produto mantendo o mesmo valor de imposto devido ao seu próprio Estado, explica José Augusto Picão, conselheiro do CRC-SP (Conselho Regional de Contabilidade).

DESCONHECIMENTO

A maior parte dos micro e pequenos empresários do comércio eletrônico ainda não se adaptou à nova legislação, aponta pesquisa da Loja Integrada, plataforma que fornece tecnologia para 250 mil varejistas na internet.

Dos 253 empresários ouvidos, 43% ainda não se adequaram e 29% não conhecem os novos procedimentos.



Spiess, da O Caneco, contou que a empresa tinha três funcionários. Ele chegou a buscar um contador para se adaptar às regras, mas acabou desistindo.

"Seria completamente inviável, teria de contratar mais uma pessoa apenas para tocar isso. Nem a longo prazo meu negócio teria uma rentabilidade bacana."

Manoel Castro, da loja de roupas Lux Magazine, tem concentrado esforços de divulgação pela internet apenas para clientes dos Estados de onde vinham mais pedidos –SP, RJ, MG e RS.

Com isso, diz, seus profissionais aprendem a lidar melhor com os sistemas desses Estados e ganham mais velocidade na impressão de guias e pagamento de impostos.

"Num segmento como o nosso, tão atualizado, temos de lidar com uma forma de cobrar impostos pré-histórica", diz Jean Kipfer, da loja de artigos militares Tática Militar.

Por dificuldades de pagar as guias de ICMS pela internet, sua equipe vai uma vez por dia com as guias de pagamento ao banco. O tempo de envio dos produtos passou de um para dois dias. Para compensar o aumento de custos, reajustou seus preços em 8%.

Para fugir da burocracia, os empresários devem analisar quais são os principais Estados de destino de seus produtos e concentrar suas vendas neles, diz Maurício Salvador, presidente da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico). "Poucos micro e pequenos empresários vão ter fôlego para vender para os 27 Estados."

Ele sugere que os empresários façam inscrição estadual nas secretarias da Fazenda dos Estados para os quais vendem mais, o que eliminaria a necessidade de pagamentos após cada venda.

OUTRO LADO

Para Confaz, mudança corrige "jabuticaba"

A mudança no recolhimento e na repartição do ICMS vai beneficiar as empresas do Simples, segundo André Horta, coordenador dos secretários de Fazenda no Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária).

Segundo ele, a nova repartição do ICMS corrige a "jabuticaba" do sistema tributário brasileiro de o imposto sobre o consumo ficar no Estado de origem da empresa e não no do consumidor.

Do modo como está, grandes empresas são incentivadas a se instalar em locais em que recebem mais benefícios fiscais, obtendo mais competitividade em relação às pequenas, que, em geral, não têm como fazer essa escolha.

Sobre o aumento de tributos para as empresas do Simples, ocasionada pela nova legislação, ele afirma que será repassado pelas empresas a seus consumidores, sem prejuízo dos negócios.

Questionado sobre como fazer isso, ele diz que é possível que as empresas tenham de praticar preços diferentes dependendo do Estado do consumidor.

Ganhos

Para Horta, serão poucas as pequenas empresas que terão impacto negativo, pois a maior parte delas tem atuação regional.

"Quem ganhou foi a empresa do Simples que tem atuação local, o que acontece na maior parte dos casos. Elas agora têm a melhor posição competitiva em termos de tributação."

Horta lembra que a emenda constitucional que modifica a distribuição do ICMS prevê que as empresas do Simples passem a pagar a parte do ICMS destinada ao Estado para o qual vendem.

Sobre o aumento de burocracia, o secretário diz que o Confaz editou convênio em dezembro que simplifica o processo de abertura de inscrição estadual de empresas em outros Estados.
Fonte: Folha Online - 15/02/2016 e Endividado

BMG lidera ranking de reclamações do Banco Central em janeiro


Em segundo e terceiro lugar no ranking ficaram Caixa e Itaú.Foram consideradas instituições com mais de 2 milhões de clientes.

O conglomerado BMG liderou o ranking de reclamações do Banco Central em janeiro deste ano, segundo levantamento divulgado nesta segunda-feira (15) pela instituição. Neste caso, foram considerados bancos e financeiras com mais de 2 milhões de clientes.

No mês passado, o BMG, que conta com 2,19 milhões de clientes, recebeu 158 reclamações consideradas procedentes. Com isso, registrou um índice de reclamações de 71,85. Segundo o BC, a maior parte das reclamações do BMG (55) ocorreu pela "ausência de título adequado relativo a cartão de crédito consignado".

O índice de reclamações, que é o principal critério utilizado pela autoridade monetária para formar o ranking, é calculado com base no número de reclamações dos correntistas consideradas "procedentes", multiplicado por um milhão e dividido pelo número de clientes da instituição financeira.

Em segundo lugar no ranking de reclamações de janeiro deste ano, aparece a Caixa, com 842 reclamações. O banco possui 78,42 milhões de clientes. Com isso, seu índice de reclamações ficou em 10,73 no mês passado. Em terceiro lugar, ficou o conglomerado Itaú, banco que possui 60 milhões de clientes. Foram registradas em janeiro 480 reclamações procedentes. Seu índice de reclamações, com isso, somou 7,99 no mês passado.

Em quarto lugar, no ranking de janeiro, está o conglomerado Bradesco. Com 77,21 milhões de correntistas, houve 591 queixas procedentes no período, o que resultou em um índice (que serve de base para o ranking do BC) de 7,65. Em quinto lugar ficou o Santander, que tem 33,17 milhões de clientes. As reclamações somaram 188 em janeiro, o que resultou em um índice de reclamações de 5,57.

Veja aqui o ranking de reclamações ná página do Banco Central.
Fonte: G1 - 15/02/2016 e Endividado


Localizar mosquitos em garrafa de refrigerante, sem tê-la bebido, é mero dissabor

por Américo Wisbeck, Ângelo Medeiros, Daniela Pacheco Costa, Maria Fernanda Martins e Sandra de Araujo


A 2ª Câmara Civil do TJ manteve decisão que negou indenização por danos morais pleiteada por um consumidor que adquiriu uma garrafa de refrigerante em cujo interior localizou mosquitos e detritos. Ele não chegou a consumir o produto, aliás nem sequer abriu a garrafa. Alegou, contudo, que o refresco era de sua predileção e que, depois do incidente, passou a imaginar as diversas vezes em que adquiriu e consumiu a bebida sem observar mais atentamente sua composição. Assim, entendeu que o abalo moral estava configurado, independente do consumo ou não do produto.

A empresa, por sua vez, argumentou que o rigoroso processo de produção e controle de qualidade na fabricação de seus refrigerantes não permite contato humano com o líquido, tampouco a entrada de "corpos estranhos" nos recipientes. Asseverou, ainda, que não se deve falar em dano moral no caso, pois o autor não bebeu o refrigerante. Posição compartilhada pelo desembargador João Batista Góes Ulysséa, relator do recurso. Para ele, o ocorrido não passou de mero dissabor cotidiano, porque o lacre estava intacto e a bebida não foi consumida.

"O inseto foi encontrado antes do recipiente ter sido aberto e sem a ingestão do produto, de forma que, embora possa ter causado desconforto, não gerou o dano moral reclamado", analisou, ao basear-se em jurisprudência das demais câmaras do TJ. A decisão foi unânime (Ap. Cív. n. 2014.072515-0).
Fonte: TJSC - Tribunal de Justiça de Santa Catarina - 15/02/2016 e Endividado

Inflação ′descontrolada′, confiança devastada

por Thais Herédia


Mesmo sob a promessa de uma recessão cada vez mais intensa e prolongada, a expectativa para inflação brasileira continua piorando. Os dados são coletados e divulgados pelo Banco Central através do Relatório Focus. O documento desta semana traz piora em todos os quatro índices de preços considerados pelo BC na pesquisa feita com 100 instituições financeiras que atuam no Brasil.

As previsões para 2016 para IPCA, calculado pelo IBGE;  IGP-DI e IGP-M, da Fundação Getúlio Vargas; e o IPC da Fipe estão há sete semanas sendo reajustadas para cima. O indicador oficial esperado para dezembro, o IPCA, já bateu em 7,61%, estourando a meta de inflação mais uma vez. Para 2017, a deterioração das expectativas está mais lenta mas igualmente perversa. Os analistas esperam que o índice fique em 6% no ano que vem – revelando que a evolução dos preços não será contida tão cedo.

Rapidamente, as diferenças entre os indicadores de inflação considerados no relatório Focus são de períodos, fontes de coleta e faixas salariais dos consumidores. Por exemplo, o IPCA mede o custo de vida das famílias com renda de até 40 salários mínimos, os IGPs da FGV, acompanham os preços do processo produtivo variando os períodos de pesquisa, e o IPC da Fipe está restrito à cidade de São Paulo, na faixa de famílias com renda de até 10 salários.  Os quatro juntos, então, são uma boa fotografia do que acontece na formação de preços do país. (veja a especial de inflação do G1)

A fotografia atual mostra que o processo inflacionário brasileiro não está mais restrito ao ajuste dos preços administrados (energia, transportes, combustíveis) que aconteceu em 2015. A contaminação já escapou das mãos da política econômica do governo Dilma e da gestão do Banco Central. Para os analistas da XP Investimentos a inflação está “descontrolada no longo prazo”, segundo relatório enviado a clientes com análise do Focus. Um enunciado forte sobre uma realidade incerta.

O contágio não está sendo alimentado por uma alta imprevista de algum item da cesta básica brasileira, ou de uma matéria prima essencial ao país como a gasolina ou o trigo. Ele se dá absolutamente por medo. Com medo, o comportamento dos agentes econômicos vai ficando cada vez mais defensivo, descolando o valor das mercadorias e serviços ao seu custo de produção.

Para quebrar este ciclo destruidor de valores só há uma produtora de resultados: a confiança. Este sentimento também já extrapolou a figura de um presidente, um político, um ministro ou gestor de banco central. A recuperação da confiança precisa começar pela auto estima das pessoas que acreditam em sua competência e disposição para melhorar de vida. Num cenário de desemprego, perda massiva de poder de compra e desesperança com as lideranças, o desalento dos cidadãos corrói a auto confiança, adia planos e prolonga a crise – infelizmente.

Agenda da semana

Serão divulgados dados sobre desemprego, serviços e varejo que fecham o ano de 2015. O Banco Central também divulgará o seu índice de atividade, também conhecido como prévia do PIB, o IBC-Br de dezembro e do ano passado fechado. Os resultados vão dar mais clareza sobre a intensidade da recessão e seus estragos na economia brasileira.
Fonte: G1 - 15/02/2016 e Endividado

Empresa aérea é condenada a reduzir multa por cancelamento de passagem


Juíza do 4º Juizado Especial Cível de Brasília condenou a companhia Gol a restituir R$ 2.573,79 a consumidor que havia solicitado o cancelamento de uma passagem aérea e tivera 50% do valor pago retido pela empresa, a título de multa rescisória.

O autor da ação contou que adquiriu da empresa ré quatro passagens aéreas, em janeiro de 2015. Porém, como um de seus filhos não poderia viajar no período reservado, solicitou o cancelamento de uma das passagens e o reembolso integral do valor pago. Por fim, o autor conta que o reembolso ocorreu de maneira parcial e que restariam R$2.749,48, pendente de restituição.

Já a empresa ré alegou que o autor não tinha direito ao reembolso integral do valor da compra, uma vez que o perfil da tarifa era promocional e também porque havia previsão contratual da cobrança de multa em caso de cancelamento/reembolso. No entender da Gol, foi lícita a retenção de parte do valor pago e que, portanto, o pedido do autor era improcedente.

Na análise do caso, a magistrada considerou abusiva a multa rescisória cobrada pela requerida, no valor de 50% da tarifa, motivo pelo qual a declarou parcialmente nula, e estabeleceu que o montante da multa deveria ser reduzido para 5% do valor, nos termos do art. 740, §3º do Código Civil Brasileiro.

“Não se mostra razoável ou válida a penalidade fixada pela ré em reter 50% da tarifa. Ademais, a desistência foi comunicada com mais de três meses de antecedência do embarque, o que permitiria que a companhia aérea ré comercializasse as passagens a tempo, sem amargar maior prejuízo. A ré não demonstrou não ter comercializado os assentos. Portanto, mostra-se abusiva a multa rescisória cobrada pela requerida”.

Assim, a juíza estabeleceu que a ré tinha o direito de reter a quantia de R$ 175,69 e que o autor da ação fazia jus à restituição de R$ 2.573,79 – quantia a ser corrigida monetariamente, pelo INPC, a contar da data do pedido de cancelamento da passagem, acrescida de juros de 1% ao mês, a contar da citação.

Cabe recurso da sentença.

PJe: 0719972-70.2015.8.07.0016
Fonte: TJDF - Tribunal de Justiça do Distrito Federal - 15/02/2016 e Endividado


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Após Justiça decretar falência da Dako, trabalhadores ocupam fábricas em SP

por VENCESLAU BORLINA FILHO


Ao menos mil trabalhadores ocupam desde a manhã desta segunda-feira (15) as fábricas da Mabe no interior de São Paulo. Localizadas em Campinas e Hortolândia, as unidades produzem geladeiras e fogões das marcas Dako e Continental.

A ocupação foi decidida em assembleia pelos trabalhadores e o sindicato dos metalúrgicos da região após a Justiça de São Paulo decretar, na semana passada, a falência da empresa multinacional, com sede no México, no Brasil.

Todos os cerca de 1.900 trabalhadores estão sem receber os salários e o 13º desde dezembro, mesmo com os contratos em vigor. Cerca de 400 já foram demitidos, mas ainda não receberam as rescisões a quem têm direito.

Mesmo com todos os incentivos do governo federal, como a redução no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e o financiamento de eletrodomésticos, a empresa alegou insuficiência para honrar os contratos.

A massa falida está sendo administrada pela Capital Administradora Judicial. Por meio de nota, a empresa informou que a intenção é abrir uma nova empresa e retomar a produção para, assim, pagar as dívidas e os trabalhadores.

As dívidas da multinacional no Brasil somam ao menos R$ 24 milhões. Em 2013, a Mabe chegou a pedir recuperação judicial, mas o plano não deu certo e em dezembro último foi solicitado à Justiça o decreto de falência.

A direção do sindicato dos metalúrgicos de Campinas e região diz que os direitos trabalhistas estão sendo descumpridos. Antes da falência, a Procuradoria do Trabalho tentou um acordo com a Mabe, mas sem sucesso.

Na nota, o administrador da massa falida informou ainda que todos os trabalhadores poderão assinar as demissões e assim acessar o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e o seguro-desemprego.

Nenhum representante da Mabe no Brasil foi encontrado nesta segunda para falar sobre o assunto. A produção nas duas fábricas da empresa está parada desde o dia 18 de dezembro passado.
Fonte: Folha Online - 15/02/2016 e Endividado

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Ministro do STF retira sigilo de denúncia sobre Eduardo Cunha

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu hoje (15) retirar o sigilo da denúncia na qual o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é acusado de corrupção na Operação Lava Jato. Cunha foi denunciado em agosto do ano passado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pelo suposto recebimento de US$ 5 milhões em propina para que um contrato de navios-sonda da Petrobras fosse viabilizado.
Em decisão proferida hoje (15), o ministro retirou sigilo da tramitação do inquérito e passou a colocar o nome dos investigados na descrição do processo. De acordo com Zavascki, o pedido de abertura de ação penal contra Cunha deve ser julgado em março, junto com o pedido do procurador para afastá-lo do cargo de presidente da Câmara. No inquérito, a ex-deputada federal Solange Almeida também é investigada.
De acordo com Janot, Cunha recebeu US$ 5 milhões para viabilizar a contratação de dois navios-sonda pela Petrobras, junto ao estaleiro Samsung Heavy Industries em 2006 e 2007. O negócio foi formalizado sem licitação e ocorreu por intermediação do empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano e o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró.
O caso foi descoberto a partir do acordo de delação premiada firmado pelo delator Júlio Camargo, que também participou do negócio e recebeu US$ 40,3 milhões da Samsung Heavy Industries para concretizar a contratação, segundo a denúncia.
Em outra acusação, Janot afirma que Eduardo Cunha pediu, em 2011, à ex-deputada e atual prefeita de Rio Bonito (RJ) Solange Almeida, que também foi denunciada, a apresentação de requerimentos à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara para pressionar o estaleiro, que parou de pagar as parcelas da propina. Segundo Janot, não há dúvida de que Cunha foi o verdadeiro autor dos requerimentos.
Cunha nega as acusações de recebimento de propina e afirma que não vai deixar a presidência da Casa.



Polícia Civil adia de novo entrega do inquérito sobre desastre em Mariana


Mariana (MG) - Uma barragem pertencente à mineradora Samarco se rompeu no distrito de Bento Rodrigues, zona rural a 23 quilômetros de Mariana, em Minas Gerais, e inundou a região (Corpo de Bombeiros/MG - Divulgação)
A barragem rompida devastou municípiosCorpo de Bombeiros/MG - Divulgação
O delegado da Polícia Civil em Ouro Preto (MG), Rodrigo Bustamente, conseguiu mais 30 dias de prazo para apresentar o inquérito com a conclusão das investigações sobre o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, no dia 5 de novembro. Essa é a terceira vez que a entrega do relatório é adiada. A conclusão da investigação estava prevista para esta segunda-feira (15) e foi prorrogada com autorização da Justiça.
A tragédia com a barragem da mineradora Samarco, controlada pela Vale e BHP Billiton, causou 17 mortes e deixou duas pessoas desaparecidas. A enxurrada de lama de rejeitos de mineração também devastou municípios, afetou a fauna e a flora da região, destruiu o Rio Doce e prejudicou o abastecimento de água em cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo.
O inquérito em andamento foi aberto dois dias após o rompimento da barragem e 80 pessoas foram ouvidas até o momento, segundo a assessoria da Polícia Civil. O inquérito que está sendo elaborado vai apurar as mortes, os crimes ambientais, os danos à propriedade privada e pública e outros crimes que sejam identificados.
A investigação da Polícia Civil corre em paralelo com a da Polícia Federal, que já indiciou dirigentes da Samarco e suas controladoras por crimes ambientais.

Agência Brasil


Cade pede informações à BR Distribuidora em processo de favorecimento de mercado

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pediu hoje (15) à BR Distribuidora que seja enviada informações sobre dados de ocupantes de cargos de diretoria e gerência de 1995 até 2016. A solicitação faz parte de um processo aberto em maio de 2011 que investiga suposta favorecimento da Rede Casol, atualmente Rede Cascol, no mercado de revenda de combustíveis.
“Com vistas a dar seguimento à investigação destes autos, faz-se necessário o esclarecimento de algumas questões por parte da representada BR acerca de suas condutas no mercado de distribuição de combustíveis do Distrito Federal, especialmente o apontamento dos dirigentes dessa empresa que podem ter participado da conduta ora investigada”, diz nota técnica que embasou o pedido.
A BR Distribuidora tem 15 dias corridos para responder à solicitação. Em nota, a empresa informou que tem colaborado com o Cade. “A Petrobras Distribuidora informa que sempre atende as requisições das autoridades e que vem colaborando com as investigações em curso. A companhia reafirma seu compromisso com as melhores práticas comerciais, concorrenciais, com a ética e as leis”.
Investigação de cartel
Além desse processo, a Rede Cascol e a BR Distribuidora estão sendo investigadas pelo conselho por suposta formação de cartel nos postos de combustíveis no Distrito Federal. Investigações da Polícia Federal apontaram que as principais redes de postos combinavam preços, determinando os valores a serem cobrados do consumidor.
O Cade decidiu fazer uma intervenção na Rede Cascol, com bandeira da BR Distribuidora. A Cascol terá 15 dias para apresentar ao Cade uma lista com pelo menos cinco opções de administradores provisórios. Segundo o órgão, os gestores devem ter experiência, reputação ilibada e comprovada independência. O Cade escolherá um nome entre os cinco indicados.
Na semana passada, a Cascol pediu prorrogação do prazo, que expiraria na última quarta-feira (10), para indicar os cinco nomes. O pedido foi aceito e a rede tem até a próxima segunda-feira (22) para apresentar a lista.

Agência Brasil

Rússia faz exercícios de operação de resgate com submarino no Mar Negro


Recife diz que não utiliza o larvicida Pyriproxifen, suspenso no RS

Diante da polêmica sobre o larvicida Pyriproxifen, a prefeitura do Recife afirmou hoje (15) que nunca usou a substância para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da febre chikungunya e do vírus Zika. O uso do Pyriproxifen foi suspenso pelo governo do Rio Grande do Sul no último sábado (13), sob a alegação de que a substância pode estar relacionada à ocorrência de microcefalia em bebês.
Ministério da Saúde e o fabricante do larvicida já se manifestaram em defesa do produto, que é distribuído pelo governo brasileiro para o controle de vetores de doenças, entre eles o Aedes aegypti.
Brasília - Exposição sobre o combate ao mosquito Aedes aegypti, na cerimônia de troca da Bandeira Nacional, na Praça dos Três Poderes (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Larvas do Aedes aegyptiFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
A capital pernambucana tem o maior número de notificações de nascimentos de crianças com suspeita de microcefalia em todo o país. São 258 bebês residentes no Recife registrados pelo serviço de saúde. Desse total, 40 foram confirmados, em 26 casos a malformação foi descartada. O restante está em investigação.
Até 2001, o Recife usava o larvicida Temefós e, a partir de 2002, passou a empregar um substituto biológico a base do Bacillus thuringiensis israelensis (BTI).
De acordo com Secretário de Saúde do Recife, Jailson Correa, depois que passou a ser possível comprar larvicidas por meio de licitação, a partir de 2009, a prefeitura optou por usar recursos próprios e continuar comprando o produto biológico e não usar mais o fornecido pelo Ministério da Saúde, que atualmente é o Pyriproxifen.
“A gestão e a prefeitura do Recife na época avaliaram que, considerando que Recife é uma cidade banhada por rios, seria adequado manter um larvicida biológico que tivesse menor impacto ambiental”, explica.
Segundo Correa, a aplicação do BTI faz parte das ações rotineiras dos agentes da prefeitura. O produto é colocado nos reservatórios de água da população ou em possíveis focos de reprodução do Aedes aegypti que são difíceis de ser eliminados. Após a aplicação, a substância tem 40 dias de ação.
Ao contrário da capital, vários municípios de Pernambuco utilizam o Pyriproxifen, o que levou a Secretaria Estadual de Saúde a também se manifestar sobre o assunto. Em nota, o órgão disse que  “há casos de microcefalia em locais que não usam o larvicida Pyriproxifen há anos, como também em muitos locais onde seu uso é frequente não há registros de casos”.
A secretaria argumenta que o uso do Pyriproxifen é aprovado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e que não existem estudos epidemiológicos que comprovem a associação do produto com a “a microcefalia ou com qualquer efeito mutagênico, genotóxico, carcinogênico, teratogênico ou neurotóxico”.
Hoje, os mais de 7,7 mil militares enviados a Pernambuco para reforçar o combate ao mosquitoAedes aegypti já estão na rua fazendo visitas a casas e comércios e aplicando larvicidas em possíveis focos de reprodução do inseto. Desde dezembro, o trabalho dos agentes de vigilância ambiental já vinha sendo reforçado por membros das Forças Armadas.
Mal-entendido
A suspensão do Pyriproxifen no Rio Grande do Sul foi decretada com base em uma nota técnica da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), que, na avaliação do governo gaúcho, relaciona o produto com a ocorrência de microcefalia. No entanto, a entidade diz que houve um mal-entendido e que nunca associou o uso do Pyriproxifen à malformação.
“Está havendo um mal entendido. Na nossa nota técnica não colocamos essa relação em questão, ou seja, não dissemos que o larvicida está associado à microcefalia”, explicou àAgência Brasil o coordenador do Grupo de Saúde e Ambiente da Abrasco, Marcelo Firpo.
Segundo Firpo, o que a entidade critica é o uso de substâncias químicas como principal estratégia de combate ao Aedes aegypti. Para a Abrasco, o foco do problema é outro: “As populações mais atingidas são justamente as mais pobres, com problemas estruturais de saneamento básico, de acesso à água potável. Consideramos um contrassenso sanitário, um absurdo a colocação de veneno larvicida na água potável”.
Segundo Firpo, ampliar investimentos em saneamento básico e distribuir equipamentos seguros para armazenamento de água são algumas das soluções necessárias para evitar a proliferação de criadouros do Aedes aegypti e outros vetores de doenças.


Agência Brasil



Passageiro relata os momentos de tensão dentro de avião incendiado


Poucas pessoas podem comemorar o fato de terem saído com vida de um avião incendiado para contar, em detalhes, o que acontece nesse ambiente onde, em meio a passageiros desesperados, comissários de bordo e pilotos tentam ter o controle da situação. Passageiro do Voo 1415, da Gol Linhas Aéreas – aeronave que teve a turbina incendiada nesse domingo (14) quando ainda fazia o taxiamento no Aeroporto de Brasília – o músico e diretor de vídeo Paulo Marchetti diz que a frase que sempre ouviu de um amigo nunca fez tanto sentido: “o melhor da vida é viver”.
Às 15h03, Marchetti enviou uma mensagem à irmã, que o aguardava em São Paulo. “Já estou no avião”. Seis minutos depois, às 15h09, uma nova mensagem, em tom bem mais tenso: "Pânico. Agora, controlado. Tava dando ré e alguma coisa pegou fogo". Às 15h10, mais mensagens. "Não sabemos o que vai acontecer ainda. Cheiro de queimado no avião".
Segundo o músico, foram necessários "mais dez ou, no máximo, 12 minutos" para que os passageiros fossem retirados da aeronave. “É tempo demais para quem viu as chamas na turbina e sabe que as asas dos aviões estão cheias de combustível”, disse.
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Mensagens de celular trocadas por Paulo Marchetti com a irmã durante incêndio no Voo 1415 da GolArquivo pessoal/Paulo Marchetti
Renascimentos
A experiência permitiu ao músico, que foi diretor da MTV Brasil entre 1993 e 2000, observar o que acontece em uma situação extrema onde muitos dos 145 passageiros do voo chegaram a acreditar estar em seus últimos momentos de vida. Ao mesmo tempo, viu como a tripulação se comporta em meio à tensão, ao nervosismo e à responsabilidade pelo controle da situação.
“Eu estava tranquilo, lendo a revista de bordo. As portas do avião já haviam sido fechadas e ele estava se deslocando para trás, taxiando. O piloto inclusive já tinha dito que a aeronave estava autorizada para fazer a decolagem. Andamos poucos metros; [durante] cerca de três segundos, quando o primeiro alerta foi dado por uma menina ruiva estrangeira que estava duas cadeiras à minha frente”, disse.
O músico estava no assento 27, retornando a São Paulo após lançar o disco de sua banda, chamada Filhos de Mengeli – banda de rock brasiliense dos anos 80 que está voltando à ativa após ter dado origem a um outro grupo bem mais famoso: os Raimundos. “Estou passando por uma sensação dupla de renascimento”, brinca, já recuperado do susto.
Gritos
O incêndio, segundo Marchetti, começou quando a aeronave estava dando ré. “De repente a ruiva e algumas pessoas disseram ter sentido um grande calor vindo de fora da aeronave e se afastaram da poltrona. O cheiro de queimado ficou bem forte. Olhei pela janela e vi a chama surgindo pertinho de onde estávamos. Como o avião é vedado, ninguém viu de imediato as chamas”.
No momento em que as chamas atingiram a altura da janela e ficou mais visível, o desespero foi geral. “Minha impressão foi de que o fogo começou devagar e, de repente, aumentou. Quando apareceu do lado de fora da janela, todos se assustaram e bateu o maior desespero. Todos que estavam do lado direito começaram a gritar e a correr em direção ao corredor. Deu até para perceber que a maioria dos gritos eram femininos e que não havia palavra de ordem. Apenas frases sem sentido e gritos”.
A primeira voz em que se ouvia alguém pedindo que as pessoas se acalmassem veio de um passageiro. “A gente então notou que, ao atingir a janela, o fogo começou a ser controlado, provavelmente pela equipe de terra. Isso foi bem rápido. Deve ter durado cerca de cinco segundos, após ter atingido seu ápice”.
Voo 1415 da Gol Linhas Aéreas, que teve sua turbina incendiada nesse domingo
Segundo a Gol Linhas Aéreas, o incêndio na turbina foi causado por uma falha técnicaArquivo pessoal/Paulo Marchetti
Controle da situação
Com a diminuição das chamas, mais pessoas começaram a reforçar os pedidos por calma. “Foi nesse momento que o comissário, de uma forma bastante nervosa, pediu a todos que se sentassem. O jeito dele falar parecia com o de um policial dando uma ordem. Sem ainda dizer se a situação estava sob controle, ele adotou uma estratégia que me parecia adequada para aquela situação: fez uso de um tom bastante agressivo, mas no sentido de ser assertivo, na busca pelo controle da situação”.
Os passageiros só foram informados de que a situação do lado de fora já estava sob controle quando o piloto se pronunciou pelo alto-falante, cerca de quatro minutos após os primeiros gritos. “Mas os passageiros nem esperaram ele terminar de falar para dizer que queriam sair do avião”, lembra Marchetti.
Segundo o músico, o procedimento de abertura da aeronave foi lento e, por sorte, ninguém pareceu ter se machucado. Ele criticou o fato de, em meio de toda aquela tensão e risco, as saídas de emergências do lado esquerdo, opostas ao incêndio, não terem sido abertas. “Demorou uns dez minutos entre percebemos o incêndio e sairmos da aeronave. Tive essa noção após checar as mensagens que enviei a minha irmã”, disse ele.
Falha técnica
Por meio de nota, a Gol informou que, durante a partida do motor da aeronave “foi identificada falha técnica no escapamento da turbina direita, danificando apenas externamente a fuselagem da aeronave próxima ao motor”. Segundo a empresa, a aeronave estava em processo de reboque para a pista, mas não chegou a iniciar o procedimento de decolagem, e que os 145 passageiros a bordo foram desembarcados “normalmente e em segurança para serem reacomodados em outros voos”.
Contatado pela Agência Brasil, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) informou já ter sido notificado da ocorrência e que está definindo os procedimentos e as medidas a serem adotados para investigar o caso.


Agência Brasil